Maria Eduarda de Andrade Vasconcelos é mais conhecida como Duda pelas pessoas mais próximas. Tem pais amorosos e super carinhosos que a tratam como uma verdadeira princesa, e isso vem pelo fato de ser filha única. Namora a 5 anos seu namorado de épo...
Vamos saber um pouquinho sobre a Karen? Será que vão gostar dela ou odiá-la?
Ótima leitura, A.B.
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Karen Oliveira
Lembrar de meu passado é bastante doloroso.
Lembrar de todas as vezes que ouvia meu pai gritando com a minha mãe, chamando-a de vadia e vagabunda por ter o levado para aquela vida de miséria, e para meu pai, minha mãe era a culpada de tudo o que acontecia pelo fato de ela ter engravidado cedo e ele não pode deixá-la sozinha, e não teve outra opção a não ser se casar.
Minha mãe sempre foi dona de casa pelo motivo do meu pai não deixá-la trabalhar, tendo aquele pensamento machista de que lugar de mulher é em casa lavando roupa, fazendo comida, cuidando dos filhos, enquanto era obrigação do marido levar o que comer para dentro de casa, e não da mulher. Minha mãe sempre foi bastante apaixonada pelo meu pai, e viu nele um porto seguro e não enxergava que na realidade estava sofrendo em suas mãos, assim como eu.
Quando tinha 13 para 14 anos minha mãe teve um infarto na rua da nossa casa, lembro como se fosse hoje a vizinha batendo na porta gritando meu nome e dizendo que minha mãe estava muito mal caída no chão. A ambulância não demorou a chegar e não sabia onde estava o meu pai, estava ali sozinha e desesperada enquanto minha mãe chorava e segurava fortemente a minha mão. Eu era menor de idade e não poderia acompanhar minha mãe sozinha, então a vizinha foi com a minha mãe e eu fiquei ali na calçada olhando a ambulância virar a rua e desaparecer.
Não sei bem quem avisou ao meu pai o que aconteceu, mais me lembro da sua agressividade me empurrando para seu fusquinha e partindo para o Hospital. O caminho todo ele xingava a minha mãe, dizendo o quanto ela era imprestável e que se arrependia amarguradamente de ter ficado um dia com ela. Chorei o caminho todo e meu pai gritava para eu calar a boca, pois estava irritando-o, e fiz de tudo para chorar baixinho, não queria que ele se descontrolasse e me batesse, e nem queria que minha mãe me visse com o rosto e olhos inchados de chorar.
