Lilies

Autorstwa jaxtom_

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Você acredita em amor à primeira vista? Harry Styles não acreditava. Até conhecer Louis, no dia do casamento... Więcej

I prefer the blue one
First everything
You are also very... Elegant.
What about you? Do you know?
I sent you a message, didn't you see it?
That's enough, Louis!
Why did you lie?
Yes, it will hurt
I'm sorry. Liam
Are you...?
You know who said that?
You're the first one
Do what you have to do
Do you know what time it is?
I'm not gonna make any promises
Before or after you had sex?
He doesn't love you
Lilian
Epilogue

So that's how you call Louis now?

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Autorstwa jaxtom_


Liam e Louis tinham caixas em mãos com todas as suas coisas de escritório enquanto subiam o elevador da empresa onde trabalhavam. Tinham sido promovidos, então depois de muitas piadinhas e congratulações dos colegas, eles ganharam um novo escritório no andar de cima do prédio. Liam falava sem parar, mas Louis não prestava muita atenção. Naquela manhã de segunda-feira, ele finalmente admitiu para si mesmo que estava pensando demais em Harry. Aquilo já vinha acontecendo desde aquele final de semana, desde o jantar, desde a conversa, as perguntas não respondidas. Não era como se Louis realmente estivesse preocupado com a sexualidade de Harry, mas aquilo realmente o pegou de surpresa.

Assim que as portas do elevador se abriram, os dois se encaminharam para onde haviam sido instruídos. Liam sentia-se no primeiro dia do Ensino Médio, quando realmente parecia que queria impressionar, queria andar com os populares e causar uma boa impressão nas mulheres. Louis, por sua vez, pensava na cobrança e na pressão ainda maior que ambos teriam.

Ao chegarem em frente às suas salas, uma ao lado da outra, leram seus nomes na porta de vidro e sorriram como se fossem crianças orgulhosas de um desenho exposto.

- Senhor Tomlinson, senhor Payne. – A voz cumprimentou os dois e o moreno bonito estendeu a mão para um e em seguida para o outro. – Zayn Malik, chefe do departamento de arte.

- Muito prazer. – Louis disse cumprimentando Zayn primeiro. – Prefiro que me chame só de Louis.

- Como vai? – Foi a vez de Liam apertar a mão daquele homem que lhe parecia tão sério, que foi um pouco inesperado vê-lo sorrindo apenas pra ele.

- Muito bem. – Malik retomou a palavra. – Este é Niall Horan. – Zayn apresentou o homem loiro que se aproximava a passos largos dos outros três.

- Desculpem o atraso, estava preso numa ligação. – Niall disse cumprimentando Louis e Liam rapidamente com um aperto de mão firme. – Bem, acho que não tem muito o que explicar. – Niall disse rindo apontando para as portas com os nomes. – Senhor Tomlinson, o diretor pediu pra que eu o acompanhasse no trabalho essa semana, para explicar todo o processo de supervisão e alguns detalhes na categoria que os senhores precisam saber. – Horan complementou olhando Louis, que apenas concordou com a cabeça, como se tivesse entendido.

- Senhor Payne, o senhor fica comigo. – Zayn disse tocando Liam no ombro.

- Tá. – Liam respondeu sorrindo, como se tivesse gostado da ideia. Louis olhou de canto como se percebesse que Liam sentia-se como se fosse o novo amigo do quaterback da escola. – Mas eu também prefiro que me tratem pelo primeiro nome.

- Como quiser, Liam. – Zayn respondeu e Louis pegou Niall segurando o riso, olhando para Zayn como quem perguntava o que ele estava fazendo. Não que Tomlinson estivesse percebendo alguma insinuação antes, mas pela cara de Horan, realmente agora parecia ter ficado clara a forma como Zayn olhava para Liam.

- A gente se vê depois então no almoço. – Louis disse para Payne, que apenas concordou com a cabeça e seguiu para sua sala com Zayn, enquanto que Tomlinson fez o caminho com Niall.

A sala não era grande, mas Louis nunca tinha tido uma sala só pra ele mesmo antes. O computador era um dos melhores que ele já tinha visto em sua vida e a vista com certeza era muito melhor que a do cubículo que ele dividia com Liam no andar de baixo. Havia uma mesa profissional para desenho, o tipo de iluminação ideal para se trabalhar na frente do computador e ele ficou até com medo de sentar em sua poltrona, conhecia muito bem a marca e o estilo e sabia que ela custavam uma fortuna.

- Pode sentar. – Niall disse rindo ao ver Louis encarando a cadeira. – Você sabe que vai passar tempo demais aí e em frente a um computador, a empresa não quer vê-lo com problema de coluna ou tendinite, pra depois você sair processando todo mundo. – Niall disse rindo, mas Louis sabia que aquilo era bem verdade.

- Eu entendo. – Louis respondeu respirando fundo e tentando se concentrar no quanto aquilo representava uma vitória em sua vida profissional. Ele agora era supervisor dos outros designers.

- Eu vou buscar algumas coisas pra te mostrar, assim podemos começar logo com as instruções. – Niall disse já preparando-se para deixar a sala. – Eu volto logo, fique a vontade.

- Obrigado, Niall. – Louis respondeu e então o loiro saiu da sala.

Tomlinson colocou finalmente a caixa em cima da mesa e olhou ao redor. Era uma sala não muito grande, mas perto da que ele tinha, aquilo ali era praticamente uma sala de cinema. Na estante vazia, ele encarou seu próprio reflexo em uma das portas de vidro, seu pensamento imediatamente correu para as covinhas nas bochechas de um certo cara das flores que era tão bonito que chegava a ser injusto. Louis respirou fundo duas vezes e, de repente, tomou um susto ao ver na porta, sua mulher segurando um bonito vaso de plantas carnívoras.

- Ei! O que está fazendo aqui? – Louis perguntou ao ver o sorriso bonito de Eleanor.

- Vim desejar boa sorte. – Ela respondeu colocando a planta em cima da mesa de Louis e os dois trocaram um selinho. – Estou muito orgulhosa de você. – Ela disse abrançando-o.

- Obrigado, mas não precisava disso, você sabe. – Ele respondeu olhando a planta exótica e lembrou-se imediatamente de onde tinha visto. – Onde arrumou isso? – Mas mesmo assim ele perguntou só pra ter certeza.

- Harry. – Ela respondeu olhando novamente para a planta e Louis sorriu automaticamente ao ouvir aquele nome. – Queria comprar algo pra você e ele disse que era provável que você gostasse disso. – Ela concluiu e Louis lembrou-se do dia em que foi a floricultura e ficou olhando para aquela planta esquisita. Estava surpreendido que Harry lembrava-se daquilo.

- Gostei muito, obrigado. – Louis agradeceu beijando-a novamente.

- Bem, preciso ir, você sabe. – Eleanor já tomou de volta a postura clássica de mulher ocupada. Ela ajeitou a bolsa no ombro e, atirando um beijo de longe para o marido, ela novamente já preparava-se para sair. – Eu te amo, te vejo mais tarde.

Ele não respondeu pois ela não deu tempo de deixá-lo dizer algo. Ele deixou a planta ali perto em sua mesa e finalmente sentou-se na poltrona. Era a planta mais assustadora que ele já tinha visto na sua vida e ainda assim riu ao olhar pra aquilo pensando que Harry só poderia mesmo estar brincando ao dar aquela dica para Eleanor. Ele pegou seu telefone novo em cima da mesa e discou o número da floricultura de Styles.

- Flower Shop, aqui é o Harry. – A voz do outro lado da linha fez Louis sorrir ainda mais aberto.

- Uma planta carnívora. – Ele disse olhando para o vaso em cima da mesa. Após um segundo de silêncio, como se Harry ainda tivesse tentando entender quem era e o que estava acontecendo, ele ouviu uma sonora gargalhada do moreno alto do outro lado da linha.

- De nada. – Styles brincou ainda entre risos. – Eu sabia que você ia gostar.

- Você acertou sim, mas admiro que você deve ter um papo muito bom mesmo pra convencer a minha mulher a comprar uma coisa dessas. – Com a ponta dos dedos, Louis tocou a planta, como se estivesse com medo que aquilo fosse uma espécie de bicho que iria mordê-lo a qualquer momento.

- Eu já te expliquei que a planta é inofensiva, Louis. – Harry dizia ainda rindo, Louis por um minuto pensou que era como se Harry estivesse vendo o que ele estava fazendo. – Eleanor gostou da ideia, achou diferente.

- É, você parece mesmo ter o dom de convencer as pessoas de certas coisas que nunca passaram pela cabeça delas antes. – Louis divagou no duplo sentido e Harry percebeu. Fez-se um breve silêncio entre eles e Harry apenas ouviu Louis suspirar do outro lado da linha.

- O que quer dizer com isso exatamente? – Harry pensou antes de falar, mas não exatamente naquilo. Ele começou um raciocínio em seu cérebro e era como se quisesse ter certeza que estava indo pela lógica correta. A frase saiu um tanto impulsiva, mais espontânea do que ele gostaria e Louis achou realmente que ele já sabia a resposta para aquela pergunta, mas queria ouvir do próprio Louis.

- Quero dizer que você tem uma loja e consegue fazer as pessoas comprarem flores mesmo que elas não precisem. – Tomlinson não mentiu, mas também não falou a verdade do que estava pensando. Ouviu uma risada abafada de Harry do outro lado da linha.

- É meio que parte do meu negócio isso. – Harry respondeu e, mesmo que Louis não o visse, sabia que ele estava sorrindo.

- Quando vou te ver de novo, Harry? – Louis perguntou mudando completamente de assunto do nada. Ele na verdade mal escutou o que Styles disse, mas não estava entendendo o teor real daquela conversa e finalmente se deu conta que não ligou para falar de plantas, ele ligou porque queria falar com Styles.

- Ahn... – Harry, totalmente pego de surpresa com aquela pergunta, paralisou como se não soubesse bem o que dizer e nem o que pensar. O jeito que Louis falou foi um tom completamente diferente de quem queria ver algum amigo, Harry poderia jurar que ele parecia ansioso até. – Qualquer hora que quiser, sabe que posso arrumar um tempo pra passar com você. – Não era bem o que Harry queria dizer, mas ele teve que pensar rápido e não sabia direito o que responder. Tentou dar àquilo um ar mais formal, mas falhou miseravelmente. Era como se ele realmente dissesse que estaria disponível a qualquer momento que Louis quisesse.

- Eu estava pensando que... – Louis começou falando devagar, como se não controlasse a língua. Seu cérebro dizia para não fazer aquilo, mas ao mesmo tempo queria fazer. – Talvez se você quiser ir... Tomar um café hoje... – Louis parou de falar mas deu a entender que continuaria. Harry permaneceu calado, não sabendo direito o que pensar sobre aquilo. – Ou jantar...?

- Claro... – Harry respondeu mas em sua cabeça ele ficava repassando a pergunta "ele realmente acabou de me chamar pra sair ou foi impressão minha?" – O que você preferir.

- Eu tenho horas pra cumprir no trabalho, mas posso chegar e sair a qualquer momento. – Louis disse, orgulhoso até de seu novo esquema de horários, realmente aquela promoção estava sendo tudo que ele precisava. – Posso passar te buscar?

Certo, aquilo era oficialmente um encontro. Mas Harry não queria se convencer daquilo, porque não fazia sentido. Ele tirou rapidamente o telefone do ouvido e passou uma das mãos pelo rosto em silêncio. O que é que estava acontecendo? O cara era casado e, mesmo que esse não fosse o problema, Harry pensava que ele não tinha entendido direito esse negócio de ser heterossexual.

"Estou delirando", Harry pensou, "isso é coisa da minha cabeça, estou interpretando errado. Ele é apenas um amigo convidando outro para jantar, aposto que ele saiu com Liam várias vezes e nem por isso significa que alguém está a fim de alguém. É, é isso, estou confundindo, não pode ser."

- Harry? – Louis chamou devido à falta de resposta do outro.

- Sim, estou aqui, desculpe. – Styles respondeu um pouco nervoso. "Bem, isso significa que quem está ferrado sou eu.", Harry continuou pensando. "Porque sou eu quem estou me iludindo sozinho pensando que existe alguma coisa além de Louis sendo um cara legal e querendo um novo amigo." – Eu não sei, Louis... – Harry disse confuso e Tomlinson franziu o cenho.

- Não sabe o que? Se quer ir jantar ou se quer que eu vá te buscar? – Louis parecia claramente surpreso com aquela situação. Harry ouviu a voz confusa do outro e novamente ficou em silêncio. O cara estava sendo muito legal com ele, sentia-se mal por demonstrar essa falta de interesse, já que era o total oposto do que ele queria.

- Eu não sei se vou poder hoje. – Styles mentiu. – Minha mãe precisa de mim aqui e talvez eu esteja muito cansado a noite. – Aquilo era tão mentira que Harry chegou a olhar pra ver se sua mãe não estava por perto para ouvi-lo mentir descaradamente.

- Oh... – Louis pareceu surpreso com aquela mudança súbita de ideia de Harry. – Tudo bem então. – Tomlinson não encarava como um problema quando ele queria fazer algo e qualquer um dos seus amigos, inclusive o próprio Liam, não o acompanhava. Ele entendia, talvez as pessoas tivessem mesmo outras coisas pra fazer ou simplesmente não estava com vontade. Mas naquele momento, ele realmente ficou triste.

- Outra hora? – Harry disse já sentindo um aperto no coração, pois notou a voz de Louis do outro lado da linha.

- Claro. – Louis respondeu prontamente, pigarreando. – A gente se vê então, Harry.

- Bom trabalho, Louis. – Harry disse já arrependido de ter dito não ao outro. – E novamente, parabéns pela promoção.

- Obrigado. – Louis sorriu triste e então ambos desligaram o telefone. Para Louis, foi o momento certo de Niall chegar com alguns papéis em mãos e Tomlinson logo tratou de concentrar-se no trabalho, embora aquela sensação ruim não ir embora nunca. Era algo novo pra ele, normalmente aquela seria uma situação a qual ele não se importaria, mas Harry parecia claramente fazê-lo sentir-se diferente.

.x.H&L.x.

Quase dez horas da noite e Harry estava na floricultura ainda, porém estava fechada. Ele estava na parte de trás da loja apenas com uma luminária ligada, sentado no sofá lendo 1984, do escritor britânico George Orwell.. Sua mãe perguntou várias vezes porque ele simplesmente não subia pra casa, mas ele ficou no "vou já" e lá se foram quase três horas. Estava chovendo desde que anoiteceu e, de vez em quando, ele era distraído por um trovão ou outro. As chuvas sempre anunciavam o fim do verão britânico.

Quando Harry ouviu batidas na porta da floricultura, ignorou as primeiras vezes por achar que se tratava do vento e da chuva batendo na vitrine de vidro. Tirou os olhos do livro por um segundo ao ouvir, mas logo voltou sua atenção às linhas bem escritas de Orwell. Passados alguns segundos, ele continuou ouvindo as batidas contínuas e foi só então percebeu que, de fato, alguém estava batendo.

Styles levantou-se um pouco desconfiado, deixou o livro em cima do sofá e voltou a parte da frente da loja. Espiou antes de ir diretamente abrir a porta principal. Era quase impossível saber quem era pelo vidro embaçado e molhado, mas ele reconheceria aqueles olhos azuis em qualquer escuridão.

Quando viu quem era, imediatamente abriu a porta para tirar Louis da chuva. Tomlinson estava um pouco sem graça, com os cabelos molhados e bagunçados, seu sobretudo protegia sua roupa bonita, mas estava inegavelmente molhado.

- Louis! – Harry disse extremamente surpreso, deixando que Louis entrasse na loja, fechou a porta para proteger da água e do vento.

- Oi. – Tomlinson disse com um sorriso de canto. Harry o ajudou a tirar o casaco molhado e pesado, colocou-o em um dos cabideiros da loja e novamente voltou-se para o homem um pouco sem graça ajeitando os cabelos. – Eu estava passando antes de ir pra casa e vi uma luz fraca nos fundos...

- Ah sim... – Harry disse observando-o se recompor aos poucos. – Venha, você precisa se esquentar. Por favor, tire os sapatos, você vai ficar doente. – Styles dizia genuinamente preocupado. Louis não tinha as roupas molhadas, mas em compensação seus sapatos pareciam ser ter sido mergulhados em uma poça d'água.

- Desculpe vir sem avisar. – Louis respondeu tirando os sapatos e as meias, mais preocupado em molhar o chão do que consigo mesmo.

- Eu que peço desculpas por deixá-lo esperando para abrir a porta. Eu realmente não pensei que fosse alguém... – Harry disse olhando para os sapatos e meias de Louis no canto, já sabendo que aquilo acabaria indo para o lixo, pois eram de couro e estavam completamente encharcados. Nunca mais ninguém recuperaria aquilo.

- Não, Harry, é claro que não precisa se desculpar. – Louis tirou o terno preto, mostrando a camisa azul clara com a gravata bordô. – Não era pra eu estar aqui. – Louis concluiu baixinho jogando o terno em cima do sofá de qualquer jeito e, de canto, percebendo o livro que Harry estava lendo.

- Imagine, sabe que pode vir quando quiser. – Os olhos verdes de Styles brilhavam naquela penumbra, ele estava absolutamente surpreso e feliz de ver aquele homem bem ali a sua frente àquela hora. Era a última pessoa que ele pensava encontrar e, no entanto, a única que não saía de sua cabeça.

Os dois apenas se encararam em silêncio por alguns segundos e Harry pôs as mãos nos bolsos. Queria oferecer algo a Louis, um cobertor, um chá, queria pedir que ele se sentasse, mas ao mesmo tempo parecia querer desesperadamente que aquele momento não fosse interrompido. Se antes ele achava que tinha alguma chance de esquecer aquele homem, agora essa chance se esvaía sem sequer deixar rastros.

- Harry? – A voz de Anne aparecia no topo da escada tirando os dois daquele momento.

- Estou aqui, mãe. – Styles respondeu andando de encontro à mulher, como se quisesse impedi-la de descer e de ver Louis ali.

- Eu ouvi um barulho... – Ela disse assim que Harry se aproximou bloqueando seu caminho para que ela continuasse descendo as escadas. – Está tudo bem?

- Está, é claro, está sim. – Harry dizia com pressa. – Foi só a chuva.

- Chuva? – Ela perguntou com um sorriso de canto. – É assim que você chama o Louis agora? De "chuva"? – Ela disse sussurrando para que Tomlinson não ouvisse. Ela apenas viu Harry respirando fundo, culpado, correndo os dedos pelos cabelos longos e jogando-os para trás. – Eu ouvi a voz dele e ouvi você chamando o nome dele.

- Eu não sei o que ele está fazendo aqui... – Harry disse sincero, preocupado.

- Harry... – A mãe advertiu.

- Eu sei, eu sei. – Styles respondeu escondendo o rosto com as mãos. – Eu tentei, eu tentei não vê-lo hoje, eu... Eu não sei o que ele está fazendo aqui. – Harry exibia um nervosismo incomum, aquilo tirava sua paz completamente. – Eu não o convidei, eu não sei o que ele quer de mim, eu não sei o que fazer...

- Eu não quero ver você magoado, Harry. – Anne passou uma das mãos carinhosamente pelo rosto do filho. – Por favor, não crie expectativas, esse homem é casado e até onde eu sei, ele não gosta de homens.

- Eu sei e é por isso que estou confuso. – Harry dizia querendo de fato conversar sobre aquilo, mas sabendo que aquele não era o momento. Louis estava ali embaixo e poderia até mesmo estar ouvindo. – Me deixe falar com ele.

- Eu vou deixar um chá pronto na cozinha. – Anne disse fechando o robe de algodão que vestia por cima do pijama. – Qualquer coisa suba e pegue um pouco pra ele se ele resolver ficar. – Não era exatamente o que ela queria, mas também observava o interesse velado de Louis por seu filho, apesar de não gostar nenhum pouco daquela ideia.

- Obrigado. – Harry respondeu deixando que sua mãe se afastasse enquanto ele voltava de encontro a Louis, que parecia distraído sentado no sofá folheando o livro que Harry lia há poucos minutos.

Assim que viu o moreno alto se aproximar, Louis deixou o livro de lado e levantou-se. Harry queria parecer natural, mas a presença repentina do outro ali o tinha deixado claramente transtornado, até mesmo Louis percebeu.

- Eu não vim aqui porque estava passando e vi a luz acesa. – Louis disse não dando chance para Harry começar a conversa de maneira mais leve. – Eu vim mesmo falar com você.

- Louis... – Harry tinha aquele sentimento de que não estava preparado para ter aquela conversa.

- Me deixe falar. – Tomlinson pediu gentil, como se adivinhasse que Harry iria mesmo interrompê-lo.

- Desculpe. – Styles murmurou quase de forma inaudível.

- Está chovendo. – Louis recomeçou atestando o óbvio. – Eu estou com frio e é tarde. – Conforme Tomlinson falava, Harry entendia menos. – Tudo que eu queria era ir pra casa, deitar na cama, tomar um chá antes de dormir, ler um bom livro e usufruir da rara companhia da minha esposa, já que ela de fato trabalha mais do que eu. – Louis viu Harry desviar os olhos quando ele mencionou Eleanor.

- Eu não estou entendendo onde quer chegar com isso. – Harry disse confuso, tentando não parecer ofendido ou coisa do tipo, mas estava achando absolutamente desnecessário ouvir aquelas coisas.

- No entanto, quando entrei no carro, me vi em frente à sua loja. – Louis disse atraindo de volta os olhos verdes de Harry nos seus. Styles separou os lábios ao ouvir aquilo e não sabia exatamente o que pensar daquilo. Seu cérebro tinha dado um nó e ele apenas respirou fundo como se aquilo fosse ajudar.

- Louis... – Harry juntou as mãos e deu um passo a mais na direção do outro, chegando um pouco mais perto. – Eu não quero dar margens para interpretações erradas. – Styles escolhia as palavras com cuidado. – Por isso eu prefiro que você seja direto e claro.

- Pensamento duplo. – Louis disse, fazendo clara referência ao livro que Harry estava lendo. O moreno alto percebeu. – Isso indica a capacidade de ter na mente, ao mesmo tempo, duas ideias, duas opiniões contraditórias... – Louis disse fazendo uma pausa.

- E aceitar ambas. – E Harry complementou o pensamento.

Os dois voltaram àquele silêncio, apenas o barulho da chuva preenchia o local e nenhum parecia saber o que fazer ou dizer. Na cabeça de Louis, ele estava confuso com o que sabia que queria fazer ao mesmo tempo que tinha consciência que não deveria. Martelava em sua cabeça que não valeria a pena arriscar um constrangimento diante de uma pessoa que aprendeu a gostar em poucos dias por causa de uma curiosidade que crescia a cada segundo que ele olhava para aqueles lábios convidativos de Styles. Já na cabeça de Harry, ele praticamente pensava em todas as possibilidades do que deveria fazer: se deveria seguir o que seu coração mandou ou, novamente como fez naquela manhã em que dispensou um jantar com Louis, deveria fazer a coisa certa só pra variar.

- Me desculpe, Harry, eu não tinha a intenção de colocá-lo nessa posição. – Louis disse dando alguns passos para trás, novamente em busca de seus sapatos. – Eu não posso nem explicar o que estou fazendo aqui porque nem eu mesmo sei. – Tomlinson estava sendo honesto como nunca foi antes, deixando seu coração claramente exposto.

- Não há nada com que se preocupar. – Harry tentou tranquilizá-lo, mas sabia bem o que ele estava sentindo. – Louis, por favor, não vá embora. – Harry disse ao mesmo tempo que sabia que Louis estava certo, ele precisava ir. – Ao menos me deixe te dar meias limpas e um par de sapatos! – Harry estava perdido.

- Não precisa, meu carro está aí fora, eu não vou demorar pra chegar em casa. – Tomlinson dizia e Harry achou melhor não insistir, talvez ele tivesse razão, era melhor sair dali antes que as coisas ficassem ainda mais complicadas.

- Certo. – Harry deu-se por vencido e apenas olhou a cena de Tomlinson vestindo meias molhadas e sapatos encharcados. Queria simplesmente pegá-lo pelo braço e dizer que não, não queria que ele fosse e que sabia que ele também não queria ir. Mas tudo que Styles fez foi ficar parado, com as mãos nos bolsos do jeans preto, olhando Louis andar devagar até a porta segurando seu terno no ombro.

- Me desculpe por isso, Harry. – Tomlinson disse e viu Styles forçar um sorriso.

- Você não fez nada de errado. – Harry disse com o clássico tom de voz resignado e uma dor absurda em seu coração.

Eles trocaram um último olhar e então Louis deixou a parte de trás da loja. Harry, por sua vez, sentiu o ar finalmente deixar seus pulmões como se estivessem estado lá desde sempre. Ele fechou os olhos, pensou no quão ferrado estava por finalmente admitir que sim, tinha se apaixonado por Louis, o terror de todo homem gay tinha acabado de fazer parte de sua vida: apaixonar-se por um hétero.

Ele passou as mãos pelos cabelos e deu as costas para a porta já pensando que deveria simplesmente tomar um banho e dormir. Mas tudo que ele ouviu, foram os passos de Louis entrando de volta onde ele estava, jogando o terno preto no chão e andando em direção a ele determinado, como se tivesse pensado melhor do que ia fazer.

- Foda-se. – Louis sussurrou segurando o rosto de Harry e beijando-o como se precisasse daquilo para continuar vivendo.

Surpreso e sentindo que alguém lhe tinha roubado o chão debaixo de seus pés, Harry viu-se correspondendo aquilo com dificuldade de entender se aquilo era real ou não. Louis o beijava de uma maneira tão intensa e tão segura que ele realmente não esperava que aquilo fosse acontecer da maneira como estava acontecendo. Ele agarrou Tomlinson pela cintura, tirando-o de leve do chão quando percebeu que ele estava na ponta dos pés com os braços entrelaçados em seu pescoço. O que era uma batalha de línguas e lábios sedentos no começo, tornou-se rapidamente uma sincronia perfeita e Louis teve certeza que aquele era o melhor beijo que ele já tinha experimentado em toda a sua vida.

Harry o segurou pelas coxas colocando-o em cima de uma das mesas encostadas na parede e posicionou-se entre as pernas de abertas de Louis, que procurava explorar todos os detalhes daquele corpo, daquela boca e concentrar seus sentidos apenas em Harry e não pensar racionalmente sobre o fato de estar beijando um homem. Nada daquilo importava pra ele, seu corpo respondia de forma espetacular a cada toque das mãos de Styles em seu peito, puxando seus cabelos e não deixando suas bocas desgrudarem nem por um segundo.

Tomlinson afastou-se bruscamente dos lábios do outro, que estavam ligeiramente avermelhados pelas mordidas dadas por ele mesmo. Harry tentou continuar o beijo, mas Louis o impediu.

- Eu preciso respirar. – Louis disse arrancando um sorriso aberto de Styles, que estava se achando o típico adolescente ainda descobrindo coisas.

- Desculpe. – Harry murmurou afastando seu corpo da mesa, dando espaço para que Louis voltasse a ficar em pé e ajeitasse a camisa amassada.

- Eu preciso ir. – Louis disse mais calmo, sem tirar os olhos do sorriso de Harry.

- Eu acho que deveríamos conversar. – Harry tentou, mas Louis parecia ligeiramente sem graça com a situação, como já era de se esperar.

- Não, não agora. – Louis voltava a pegar seu terno do sofá.

- Sabe onde me encontrar quando quiser. – Harry disse olhando nos olhos do outro de maneira compreensiva. Ele sabia muito bem como era estar confuso, especialmente entendia que Louis ainda estava numa situação muito mais delicada que a dele. Não tinha porque pressionar, precisava dar a ele um tempo, até porque precisava de um pouco de paz para si mesmo também.

- Boa noite, Hazza. – Louis disse mordendo os lábios como se quisesse manter o gosto da boca de Harry por mais tempo.

- Boa noite. – Harry sorriu aberto ao ouvir Louis chamá-lo daquele jeito.

Por mais que agora Harry tivesse certeza que Louis foi embora graças a batida conhecida da porta da frente da floricultura, era informação demais em sua cabeça e ele sabia que não iria conseguir dormir. Ao menos, permitiria-se sorrir a noite toda olhando pro teto se fosse preciso, porque nem morrendo ele esqueceria aquele beijo


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