Lilies

By jaxtom_

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Você acredita em amor à primeira vista? Harry Styles não acreditava. Até conhecer Louis, no dia do casamento... More

First everything
You are also very... Elegant.
So that's how you call Louis now?
What about you? Do you know?
I sent you a message, didn't you see it?
That's enough, Louis!
Why did you lie?
Yes, it will hurt
I'm sorry. Liam
Are you...?
You know who said that?
You're the first one
Do what you have to do
Do you know what time it is?
I'm not gonna make any promises
Before or after you had sex?
He doesn't love you
Lilian
Epilogue

I prefer the blue one

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By jaxtom_

CAPÍTULO UM

— Não se atrase. — A voz de Anne Cox era calma mas ao mesmo tempo séria. Ela entregou as chaves do carro nas mãos de seu filho. Ela tinha acabado de carregar o carro com todos os lírios que haviam sido encomendadas para um casamento. — Lembra o caminho?

— Lembro. — Harry respondeu enquanto entrava no carro com certa pressa. Sabia que daria tempo, mas as obras no centro de Londres estavam levando dias demais para ficarem prontas e o trânsito para a saída da cidade estava cada dia mais caótico.

Ele dirigia um pouco apreensivo não apenas pelo horário, mas porque não queria entregar flores murchas ou sem vida justamente num dia tão importante para um casal que ele nem conhecia. Seus cabelos longos escorriam sobre os ombros formando ondas nas pontas e seus olhos verdes estavam concentrados no que via à sua frente. O caminho não era longo, mas o evento seria num local afastado da cidade grande, numa fazenda pequena e, pelo horário, Harry calculou que os noivos provavelmente se casariam ao pôr-do-sol. Achou romântico, mas clichê.

Ele estacionou o carro assim que sua entrada fora liberada por uma das pessoas que faziam a segurança do local. Nada muito sofisticado, poucas pessoas e o lugar tinha uma decoração simples, porém muito bonita. Quase em sua totalidade branca e vermelha e os tapetes no chão faziam um contraste bonito com a grama bem cortada. Ele carregava alguns vasos de lírios que tirou do porta-malas do carro e andava até a entrada do casarão onde provavelmente alguém lhe diria o que fazer com aquilo.

Ele tentou falar com algumas pessoas, mas a correria estava intensa. Ninguém o respondia, garçons passavam com bandejas vazias, apressados, outras pessoas responsáveis pela decoração corriam pelo primeiro andar da casa gritando ordens e Harry percebeu-se absurdamente perdido naquele lugar segurando dois vasos de lírios que não sabia onde deveria deixar. Ele andou sem rumo para um cômodo e não viu ninguém, passou pela cozinha e as pessoas pareciam muito mais atarefadas por lá.

Não viu outra alternativa que não fosse subir as escadas no centro do primeiro andar, estavam com os corrimões igualmente decorados. Ele subiu devagar, tentando ainda sem sucesso falar com pessoas que passavam por ele, mas nada. Começou até a sentir-se mal, como se estivesse atrapalhando, especialmente porque todos estavam muito bem vestidos, enquanto que ele apenas vestia jeans e uma jaqueta marrom de couro bastante usada. Seu tênis branco com as tiras pretas Adidas inconfundíveis estavam ainda sujos pela grama molhada em que pisou.

Uma única porta aberta no corredor largo por onde ele passava mostrava que provavelmente havia alguém lá, talvez a única pessoa no segundo andar, que contrastava bastante com o primeiro, que estava lotado. Enquanto que ali, não havia absolutamente ninguém.

— Com licença. — Ele disse chegando tímido perto da porta aberta. Ele tinha os lírios quase cobrindo sua visão, não viu de quem poderia se tratar. O homem imediatamente veio ajudá-lo com os vasos, segurando um e sorrindo. Harry sorriu sem perceber quando viu os olhos azuis daquele homem. — Sabe onde devo deixar isso?

— Os lírios de Eleanor. — Ele disse olhando de Harry para os vasos de flores. — Ela já estava preocupada que eles não apareceriam. — O homem concluiu sorrindo e Harry achou que nunca tinha visto um homem tão bonito em toda sua vida. — Eu cuido disso, não se preocupe.

— Desculpe, eu não sabia onde deveria colocar, ninguém falou comigo nesse lugar. — Harry respondeu tímido, colocando as mãos nos bolsos. Foi então que olhou ao redor de onde estava e percebeu quem aquele homem de fato era. — Você é o noivo? — Claro que ele era, o terno cinza impecável, a camisa branca e os sapatos pretos lustros mostravam que não tinha chance de ele ser apenas um convidado.

— É, mas acho que ainda dá tempo de voltar atrás. — Ele respondeu rindo, ainda não tinha colocado a gravata, parecia não ter se decidido enquanto olhava para uma cadeira posta com três diferentes.

— Meu carro está aí fora de precisar de um piloto de fuga. — Harry brincou apenas para ver se conseguia fazer aquele homem sorrir de novo. E conseguiu, ele praticamente gargalhou.

— Obrigado, talvez você seja um padrinho melhor que o Liam. — Não que Harry tivesse ideia de quem ele estava falando, mas apenas sorriu. — Louis Tomlinson. — Ele finalmente se apresentou estendendo a mão. — O noivo.

— Harry Styles. — Harry sorriu retribuindo o cumprimento. — O cara das flores. — Ele percebeu que estava falando qualquer besteira apenas para que pudesse ter uma desculpa para continuar olhando pra aquele homem que, apesar de prestes a se casar, não parecia fazer o interesse de Styles diminuir.

— Bem, já que está aqui Harry, acho que poderia usar uma segunda opinião. — Louis disse voltando-se para a cadeira com as gravatas. Pegou duas, uma azul escuro e outra prata, contrastando com o cinza de seu terno. — Qual prefere? — Aparentemente Louis já tinha descartado uma verde que havia ficado esquecida.

— Gosto da azul. — Harry respondeu sincero. — Acho que combina com seus olhos. — Nada poderia ser mais clichê do que dizer aquilo, mas era tudo que Styles genuinamente conseguia pensar. Louis colocou a gravata por cima da camisa e voltou a olhar-se no espelho.

— É, talvez tenha razão. — Tomlinson respondeu ainda olhando seu próprio reflexo.

Harry achou que não havia mais razão para estar ali e apenas deu alguns passos para trás em busca da saída. Realmente foi uma boa ideia vir até ali, pelo menos brindou seus olhos com a visão de Louis se arrumando para o casamento. Bonito e triste ao mesmo tempo. Apesar de tudo, Harry teve certeza que em dois dias, não lembraria mais dele de qualquer forma.

— Boa sorte, senhor Tomlinson. — Harry disse dando a ideia de que estava se despedindo. Ele foi sincero e seu sorriso demonstrou isso.

— Obrigado. — Louis disse olhando agora para Harry. — E também agradeço pelas flores, minha futura esposa vai ficar contente.

— Fico feliz por isso. — Harry respondeu tímido percebendo que Louis parecia nervoso demais para conseguir dar um simples nó na própria gravata. Ele pensou que não era mesmo problema dele, mas resolveu oferecer mesmo assim. — Precisa de ajuda com isso?

Louis sorriu parando de mexer na gravata, já estava amassando o tecido todo por tentar vezes demais sem sucesso. Ele olhou Harry solícito na porta e xingou Liam mentalmente — pra quê aquele homem estava servindo afinal? Padrinhos desaparecidos não eram lá muito úteis.

— É, aparentemente preciso. — Louis disse rindo e viu Harry se aproximar devagar. Não tinha se dado conta do quanto ele era alto até que ele chegou perto de verdade.

Harry jogou os cabelos para trás, pegou a gravata azul das mãos de Louis e então colocou cuidadosamente ao redor do pescoço dele, prestando atenção na altura perfeita que ficaria. Percebeu o cheiro de perfume dele e a barba extremamente bem feita, revezava o olhar entre o nó da gravata que estava começando a arrumar e os olhos azuis apreensivos de um noivo levemente ansioso e nervoso. Tentava ser delicado no jeito de puxar a gravata vez ou outra para não deixar seus rostos muito colados, mas era quase impossível não sentir até mesmo o hálito de menta de Louis já que estavam tão perto.

Aquilo não durou mais que trinta segundos, mas para Harry pareceu uma eternidade. A gravata ficou realmente perfeita em Louis e, assim que finalizou o processo, Harry espalmou as mãos no peito de Tomlinson para ajeitar a camisa que ficou ligeiramente enrugada no processo. Os dois se olharam sem dizer nada por não mais que três segundos e então Harry lembrou-se de respirar.

— Obrigado. — Louis disse baixinho estudando a forma como Styles olhava pra ele.

— Imagine. — Harry respondeu extremamente sem graça, certo de que Louis percebeu que talvez a forma como Harry estava agindo era ligeiramente inconveniente. — Felicidades. — Styles disse já com pressa andando até a porta e olhando Tomlinson uma última vez.

Styles não teve certeza se Louis respondeu alguma coisa, mas saiu com tanta pressa dali por estar sem graça que não se deu ao trabalho de ouvir. Que diabos tinha acabado de acontecer afinal?

Harry voltou ao seu carro e pegou o restante das flores que havia trazido, procurou focar no motivo pelo qual veio parar ali. Numa pequena tenda montada no meio do gramado, ele reconheceu como sendo o altar montado e, ao lado, uma pista de dança coberta e a mesa onde a comida seria servida. A única instrução que ele não havia recebido era justamente sobre onde deveria colocar os dois vasos de lírio que havia trazido e agora estavam com Louis. Provavelmente foram pedido da noiva, pois o restante das flores ele sabia muito bem onde iriam.

Após algumas horas, ele havia terminado o trabalho e poderia ir embora. Mas a verdade é que ele acabou enrolando tanto para sair dali, que a cerimônia estava prestes a começar. Apesar de saber que não deveria ficar, ele ficou mesmo assim, acompanhou Louis com os olhos quando ele chegou com seu padrinho no altar para esperar por sua noiva. Ele não parecia muito nervoso, mas também não era a calmaria em pessoa. Styles não entendia porque estava fazendo aquilo, mas queria apenas uma oportunidade a mais de ver um homem que provavelmente nunca mais veria de novo.

Assim que Eleanor entrou, ele teve que admitir que a moça era muito bonita. O vestido era de bom gosto e ela parecia muito alegre apesar de discreta. Não houveram grandes eventos durante a cerimônia e, no momento de jogar o buquê, Harry sorriu ao ver o amontoado de mulheres ao redor da noiva.

— Não entendo o motivo desse desespero todo. — Provavelmente a única mulher que não estava ao redor de pegar o buquê achou o único homem que parecia deslocado no lugar. Encostado em uma pilastra, Harry apenas sorriu para a moça loira que chegou puxando conversa.

— Eu entendo um pouco. — Ele respondeu honesto, puxando os cabelos longos para trás e cruzando os braços em seguida.

— Acredita nessas superstições? — Ela serviu-se de poncho de maçã que estava ao lado da mesa em que Harry estava.

— Acredito. — Ele respondeu honesto e viu um sorriso se abrir no rosto dela. — Porque mesmo se não for verdade, dá um pouco de esperança às pessoas acreditarem que vão ser as próximas a se casarem se é isso que elas realmente querem.

Ele respondeu pra ela, mas olhando os noivos dançarem no meio do salão conforme a primeira música começava a ser tocada, aos olhos de todos e algumas câmeras de fotógrafos. Pelo vestido, ele reconheceu a moça ao seu lado como uma das três madrinhas da noiva, que vestiam a mesma cor de tecido, mas cortes diferentes. Ela provavelmente disse alguma coisa qualquer que ele não prestou atenção, pois nesse momento seu olhar cruzou com o de Louis novamente.

— Atenção todos! — Um homem que claramente tinha bebido pegou o microfone da banda, pedindo a atenção dos convidados. — Pra quem não me conhece, sou Liam Payne, uma das partes mais importantes desse casamento. — Liam disse fazendo todos rirem. — Tive a honra de ser convidado para ser padrinho de um dos caras mais legais que já tive o prazer de conhecer no trabalho. Há dez anos atrás, esse baixinho chegou para ser estagiário, assim como eu, da empresa de design gráfico que estamos até hoje. — Liam continuou e, no breve silêncio que se fez, Louis gritou algo como "não sou baixinho", fazendo todos rirem. — Eleanor, muito obrigado por ter entrado na vida desse cara e tê-lo feito uma pessoa ainda melhor do que ele já era. — Liam concluiu sob aplausos dos convidados e de uma noiva emocionada, que trocou um selinho com o agora marido.

A bando retomou o ritmo da festa e Harry sentiu seu braço ser agarrado pela moça loira, puxando-o para o meio da multidão, aos gritos de "vamos dançar". Ele cedeu, foi pego de surpresa, mas foi apesar de não ser lá muito bom naquilo.

— Como você se chama? — Ela perguntou dançando perto de Harry.

— Harry. — Ele disse sorrindo tentando acompanhar pelo menos o ritmo da música.

— Sou Alice. — Ela sorriu de volta segurando em uma das mãos dele. Com os olhos, porém, ele ainda procurava Louis meio que inconscientemente.

Harry gostaria de estar em qualquer lugar invisível naquele momento. Não estava com vontade de conversar com ninguém e nem muito menos estava apropriadamente vestindo para uma festa de casamento. Assim que uma música lenta começou, ele pensou em qualquer desculpa para sair de perto daquela mulher, que parecia muito agradável, mas ele realmente não deveria estar ali.

Mas, para sua surpresa, o casal de noivos se aproximou dele e de Alice, que abraçou a noiva por longos segundos. Louis sorriu ao ver a cena em seguida ficou ao lado de Harry, que ficou tímido ao imaginar o que Louis deveria estar pensando de ver o cara das flores ainda ali.

— Este é Harry. — Alice apresentou à noiva.

— Parabéns, você está linda. — Harry disse educado abraçando Eleanor.

— Obrigada, Harry. — Ela respondeu sorridente. — Este é meu marido Louis. — Ela deu ênfase na palavra "marido", como se realmente estivesse se acostumando àquilo ainda.

— Nós já nos conhecemos. — Louis respondeu sem tirar os olhos de Styles. — Lembra que comentei que precisei de ajuda com a gravata? Foi ele.

— Praticamente salvando meu casamento. — Eleanor brincou tocando um dos ombros de Harry. — Muito obrigada.

— Imagine, não há de quê. — Styles estava oficialmente desconfortável com a situação. Ela pareceu trocar olhares cúmplices com Alice como se mentalmente falassem sobre ele. Louis baixou os olhos provavelmente entendendo também do que a conversa se tratava.

— Vou pegar minha madrinha de volta por um momento, com licença. — Eleanor disse saindo de perto para dançar com Alice, provavelmente para falar sobre o próprio Harry. Louis colocou-se de frente para Harry e, com o terno já aberto, serviu-se de um pouco de champanhe.

Harry estava pronto para se despedir, ir embora, mas agora com Louis bem ali á sua frente, ele quase queria aproveitar aqueles segundos um pouco mais, mesmo que não tivesse ideia do que dizer.

— A festa está muito bonita. — Ele fez um daqueles comentários genéricos, que se diz quando não se sabe o que dizer. Louis sorriu após tomar um gole de champanhe.

— Obrigado, Eleanor tem um ótimo gosto pra essas coisas mesmo. — Tomlinson respondeu também ensaiado, como se tivesse mesmo ouvido aquilo a noite inteira.

O silêncio entre os dois se fez novamente e aquela troca de olhares foi um pouco mais intensa que a primeira. Styles não tinha nada pra dizer mas Louis parecia esperar que ele alongasse a conversa de alguma forma. Harry apenas pôs as mãos nos bolsos e riu, baixou os olhos, mas percebeu que Louis havia ficado curioso sobre o que poderia estar passando em sua cabeça naquele momento.

— Eu preciso ir. — Harry cedeu à sua falta de assunto e de motivos para ficar onde estava. Disse sem graça, mas sem tirar o sorriso do rosto e foi quando Louis reparou que ele tinha covinhas nas bochechas.

— Obrigado por ter trazido as flores e ter ficado na festa. — Louis disse aproximando-se do outro.

Harry apenas concordou com a cabeça e deixou o local sem saber que os olhos de Louis o seguiram até o carro. Não demorou muito, e Styles já estava na estrada de volta a caminho do centro de Londres, onde tinha a floricultura junto com sua mãe.

No caminho, ele realmente pensou no que tinha sido aquilo, aquela tarde tinha trazido sentimentos novos e até mesmo preocupantes para Harry. Não tinha problemas com sua sexualidade, desde que era adolescente sabia muito bem que era gay e, apesar do medo de enfrentar a realidade do que aquilo representava, sempre teve o apoio de sua mãe. Tinha 25 anos, mas seu único namorado tinha sido um colega de escola quando ele tinha 16 anos. Namorou por quatro anos e então seu namorado tinha mudado-se para Oxford, para fazer faculdade. Harry não tinha notícia dele há anos.

Louis não poderia ser o homem mais inapropriado pra ele, a circunstância não poderia ser pior. Mas ele não parecia muito preocupado, provavelmente tinha sido apenas algo de momento que logo passaria. Ele era mesmo um homem muito bonito e tinha algo de diferente na forma como ele olhava, mas Harry não conseguia entender o que era.

Independente de qualquer coisa, estava na cara que Louis Tomlinson era heterossexual. Então aqui sequer se tratava apenas de casamento.

Apesar de estar ainda pensando em Louis, Harry tratou logo de esquecer o assunto. Provavelmente nunca mais o veria mesmo.

.x.H&L.x.

Louis tinha tanta coisa em mente na noite que deveria ser a mais feliz da sua vida, que realmente não entendeu o motivo de estar com a cabeça em outro lugar. Assim que chegou em casa com Eleanor, no apartamento que já dividiam há cerca de dois anos, ele tirou com cuidado os sapatos e o terno, jogando-se no sofá em seguida. Eleanor reclamava sobre estar com os pés machucados e cheio de bolhas por passar tantas horas em cima do salto alto, mas Tomlinson não estava prestando atenção. Em cima da mesa, um vaso pequeno, parecido com o do casamento, mostrava alguns lírios não muito bem cuidados.

— Você pediu lírios para o casamento? — Louis perguntou lembrando-se que os vasos trazidos por Harry tinham ficado justamente em seu cômodo praticamente a noite inteira, não tinham sido parte da festa.

— Pedi, estavam em cima das mesas. Eram as lembranças dos convidados. — Eleanor respondeu tentando com dificuldade tirar o vestido de noiva. Louis então levantou-se para ajudá-la. — Por que?

— Nada, só... — Louis nem sabia o que dizer sobre de onde tinha tirado aquela pergunta.

— Você é amigo daquele cara das flores? — Eleanor perguntou terminando de despir-se do pesado vestido que usou para se casar.

— Não... — Louis não sabia muito bem como responder aquela pergunta. — Sim... Quer dizer, troquei meia dúzia de palavras com ele, mas ele parecer um sujeito... Interessante. — Louis sorriu ao sentir despertar uma certa curiosidade sobre o mistério que aquele homem lhe trazia.

— Alice está interessada nele. — Eleanor disse soltando os cabelos dos vários enfeites que seu cabeleireiro tinha colocado. — De repente poderíamos bancar o casal cupido, o que acha? — A moça sorriu divertida fazendo Louis arquear as sobrancelhas, pensando que poderia até ser uma boa ideia, apesar de achar por alguma razão que aquilo não funcionaria.

— Por mim, tudo bem. Acho que devo ter o telefone por aqui, ela pode ligar pra ele. — Tomlinson respondeu tirando a própria camisa e pensando que mataria por um banho. — Você está muito desesperada para desencalhar sua melhor amiga.

— Louis, não fale desse jeito. — Ela franziu o cenho ao responder. — Alice foi praticamente a responsável por nós termos nos conhecido, só acho que é uma maneira de retribuir o favor.

— Tudo bem, mas quero me envolver o menos possível. — Louis respondeu mais sério. — Depois não dá certo e...

— Lou, por favor! — Ela insistiu pedindo com a voz ligeiramente mais manhosa. — É uma ótima ideia...

— Certo, eu disse que tudo bem. — Tomlinson disse entrando sorrateiro no banheiro do casal, já sabendo que acabaria mesmo cedendo aos caprichos dela.

— Certo. — Eleanor praticamente comemorou internamente a vitória, já sabia que aquilo sempre significava que iriam fazer o que ela queria. Ela terminou de tirar os apetrechos de noiva e entrou no chuveiro atrás do marido.

.x.H&L.x.

Harry guardou o carro de entrega na garagem da floricultura e subiu as escadas até o andar de cima, onde morava com sua mãe, num apartamento modesto em cima do estabelecimento próprio que tinham, herdado da avó de Harry. Passava das dez horas da noite e ele pensou que adoraria tomar um chá, ler um livro e dormir.

— Isso são horas? — Anne brincou, aparecendo no quarto de Harry, onde o moreno alto tirava a jaqueta e os sapatos.

— Acabei ficando um pouco na festa. — Ele respondeu sorrindo. — Estava tudo muito bonito.

Anne conhecia seu filho melhor do que ninguém. Conhecia cada sorriso, cada olhar diferente e, por mais que Harry constantemente tentasse se manter misterioso e discreto, sua mãe sempre sabia o que era um comportamento comum de seu filho e o que não era. Ela percebeu um brilho diferente nos olhos verdes dele.

— O que foi? — Ela perguntou e Harry imediatamente começou a rir.

— Nada, mãe! — Ele disse sem graça tirando a camisa.

— Você está diferente. — Ela insistiu mostrando o sorriso e aumentando a certeza conforme percebia que deixou o filho sem graça. — Harry, por que ficou no casamento?

— Porque gostei do noivo. — Ele foi sincero, mas Anne simplesmente riu, achou que ele estava brincando.

— Nem brinque com uma coisa dessas! — Ela olhou o filho esperando que ele realmente confirmasse a brincadeira, mas essa confirmação nunca veio. — Harry!

— Foi só um momento, mais nada. — Harry percebeu que estava falando besteiras e o quanto aquilo era inapropriado, mas apenas tentou demonstrar que aquilo não tinha nenhuma relevância. — Só achei ele muito bonito.

— Sem comentários, Harry. — Anne disse deixando o quarto ligeiramente perturbada. — Vou fazer um chá pra você.

— Obrigado, mãe. — Ele disse sorrindo assim que ela saiu do quarto. Ele tirou o restante de suas roupas, ficou apenas de boxer sentado na cama. Pegou seu celular e não resistiu fazer uma pesquisa rápida pelo nome de Louis.

Na tela, algumas poucas fotos dele com links para seu currículo online e seu trabalho atual. Viu seu perfil rapidamente em uma rede social e na página da empresa em que trabalhava, dentro do ramo mencionado pelo seu padrinho no casamento. Mas nada daquilo durou mais que dez segundos, Harry realmente não achou apropriado fazer aquilo, apesar de sua curiosidade ter falado um pouco mais alto.

Largou seu celular pra lá e foi tomar um banho rápido para tomar seu chá e dormir. Afinal, ele não estava de lua-de-mel na manhã seguinte e ainda precisava trabalhar. Se sua mente permitisse, ele esperava que logo esquecesse o tal Louis.

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