O Rico E A Plebeia

By princesadaslinhas

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(História escrita em 2015, pausada para reformulação EM BREVE) Uma garota simples, repleta de sonhos. Tem um... More

Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 7 ( Lego House - Ed sheeran)
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11.
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14.

Capítulo 2

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By princesadaslinhas

Abri o olho rapidamente. É hoje.
Quando vi ja estava passando condicionador no cabelo. Eu não dormi direito, não consegui, a ansiedade simplismente não deixou.

- Filha, você tá levando a blusa de frio? - escuto minha mãe gritando.

- Tá dentro da bolsa.

- E os documentos?

- Ta tudo dentro da mala, mãe. A gente checou três vezes ontem a noite.

Entendo a ansiedade da minha mãe,  ela sempre diz que quer me ver bem sucedida, não passando necessidade como passamos hoje. Agradeço a ela por me dar a oportunidade de correr atrás de um sonho.
Todo dinheirinho que tínhamos guardado ela me entregou pra pagar hotel e comida esses dias até a Universidade responsável pelo cursinho liberar os apartamentos temporariamente.
Acho que ficarei um mês la, são duas provas em datas diferentes, não tenho grana pra pagar passagem de volta e depois de algumas semanas comprar passagem novamente.

- Bom Dia. - Disse assim que entrei na sala, la estavam eles sentados tomando café e vendo o jornal.

- Minha menina. - Meu pai levanta e me abraça. Respiro seu perfume e me alegro em sentir o cheirinho de amaciante, não de cachaça.

- Oi Pai, como o senhor está elegante, cortou o cabelo. - Virei pra minha mãe e pisquei.

- Meu véião. - Ela o abraça por trás. - Filha, temos uma coisa pra te dar. - Ela diz pegando uma sacola no chão ao lado do sofá.

- O que é isso? - Digo pegando a sacola.

- Conversei com minha patroa e ela adiantou dois meses meu e do seu pai, você vai estar longe e precisamos se comunicar. - Pego a caixa com o nome "Samsung y" escrito. - Queria te dar um melhor, filha, mas...

- Eu amei mãe, muito obrigada! - Abracei ela e puxei meu pai pro abraço.

- O Tom nos ajudou a escolher e ainda te deu um cartão de memória com umas músicas.

O Tom pensa em tudo.
Finalmente, com meus 17 anos eu ganhei um celular. Não é daqueles incríveis, mas da pra mandar mensagem e ligar.

- Vou te mandar o endereço do hotel por mensagem.

Dou mais um abraço neles.

Tomamos nosso café e jogamos conversas foras.

- Dai ela fez questão de ir la fora, pegar terra e jogar no carpete pra mim limpar, deu vontade de ralar vidro na comida dela. - Minha mãe gargalhava e ameaçava a patroa dela, eu ria pois sei que ela não é capaz de fazer maldade com uma mosca.

- Meu Deus, Hellen. - Meu pai estava espantado, não sei se pela maldade da patroa ou pela ameaça de minha mãe.

- Jorge, eu não suporto aquela mulher, pensa numa pessoa endiabada.

Começo a ficar com uma dor chata de cabeça e acho que minha mãe percebe pois pergunta se estou bem e afirmo que sim.

Eles continuaram o debate e eu fiquei vagando com o olhar pela minha humilde residência. Uma mesa simples pra quatro pessoas, um fogão de quarto bocas, a estante vítima das loucuras do meu pai, a pia e na parede um relógio, que marcavam que era... Meu Deus, tenho que ir pra rodoviária.

- Pai, olha hora! - Digo me levantando e pegando as malas.

- Meu Deus Jorge, já ia me esquecendo, vamos ter calma que vai dar tempo. - Minha mãe disse se acalmando.

Meu pai pegou um carro emprestado do amigo dele da igreja, o Miguel. Colocamos as malas nos bancos de trás onde estou sentada.
Pela janela eu via o córrego, as crianças jogando bola, os cachorros invadindo o lixeiro de uma casa.
Eu nunca viajei sozinha pra nenhum lugar, confesso que estou com um baita frio na barriga.
Respiro fundo e imagino em como será meus dias naquela cidade que nunca pisei o pé.
Enquanto o carro cháqualha nas ruas de terra esburacada. Fecho os olhos e respiro fundo, nesse momento percebo que minha cabeça ainda doi.

...

- Chegamos. - meu pai avisa. Tiro minha atenção do livro que estava lendo e vejo pelo vidro pessoas andando de um lado para o outro com suas malas.

Saiu do carro e ajudo meu pai com minha bagagem. Vamos para a parte do embarque, vejo na passagem o horário do ônibus que por incrível que pareça está estacionado diante dos meus olhos. Pelo que parece vai demorar um tempinho pro ônibus sair, aproveito para ficar com meus pais que estão sentados em uns bancos atrás atrás de mim.

- Está tudo bem, filha? - Meu pai pergunta.

- Estou sò com uma dorzinha de cabeça. Nada a se preocupar. O ônibus vai demorar um pouquinho - digo mudando de assunto.

- Será que vai demorar muito? - Minha mãe pergunta.

- Acho que não, deve ser atraso do motorista, sei lá...

- Filha, não converse com estranhos... - Meu pai super-protetor começa com o discurso épico e clichê de todo pai e mãe. - Não aceite carona de ninguém, se alguém tentar fazer algum mal, chuta o meio das pernas, grita e corre.

- Se alguém apontar a arma pra você, falando pra você ficar quieta, mandando você ir pro carro. Você grita e esperneia. - Eu e meu pai olhamos assustados pra minha mãe. - Entendam, se ele te levar pra algum lugar, corre o risco dele te estrupar, torturar ou matar de uma forma dolorosa... Se você fazer escândalo, ele te da um tiro fatal e você morre sem sofrer tanto.

- Deus é mais, Hellen. Fica falando uma coisas dessas pra menina. - O meu velho diz

- Mas pensando bem, pai. Morrer por morrer, que seja da forma mais prática.

- Minha filha, você sabe que não fui um pai tão bom amor passados, mas te amo. Por isso não suportaria te perder, então, siga esses conselhos.

- Pai... - sorriu pra acalma-lo. - Nem vou sair direito, sò vou na faculdade confirmar a presença e ir direto para o hotel até o apartamento ser liberado. Não conheço ninguém lá, na verdade, não conheço nada lá, nem tem como sair.

- Tá levando a blusa de frio? - Vejo olhos atentos em mim.

- Estou mãe. - Reviro o olho pedindo paciência para responder aquela pergunta pela vigésima vez no dia.

Meus pais começaram a conversar e eu (como sempre) fico observando o lugar.
Um casal abraçado chorando, logo a mulher se afasta e sobe os degraus do ônibus, passa alguns segundos e ela volta correndo para os bracos do homem beijando ele. Abraçados. Chorando. Ela volta a entrar no ônibus e a porta se fecha.

Nesse momento eu percebo: eu sou uma mísera menina sem ninguém. É péssimo viver sem um cúmplice, e ser fora da lei sozinha.
Estar sozinha é estar solta e, no entanto, é estar amarrada ao chão porque ninguém te faz flutuar, sonhar, divagar.
Estar sozinha é uma droga!

- Amor!- Escuto um grito alto, todo mundo ali escutou. Um moço desce do ônibus e corre em direção da dona daquela voz. Ele joga as bolsas no chão e a abraça, rodopia, sorri e chora, diz que a ama... essa cena chega ser tortura para uma pessoa sozinha como eu.

Uma buzina irritante enche o ambiente.
É meu ônibus.

- Eu amo vocês. - abraço os dois e meus olhos lacrimejam.

- Estaremos torcendo por você meu amor. Vai dar tudo certo.

- Eu sei que vai. - me afasto.

- Me liga assim que chegar! - Afirmo com a cabeça. - Te mando o endereço do hotel por mensagem. - Minha mãe me lembra.

Dou tchau com a mão e subo no ônibus.
Ando pelo corredor procurando a bendita poltrona que fica quase no final do ônibus.
Quando sento, arrumo minhas coisas e me acomodo.
Pego meu celular e fone, coloco no ouvido curiosa pra ver se Tom acertou nas músicas e se isso me fazia esquecer da maldita dor de cabeça.
Pelo vidro mando o último beijo pros meus pais, meu Deus, ja estou com saudades.
Escosto na poltona e fecho os olhos.
O que será que me espera?

Logo dou o diagnóstico da minha insuportável dor de cabeça: ansiedade em viver a liberdade.

......

Acordei ainda com dor de cabeça e enjoo, escuto vozes de duas meninas que estavam sentadas na minha frente. Percebo que o ônibus parou em um lugar pro pessoal comer. Eu cochilei sem nem ver, estava com vontade de vomitar, levantei para ir ao banheiro la fora e respirar um ar.

Fui depressa, mesmo que cabaleando procurar o banheiro. Até que vejo uma placa indicando onde era, corro pra lá. Era um corredor com um bebedouro no final, a direita banheiro feminino e a esqueda masculino. Mas como minha vida anda de mal de mim desde meu nascimento: O banheiro estava ocupado.

Oh céus! Vai logo pessoa que está aí dentro!
A vontade de vomitar vem de repente e eu seguro, sinto o mundo girar e sento no chão. Meu Deus, o que está acontecendo comigo?

Fiquei ali até que, o banheiro masculino é aberto. Levanto com impulso e me deparo com um senhor fechando a porta. Pelo impulso que levantei a vontade de vomitar vem, eu simplismente o ignoro e entro no banheiro masculino.

Começo a vomitar por nojo e pelo enjoo que estava sentindo. Eu  Odeio vomitar, tenho a sensação que vou morrer, nem vomitar direito eu sei.
Sinto lágrimas descendo pela minha bochecha, acho que é desespero.
Paro um pouco e começo a tossir.
Depois de vomitar tudo o enjoo passa, mas a dor de cabeça ainda está la. Dou descarga, Amarro meu cabelo, lavo meu rosto e saio do banheiro.

Compro um salgadinho e Nescau, como e volto pro ônibus.
Será que falta muito pra chegar?

A paisagem era cansativa, sò mato e árvore na estrada. Xixi, eu preciso fazer xixi.

Estava com preguiça de ter que levantar para ir até la no fundo. Mas, a necessidade falou mais alto.

Fui me segurando nas poltronas até lá, o banheiro está oculpado, estou um pouco tonta, e por precaução eu sento na poltrona mais próxima.

Vejo a porta tentando ser aberta, acho que travou e a pessoa estava com dificuldade a abrir, mas logo após minha análise a porta se abre e vejo um homem, meu Deus, que homem! Ele é bem mais alto que eu, cabelo liso com um corte que o deixava mais atraente, olhos em um tom Verde que nunca imaginei que existia.

Estamos um de frente pro outro, ele está reparando muito em mim e por isso tenho certeza que estou com as bochechas vermelhas,  será que estou descabelada?

Acho que ele percebeu minha vergonha e sorriu pra mim. Me olhou com um olhar tão fofo que quase soltei o que estava pelejando para segurar.

- Moça, você está na minha frente.

Merda!

- Ah, desculpa. - Sai da sua frente e sorri sem graça, para minha "sorte" o ônibus vira uma curva na estrada e eu sinto meu enjoo voltar por conta da tontura.

- você está bem? - Ele analisou meu rosto.

- Só estou com dor de cabeça - falei mentindo e não mentindo ao mesmo tempo.

- Já tomou remédio?

Nego com a cabeça.

- Você está pálida. Sou quase médico, eu tenho remédio se você quiser - Ele falou me olhando profundamente.

Não tinha como negar essa ajuda, estou assim desde as primeiras horas da viajem, não quero chegar la assim, nem remédio tenho aqui.

- Eu aceito a ajuda.

- Onde você está sentada ? Daqui a pouco passo lá.

- Ah, ótimo. Poltona 30 - falei ja entrando no banheiro.

- Ok - Ele disse sorrindo.

Meu Deus, senhor Jesus, pai santo!
O que acabou de acontecer?
Quem é ele? Será que é um anjo?

Com esse pensamento volto ao meu assento, encosto a cabeça na poltrona e fecho os olhos.
Passou alguns minutos e alguém tinha sentado do meu lado.

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