Lembro-me que a encontrei no parque do centro da cidade três dias depois de termos apresentado o trabalho de Biologia para a professora Lucinda.
Ao decorrer de quando fazíamos o trabalho juntos, fui conhecendo cada vez mais quem era Ally Dawson. Ela me contava sobre sua história e lembro bem quando me contou que amava música tanto quanto amava viver. Ela me disse que a melodia a acalmava quando estava estressada ou quando tinha algum problema.
Ao conhecê-la e ver cada vez mais que ela era, meu coração começou a bater forte. Na época, nem dormia direito pensando em como seria beija-la.
Sou eternamente agradecido pela professora Lucinda por ter me juntado para fazer dupla com a garota que hoje sou extremamente apaixonado.
- A onde estamos indo? – pergunta a morena me tirando de meus pensamentos.
- Quero te levar a um lugar especial
- E que lugar seria esse?
- Surpresa.
- Austin, eu...
- Eu sei que você não confia ainda em mim, mas me de uma chance. Antes de tudo ter acontecido, éramos mais unidos do que você pensa. – a corto antes de terminar o que iria falar.
- Como assim?
- Saberá no tempo certo – sorrio para ela e a morena me devolve o mesmo gesto.
- Acredito em segunda chance. Acho que você não é capaz de me decepcionar ou me fazer mal. Bom, é o que você está mostrando para mim desde quando eu acordei. – ela sorri para mim e continuamos o caminho em um silencio confortável.
Chegando ao estacionamento do parque, paro o carro em baixo de uma arvore cheia de flores roxas e miúdas. Não liguei se poderia sujar meu carro, só queria impressionar Ally com o mínimo de detalhes que fosse.
Antes de sair, ela me olha e sorri para mim como se estivesse se divertindo.
Na estrada do lugar onde á essa hora famílias e casais estão se divertindo, a baixinha se admira com o que vê.
- Este lugar está mais lindo do que eu me lembrava. Não era tão florido assim. – a morena fala com um largo sorriso no rosto.
- É lindo, não? – falo a acompanhando do seu lado
- Muito...
Estávamos andando em direção a uma fonte de desejos. Ally só faltava saltitar de felicidade. Me encanta cada vez mais o jeito simples que ela tem de se encantar com as coisas. Com um simples gesto a garota já mostra seu perfeito sorriso.
Sentamos na beira da fonte e Ally passa a mão na água e seu olhar permanece puro como o de uma criança.
- Não me lembro inda desse lugar ser tão perfeito. Da ultima vez que vim aqui o ambiente era bonito, mas não tão lindo.
Esse parque foi reformado a mais ou menos dois anos e sempre vinhamos aqui quando possível. Achei graça no que Ally falou, mesmo sabendo que ela esta em efeito de uma amnesia.
- Esta rindo do que? – diz ela
- Nada. Só me lembrei de uma experiência que tive aqui com uma garota – falo me referindo a ela mesma discretamente.
- Você a amava? – pergunta-me com o olhar inocente
- A amava como também e amo. – olho para ela – Lembro que ela tinha me jogado água dessa mesma fonte que estamos sentados, e após isso, corri atrás dela. Nos divertimos muito naquela tarde. O sorriso dela me mostrava o quanto ela sentia o mesmo por mim o que sentia por ela. – falo meio cabisbaixo, essa ultima parte, e parece que Ally percebeu.
- E o que aconteceu com ela?
Olho para o horizonte por alguns segundos para pensar no que dizer. Respiro fundo tentando não chorar quando encarar a pessoa a quem me refiro e logo presto minha atenção e me perco em seus olhos brilhantes e puros.
- Ela esta longe e talvez não volte tão cedo ou tão fácil.
- Como assim? Ela por acaso se mudou?
- Não exatamente. Ela apenas.... – respiro fundo tentando conter as lagrimas.
- Sinto muito. Mas do jeito que você se refere a essa garota, tenho quase toda certeza do mundo que ela sente o mesmo por você.
Olho para ela esperançoso e a morena logo me puxa para um longo abraço que ansiava em receber a dias.
- Não precisa ficar assim Austin. Se ela realmente te ama e se realmente você a ama, o destino sempre dá um jeito de juntar o que é bom e puro. – ela diz com seriedade
- Como você sabe que ela irá voltar para mim?
- Eu não sei, apenas tenho fé no que vele a pena.
- Mas você acha que ela vale a pena?
- Bom, ai isso é com você. Se realmente ela é feita para você, vai saber assim que abrir seu coração.
A única coisa que a morena não sabe, é que eu já abri meu coração e sei exatamente o que quero para mim, a única que precisa realmente abrir o coração é ela mesma.
Sorrio para ela e ela retribui da mesma forma.
- Obrigado pelo conselho. Me ajudou muito.
- Não precisa agradecer, é o mínimo que poderia fazer já que está fazendo tanto por mim.
Olho para ela meio confuso. Como assim estou fazendo tanto por ela?
- Como assim?
- Só de me trazer aqui já me fez sentir melhor e menos confusa. Eu é que devo te agradecer – ela coloca a mão no peito em gesto de gratidão.
- Não precisa agradecer. Adoro fazer as pessoas se sentirem bem. – sorrio para ela
Dessa vez foi sua fez de me olhar confusa. Posso até imaginar o porquê.
- Dormi por quantos dias mesmo?
- Três semanas – olho confuso para ela
- tem certeza? Parece que dormi por anos. Pelo que me lembre, você adorava fazer o contrario de deixar as pessoas felizes.
- Essa garota que eu acabei de te falar que me mudou. O jeito puro que ela tinha me fez querer me transformar em alguém como ela. Não era justo uma garota linda e pura como ela ficar com um cara idiota como eu era. Ela não merecia isso.
- "Idiota como eu ERA"? – pergunta ela em forma de brincadeira e sorrindo de lado para mim
- Para Ally – digo rindo e empurrando ela de leve
- Tá, parei – diz ela ainda rindo – agora serio. Essa garota devia ser um anjo para conseguir transformar um ogro em fada.
- Sim, ela é mais que um anjo, e Eii! Não era um ogro e também não sou fada, sua boba.
- Era sim e, eu era a vitima. E vou pegar leve com você. Vou dizer que virou um cachorro manso.
- Ahh, qual é Ally! Vai ficar me insultando, vai? – Digo fingindo estar indignado.
- Talvez... – ela me olha maligna de lado e logo depois me joga água da fonte.
Sabendo que eu iria atrás dela, a baixinha se levantou correndo da borda da fonte e começou a correr. Logo me levantei e a segui correndo em um ritmo mais rápido para conseguir alcançar a garota.
- Vou te pegar baixinha, você vai ver sua danada. – grito em um tom que ela ouça e logo me responde:
- Então vem "maria mole" – diz ela correndo
Lembro que ela me chamava dessa forma quando namorávamos. Considerava um apelido carinhoso já que ela só usava comigo.
- "Maria mole" é? Você vai ver quem é o mole aqui?
Consigo alcança-la e logo a pego pela cintura fazendo cócegas na mesma.
Ela ria com intensidade e não falava nada, apenas me batia na mão me indicando para parar. Tive piedade da magrela sem forças e logo a soltei.
- Austin! – ela me bate ainda rindo.
- Isso é para você ver que nunca pode se meter com Austin Moon. – falo fazendo um olhar sexy.
- O.K. vossa majestade. Não posso me meter com o rei das marias moles, entendido.
Olho para ela com uma expressão seria, mas logo começo a rir de sua expressão e ela me acompanha.
Depois disso ficamos horas e horas andando e nos divertindo. Tomamos sorvete, comemos algodão doce e fomos em alguns brinquedos de parque de diversões que ficaria aberto para o publico em tempo limitado. Resumindo tudo: o dia foi extremamente divertido.
Não sei o por quê, mas sinto que cada segundo que fico perto de Ally o peso que estava nas costas esses últimos dias diminuía e meu coração acelerava.
Chegamos em um certo ponto que paramos para terminarmos de tomar nossa limonada. Enquanto isso, pego meu celular para ver a hora e vejo que já se passaram das cinco e meia da tarde e como a mãe de Ally chega as seis da loja, poderia ficar preocupada por sua filha por não estar em casa.
Antes de falar que precisávamos ir para casa, o aparelho toca em minhas mãos e vejo que era exatamente a mãe de Ally.
- Alô?
- Oi, Austin? É a Penny. Você está com Ally?
- Sim, estou. Desculpe não avisar que saímos, mas ela está bem.
- A sim. Por nada querido. É bom ver que esta se divertindo com Ally. È também é ótimo para ela relaxar um pouco e esquecer da amnesia que a afeta. E você? Esta bem?
- Sim estou. Eu e Ally estamos no parque do centro da cidade. Nos divertimos muito hoje.
- Fico feliz querido. Irão voltar logo?
- Na verdade já estamos voltando. Até mais.
Desligo o telefone e encaro um par de olhos castanhos me encarando com um olhar curioso.
- Quem era? – pergunta á morena
- Sua mãe. Ela ligou para perguntar de você.
- A sim. Ela deve estar preocupada e é uma pena que esta ficando tarde. Queria ficar mais.
- É uma pena mesmo. Foi tão divertido.
Ally apenas balança a cabeça es sinal de positivo com um largo sorriso no rosto e se levanta do banco de pedra que estávamos sentados.
- Vamos? – ela estende a mão para mim e eu logo a pego.
Passamos pelo parque de mãos dadas e isso fez meu coração explodir de alegria. Quem via de longe com certeza acharia que nós dois somos um casal e parece que Ally nem liga para isso me fazendo ficar mais alegre ainda.
Fomos para o carro e seguimos em destino a casa dos Dawson's que agora, com a morte de Lester, tem apenas duas integrantes.
Estaciono meu carro em frente á casa e seguimos para porta principal.
- Essa é minha casa? – pergunta Ally confusa – Pelo que me lembro, ela não era pintada de bege e sim de verde.
- Como te tinha dito; muita coisa mudou de cinco anos para cá.
- Pois é. Ainda estou meio perdida com tudo a minha volta.
Sorrio para ela a acompanhando do seu lado até a entrada.
Ela abre a porta e logo avistamos sua mãe na cozinha preparando algo.
- Chegarão meus amores! – diz Penny
- Meus amores? Cara, tem certeza que eu perdi a memoria apenas de cinco anos de minha vida?
- As coisas mudaram meu amor! – Penny beija a testa de sua filha e logo me cumprimenta com um abraço.
- Por que todo mundo diz isso? – Ally nos encara confusa – Estou realmente vendo. Será que eu tenho um namorado e ainda não sei e já, já ele chega aqui me dizendo que me ama e que eu preciso me lembrar dele de alguma forma? Porque se acontecer vai ser realmente hilário. – diz ela já rindo.
Ally, sem saber, descreveu exatamente minha situação com ela e está tirando sarro disso. Realmente esse comentário me deixou um pouco para baixo e abaixou pelo menos tinta por cento de minhas esperanças em reconquista-la.
Percebo que Penny apenas ri de modo sarcástico para não deixar a garota no vácuo e eu faço o mesmo para não deixar tão claro minha tristeza.
- Vou subir rapidinho para tomar um banho e já volto. – Ally diz e logo se afasta.
Quando sobe o segundo degrau da escada, a morena simplesmente desmaia.
Não entendo o porquê do acontecido. Ela estava ainda agora, bem como se nada estivesse acontecido...