Louis acordou na manhã seguinte com a cabeça que parecia estar tendo uma combustão espontânea.
— Ah, Deus — ele arfou, cegamente pegando água em seu criado-mudo. Mas porra, não havia nada ali e onde exatamente estava Niall? Ele não devia estar verificando ele e pegando-lhe um pouco de água?
Quando Louis finalmente tropeçou em seu caminho através da porta na noite anterior, o menino estava longe de ser encontrado, restando apenas uns restos de um ensopado irlandês na pia, indicando que ele tinha estado lá desde que Louis o vira pela última vez.
Ele não estava irritado nem nada do gênero. Não era como se tivesse planejado mentalmente seu discurso sobre a festa e Harry Styles no caminho de casa. Ele realmente desfrutou de sua paz e solidão. Se Niall estivesse lá, ele provavelmente estaria se acabando de tocar a porra do piano ou peidando.
Mas agora Louis estava acordado (falando no sentido mais generoso do termo) e estava fracamente agarrando o ar, com o travesseiro sob seu rosto enquanto ele calmamente sofria com sua existência.
— Niall — ele chamou fracamente, a voz sobrecarregada de sono e desidratação.
Champanhe era do mal. Era ótimo, divertido, te amava, mas era do mal.
— Niall — ele tentou novamente, mas a porta estava fechada e ele sabia que Niall estava longe o suficiente para ouvir os apelos fracos de Louis.
Felizmente, aquele era o século XXI.
Sentindo-se como tivesse sido arrastado para fora da bunda do diabo, Louis se atrapalhou com seu telefone, encontrando o nome de Niall (ele não estava dizendo nada sobre o fato de seu nome estar na lista de favoritos, que foi feita por conveniência e nada mais) e pressionando o botão com toda sua mísera energia de ressaca e pena que conseguia reunir.
Ele tocou uma vez.
— Tommo! — Niall respondeu de forma rápida logo que atendeu — Onde você está? Eu estava prestes a pedir Rory para comprar um pouco de comida.
— Você parece muito animado para estar acordado tão cedo — Louis grunhiu.
— É quase meio-dia.
— Meio-dia é cedo. Qualquer hora do dia envolvendo o sol é cedo.
— Não posso dizer que discordo com você, mas, mesmo assim, eu tinha aula. Acabei de voltar, na verdade.
Aula.
Era segunda-feira.
Porra.
PORRA.
— Porra — Louis repetiu e era quase um grito de desespero — Eu dormi mais do que deveria! Vou acabar sendo expulso da escola desse jeito.
— Não seja dramático. Então, o que você me diz? Quer algo em particular? Salmão? Um sanduíche? Lasanha?
— Eu vou precisar de gasolina. E um isqueiro. Tente achar um pouco de pólvora enquanto estiver fora.
— ... Será que isso tem a ver com Harry?
— Não. Bem... Quer dizer, poderia, mas não, Niall, eu acho que estou morrendo.
— Onde você está?
— No meu quarto.
— Você me chamou do seu quarto?
— Sim.
— Você está nele agora?
— Sim.
Houve uma pausa na outra linha e, em seguida, o som de passos pesados. A porta se abriu e lá estava Niall vestindo shorts pretos, uma camisa creme de mangas comprida e um boné, com o celular pressionado em seu ouvido. Ele parecia cansado, com sombras profundas sob os olhos, mas o brilho de seu sorriso afastava qualquer sinal de infelicidade para longe.
— Louvado seja Jesus — Louis arfou, deixando o celular cair imediatamente — Venha aqui — ele pediu com os braços estendidos — Me carregue, me traga água e me drogue. Eu te imploro.
Niall sorriu mais amplo, colocando o telefone no bolso antes de saltar até Louis, deslizando os braços por baixo de seu corpo.
Ok, então.
Aparentemente, ele iria carregar Louis.
Sem reclamações.
— Noite divertida? — Niall ria, segurando Louis no ar, o que não proporcionou nada bom em seu estômago.
— O que é "divertido"? Nunca ouvi falar disso. Só estou familiarizado com 'dor' e 'arrependimento' — Louis gemeu, agarrando seu abdômen — Você poderia chamar Rory novamente e dizer para me levar ao hospital?
Niall riu ainda mais alto no ouvido de Louis (ai), antes de caminhar para a sala e soltá-lo sem delicadeza alguma no sofá.
— Ai! — Louis chorou, protegendo a luz de seus olhos — Você poderia ser mais gentil!
— Não tenho tempo para gentileza — Niall se afastou e Louis ouviu um vasculhar de armários, a torneira ligando e um cantarolar de alguma melodia intoleravelmente irritante.
Morte ao irlandês.
No momento em que voltou, Louis já havia feito uma lista mental dos dez melhores edifícios para se jogar para que pudesse escapar de sua miséria. Porque, era verdade, Louis sempre foi um pouco festeiro e sempre teve seu quinhão de ressacas, mas nunca fora daquele jeito.
Ele estava quase certo de que Harry o envenenou.
— Eu acho que Harry me envenenou — ele se expressou em voz alta, agarrando o copo de água oferecido e os comprimidos.
— Acho que vamos ter que esperar para ver — Niall encolheu os ombros, as mãos nos quadris enquanto olhava para Louis, pensativo.
— Para quê?
— Se você morrer.
— Adorável — Louis sorriu, mas deitou a cabeça para trás no travesseiro.
— Então, como foi? — Niall perguntou, levantando as pernas de Louis enquanto se sentava ao lado dele, colocando-as em seu colo.
— Não tão rápido. Onde você estava? Você sumiu na noite passada. Voltei para casa e o apartamento estava vazio — Louis choramingou.
— Saí com alguns amigos. Nada grande, apenas alguns bares, clubes e essa merda toda. Ah, eu conheci Mick Jagger! — Niall acrescentou como se tivesse acabado de se lembrar.
Louis tirou as mãos dos olhos.
— Desculpe?
— Conheci Mick Jagger. Tenho até uma foto, mas vou te mostrar mais tarde.
E Louis realmente queria dizer algo sobre isso ("VOCÊ CONHECEU A PORRA DO MICK JAGGER E NÃO FOI A PRIMEIRA COISA QUE ME DISSE?" ou "ONDE DIABOS VOCÊ ESTAVA QUE MICK JAGGER DECIDIU CONHECER AS PESSOAS?"), mas sua cabeça bombeava por conta própria e o sabor amargo de bebida com vômito enchia sua boca.
Então, ao invés disso, ele só gemeu sua frustração e resolveu voltar para o travesseiro, com as mãos cobrindo seus olhos.
— Certo, então. Você acabou de perder sua vez de falar por ser um cuzão — ele resmungou irritado. Niall apenas riu em resposta — Minha noite foi divertida também. Longa, frustrante, suada, mas divertida. Zayn e Liam foram divertidos. Havia uma fonte de champanhe que foi envenenada, umas músicas de merda, uma piscina linda e cheia de pessoas, comida boa e ainda fui capaz de testemunhar a dupla personalidade de Harry Styles em primeira mão.
— Sério? — Niall perguntou surpreso, com o braço descansando no encosto do sofá — O que ele fez?
— Bem, ele tentou me cantar novamente. E, em seguida, novamente. Mas então ele desistiu e se transformou em um idiota total, você deveria ter visto aquilo. Então, mais tarde, ele subiu em cima da fonte, começou a gritar coisas e parecia que estava à beira de um colapso mental. E, de repente, ele simplesmente voltou ao normal. Como se nada tivesse acontecido! Foi maluco, cara. Eu nunca passei por nada parecido com isso.
Niall sorriu e balançou a cabeça, batendo no braço de Louis.
— Bem, pelo menos você se divertiu e ele acabou te deixando em paz. Me avise se ele te incomodar, ouviu? — Louis balançou a cabeça, um pouco a contragosto, mas suavizou as leves rugas de preocupação no rosto de Niall — Bom — ele acenou com a cabeça — Agora. Já que você está se sentindo essa merda, por que não fumamos antes do almoço? Quando é sua próxima aula?
— Eu tenho outra em cerca de duas horas — Louis fez beicinho. Por que ele estava na escola mesmo? Quem disse que aquilo era divertido? Com um suspiro, ele se enrolou contra si mesmo, afundando mais nas almofadas do sofá.
— Perfeito.
E Niall se levantou para pegar seu narguilé enquanto Louis choramingava através de sua dor.
**
— Você acha que poderia ser um estudante melhor — Niall divagava enquanto mantinha a fumaça em seu peito, passando o pequeno dispositivo elétrico de vidro para Louis — Vendo que está gastando todo esse dinheiro que você não tem.
Louis estava se tornando cada vez mais consciente da completa falta de senso de Niall.
— É o dinheiro de Charles, não meu — resmungou, envolvendo seus lábios ao redor do vidro liso e sacudindo o isqueiro — Além disso, só perdi duas aulas. Hoje é um dia de folga. Estarei de volta amanhã.
— Quem é Charles?
— Meu pai — ele respondeu com a boca cheia de fumaça.
— Por que você chama seu pai de Charles?
— Por que você faz tantas perguntas? — Louis tossiu enquanto a fumaça saía de si como uma cachoeira, borrando sua visão — Ei, você pode pegar meu celular?
Niall assentiu, com os olhos vermelhos e borrados, e levantou-se do sofá. Seus movimentos eram hiperlentos, mais que o normal, enquanto caminhava até o quarto de Louis.
Ele voltou um momento depois, com o pedido em sua mão.
— Obrigado, cara. Você é o melhor — Louis disse distraidamente, pegando-o.
E ah!
Mensagem de Liam!
'Piquenique hoje às 16:00. Use azul. :)"
— Use azul — Louis repetiu, erguendo as sobrancelhas — Esses caras são estranhos, não são? Mandões.
Niall sorriu vagamente.
— Qualquer pessoa que nasce com dinheiro é mandona.
— Bom, eu sei que você é.
Ele balançou a cabeça.
— Nasci com dinheiro. Você deveria ir.
— Você vai vir comigo.
— Eu tenho treino de remo.
A mandíbula de Louis caiu em indignação enquanto se virava para Niall.
— Isso vai se tornar uma desculpa agora, não é?
— Não, cara — Niall riu, esticando as pernas.
— Mas eu prometi que você iria. Agora você vai parecer rude. Não pode ser rude com Zayn Malik.
— Eu vou próxima vez, prometo — ele acrescentou sob o olhar irônico de Louis — Acho que vou sair.
— Por quê? Sente minha falta? — Louis brincou, amassando seu rosto (mesmo que talvez seu cérebro ainda estivesse doendo um pouco) e agarrou o pescoço de Niall, que riu e se afastou.
— Do clube de remo — ele explicou em meio às risadas e então se levantou, bagunçando o cabelo de Louis enquanto seguia seu caminho.
— É melhor você não estar indo para aquele maldito pian...
Mas Louis foi cortado pelas notas de "A Thousand Miles".
— Vou destruir essa coisa — ele resmungou para si mesmo enquanto rolava no sofá, se virando para baixo.
E se sua cabeça começou a doer um pouco menos com aquelas notas, Louis nunca iria admitir isso.
**
Quando Louis foi à aula naquele dia como o bom menino que era (Niall estava tentando convencê-lo a jogar futebol em vez disso), ele ouviu o nome de Zayn sendo repetido entre os redemoinhos e sussurros. Mais e mais vezes.
— Eu vi Zayn Malik hoje!
— Zayn Malik me convidou para uma festa!
— Você sabia que Zayn Malik chamou os meninos para jogar Gilbert Fopp no lago?
— Zayn Malik chama todos para suas festas, mas só permite meninas bonitinhas entrarem.
— Eu ouvi alguém dizer que Zayn Malik comprou uma parte da escola para que pudesse comandá-la com o pai.
— Ah, meu Deus, Zayn Malik ameaçou contratar assassino porque um garoto o cortou na fila!
E assim continuou, um sussurro mais escandaloso que o outro.
Na primeira dúzia de vezes, Louis se intrometeu.
— Não seja idiota — ele se enfiou em um grupo de meninas rindo, com bolsas Louis Vuitton pressionadas contra os peitos e cabelos brilhando — Ele nunca diria isso. Parem de espalhar essa merda por aí.
Mas ele só conseguiu em troca olhares vazios, antes de voltarem para sua conversa em total animação.
Ia ser um longo dia.
E apesar de Louis não querer ouvir e não querer levar nada disso a sério, também não pôde evitar sentir uma mistura de irritação. Ele sabia que Zayn era melhor que qualquer um daqueles meninos e meninas e que não era nada daquilo que diziam ser, mas também se via curioso com o assunto.
Apesar de Louis estar com Zayn e se ver gostando dele cada vez mais, ele realmente não o conhecia. E Louis nunca foi do tipo ingênuo. Ele sabia que as pessoas eram capazes de fazer muitas coisas inocentes.
Por tudo que sabia, Zayn realmente poderia ter contratado um assassino considerando aquele dia que ficou impaciente à espera de seu chá. Era perfeitamente possível e Louis não podia dizer nada de uma maneira ou de outra.
O garoto certamente tinha o poder de fazer algo naquele sentido.
Sentindo-se um pouco pasmo (porque quando aquilo se tornou sua vida?), Louis passou o resto de suas aulas meio atordoado, imaginando vários cenários em que ele poderia se meter e que envolvesse medidas tão extremas como contratar um assassino profissional.
**
— Estou indo para o clube agora! — Niall disse assim que Louis passou pela porta, atordoado por ter ouvido muitos nomes em um curto período de tempo. Eles não podiam se contentar com Shakespeare? Ele não era o único que se importava? Por que ele estava sendo dramático de novo?
— Rema, rema, rema seu barquinho — Louis cantou em um murmúrio, que saiu um pouco falsamente entusiasmado enquanto deixava sua mochila no chão e chutava seus sapatos.
— Divirta-se no piquenique. Boa sorte com Harry. Me mande mensagem se ele estiver sendo um cuzão — Niall disse com os olhos azuis apontando em autoridade e Louis não pôde deixar de rir.
— Pare de se preocupar e vá logo.
— Me mande mensagem se tiver problemas mesmo assim. Promete?
— Sério que você acabou de dizer isso?
— Promete?
Louis literalmente chutou Niall para fora e bateu a porta em seu rosto.
— Eu prometo! — ele gritou através da madeira pesada com um sorriso e um revirar de olhos.
Ele ouviu a risada abafada de Niall:
— Estranho — Antes de seus passos se afastarem.
E agora era Louis vs. Piquenique.
Em primeiro lugar, o que faria?
A roupa.
Então Louis seguiu para o armário de Niall.
**
Uma vez que Louis estava devidamente vestido (camisa de botões azul, jeans skinny cinza e sapatos de couro), ele recebeu um telefonema de Liam ("Nos encontre em nosso quarto e não traga ninguém além de si mesmo!") e saiu de seu apartamento com o conhecimento de que precisava fazer sua lição de casa em algum momento à noite, escondido no fundo de sua mente.
Ele refez seus passos para o mesmo lugar da primeira reunião, fazendo seu caminho pela sinuosa torre até que seus passos o levaram até a familiar porta de carvalho, a qual estava entreaberta da mesma forma que há alguns dias atrás.
— A festa começou, cheguei! — Louis chamou, empurrando a porta aberta.
Liam estava de pé ao lado da janela e vestia um colete azul-bebê com uma camisa de botões por baixo e calças azuis, mandando mensagens de texto de forma eficiente de seu Blackberry. A luz da janela iluminava seu lado direito e o mesmo olhou para cima com um sorriso feliz à chegada de Louis.
— Louis! — ele exclamou, parecendo verdadeiramente animado.
Louis categorizou Liam como um filhote de cachorro. Niall era o dragão, Zayn era a cobra e Liam era o filhote de cachorro. E considerando que o cachorro era apaixonado pela cobra, tornava tudo um cenário muito interessante.
Falando da cobra, Zayn estava do outro lado da sala em frente ao espelho acima da lareira, fixando cuidadosamente seus cabelos fora do lugar, com o rosto sério e cheio de concentração. Ele parecia como se tivesse sido tirado de um desfile de moda com seu blazer aciano, abotoaduras de safira e sapatos de couro branco (os quais Louis podia ou não estar salivando sobre). Sua clássica fedora estava guardada em um cabide.
— Ei cara — ele não demonstrou nenhuma expressão enquanto resmungava sobre seu cabelo — Fico feliz que tenha vindo — Ele não soava exatamente animado, ele nunca fazia isso, mas seu tom era acolhedor e satisfeito, fazendo que Louis acabasse sorrindo, pensando em como pôde ter se questionado sobre seu caráter.
Zayn Malik não iria contratar atiradores. Por que ele ainda acreditava nesses rumores?
Ele não era o tipo de cobra que envolvia gargantas de desavisados e estrangulava suas vítimas indefesas. Ele era o tipo que ficava no sol e caminhava pelo jardim, olhando com curiosidade para você sob os olhos amarelos.
— Que bom que você veio — Liam enfatizou, caminhando até Louis e apertando sua mão.
Louis olhou para as duas unidas.
— Temos que fazer isso toda vez que fomos nos cumprimentar? Porque tenho que ser honesto, não sou muito fã disso.
Zayn riu.
— Ah — Liam disse em surpresa e imediatamente soltando a mão de Louis — Minhas desculpas. Isso é um hábito, suponho — argumentou com um sorriso e seus olhos que pareciam demonstrar seu contentamento piscaram — Bem, vamos? Zayn, querido, você está pronto?
— Meu cabelo está uma merda hoje — Zayn murmurou em resposta, pegando sua fedora em derrota.
Liam sorriu com carinho, imediatamente caminhando e ficando de pé atrás dele, com as mãos em seus ombros. Seus olhos se prenderam através do espelho e o sorriso de Liam se alargou enquanto repousava o queixo em seu ombro.
— Seu cabelo nunca está uma merda! Acho que você é perfeito, mas devemos ir antes que as flores murchem.
Com um imprensar reconfortante de lábios no pescoço de Zayn, Liam o puxou até onde Louis estava, o qual assistia o casal com um carinho curioso em seu peito. Ele não era meloso, nunca foi, mas até mesmo um bloco de gelo admitia que eles eram bonitos juntos.
— Lá vamos nós, rapazes — Louis sorriu, deixando que eles fossem à frente antes de segui-los logo atrás, sorrindo contente com a ideia de que Harry Styles estava longe.
**
Ele devia saber que um piquenique com Zayn e Liam não era apenas um 'cobertor no chão' e, sim, 'mesas bistrô brancas com toalhas de mesa de salmão, vinhos, chocolates e violinos'.
Ah, e não vamos esquecer o piano.
— Você trouxe uma porra de um piano? Você realmente chamou alguém para entregar um piano para o piquenique? — Louis perguntou com a descrença incomodando seus olhos.
— Claro! Todo piquenique precisa de um piano! — Liam riu.
Zayn admirava Louis com um sorriso discreto.
— Você toca? — ele perguntou suavemente.
— Nem um pouco. Niall tentou me ensinar, mas não fez nada a não ser me irritar.
— Você canta? — ele continuou as perguntas e Liam suspirou baixinho, sorrindo para ele como se fosse o sol.
— Você canta? — Louis perguntou em troca, genuinamente intrigado — Isso é incrível! Eu sempre quis cantar.
— Vamos fazer isso uma noite, então! — Liam exclamou alegremente.
— Ele canta, também — Zayn disse, explicando — Muito.
— Não muito — Liam protestou — Só quando a oportunidade surge. Agora. Podemos pegar alguma coisa para você beber, Louis? Por favor, sente-se.
Louis se sentou enquanto olhava o ambiente ao seu redor. Era uma bela clareira junto a um lago, a grama era verde e macia com flores silvestres salpicando a paisagem. Havia salgueiros balançando ao vento, galhos entrelaçando-se aos troncos e o som suave da água contra as rochas combinavam perfeitamente com os violinistas.
Ele se sentia como se estivesse em um casamento.
Era um lugar lindo, apesar de tudo. Eles foram dirigindo até lá com Zayn no volante daquele antigo carro que Louis havia visto no primeiro dia que chegou. Ele se sentiu um pouco presunçoso sobre aquilo, afinal Louis sabia que eram eles no carro aquele dia. Também sentiu um golpe de aborrecimento preencher sua cabeça com a lembrança de certa pessoa de cabelos encaracolados equilibrando-se em cima dos bancos e segurando um champanhe. Sim, aquele era Harry, estava mais que claro, mas Louis não queria pensar no dito cujo naquele momento. O lugar também era meio afastado da escola, mas não completamente afastado, sendo escondido o suficiente para que fosse privado e diferente.
— Pegue um pouco de vinho e um charuto — Liam ofereceu, tomando o assento ao lado dele.
— Se não for um incômodo... — Louis disse, sorrindo abertamente para o garçom que lhe servia uma taça enquanto Zayn entregava-lhe um charuto grosso, que provavelmente custava mais que os sapatos.
**
Com a brisa morna despenteando seu cabelo, os tons de fumaça do charuto permeando o cheiro de flores e queijo, a luz do sol pegando em seus cílios e formando prismas em sua visão, com o salpicar de gotas de arco-íris, Louis se via apaixonado com a forma que Zayn Malik fazia suas reuniões.
E, tudo bem, talvez agora ele tivesse entendido o pedido da vestimenta — várias pessoas estavam vestidas em azul, o que contrastava com a grama e o céu de forma perfeita, iluminando o ambiente e formando uma bela visão.
Aquela era sua turma. Eles o entendiam.
— Você organizou um belo piquenique, Sr. Malik — Louis sorriu, tomando um copo de Pinot Grigio e pegando mais um charuto.
— Já me disseram muito isso — Zayn sorriu, descansando em sua cadeira e, ocasionalmente, olhando na direção de Liam, o qual começara a tocar o piano.
— Percebi que nenhum dos rapazes estão aqui — Louis disse com o charuto entre os dentes enquanto tentava acendê-lo com um isqueiro.
Zayn se inclinou e suas mãos seguraram a xícara à sua frente, soprando a fumaça enquanto pensava.
— Harry está a caminho — ele sorriu — Se é isso que quer dizer.
— Quem? Harry? Nunca ouvi falar dele — Louis rosnou, expirando a fumaça de maneira brusca.
— Não convidei os outros rapazes, mas eu posso se você quiser.
Louis deu de ombros.
— Você que sabe, cara. O piquenique é seu.
— Na verdade, ele é seu.
Ele olhou para Zayn.
— O que quer dizer?
— Liam me pediu para fazer isso em sua homenagem. Ele não te contou? — ele perguntou levemente, acendendo seu próprio cigarro.
— Não — Louis respondeu e sentiu seu rosto corar com a ideia — Isso tudo é para mim? Os chocolates, o queijo, o vinho, os violinos, o piano? Para mim?
Zayn sorria levemente, observando-o.
— Já disse que gostamos de você — ele disse, como se isso explicasse alguma coisa.
— Uau — Louis riu, descruzando as pernas e se atrapalhando um pouco com sua camisa. Ele não era uma pessoa sentimental, mas não pôde negar que estava lisonjeado e secretamente contente — Não sei o que dizer. Obrigado, querido. Acho que vamos nos dar muito bem — Ele sorria abertamente e apertou a mão de Zayn, esperando que sua voz controlasse suas emoções.
— Concordo plenamente — Zayn disse com seu tom de seda e, no momento em que iria dizer mais alguma coisa, o som de um motor ensurdeceu o local.
Ambos se viraram para ver um carro preto lustroso se aproximando, com suas janelas coloridas e frias tirando a tranquilidade do ambiente.
O motorista saiu do carro, obedientemente caminhando para o outro lado, e abriu a porta de maneira séria e atenciosa.
A decepção de Louis já começara a formigar, pois quem mais poderia ser aquela pessoa?
Sim.
Harry Styles, vestindo um blazer de veludo azul safira e uma gravata prata, segurando um conjunto de lírios brancos, saía do carro, com seus cachos grossos pegando vento e luz, e seu sorriso venenoso florescendo enquanto caminhava para a cena diante dele.
Mas ele não estava sozinho.
Cinco meninas estavam com ele.
Cinco.
Louis engoliu a onda de aborrecimento que o tomou e, ao invés de se importar com aquilo, apenas contentou-se tomando um gole de vinho.
— Isso vai ser divertido — ele bufou com os dentes cerrados e Zayn o olhava com um leve sorriso.
— Harry — Zayn cumprimentou preguiçosamente, com a cabeça inclinada para o lado.
— Ora, olá, lindo — Harry ronronou e entregou um de seus lírios para ele enquanto depositava um beijo em seus lábios — Segure-a em todos os momentos. Lírios fazem tudo melhor e me recuso a falar com qualquer pessoa que não esteja segurando um.
Ah, pelo amor de Deus.
Louis engoliu mais uma onda de aborrecimento junto com o vinho. Aquele iria ser um longo dia.
Ele continuou sentado enquanto Harry e Zayn conversavam, segurando seu copo de vinho com muita força, e aguardando o inevitável "Louis Tomlinson" com todo o falso charme que já estava acostumado. Talvez Harry tivesse dobrado seus esforços para conquistar Louis desde o desastre da noite anterior.
Ele deu um último sorriso sem emoções para Zayn antes de finalizar a conversa.
— Você está perfeito, por sinal. Eu devia ter ficado com você quando tive a chance. Não devia, senhoritas? — Harry sorriu, passando seus braços sobre os ombros das meninas de cada lado enquanto o sorriso de Zayn hesitava momentaneamente (opa).
— Estamos todos muito impressionados — Louis resmungou baixinho, revirando os olhos.
E pronto, ele tinha falado. Agora só estava esperando que Harry fizesse o que sempre fazia e tinha que lidar com...
— Liam, meu amor! — Harry chamou de repente, olhando em linha reta através de Louis, e passando por ele como se fosse um inseto no meio do caminho.
Que porra era essa?
Desacreditado, Louis se virou em seu assento e olhou para ele de onde estava, esperando que sua mandíbula não estivesse muito aberta. Ele olhou de volta para Zayn.
— Ele simplesmente me ignorou. Esse babaca me ignorou!
Zayn encolheu os ombros.
— Ele faz isso às vezes. Às vezes para fazer o melhor.
— Claro. Não, você está certo. Estou feliz que não esteja falando comigo — Louis sorriu falsamente antes de mergulhar em uma conversa com Zayn, fervorosamente ignorando a indignação e o orgulho ferido que se instalavam em seus ossos.
**
Harry ignorou Louis durante todo o maldito piquenique. Ele também decidiu dar lírios para cada pessoa naquele lugar (até mesmo os servos), com exceção de Louis.
Mesmo quando Louis soltava um comentário mal-intencionado, ele apenas respondia com total indiferença, optando por um mexer no seu celular, tomar vinho ou enterrar o rosto risonho em um dos pescoços das garotas.
Era muito bom, de verdade. Realmente esplêndido.
Então Louis mandou uma mensagem para Niall.
'ESSE FILHO DA PUTA ESTÁ AGINDO COMO SE EU NÃO EXISTISSE. ELE ESTÁ ME IGNORANDO!!!!!!'
Logo seu telefone apitou.
'Parabéns! Objetivo cumprido! Divirta-se, cara x'
E não, aquilo não ajudou em nada.
Mas Niall estava certo. Ele estava. Louis tinha que estar gostando de ser ignorado pelo ser humano mais repugnante do planeta.
Então, enchendo suas bochechas com chocolate, Louis se levantou e se juntou aos outros em torno do piano. Liam ainda estava tocando, com seu lírio depositado levemente em seu colo, e Zayn estava sentado ao seu lado, ainda segurando o seu. Harry (que agora tinha um buraco onde deveria estar seu botão do tamanho de um punho) estava com as prostitutas o acariciando.
— Vocês deviam experimentá-las. Elas são adoráveis — Harry dizia, acariciando as meninas no queixo enquanto as mesmas suspiravam.
Ah não, era melhor que ele não tivesse falando daquelas garotas daquele jeito.
Zayn balançou a cabeça com uma leve risada.
— Não estamos interessados em suas garotas, Harry. Elas são todas suas.
Ok, que se foda. Aquilo era o que era. Não havia mais restrição.
— Você sabia que são pessoas e não objetos, Curly? E elas não vão ser "experimentadas"? — Louis rosnou, cruzando os braços e olhando fixamente para Harry.
O sorriso de Harry congelou, com os olhos fixos em uma das meninas. Sua expressão se transformou em total aborrecimento, mas ele não olhava para Louis.
Uma loira inclinou a cabeça para olhar para ele, claramente impressionada, e perguntou com um desgosto perceptível.
— Quem é esse?
— Ninguém — Harry respondeu e, em seguida, retornou seu olhar para o piano.
Os tendões de Louis se torceram, seu temperamento explodiu e ele começou um mantra constante em sua cabeça: "Não vou atacar Harry Styles. Não vou atacar Harry Styles. Não vou atacar Harry Styles".
Aquilo não o acalmou completamente, mas o impediu de esmagar seu rosto contra o chão.
A conversa continuou, Louis sendo excluído e de vez em quando Liam lhe direcionava perguntas de maneira educada, acompanhadas com um sorriso. Suas respostas geralmente eram interrompidas por Harry, no entanto, que conseguia preencher o silêncio com comentários ridículos e superficiais (em um momento ele murmurou "Quero ficar bêbado e ficar me encarando" para uma das meninas) e aquilo só serviu para irritar Louis ainda mais.
— O que aconteceu com Cleopatrick? — Louis perguntou de repente, olhando diretamente para o bastardo.
Harry bebia seu vinho e olhava para o céu.
— Zayn encontrou uma casa perfeita para ele — Liam sorriu — E ainda pareceu gostar de seu nome!
— Ele gostou? — Harry perguntou de repente, parecendo verdadeiramente feliz.
— Sim, ele adorou!
— Eu odeio o mundo — Louis resmungou, mas não levou o assunto adiante.
A conversa continuava daquela maneira, Harry dizendo-lhes sobre como cordões americanos são sua "nova aquisição" e repetidamente mostrando o que estava usando por baixo do colarinho engomado.
— Meu pai tem uma coleção inteira que eu nem sequer conhecia. Agora são meus — ele piscou, mostrando o cordão com uma seta antes de guardá-lo de baixo da camisa.
— O que quer dizer com 'agora são meus?' — Louis, mais uma vez, cuspiu e amaldiçoou a si mesmo com sua total falta de controle sob seu temperamento.
Sem surpresa, Harry o ignorou completamente.
— Des voltou para casa? — Liam perguntou, olhando para ele.
O sorriso de Harry vacilou instantaneamente. Por um momento, ele olhou para Liam, com os olhos perdidos e o brilho arrogante de seu rosto substituído por uma tensão quase imperceptível, antes de piscar rapidamente e desviar o olhar.
— Sim.
A resposta era curta e acompanhada com uma tensão um pouco fora de alcance, como se tivesse trancafiada em um baú no fundo do mar.
Aquilo surpreendeu Louis o suficiente para que ele olhasse atentamente para Harry e mordesse o lábio, esperando que o charme do garoto ressurgisse instantaneamente, mas ele parecia estar recuperando-se com uma ligeira dificuldade.
Zayn o observava atentamente.
— Você gostaria de cantar uma música, Harold? — ele perguntou, a voz suave o suficiente para despertar a curiosidade de Louis. O que ele sabia? O que todos eles sabiam? Niall tinha dito que Des era um pouco rebelde, mas havia algo ali que dizia haver mais histórias.
Então Louis assistiu Harry e aqueles olhos que nada refletiam.
— Não canto durante o dia. Se me derem licença, rapazes... — Harry disse com o tom impecável, mas a expressão ainda perturbada, e rapidamente se afastou com as garotas em seu encalço.
**
Eventualmente, Harry voltou ao normal, brincando, contando piadas ruins e fazendo observações estranhas, então qualquer curiosidade que Louis tivesse começado a ter em relação a ele foi evaporada com sucesso, dando lugar ao seu aborrecimento novamente.
Isso até Harry se aproximar de Louis pela primeira vez.
Bem, ele se aproximou mais de Zayn que Louis, mas ele estava ali, então aquilo também contava.
— Zayn, querido — Harry murmurou, as palavras pingando doçura — Suponho que você tenha algum cigarro de maconha com você, não é? — Seu sorriso era travesso e malicioso.
O que diabos ele acabou de pedir?
— Não tenho, não. Desculpe, cara.
Harry franziu os lábios, seus olhos nunca deixando Zayn e os ombros tensos em aborrecimento.
— Será que ele...? — ele então perguntou, apontando o polegar em direção à Louis.
Wow.
Zayn olhou para Louis.
— Louis, cara, você tem alguma erva?
— Não — ele respondeu e permitiu que a palavra demonstrasse sua irritação.
A testa de Harry se franziu.
— Algumas pílulas ou qualquer coisa assim? Será que ele tem? — ele perguntou para Zayn, que agora estava aparentemente brincando de mensageiro.
Zayn se virou para Louis novamente.
— Você tem pílulas ou...
Louis sorriu com sua impaciência e colocou uma mão suave, mas firme, no ombro de Zayn.
— Eu ouvi, querido — Zayn assentiu e continuou a olhá-lo com expectativa enquanto Harry olhava para Zayn do mesmo jeito — E não, não sou chegado a entorpecentes.
Harry fez uma carranca, tomando seu copo de vinho de uma só vez.
— Bem... — ele suspirou, lambendo o resto do líquido roxo de seus lábios rubis — Obrigado pelo seu trabalho, lindo, mas é melhor seguir meu caminho.
— Já vai? Achei que iria cantar para nós quando o sol se pôr — Zayn murmurou.
— Eu achei que você ia — Harry retrucou, cutucando o peito de Zayn com um dedo — Sinto falta de seu canto com formação profissional.
— Eu estava esperando por você — Zayn sorriu e ambos sorriram um para o outro.
Harry acariciou sua bochecha com as pontas dos dedos.
— Isso é o que te faz lindo, querido. Me mande uma mensagem quando voltar.
Com isso, ele pressionou um beijo nos lábios de Zayn e deu-lhe as costas, à luz do sol iluminando o veludo de sua roupa e os lírios em sua mão parecendo moles com seu aperto.
— Acho que já vou indo. Tenho dever de casa e preciso urgentemente fazê-lo.
Sem perder a classe, Harry girou sob seus pés.
— Pensando bem, Zayn, acho que posso ficar mais um pouco. As meninas estão se divertindo.
Ah, pelo amor de Deus.
— Que sutil — Louis murmurou e, embora Harry não olhasse para ele, seu sorriso era mais que visível.
Zayn balançou a cabeça enquanto olhava para os dois e Liam se juntava à eles.
— Você não vai agora, não é? — ele perguntou para Louis, com os olhos arregalados.
— Na verdade, sim. Lição de casa, sabe. Sou um estudante e tudo mais.
— Você não pode simplesmente pagar alguém para fazer por você? Só por hoje?
— Hã...
— Ele é um bom aluno, nosso Louis. Gosta de fazer a lição de casa ele mesmo, certo? — Zayn perguntou.
— Na verdade, não, mas preciso tentar porque preciso me dar bem aqui. Então, rapazes, foi um prazer estar com vocês — Louis sorriu, batendo em Zayn e Liam sob os ombros.
Harry estava ocupado olhando sua abotoadura.
— Amanhã — Liam disse antes que Louis se afastasse — Nós vamos fazer uma festa do chá às três. No quarto de Zayn. Você deve vir. Te mando uma mensagem como lembrete.
Louis balançou a cabeça e começou a caminhar em direção à estrada, pegando seu telefone para ligar para Niall.
— Parece legal. Vejo vocês em breve, rapazes.
— Deixe-me acompanhá-lo de volta — Liam de repente chamou, correndo para alcançá-lo.
— Ah — Louis disse surpreso — Você não precisa.
— Ficarei feliz em fazer — Liam ria com seus dentes perfeitos — Isso nos dá uma chance de conversar.
Tudo bem, então.
Louis sorriu, colocando o telefone de volta no bolso.
— Como quiser, querido. Obrigado.
Liam assentiu e manteve a porta do carro aberta para ele.
— Sem problemas — ele respondeu e sorriu para Louis um pouco mais que o necessário, antes de sentar no banco do motorista e ligar o carro.
**
— Liam Payne me perguntou se eu queria fazer sexo à três com ele e Zayn Malik! — Louis gritou assim que passou pela porta de seu apartamento.
Niall olhou por cima da vasilha de sorvete que estava devorando e com fones de ouvido gigantes enfiados em sua cabeça. Ele afastou um de sua orelha.
— O quê?
— Liam Payne me perguntou se eu queria fazer sexo à três com ele e Zayn Malik! — Louis repetiu uma oitava acima.
Niall olhou para ele por um momento, o sorvete derretendo de sua colher, antes de cair na gargalhada.
— Isso não é engraçado! — Louis gritou — E se essa for a única razão pela qual eles estavam sendo legais comigo? Para me adicionar em seus jogos sexuais? Eu sou apenas um corpo para eles?
— Cara, cara, cara... — Niall gargalhou quase se dobrando — Isso é um clássico! É a melhor coisa que já ouvi!
Louis cruzou os braços e rosnou.
— Já acabou?
— Não! — Niall urrou, batendo o punho sobre o balcão.
— Ótimo — Louis suspirou com um rolar de olhos — Estou falando sério, Niall. Que tipo de pessoas são essas? Eu estava começando a gostar deles!
— Tenho certeza de que essa não é a razão pela qual eles gostam de você — Niall sorriu, sua risada finalmente se acalmando enquanto ele enxugava as lágrimas de seus olhos — Você aceitou?
— CLARO QUE NÃO!
— E ele aceitou de boa?
— Sim. Quer dizer... sim. Ele estava bem, na verdade. Foi apenas uma oferta casual. Não acho que ele estivesse planejando isso ou qualquer coisa... — ele respondeu, sentando-se em uma das poltronas de veludo e sentindo-se um pouco mal.
— Como ele perguntou?
— Bem, ele estava falando sobre seu relacionamento com Zayn, então me perguntou se era solteiro aí me perguntou o porquê, então ofereceu essa proposta!
— Foi uma proposta de pena? Porque você está solteiro? — Niall perguntou, colocando a tampa sob o sorvete e devolvendo-o ao freezer.
Ah, Deus.
Louis encolheu-se em horror.
— AHMEUDEUS. Você não acha que é isso, acha? Será que ele acha que sou patético? E que estou tão sozinho que estava oferecendo seu corpo e de seu namorado para ficar comigo? — Louis ponderou e, de repente, levou uma mão ao peito, ofegante — Ahmeudeus, mas que gesto bonito — Ele olhou para Niall com os olhos brilhando.
Niall o encarou com as sobrancelhas quase perdidas em seu couro cabeludo.
— Bonito? Você está falando sério? Tommo, é você? Você está bêbado? — ele perguntou, caminhando até Louis e inspecionando seu rosto, desconfiado.
— Foi o que eu quis dizer, Nialler! Se isso for o que ele realmente quis dizer, isso é tão fofo!
— Na verdade não. Ainda é um pouco assustador.
— Assustador, sim, mas muito menos que quando pensei que ele queria meu corpo perfeito. Ele estava apenas sendo educado! — Louis exclamou com carinho, batendo no braço de Niall com entusiasmo — Awwww, esses rapazes e suas maneiras elegantes. Vocês são um bando de malucos, mas acho que estou começando a gostar de vocês.
Niall balançou a cabeça e riu, puxando Louis para fora da cadeira e colocando-o em uma posição ereta.
— Engraçado que acabou de receber uma proposta sexual e acha isso apenas um convite entre amigos. Mas não pense que sou maluco como esses caras. Agora. Vamos jogar FIFA.
— Depois jantar? Eu que escolho? — Louis perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Você escolhe — Niall concordou, pulando sob o encosto do sofá e se deitando sobre ele, com Louis o seguindo junto a um sorriso satisfeito.
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até o próximo capítulo!