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By translatelarry

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Louis, para seu horror, frequentava uma universidade de elite em que o nome Zayn Malik significava alguma coi... More

Prologue
I
II
III
IV
V
VI
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
Epilogue
Questions & Answers

VII

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By translatelarry

*.¸ ¸.*☆Obrigada por lerem! Não esqueçam dos votos e comentários!☆*.¸ ¸.*

Louis chegou à festa com 45 minutos de atraso, com sua nova — e muito atraente, ele não podia se esquecer — roupa de banho debaixo de seu jeans, vestindo uma polo branca de Niall que pegou no último minuto. (O que ele podia fazer? O rapaz tinha roupas boas. Eram poucas, mas tinha).

Ele seguiu para o lugar correto, dizendo o nome de Harry na recepção e os recepcionistas pareciam saber do que ele estava falando, liberando sua entrada. O lugar era absolutamente incrível por dentro, mesmo que não tivesse uma alma conhecida ali.

A piscina era dentro do hotel, cercada por cristalinas janelas de vidro que iam do chão até o teto. As paredes eram infinitas e cor de creme, a piscina era grande e brilhante com belas pilastras decoradas com flores coloridas ao redor do salão, perfumando o ar e tirando o cheiro de cloro.

Aquilo cheirava à riqueza e excesso de indulgência.

Claro, era adorável, mas também era um desperdício e Louis se sentia muito deslocado com seus Tom's e olhos críticos.

Meninas e meninos vestiam suas melhores roupas de banho, segurando copos de coquetel, rum e taças de champanhe, gargalhando e guinchando, espirrando água uns nos outros na piscina, fazendo Vines em seus iPhones e posando para fotos no Instagram.

Louis queria tacar fogo em todos eles. E, caramba, iriam acender muito mais rápido por causa do álcool em seus corpos.

Perto da piscina havia uma fonte, possivelmente trabalhada por artistas, expelindo o que parecia ser uma água cor-de-rosa pastel. Que? Que porra era essa? E, ah sim, havia pessoas dentro dela também. Estavam espirrando e cuspindo uns nos outros enquanto riam bêbados, equilibrando-se sobre a borda com seus saltos e... pareciam beber. Tudo bem, então.

— Se isso for uma fonte de champanhe, eu juro por Deus... — Louis murmurou baixinho.

Mas a cena só ficou pior.

Assim que Louis pensou na possibilidade de ir embora (havia garçons caminhando pelo ambiente, servindo bandejas de caviar com biscoitos e uma sala dedicada apenas para fumar e assistir jogos), ele encontrou Harry Styles.

Com uma porra de um falcão em seu braço.

Porque sim, Harry Styles tinha uma porra de um falcão. Ele usava luva protetora no braço e tudo mais. Sob ela, usava um adornado terno rosa e cinza com uma gravata borboleta de cetim. Em uma festa na piscina...

Que porra era aquela?

— Louis! — uma voz de repente exclamou atrás de si e ah, graças aos céus, era Liam, usando uma pequena sunga de banho preta (belo tanquinho, Liam, dez pontos para Grifinória) e segurava uma taça de champanhe. Zayn estava ao seu lado com uma camisa de botões branca, de mangas enroladas até os cotovelos, e calças marrom clara, com sua clássica fedora em seu lugar — Aí está você! Fico tão feliz que veio!

— Por que você sempre acha que não vou vir? — Louis perguntou, apertando sua mão e, em seguida, a de Zayn.

Liam deu de ombros.

— Acho que é porque não tenho certeza se eu iria para todas essas festas estranhas feitas por pessoas estranhas que mal conheço.

— Bem... Eu gosto de pessoas estranhas e gosto ainda mais de festas estranhas — Louis sorriu maliciosamente e Liam riu de sua resposta enquanto Zayn apenas sorria — Mas o que exatamente está acontecendo aqui?

— O que você quer dizer? — Liam perguntou intrigado.

— Bem, chego aqui e Harry Styles está com um pássaro em seu braço — ele respondeu, mas não de modo maldoso — O que é... isso?

Zayn riu alto e deu uma risada bastante maravilhosa, suave e contente. Louis não pôde deixar de se sentir um pouco orgulhoso de si mesmo por isso. Do que ele sabia, Zayn tinha um pouco de caráter estóico e todas as chances que tivesse de ver aquele sorriso genuíno, que era lindo, com toda sua honestidade, merecia ser apreciado.

— Ele simplesmente ganhou — Liam disse sorrindo — Ele é tão bonito. Gostaria de acariciá-lo?

Louis olhou.

— E ninguém está vendo problema nisso? Que ele está com posse de uma ave de rapina neste momento? Tenho quase certeza de que isso é contra a lei.

— Não, não. Sou muito amigo do presidente da PETA, então deve estar tudo bem — Liam sorriu sem esforço. Ele devia participar de um comercial de pasta de dente.

Louis continuava a olhar.

— Você é amigo do presidente?

— Sim, é claro.

— É claro... — Seu tom de voz era plano — Isso faz sentido.

— Ele é um homem maravilhoso.

— Entendo.

Zayn sorriu.

— Todos os amigos de Liam têm cerca de quarenta anos.

— Não tem, não!

— Sim, tem sim. Você não consegue evitar, amor — Os olhos de Zayn deslizaram para Louis — Mas não se preocupe com o pássaro. Vou me certificar de que tenha uma casa adequada.

Louis sorriu com isso e acenou com a cabeça, genuinamente surpreso. Como era possível Zayn ter uma força tão terrível de beleza e poder? Na maior parte do tempo, ele parecia ser uma alma gentil, educadamente leve e observadora, além de também ter um cérebro.

Mesmo assim, Louis ainda não sabia tudo sobre o menino, na verdade.

Mas não importava, porque Louis tinha problemas mais urgentes naquele momento.

— Porra, ele está vindo para cá — ele ofegou, observando Harry olhando-os e começando a caminhar em sua direção, com o falcão em seu braço. Uma frase que Louis nunca tinha pensado dizer em sua vida.

— Louis Tomlinson — uma voz profundamente rouca ronronou, e as palavras pareciam escorrer doçura, melando as unhas de Louis e entupindo seus ouvidos — Oi — ele cumprimentou descaradamente, falando de maneira arrastada enquanto os olhos redondos do falcão pareciam enxergar nervosamente dentro de sua alma.

— Olá — Louis cumprimentou desgostoso, ainda encarando o pássaro.

— Rapazes — Harry acenou para Liam e Zayn, antes de retornar seu olhar cortante de volta para Louis, com seu sorriso falso cheio de dentes no lugar — E como você está essa tarde?

— Você sabe, eu estaria muito melhor se você não tivesse uma espécie em extinção sentada no seu braço.

— Eles não estão mais em extinção. Sua espécie está no caminho para recuperação.

— Mesmo assim, você ainda tem um maldito pássaro sentado em você.

— Cleopatrick.

— Desculpe?

— O nome dele é Cleopatrick — Harry esclareceu e seu sorriso era tão amplo e pateta que Louis quase podia acreditar que era verdadeiro, se não houvesse o vazio de seu olhar.

— Cleopatrick?? Você está falando sério? — Louis gaguejou, olhando-o e a porra do Cleopatrick o encarava diretamente nos olhos.

— Ele pensou em nomes piores — Zayn disse levemente com um sorriso divertido e a mão nas costas de Liam.

— Ele nomeou um cacto de Chlamydia um tempo atrás — explicou o outro e o sorriso de Harry se alargou, os dentes brilhando sob os raios de sol entrando pelas claraboias.

— Era um nome bonito — disse ele em voz baixa, voltando a acariciar Cleopatrick na cabeça. Seus olhos grandes e negros piscaram momentaneamente em contentamento, aparentemente acostumado ao toque humano, e parecia estar gostando da carícia.

Mesmo assim, era uma situação fodida, então Louis apenas ponderou.

— Ainda sim, é um nome ridículo.

— Sério? Eu gosto bastante dele — Harry disse distraidamente, ainda acariciando o pássaro (e porra, ele iria fazer aquilo a conversa toda? Cada palavra dita era tão dolorosamente lenta que Louis poderia dar voltas pelo lugar e ele ainda estaria falando) — A garota ali o nomeou.

— E você só concordou imediatamente e nomeou essa droga de pássaro de Cleopatrick? Você não poderia ter pedido outra sugestão?

Liam riu e Zayn sorriu.

— Bem, no começo ela queria que eu o chamasse de 'Barney', mas não gostei, então o nomeei de 'Cleopatrick'. Mesmo assim, foi por causa dela que o nomeei, sabe?

— Então você nomeou o pássaro.

— Correto, Louis Tomlinson — E Louis decidiu que odiava o jeito que Harry dizia seu nome, de modo lento e baixo, fluindo como uma tempestade. Ou esmagadora como veludo.

Não era nem um pouco atraente. Era uma porra... cansativa. Era um som irritante.

— Então me diga... Por que diabos você comprou essa maldita coisa, em primeiro lugar? — Louis então perguntou, atrapalhando um Liam que estava começando a perguntar onde ficava o banheiro. Muito ruim.

Harry também parecia não dar atenção a ele (que agora fazia beicinho para Zayn), dizendo apenas com seus olhos frios e verdes em Louis.

— Eu gosto dele. É minha nova aquisição. Você gosta de pássaros?

— Não gosto de pássaros. Eles cagam em todos os lugares, voam em cima da sua cabeça, não são tão bonitos e não confio em seus olhos. Eles são muito penetrantes.

Com isso, os lábios de Harry se franziram, quase como se quisessem rir, antes de suavizá-los de volta para o sorriso largo e enervante.

— Melhor ficar longe de Cleopatrick, então. Seus olhos tem uma penetração extra — ele disse com uma piscada lenta de seus próprios olhos.

Louis apertou os seus com aquelas palavras, já sentindo os músculos tensos em agitação.

— Garanto que não será problema nenhum ficar longe de Cleopatrick, especialmente se ele for ficar com você o dia todo. Agora, querido, estou indo pegar um pouco de champanhe e fingir que estou me divertindo — E com isso, Louis começou a se afastar.

— Eu sugiro a fonte. As taças estão ali — Harry disse, apontando para uma mesa com uma torre de taças de champanhe espumante recém-polidas, esperando para serem preenchidas.

E sim, isso confirmava que aquilo era uma merda de uma fonte de champanhe. O que estava acontecendo ali?

— É claro — Louis cantarolou em resposta, sem sequer olhar para trás.

Ele estava triste por deixar Liam e Zayn para trás (as únicas duas pessoas naquela festa que ele conhecia), mas também que precisava, absolutamente precisava, ficar longe de Harry Styles antes que o mate junto com aquele pássaro idiota.

Assim, ele seguiu para a torre de taças de champanhe, roubando a que estava no topo e bebendo toda sua irritação.

**

Passaram-se algumas horas e alguns copos depois e Louis teve conversas bem-sucedidas com alguns convidados.

Bem. Talvez não totalmente bem-sucedidas. O último cara com quem ele falou só sabia falar dos iates de seu pai.

— Nós temos tantos que nem ao menos dá pra contar. Só meus irmãos têm mais de uma dúzia e eles não estão nem aí, é claro, já que meu pai é o dono da empresa. Ficamos com eles o tempo todo e nem ao menos há mais espaço para eles.

Existiam pessoas no mundo que realmente achavam aquele tipo de conversa interessante?

— Ah, sim — Louis disse falsamente, balançando a cabeça enquanto olhava para uma planta — Meu pai é dono do programa espacial britânico, então nós temos um monte de foguetes velhos e naves espaciais guardadas.

— Ah, sério? — o Menino Sem Nome perguntou intrigado.

Pelo amor de Deus.

— Não. Isso era para ser uma piada.

— Ah.

Um silêncio constrangedor se seguiu.

— Então... O que seu pai tem?

E, em seguida, Louis oficialmente desistiu de tentar uma conversa.

Desde então, ele decidiu ficar apenas de sunga de banho (e sim, ele ganhou alguns olhares com isso) e foi nadando luxuosamente até encontrar Liam e Zayn rindo em um canto. Liam até pulou na piscina para fazer um pouco de companhia para Louis, mas Zayn estava sem roupa de banho, optando por se sentar nos bancos de mármore ao seu lado, elegantemente fumando um cigarro e ajustando sua fedora, o que não surpreendeu Louis nem um pouco — Zayn não parecia ser do tipo que mergulhava em piscinas.

Naquele momento, Louis estava deitado sozinho no chão frio do saguão, olhando para o céu azul ensolarado que espreitava através das clarabóias. Seus cabelos ainda estavam úmidos e seus dedos enrugados, mas honestamente não poderia se importar menos, sentindo-se relaxado e em paz com o mundo.

Talvez ele devesse mandar uma mensagem para Niall.

Foi quando ele estava esticando-se até suas calças que um grande par de pés caminhou até ele.

E Louis rezou, realmente rezou, para não ser quem ele pensava que era. Com uma agitação já fervilhando em seu estômago, ele olhou para cima.

E, sim.

Era ele.

Vestido com uma minúscula sunga rosa e nada mais. E, para surpresa de Louis, salpicado de tatuagens. Havia um 'G' em seu ombro direito, um 'A' à sua esquerda e rabiscos estranhos escritos perto de suas clavículas e para baixo de seu bíceps esquerdo. Havia pequenas imagens também, como coroas, triângulos, diamantes e o que poderia ser um rabisco de um gato. Em seu pulso tinha um pequeno cadeado e parecia ser o signo de Aquário.

Interessante. (Não.)

— Bem, olá — Harry murmurou, olhando por cima do nariz para Louis, como o idiota egoísta que era.

— Onde está Cleopatrick? — Louis perguntou incisivamente, recusando-se a olhá-lo de volta.

— Zayn está cuidando dele — respondeu sem problemas e ofereceu sua mão para Louis — Posso ajudá-lo?

— Por que acha que quero ficar em pé?

— Para falar comigo. Estou sozinho aqui em cima.

— Está brincando, certo?

Harry apenas sorriu de volta, largo e sem remorso, com a mão ainda estendida. E, mais uma vez, Louis quase pôde acreditar que sua paquera era sincera, se não fosse por aqueles malditos olhos. Aquele olhar completamente irritante que começaria a assombrar seus pesadelos se não fosse cuidadoso.

Ainda assim, Louis pegou sua mão, pois sua bunda já estava começando a doer, e se levantou rapidamente.

E então Harry beijou a mesma.

De verdade, ele beijou a porra de sua mão, com lábios frios pressionados contra sua pele quente.

— Isso não é Disney. Você pode parar agora — Louis murmurou em tom irônico, afastando sua mão.

— Ei, eu estava apenas sendo educado — Harry sorria com os cachos roçando em seus olhos preguiçosos.

— Com certeza.

Eles olhavam um para o outro, Harry sorrindo vitorioso, com as mãos atrás das costas, e Louis olhando-o com um desgosto suspeito.

— Por que está tentando me cantar de novo? — Louis perguntou de repente, a voz soando forte enquanto cruzava os braços.

— Não estou. Nunca estive! Só estou tentando ter uma conversa agradável — ele ronronou, antes de olhar para o peitoral muito atraente de Louis — Mas não me importaria em ter uma chance, é claro — E seu tom de voz era rude e humilhante, mas parecia o avaliar com sua covinha de lado e a cabeça inclinada.

Louis pôde ver em sua mente que ele contava suas vítimas já adquiridas.

Infelizmente, Louis estava longe de ser uma delas.

— Você é depravado, sabia disso? Nenhum de seus truques vai funcionar comigo. Na verdade, eu tenho uma alma, algo que você claramente não sabe o que é.

O sorriso de Harry vacilou um pouquinho e Louis, mais uma vez, pôde ver o flash de seus olhos demonstrando uma emoção real, que logo fora afastada para longe.

— Você está intimidado com minhas tatuagens? — ele perguntou de repente e Louis apenas o encarava, pois... Por quê? Por que aquela máscara era usada para acobertar a verdade? Sem demonstrar emoção alguma?

— Você quer dizer se estou intimidado com esse pouco de tinta que foi esfaqueada em sua pele? Ou quer dizer das imagens? Porque nenhuma delas está próxima de ser intimidante, posso te garantir. Um gorila assustador, isso sim é intimidante — Louis disse, julgando-o sinceramente enquanto sacudia os cabelos para fora de seus olhos e colocava as mãos nos quadris.

— E se eu tivesse uma tatuagem de um gorila assustador?

— Ainda sim, não seria. Você quer ser intimidante?

— E você quer ser?

— Não, pelo amor de Deus. Você é retardado.

— Na verdade, sou um gênio. Um verdadeiro prodígio. Todos meus professores me dizem isso.

— Isso é fofo. Para um gênio, você tem uma quantidade enorme de tatuagens estúpidas.

O sorriso de Harry vacilou.

— Não, não tenho.

— Sim, amigo. Você tem.

E agora Harry estava abertamente carrancudo para ele.

— Eu gosto delas.

Louis revirou os olhos e inspecionou o pequeno cadeado tatuado em seu pulso.

— Essa é bonitinha por ser pequena. Eu odeio tatuagens, aliás. Ah, e o que essa diz? Parece alguma mensagem subliminar. É o nome de sua namorada? — Louis perguntou em um tom curioso, cutucando o relógio cravejado de diamantes de Harry e as palavras escritas em negrito abaixo do mesmo.

Harry imediatamente puxou sua mão, em um movimento automático e os olhos brilhavam com uma intensidade que Louis nunca havia visto antes, realmente assustando-o.

Seus olhos, brilhando em um verde profundo, não possuíam nenhuma resposta ou pretensão de respondê-lo, ainda encarando Louis de maneira intensa e... Porra. Pela primeira vez, Louis se sentia como se estivesse olhando para uma pessoa de verdade e não um manequim.

Louis sentia como se estivesse realmente olhando para Harry Styles.

— Não toque no meu relógio — Foi tudo que disse e até mesmo sua voz perdeu sua zombaria musical, dessa vez saindo baixa e monótona.

— Por quê? Por que você tem diamantes de verdade embutidos nele como o menino elegante e agradável que é? Não posso sujá-los? — ele o pressionava, com seu próprio temperamento formigando.

Por um segundo, Louis se perguntou se Harry iria lhe dar um soco, com seu sangue parecendo bombear com fogo, o temperamento carregado e pronto para partir pra briga.

Mas então ele se foi.

A carranca, o cenho franzido, o realismo... Tudo se fora, sendo substituídos por outro sorriso encantador e um olhar falso.

— É claro que são diamantes de verdade — Harry disse com a voz de volta ao lugar — Eu nunca entendi a razão para falsificá-los. Eu gosto de coisas que são verdadeiras – disse ele e não parecia estar brincando.

— Talvez o preço tenha algo a ver com isso — respondeu Louis secamente — Porque, você sabe, nem todo mundo nasceu com extrema riqueza desmerecida.

Outro vacilo dançou em seu rosto por um breve segundo, logo sendo substituído por um grande sorriso.

— Suponho que sim, mas o preço nunca foi problema para mim.

Louis o olhava.

Havia milhares de respostas mal-intencionadas que ele poderia respondê-lo. Havia milhares de palavras para descrever aquele rapaz.

Mas, em vez disso, Louis apenas piscou e se contentou com um:

— Estou dando o fora — E se afastou.

**

Cerca de meia hora depois, Harry o encontrou de novo, assim que Liam e Zayn saíram para buscar mais bebida, deixando-o sozinho.

— Você parece dolorosamente sóbrio. Tem a certeza que já bebeu o suficiente? — ele perguntou, caminhando até Louis, e estava usando uma grande camisa branca sob sua sunga rosa e sandálias peculiares em seus pés.

— Você está de volta. Não deveria ser anfitrião dessa festa? — Louis murmurou, franzindo os lábios e olhando para qualquer lugar, mas o incômodo estava do lado dele.

— Só estou de passagem, falando com meu convidado favorito — ele sorria e lançava um olhar sincero para Louis. Ele parecia mais entediado que sedutor, parecendo estar mentalmente escolhendo suas roupas do dia seguinte ou tentando decidir o que fazer com a droga de sua vida.

— Você flerta com tudo mesmo? Tipo, até com o pobre Cleopatrick?

— Especialmente com Cleopatrick. E ele está com um amigo meu, antes que você pergunte. Eu vou cuidar dele, não ache que sou um pai ruim.

— Vamos ver até onde essa promessa se mantém. Agora se retire. Preciso de um tempo para mim e está escurecendo, além de que você precisa mudar sua roupa para 'traje noturno'.

O sorriso de Harry se alargou.

— Como é que sabe sobre meu traje noturno? Trouxe um também?

— Não seja idiota.

— Você pode pedir algo meu emprestado, se quiser.

— Você ainda está sendo idiota.

— Você pode me ajudar a tirar a roupa — ele disse simplesmente enquanto tentava parecer uma proposta tentadora e Louis quase vomitou todo o champanhe que bebeu naquele dia.

— Meu Deus! — ele exclamou, virando-se para Harry completamente — Não me interprete mal, eu entendo que está tentando parecer atraente... — Harry arqueou as sobrancelhas — Mas você realmente acredita que as pessoas te desejam tanto assim? Você acha que dizendo essas coisas está fazendo um favor? É isso o que te dizem? Porque quando você fala essas merdas tudo o que faz é parecer um idiota total.

Imediatamente o cenho franzido estava de volta. Harry o olhava sem ao menos piscar e Louis pôde ver o brilho de seu relógio de diamantes e vários anéis revestindo seus dedos enquanto ele apertava o punho.

— Posso te pegar uma bebida? — ele rosnou de repente e não era exatamente uma pergunta, com o olhar duro e inflexível.

— Não, obrigado, posso pegar eu mesmo — Louis disse uniformemente, olhando da mesma maneira.

Sem sequer piscar, Harry se afastou.

Sucesso!

**

Pelo resto da festa, Louis ficou ao lado de Liam e Zayn.

Eles se misturavam com a multidão, Liam tentando ter uma conversa educada com as pessoas enquanto Zayn e Louis faziam piadas sobre garotos bêbados e desleixados tropeçando e meninas bonitas sem inteligência.

— Eu fui para a escola com ele — Zayn ria levemente, apontando para um menino totalmente mergulhado na fonte, sem calças, juntando os punhos para beber o líquido rosa cintilante — Ele cheirava a cola.

— Parece que sim — Louis murmurou e bateu sua taça na de Zayn — Agora tem cheiro de champanhe!

Zayn sorriu, tomando um gole da sua, antes de descer da bancada onde estavam para ficar de pé, buscando uma caixinha fina e abrindo-a. Ele ofereceu um cigarro para Louis, que recusou.

— Você devia sair mais com a gente — ele murmurou, os lábios pressionando o cigarro enquanto o acendia.

Louis observava sua ponta acesa e os lábios perfeitos de Zayn tragando fortemente.

— Eu devia matar seu amigo.

Zayn soltou a fumaça através de um sorriso.

— Não se ele te matar primeiro.

— É verdade — ele riu.

— Mas o que estou querendo dizer é que deve vir à reunião de amanhã.

— Se você está me convidando, então eu vou. Também vou trazer meu colega de quarto.

— Quem é?

— Niall Horan. Ele é um irlandês.

— Eu o conheço. É um bom rapaz e tem bom coração.

— Isso é um eufemismo — Louis disse com um revirar de olhos — Ele é divertido. Vocês vão gostar dele.

Zayn assentiu, trazendo de volta o cigarro aos lábios.

— Você é divertido, também — ele disse, olhando para Louis com aqueles olhos brilhantes. O menino era certamente bonito.

— Sou? — ele perguntou, surpreso com tal elogio aberto vindo de Zayn.

— É. Eu gosto que você não tenha limites. Você diz o que quiser com quem quiser. Isso é bom — ele murmurou e Louis sorriu.

— Eu arrumo problemas com isso às vezes.

— Cuidaremos de você — ele prometeu enquanto colocava a mão suavemente em seu ombro, oferecendo um sorriso sincero.

— Obrigado, cara — Louis respondeu realmente tocado.

Zayn apenas acenou com a cabeça em troca antes de dar outra tragada no cigarro.

— Além disso, Liam gosta bastante de você.

— Eu o quê? — Liam de repente perguntou, finalmente sendo liberto da conversa que estava praticamente obrigado a ter com as pessoas.

— Você gosta do nosso Louis, não é? — Zayn perguntou, sorrindo largamente para ele e os braços ao redor de seus ombros.

Louis não pôde deixar de admirar como Liam ronronou sob o seu carinho. Zayn não sorria daquele jeito para ninguém, pelo menos ninguém que Louis tenha visto.

— Eu adoro o Louis — Liam afirmou, olhando para Louis com alegria — Ele é muito divertido.

— Viu, eu te disse — Zayn sorriu e Louis levantou sua taça mais uma vez.

— A nós — ele cantarolou, erguendo o champanhe no ar.

— A nós! — eles cantaram de volta e o gosto frio e doce do champanhe deslizou para baixo de sua garganta com uma simpatia que ele nunca percebeu gostar tanto.

**

A cada segundo escurecia mais e as luzes se acenderam, a música aumentou de volume e os convidados se tornaram mais desligados e vibrantes.

Ocasionalmente, Louis avistou Harry.

Ele estava completamente livre do falcão agora, provavelmente devido ao grande ruído existente no local e o fato de estar tropeçando em seus próprios pés.

Ainda assim, apesar de sua aparente embriaguez, ele era o anfitrião perfeito. Ele conversava e ria nos momentos certos e aconselhava todos a experimentar as ostras. Estalava os dedos sempre que via um copo vazio e tocava levemente nos cotovelos de seus convidados enquanto ria de suas piadas e sorria com os olhos.

Ele era um bosta, isso sim.

E as pessoas o perseguiam. Ele parecia com um rei com seus súditos em torno de si, atendendo seus pedidos. O ambiente era preenchido com risadas e barulho de água com Harry Styles no meio daquela bagunça, posando para fotos e gritando comemorações enquanto pulava de um lado para o outro, bêbado, como se fosse uma bailarina no topo do mundo.

Mas como ninguém mais via aquilo? Como ninguém enxergava a superficialidade, a falsa inocência, a posição fria e sua capacidade irritante para mudar de humor em milésimos de segundos?

Como ninguém via o que Louis via?

Aquilo o preencheu de raiva, quase cegando-o, e estava mais frustrado do que sabia lidar.

— Eu realmente o odeio — Louis gritou abertamente para Liam (graças ao álcool) enquanto a música tocava em torno deles, as vozes em todas direções gritando e rindo.

Liam ria sem se abalar.

— Harry é complexo, sim, mas é difícil não gostar de alguém tão charmoso! — ele gritou de volta, antes de ser engolido por um abraço de Zayn e começarem a dançar.

Niall não estava mentindo. Liam realmente era um pouco viciado em adrenalina. À luz do dia, ele era todo sensível e falava calmamente; à noite, ele era abusado e balançava os punhos no ar enquanto dançava com Zayn através de uma névoa interminável de álcool.

Louis continuava a encarar Harry do outro lado do salão enquanto o mesmo pulava junto à um grupo, com flores que havia arrancado das plantas enfiadas ao redor de seus cachos, sorrindo e rindo enquanto balançava os braços exageradamente. Ele permaneceu assim por algum tempo, sendo o centro das atenções antes de, eventualmente, se afastar da multidão, caminhando sozinho.

Ele parou perto de uma janela, pegando alguns copos vazios e mantendo-os contra a luz, olhando para eles com expressão impassível em seu rosto, girando-os em seu aperto.

Ele provavelmente estava fora de si.

Feixes da luz da lua capturavam seu rosto, iluminando sua pele pálida, os lábios vermelhos e as pétalas suaves das flores em seu cabelo. E, embora a festa girasse em torno dele (e sim, era uma ótima festa, Louis admitiu aquilo para si mesmo), ele parecia estar em seu próprio mundinho, sua expressão calma e silenciosa, apenas olhando para o vidro e os prismas criados em seus olhos.

Então, de repente, seus olhos se fecharam e sua cabeça tombou, com os braços caindo para os lados de maneira mole e, através de sua névoa bêbada, Louis encontrava-se andando em sua direção, com a curiosidade e agitação borbulhando seu sangue.

Ele queria perguntar a Harry por que ele era daquele jeito.

Ele queria perguntar por que ele fazia ótimas piadas e dizia coisas lindas que não tinham significado, e por que ele parecia um ser humano apenas quando estava chateado.

Por que ele era encantador e venenosamente irritante ou completamente alheio a qualquer substância ou realidade.

Por que, naquele momento, em meio a uma multidão de pessoas bêbadas, ele estava lá sozinho, com a cabeça pendurada, mantendo-se em pé.

Então de repente, sem qualquer aviso, Harry despertou de sua espécie de transe, pulando em cima da fonte com os braços estendidos e a cabeça jogada para o céu.

— NÃO SOU JOVEM O SUFICIENTE PARA SABER DE TUDO! — ele gritou para o ar, com sua voz grave e rouca ecoando contra as paredes.

Houve uma calmaria momentânea enquanto todas as cabeças se viraram para ele e Louis apenas ficou lá, piscando e incapaz de tirar os olhos da figura rígida de Harry, em pé sob a fonte de champanhe que cuspia em seus membros, com os olhos arregalados e cegos pelas estrelas do céu.

Era quase assombroso e Louis não conseguia respirar.

Então, como um relógio, houve uma onda de risadas divertidas e algumas tentativas esporádicas de aplausos enquanto a festa continuava.

Que porra foi aquilo?

— Ah, Harold — ele ouviu uma menina rindo, como se isso fosse um comportamento típico dele, e Louis não pôde deixar de lançar um olhar fulminante em sua direção.

Harry então saltou de onde estava, com um sorriso selvagem no rosto, e imediatamente foi invadido por um enxame de abraços e bocas abertas em risos e exclamações. Logo ele se perdeu na confusão, com cabeça mergulhada no mar de caos, deixando Louis que ficasse parado em total confusão, o cérebro zumbindo com fervor.

**

A última vez que Louis viu Harry naquela noite, ele estava saindo do edifício em meio a um grupo de desleixados, chapinhando e gritando em meio à meninos e meninas segurando-o. Seus olhos cegos estavam dilatados, a pele brilhava com o suor, os cachos colados em sua testa e sua gravata borboleta desfeita e esquecida.

Era uma puta de uma bagunça.

E Louis pensou enquanto pegava suas coisas, com o álcool e o sono puxando seus membros (e a lembrança de que havia bolo em seu apartamento):

Sim, definitivamente vou ficar o mais longe que eu puder.

twitter: velarisun

até o próximo capítulo!

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