O Tesserato - A Linha de Mist...

By WagnerRMS

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O último dos poderosos seres ancestrais conhecidos como Tesseratos, ou Construtores de Universos, que chamou... More

Prólogo: A Mulher que Apontava
A Linha de Mistério e Fogo
Assinatura Dissonante
O Efeito, a Causa, e o Vilão Improvável
Só Uma Espécie de Mágica

A Despedida de Deandra

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By WagnerRMS


Três anos deslizaram para a eternidade. O mais velho dos irmãos estava, agora, na calçada de concreto que precedia as areias castanhas de uma praia. O garoto tinha suas grossas e escuras sobrancelhas arqueadas, e fitava, com seus olhos muito negros, um horizonte onde nuvens baixas formavam uma muralha que parecia abraçar o mundo. O dia ainda claro, mas aquelas nuvens pesadas parecendo sugar a luz lá longe, na beira do mundo. Um imenso muro sombrio rodeando tudo, de ponta a ponta, separando o céu do mar. E lá longe, bem longe, no meio de toda aquela tribulação iminente, um único pássaro, que o menino não conseguia distinguir de que tipo era, planava, quase sereno. Será que sobreviveria à chuva e aos raios, lá para dentro do mar?

Piscando os olhos, sua mente voltando desde aquelas nuvens de tempestade, William foi subitamente envolvido pelo som rítmico e grave do funk. Ele estava sentado em um banco de concreto, de frente para o mar, de costas para a algazarra de amigos que dançavam e cantavam como uma tribo de jovens índios, agitados pelo ribombar de tambores ancestrais. Só que a barulheira primal saía, naquele momento, de smartphones e caixas de som portáteis. William — agora adolescente — estava descansando, pois havia acabado de ser sua vez na roda de dança. Não sorria, e abria e fechava as mãos, repetidas vezes. Balançou a cabeça e se levantou, caminhando para o lado contrário à praia, e para dentro da pequena cidade de Rio das Ostras.

— Ei, Will, vai aonde? — Quis saber uma garota muito morena, usando um uniforme de capoeira alvíssimo. A menina tinha cabelos negros, anelados, presos em um rabo-de-cavalo que começava a se desfazer. Com um sorriso largo e olhar tenso ela continuou: — Vai atrás daquele moleque de novo? Desiste!

O rapaz, que já tinha dado uns bons passos para longe da galera, com suas pernas compridas e ágeis, olhou para trás dizendo:

— Já desisti. Vou meter o pé pra casa!

— Vai nada! — Cismou a menina — Já achô teu rumo, tá na escola, vai conseguir o estágio da prefeitura, vai ser alguém, diferente do teu irmão...

— Olha aqui, Deandra! — Disse William, voltando-se e encarando bem de perto a garota, que não recuou enquanto ele dizia num tom zangado: — Wallace também vai! Me deixa! Volta pra roda!

Os dentes da menina apareceram numa careta de contrariedade, seus olhos igualmente negros faiscaram. Parecia que ia partir para a briga com o garoto dois palmos mais alto que ela a qualquer instante. Mas, de repente, algo aconteceu na expressão dela, rapidamente ela foi da raiva à fragilidade, e disse ao rapaz:

— Não quero te vê na furada... só isso...

Como na idade de William as defesas contra essas artimanhas femininas raramente estavam maduras, ele caiu, amoleceu, e, dando um passo atrás, foi dizendo numa voz mansa:

— Pô, eu não quero brigar com você, Dê. Eu só preciso saber onde tá o meu irmão.

— Deixa eu ir contigo.

— Não, diz pra geral que eu já volto.

— Olha, é a tua vez de novo, Will! Vem! Dança!

— Eu tenho...

— Tua vez, só essa, dança comigo... — os olhos dela brilharam, sedutores, quando Deandra frisou as próximas palavras: — meu gato.

William ficou, e dançou, e riu, e depois de um tempo sob a atenção de Deandra, parecia se divertir como se tivesse esquecido tudo o que o aborrecia. Ele, os amigos e amigas da escola que curtiam dançar funk se reuniam naquela praça à beira da praia sempre que podiam, para agitar e trocar passos que aprendiam em bailes, Internet e programas de TV. Com seu molejo natural e corpo esguio, era comum William se destacar, embora no começo o rapaz ficasse tímido. Agora se soltava, arrancando "urras" dos camaradas e aplausos e gritinhos excitados das garotas. E William estava tão entretido em deixar loucas as garotas que só deu pela falta de uma delas quando saiu novamente da roda de funk e viu Deandra chegando com os olhos arregalados.

— Onde você tava? — Quis saber o rapaz, no instante em que a moça o pegou pelo braço.

— Fui procurar o Wallace pra...

— O quê? Ta maluca garota? Você me prende aqui e vai atrás do meu irmão?

— Já te falei, não quero te vê em confusão! Agora vem logo! — Disse ela com urgência, mas baixinho que era só para o amigo ouvir. — O Moycano ta machucado, não quis chegar aqui, deixei ele na esquina do muro da escola.

William não disse mais nada, saiu sem falar com ninguém e foi correndo atrás da menina, a cata do irmão. Encontrou-o sentado num paralelepípedo, de costas para a rua, de frente para o muro branco da escola pública em que estudavam. Havia uma pequena mancha vermelha espirrada na alvura suja do muro.

— Que que te aconteceu, cara? — Quis saber William assim que chegou, puxando o irmão pelo ombro. — Ai, meu Deus, tu ta sangrando!

— Oi, William, ta tudo bem... — respondeu Wallace com uma voz pastosa de que não, não estava tudo bem. — Eu lembrei de uma coisa...

— Caraca, cara! — Berrou o mais velho — Quem te bateu? Vô matar quem fez isso! Esse sangue no muro é teu, moleque?

— Me juntaram na porrada...

— Quem? Por quê?

— Pô, moleque! — Reagiu Wallace, a voz assumindo um tom brigão e autoritário. — Me bateram, e pronto! Eu comprei briga dum camarada meu! Cuspi no muro, só de raiva! Agora não pergunta mais nada, e escuta!

William, que olhava do sangue do muro para Wallace e dele de volta ao muro, e fechava e abria os punhos na altura do peito ansiosamente, não sabia o que dizer, então só conseguiu disparar:

— Fala moleque!

— Tava aqui pensando... Lembra da bruxa do muro?

— Quem te bateu?... — Repetiu William, atônito.

— Lembra da porra da mendiga que abriu aquele rombo no muro? — Insistiu Wallace, elevando a voz com impaciência.

William olhou para Deandra, com uma cara enfezada, mas havia súplica em seus olhos, como quem pede ajuda para entender o que está havendo. A menina, no entanto, deu de ombros e disse:

— Encontrei ele assim. Aposto que foram os valentões do terceiro ano!

— Eu não tô maluco não! — Repreendeu Wallace. — Me ouve, William! Lembra da mendiga do muro?

— Lembrooo! — Respondeu finalmente, com a voz exasperada, o mais velho. — O que que tem isso?

— Aquela maluquice que vocês inventaram... — Começou Deandra, revirando os olhos, impaciente, mas Wallace foi cortando:

— Calaboca, garota, você não sabe nada! — Sua voz estava dura feito uma lança de ferro, mas seus olhos ficaram subitamente rasos d'água.

O menino ferido desviou o olhar.

No instante seguinte pareceu que ele iria se controlar, mas então Wallace explodiu em lágrimas furiosas e numa torrente de palavras incontroláveis, ele foi dizendo:

— Esse não é o meu lugar! Eu queria poder abrir um buraco que me tirasse daqui! Preciso sair daqui!

— A nossa mãe vai ficar furiosa! — Disse William com uma voz engasgada, enquanto o irmão fazia que sim e dava uma risadinha nervosa, um pouquinho de sangue ainda manchando seus dentes. — Vamos pra casa! — Concluiu William.

— A minha casa... — Murmurou o mais novo, amarguradamente — não é aqui...

...

E lá se foram os irmãos enfrentar a tempestade de mal humor da mãe, Celma. William, mais calmo e o mais político dos dois, dava-se melhor com ela. Já Wallace, era o que possuía os nervos mais parecidos com os de sua mãe, acrescidos da cabeça dura de seu pai, daí ser o que vivia mais encrencado com Celma, que, a seu jeito, de quem teve uma vida difícil, os amava, e queria o melhor para os dois.

Mas, enquanto os irmãos seguiam em direção aos berros e talvez a uns safanões da mãe, deixavam atrás de si mistérios bizarros, pois a pequena, mas cruel mancha vermelha na parede escorria de forma impossível. Um filete de sangue até havia apontado em direção ao chão, como deveria, mas então o líquido rubro começou a escorrer, ou melhor, a vazar, não para baixo, nem para fora, mas para dentro do muro. Ele não era simplesmente absorvido pelo cimento, o sangue vibrava e vazava, como se o ponto onde estava não fosse mais plano, como se o diminuto trecho da alvenaria se curvasse para dentro de si mesmo.

Ocorre, no entanto, que o estranho fenômeno não acontecia sem testemunhas. Sob cabelos negros e anelados, um par de olhos escuros observava aquilo, com a respiração cada vez mais tensa, mas quando ela fez menção de fazer ou dizer algo, já era tarde demais, todo e qualquer resquício do sangue havia sido tragado.

...

— Por que não contou ao Will que foi lá enfrentar os caras por mim?

— Ele tá afim de você. — Respondeu Wallace, sem rodeios. — Ele ia querer resolver isso!

Deandra aquela manhã encontrou com eles, na escola pública do bairro onde moravam, incomumente vestida. Menina de personalidade arredia, geralmente não primava por se preocupar muito com aparências. Tinha traços até um tanto rudes, mas era bem bonita mesmo assim, e naquele dia estava provocante, nem parecia ela. Assim que William teve que ir assistir aula — para ele, hoje, o primeiro horário não havia ficado vago como para os outros — Deandra veio cochichar com Wallace sobre o problema do dia anterior. Estava aí outra coisa incomum, Wallace nunca tinha visto a menina cochichando segredinhos, tão franca e brava ela costumava ser.

— Eu queria muito mesmo... — "mesmo" pronunciado certo, ao invés de um sonoro "mermo", também era estranho, pensou o menino enquanto a garota falava quase ao pé do ouvido dele: — ... Era saber se você fez aquilo ontem por mim por algum motivo especial.

— Já disse. Foi por causa do meu irmão. E um pouco por causa de você também...

O menino até pensou que não seria nada mau ficar com Deandra, mas ao mesmo tempo em que a proximidade da bonita garota mais velha mexia com ele, era estranho pensar nela daquele jeito.

— Somos amigos... — Disse Wallace, incerto a princípio, mas encrespando-se a seguir: — E William tá afim de você, garota!

— E você?

— Tô afim de outra.

— Quem? — Quis saber Deandra.

— Ah, qual é. Isso é parada minha! E chega de arrumar problema, garota. Ontem já foi um inferno lá em casa!

— Apanharam? — Perguntou a menina, deixando cair por um momento a máscara de sedutora, com uma expressão consternada no rosto.

— Dessa vez não, mas eu vou embora, nem que eu passe perigo, mas vou pra casa da minha avó.

— Não faz isso. — Murmurou a menina, tentando reassumir o jeito provocante sem sucesso, pois parecia mais tensa e ansiosa que sedutora agora, como se estivesse se atrapalhando com algo que precisava fazer.

— Eu vou dar meu jeito. — Murmurava também o garoto, mais para si mesmo que para a moça ao seu lado. — Deus vai me ajudar.

— Ei! Wallace! Se liga, Moycano! — Gritou um outro estudante, Marconi, de uma série mais adiantada, que só falava com Wallace quando precisava de um contato com as garotas das séries anteriores que lhe interessavam. Já Wallace mantinha camaradagem com o sujeito para evitar um pouco das perseguições dos alunos mais velhos. Sem esperar mais do que um olhar de Wallace, Marconi foi passando e berrando, atrapalhando a si mesmo de ficar incógnito: — Soube que tu foi defender essa aí ontem. Agora quem ficou maluco foi teu irmão! Foi peitar o cara que te socou! Vai salvar a vida do teu irmão, lá no ginásio! Mas não fala que fui eu que avisei não, prego!

De um pulo, tanto Wallace quanto Deandra correram, ziguezagueando entre os barulhentos grupos de alunos no pátio da escola, em direção a quadra poliesportiva. O menino xingava a imprudência do irmão entre os dentes, enquanto corria feito louco para tentar evitar que William apanhasse mais do que ele dos mesmos agressores.

Mas antes que pudessem chegar ao ginásio, se surpreenderam com William vindo as carreiras de lá, e gritando:

— Corre! Vaza! Corre, Wallace! Vazaaaa!

Quando estavam os três correndo juntos desesperadamente para longe da quadra, Wallace, ombro a ombro com o irmão que ria as gargalhadas de tão nervoso, perguntou:

— Que que tu fez, moleque?!

— Subi nas arquibancadas! — Berrou William num fôlego só, os olhos cheios d'água de tanto rir. — E mijei neles!

...

Wallace sentia câimbras no rosto, que queria se espichar em um largo sorriso, mas não podia parecer satisfeito de jeito nenhum! Sua mãe só faltava disparar raios pelos olhos de tão furiosa, ela gritava tanto que os vidros das janelas da pequenina casa onde moravam vibravam. William, ao seu lado, tinha um olho roxo e levava ambas as mãos a boca, tentando parar de rir de nervoso. O próprio Wallace também estava coberto de escoriações, da fuga dos mijados. A reprimenda que levavam agora da mãe era devido a uma quase expulsão do colégio por causa desta arruaça, e envolvia frases do tipo "você quer me enlouquecer! Quer me matar! Quer se arruinar e levar teu irmão junto!", ou "o que você quer da vida, Wallace?", temperadas com umas sacudidas e safanões. O menino mais novo chegou a pensar em gritar de volta com a mãe, mas quando ela disse "não dá pra viverem juntos! Que inferno! Você vai ficar com teu pai, Wallace!", isso fez o garoto se calar, e ficar naquele estado de querer rir sem poder.

...

William estava se sentindo esquisito. Era bom ficar um pouco longe do encrenqueiro do seu irmão, o menor era um pé no saco, e ainda por cima vivia brigando com a mãe! Mas... era estranhamente triste ver Ace partir... sabia que não era para sempre. Sabia que se veriam sempre nas férias. Sabia disso tudo, mas queria ao mesmo tempo que o irmão fosse embora logo morar com a avó, e também que Wallace ficasse em Rio das Ostras.

Naquela manhã de sábado, a despeito destes sentimentos, ajudou o irmão menor a fazer as malas. Na verdade, as malas eram a mochila surrada do colégio e uma velha sacola de viagem.

— Ooo, eu vou-oooo, ver a vóvóó. — Cantarolava Wallace, em uma melodia maluca inventada por ele mesmo, enquanto enfurnava mais uma camiseta, a de seu time de futebol, na mochila já abarrotada. Percebendo o irmão mais velho muito calado, o menor implicou, dizendo: — Coé, Will, se alegra, vai se livrar de mim!

Imediatamente o mais velho emburra a cara, joga a bolsa de viagem que estava segurando no chão, e sai do quarto, mas Wallace vem atrás dele, apaziguando:

— Cara, não fica com raiva, pô! Tava zoando! Valeu por ficar aborrecido por minha causa, de eu ir embora. Mas... — e Wallace olha em volta para ver se a mãe podia ouvi-lo, antes de concluir: — ... eu tô felizão. Era isso que eu queria mesmo.

— Sai, moleque! Tô feliz por você, juro. — Disse William, com sinceridade. — E por mim, que não vou mais tomar bronca por tua causa! Nem ver a mãe quase morrendo de raiva das paradas que você apronta!

Daí os irmãos riram juntos, conversando e lembrando de suas aprontações. E William ajudou Wallace, que não queria ser ajudado, a levar a bolsa de viagem até a pequena rodoviária na praça, junto com o bom, mas quieto padrasto e a mãe deles, sempre agitada, que tagarelou o trajeto inteiro dando ordens e conselhos para que Wallace se comportasse bem. Por fim, ao lado do ônibus de viagem que levaria o menino para o Rio de Janeiro, Celma disse:

— Mamãe te ama. Se cuida, e me liga sempre. Manda beijos pra sua vó e pro teu tio.

Wallace fingiu constrangimento quando ela agarrou seu rosto e beijou suas bochechas, mas não conseguiu deixar de dar nela um forte e demorado abraço.

Alguns amigos vieram se despedir, uns três ou quatro gatos pingados, com os quais cruzaram pelo caminho até ali, aplicavam tapinhas nas costas e abraços meio constrangidos no Moycano, enquanto a mãe dele dava conselhos ao motorista do ônibus para ficar de olho no menino. Wallace não esperava que viessem nem mesmo esses, mas, sentindo falta de alguém no grupo de amigos que veio se despedir dele, o garoto murmurou para o irmão mais velho:

— Deandra sumiu mesmo, heim, Will?

— Ela ta evitando a gente desde a última confusão. — Respondeu William — Ontem eu soube que ela nem foi ao colégio. Ela ficou bem sentida com tua partida, deve ta afim de tu.

— Sou pirralho pra essa mina, não fala burrice! O lance é contigo. — Respondeu Wallace, sem conseguir parecer tão convicto quanto gostaria.

— Ela é só pra pegar! — Disse William, rindo com um falso desdém.

— Fala assim dela não, ô moleque! Mentira tua, que eu sei que você gosta dela! — Ralhou o menor, e acrescentou: — Vai na casa da garota depois daqui, vê se ela ta legal, falou?

— Falou. — Prometeu o mais velho, desviando o olhar.

Daí em diante a partida de Wallace foi acontecendo rápido. Ele se despediu dos colegas mais uma vez, abraçou o irmão, despediu-se do padrasto — que lhe deu um dinheirinho para emergências no caminho ou para um lanche quando chegasse ao Rio — e abraçou mais uma vez sua mãe, que lhe disse, alto o suficiente para William também ouvir:

— Queria ter certeza pra contar, mas acho melhor dizer agora, parece que vocês vão ganhar um irmãozinho. — E tocou com suavidade a própria barriga.

Os irmãos se entreolharam e sorriram, enquanto o padrasto parecia ficar vermelho e sem jeito, olhando para o painel com os destinos dos ônibus, com súbito interesse.

Wallace ainda sorria francamente, apesar dos olhos marejados, enquanto acenava da janela do ônibus que pegava estrada.

Uma hora depois William ainda sorria também, tocado pela notícia do novo irmão, enquanto pedalava, encarrapitado em uma velha bicicleta, em direção ao bairro mais afastado, onde morava Deandra.

Infelizmente, no entanto, o seu sorriso se foi quando descobriu que a amiga tinha fugido dos pais adotivos e desaparecido, deixando apenas uma carta onde pedia perdão a família adotiva e explicava que precisava tentar encontrar seus pais verdadeiros, onde também se despedia de uns poucos amigos, especialmente de William, dizendo-lhe, enigmaticamente, que havia tentado a todo custo evitar aquilo, mas que agora "alea jacta est". Intrigado, o rapaz perguntou a dona Rosalma, mãe de criação de Deandra, se ela sabia o que queria dizer aquilo, mas a mulher, aturdida, disse apenas que parecia latim, uma língua antiga, e tomou de volta a carta da menina, dizendo que a polícia talvez precisasse dela.

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