Sweet Child O'Mine (Rose e Sc...

Von JssicaAlmeida6

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Rose Weasley e Scorpius Malfoy seguiam por caminhos separados desde o final do sétimo ano, quando Malfoy term... Mehr

Prólogo
II - Nobody's Home
III - What Now
IV - Clarity
V- Stop Crying Your Heart Out
VI - Demons
VII - I Miss You
VIII - Pais e Filhos
IX - Dark Paradise
X - Esta Soledad
XI - Memories
XII - How Long Will I Love You
XIII - The Scientist
XIV - Small Bump
XV - Read All About It
XVI - Save Me
XVII - Hearts On Fire
XVIII - Solo Tu
XIX - Xo
Bônus - Whats Goes Around
XX - When You Look Me In The Eyes
XXI - Dare You To Move
XXII - Time Like These
XXIII - Sweet Child O'Mine

I - Slipped Away

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Von JssicaAlmeida6

Música do capítulo: Slipped Away, Avril Lavigne

I've had my wake up
Won't you wake up
I keep asking why
And I can't take it
It wasn't a fake it
It happened you passed by

O sol não se ergueu naquela manhã, talvez porque ele também estivesse se escondendo, tal como Hermione Weasley fazia.

Não estava com o menor sono, mas não queria levantar da cama. Não havia pregado os olhos a noite inteira, e mesmo não o estando com vontade de fazer naquele momento, não queria levantar e encarar a realidade.

Não queria recepcionar as pessoas que certamente viriam a sua casa. Não queria ver o marido com os olhos vermelhos pelo choro, ou a neta, com os olhos perdidos pela sala, sem entender nada do que acontecia. Não queria intermediar a relação perigosa entre Rose e Ron. Não queria supervisionar como o café estava sendo servido ou ouvir os lamentos e os muitos "eu sinto muito" que certamente ouviria.

Sobretudo, Hermione Weasley não queria encarar o que a esperava no centro da sua sala de estar. Ela não queria encarar o corpo morto do filho. Não queria ver os seus olhos fechados, tendo a certeza de que eles não mais iriam se abrir.

A única coisa que ela queria naquele momento era saber o porquê.

Lutou boa parte da sua vida para que seus filhos e netos pudessem ter uma vida e uma juventude tranquila da qual ela não conseguiu usufruir. Lutou ao lado de Harry Potter e Ronald Weasley – e mais uma porção de outros bruxos tão bons quanto – para que o mal fosse derrotado e a paz pudesse ser devolvida o mundo, no entanto, ali estava ela agora: se sentindo inútil, como se todos aqueles esforços tivessem sido em vão. Eles não impediram o seu mundo de ruir.

Seu filho havia sido assassinado. Morto em praça pública como um cordeiro para o sacrifício. O assassino? Era desconhecido. Ninguém parecia ter visto o bruxo que disparou aquele feitiço certeiro no meio do Beco Diagonal.

Ela estava destroçada e com o coração tão esmigalhado como apenas uma mãe conseguia ficar. Não fazia nem ideia de porque ainda respirava ou como ainda estava viva. A dor que sentia era insuportável. Como podia ainda estar de pé?

Ela não sabia, talvez nunca encontrasse a resposta.

Ela continuou ali, deitada com a barriga para cima e com os olhos esbugalhados. Talvez esperando uma explicação, ou, ainda, apenas que a morte viesse e a levasse também. Seus olhos apenas se fecharam quando ouviu outra vez algumas batidas incessantes na porta.

Naquele dia, ninguém convenceria Hermione Weasley a descer para velar o corpo do filho tão amado.

**

- Não adianta, ela não vai descer. – Sentenciou Gina Potter, ao entrar na cozinha abarrotada de mulheres, todas elas da família.

Alguns murmúrios foram ouvidos, principalmente de Fleur, mas a maioria deles foram discretos. Embora elas não concordassem com atitude de Hermione, não seriam elas a discordarem.

- Eu fiz um chá. – Victoire ofereceu, enquanto carregava com dificuldade uma jarra cheia de líquido fumegante. A barriga estava pontuda, quase estourando. – Acham que eu deveria subir lá e ver se tia Hermione quer?

A pergunta foi feita para quem quisesse responder, mas foi a senhora grande e velha, sentada na parte mais escura do recinto, quem respondeu.

- Parem de importunar Hermione. – Molly falou, denotando de melancolia as suas últimas palavras. – Tudo o que uma mãe quer nessas horas é ouvir o silêncio do seu próprio coração. Leve esse chá para suas primas, elas devem estar no quarto de Rose com ela e a minha bisnetinha.

Uma expressão de incredulidade passou por todos os rostos ali presentes, exceto o de Gina, a única que parecia não estar surpresa com a situação.

- Rose voltou mesmo? – Questionou Angelina, ainda sem acreditar.

- Um Weasley nunca abandona o outro. – Gina respondeu, piscando para Victoire que, o mais rapidamente que sua barriga de quase nove meses permitia, se esgueirou para fora da cozinha.

**

Se para a família dos Weasley a situação estava difícil, para o departamento de mistério do Ministério da Magia a coisa não estava mais fácil. Albus Potter, apesar da pouca idade, chefiava o grupo que tinha como missão encontrar – vivo ou morto – o assassino de seu primo. Ele decidiu não comparecer aos atos fúnebres e, sim, contribuir verdadeiramente com sua família descobrindo o que estava por trás de toda aquela tragédia.

Estava sendo um dia difícil, cheio de gritos, depoimentos e apresentação de provas. Mas nada de conclusivo tinham encontrado. A pessoa que disparou o feitiço parecia ter simplesmente evaporado como fumaça. E a frustração de Albus começava a ser sentida por sua equipe, que acabou sendo dispensada algumas horas antes.

Agora, Albus Potter encontrava-se em sua sala, sentado atrás de sua mesa, com as mãos enterradas nos cabelos despenteados e grandes. Por fora, ele era muito parecido com o pai, mas por dentro, ele tinha apenas o sangue quente dos Weasley correndo por suas veias.

Sentia-se estranhamente culpado e inútil. Ele estava lá, ao lado de Hugo quando tudo aconteceu. Por que não conseguiu ver nada além do primo tombando? Como não enxergou ninguém suspeito, como não sentiu nada? Afinal, que espécie de auror ele era?

Não tinha nenhuma resposta para aquelas perguntas. E nem sabia como iria encarar a família sem tê-las em suas mãos.

Ouviu a porta bater, mas não se dignou sequer a pedir para a pessoa entrar. Já sabia quem era e, por saber, girou a cadeira para ficar de costas; para que o homem que estava agora, em frente a sua mesa, não visse seus olhos vermelhos ou sua expressão culpada.

- Potter, você devia ir pra casa. – Scorpius Malfoy murmurou com a voz firme.

- Não posso, eu preciso ver algumas coisas e...

- Não, cara! – Malfoy ergueu a voz. – Você precisa ir pra casa, tentar esquecer um pouco tudo isso... Voltar amanhã com a cabeça vazia. Vai ser melhor de pensar assim.

Potter ficou em silêncio alguns segundos, avaliando as palavras que aquele amigo tão recente lhe dizia.

- Como eu vou encará-los, Malfoy? – Questionou. – Eu estava lá, quando tudo aconteceu. Como eu vou olhar nos olhos da minha família, nos olhos dos meus tios, e dizer para eles que eu não vi nada? Que não tenho a menor ideia do que aconteceu?

Albus girou a cadeira, chocando os olhos do Malfoy quando este percebeu que ele chorava. Scorpius respirou profundamente, espalmando as mãos sobre a mesa.

- Eu também estava lá, quase do lado de vocês. – Ele falou. – Dezenas de outras pessoas também estavam lá, com seus filhos, comprando as bugigangas para Hogwarts, e ninguém viu nada também. Não é sua culpa, Albus. Não faça o que meu pai faz até hoje. Não se culpe.

Albus inspirou, o resto de sua dignidade de homem sendo salva pela lareira de sua sala, que acendia incessantemente. Rapidamente, quase fugindo de Scorpius, ele se levantou da cadeira e voou para o seu lado esquerdo, onde a imagem de uma mulher começava a se formar.

- Al, é você? – As cinzas em forma de mulher perguntavam. A voz chorosa penetrou não só nos ouvidos de Albus, mas nos de Scorpius também.

- Sou eu sim. – Ele respondeu, reconhecendo de imediato com que falava. – Como você está, Rosie?

- Perdida. – Ela falou em meio a um suspiro. –Mamãe não sai do quarto por nada no mundo e papai, bom... Você o conhece. Ele está trancado no escritório com o seu pai e o tio George desde que cheguei.

- Você está cuidando de tudo sozinha? – Albus perguntou, sentindo pena da prima.

- Sua mãe e a tia Angelina estão ajudando. Tia Fleur teve que ir com Victoire pra casa, ela não estava muito bem. O problema é que Sunny não está aceitando as coisas muito bem, e eu não suporto ver a minha filha desse jeito, sem poder dar atenção a ela.

- Ela ficou muito triste?

- Ela não entende muito bem o que está acontecendo, mas está sim. Já a vi chorando duas vezes. Pedi para Dominique ficar com ela no quarto porque não quero que ela lembre de Hugo nesse dia.

- Ela ainda é uma criança, Rose. Mais cedo ou mais tarde vai superar.

Os dois ficaram em silêncio alguns instantes, antes que o soluço longo da mulher na lareira denunciasse que ela estava chorando.

- Eu preciso de você Al. – Ela reclamou tão baixinho, que quase nenhum dos dois ouviu. – Estou tendo que sustentar todo mundo nos braços hoje, preciso de alguém pra me manter de pé.

Scorpius percebeu, então, uma mudança em Albus. O amigo ergueu os ombros, sacudiu a cabeça e soltou um longo suspiro, antes de dizer de forma decidida:

- Estou indo para sua casa. Segure as pontas por um tempo.

Rose agradeceu longamente e, então, se desconectou. Albus ficou um tempo em silêncio, sendo desperto apenas pela voz de Scorpius quase perdida no universo:

- Sua prima tem uma filha?

Ele encarou o homem loiro a sua frente tentando entender onde aquela pergunta se encaixava na situação em que viviam.

- Tem. – Ele respondeu meio incerto, observando uma espécie de sombra passar pelos olhos de Scorpius, que parecia ter sido pego de surpresa. – Por quê?

Scorpius desconversou, dizendo que era só por curiosidade. Albus desconfiou porque a prima sempre ficou desconfortável nas poucas vezes em que ele comentava alguma coisa sobre o colega de departamento, recém-chegado da Alemanha. Por fim, Albus deu de ombros. Um dia, que com certeza não seria aquele, ele descobriria o que havia acontecido entre aqueles dois.

Por hora, seu único dever era ir para casa. Enfrentaria aquela situação de cabeça erguida, afinal, sua casa não havia sido a Grifinória por acaso.

**

Rose também provou ser digna da casa de Grifinória naquele dia.

De um jeito que ninguém imaginava, nem mesmo ela, Rose Weasley enfrentou aquele dia. Recebeu os cumprimentos dos conhecidos e desconhecidos, respondeu pacientemente as perguntas a respeito de sua mãe e suportou com classe todos os olhares que lhe eram destinados. Chorou algumas vezes, mas na maior parte do tempo, manteve a postura e fez o papel que, tecnicamente, deveria caber a sua mãe.

Albus apareceu cerca de meia hora após ela chama-lo. A partir de então, eles ficaram lado a lado, orgulhando sua avó que acompanhava tudo solitária na cozinha da casa.

Ronald Weasley apareceu quase na hora de levarem o corpo para Godric Hollow, onde seria sepultado. Não olhou para Rose, assim como ela esperava, e ficou sentado ao lado do corpo do filho até chegar o momento da verdadeira despedida.

Ela ficou imóvel por algum tempo, observando o carinho com que o pai cuidava do filho morto dentro do caixão. E sentiu-se suja por perceber que estava com ciúmes da atenção que o irmão recebia e que lhe era negada desde que ela saiu de casa.

- Não se importe tanto com isso, querida. – Ela se assustou com a voz de Harry, que a segurava pelos ombros. – Seu pai é um pouco cabeça dura, mas vocês ainda vão voltar a se entender.

- Se ele ainda não me perdoou depois de todos esses anos, padrinho, não sei se ele ainda pode fazê-lo. – Ela respondeu simplesmente, beijando o rosto de Harry e se afastando da sala.

**

Draco Malfoy não queria estar ali, mas Astoria, que tinha o coração mais puro que ele conheceu, insistiu que deveriam ir, pelo menos, ao enterro do filho mais novo dos Weasley.

- Querida, nós não somos nem amigos. – Ele argumentou com ela, minutos antes de saírem. – Nem sei se o Weasley vai ficar feliz em me ver lá.

- Vocês podem não ser, mas Hermione e eu somos quase isso. – Ela respondeu, ajeitando um chapéu sobre os cabelos escuros. – E eu vou ir apoiá-la nesse momento, com ou sem você.

Ela não precisou dizer mais nada, Draco simplesmente a seguiu, como sempre fez desde que a conheceu. E agora, ali estavam eles, debaixo de uma imensa árvore, acompanhando o choro dos parentes e a penitência do pai diante do corpo que abaixava-se para a terra.

Hermione, para a surpresa da maioria, não era vista em lugar algum.

- Deve estar em estado de choque. – Comentou com Draco em certo momento.

Mas se o choro desesperado da mãe não podia ser ouvido, Lily Luna Potter, que há apenas um dia, era a prima e noiva de Hugo Weasley, se desmanchava em lágrimas e tristeza em seu lugar. Ela era apoiada pelo pai e pelo irmão mais velho, que a seguravam pelos ombros.

Mas não foi com eles ou com o restante de cabeças ruivas do lugar que Astoria se surpreendeu, e, sim, com a mulher ruiva que tinha em seu colo uma criança. Ela se lembrava muito bem de Rose Weasley e vê-la agora, tão mulher, mexeu com o coração de Astoria.

- Olhe só pra ela, Draco. – Astoria chamou a atenção do marido, fazendo-o encarar Rose Weasley, que se mantinha ao lado do pai, quase impassível. – Os olhos dela me dizem que ela quer desabar, fugir daqui. No entanto, ali está ela, de pé e de cabeça erguida. Não parece aquela menina que estudou com o nosso Scar...

- Aquela é a filha mais velha dos Weasley? – Ele perguntou, recebendo um aceno afirmativo da mulher. – Não sabia que ela tinha tido uma criança...

- Pouca gente sabe, na verdade. Não sei muito bem por que. – Astoria disse, observando as pessoas, aos poucos, se dispersarem. – Hermione comentou sobre a menina comigo certa vez lá no hospital.

Draco não respondeu nada, apenas esperou com a mulher, que seguiu Rose com os olhos até que ela sumisse do seu campo de visão.

O que Draco não sabia, é que, naquele momento, a esposa não observava mais Rose Weasley e, sim, a criança que estava em seu colo e que era tão parecida com a mãe.

Astoria Malfoy estava, inegavelmente, intrigada pela menina de cabelos ruivos que tinha os olhos azuis acinzentados faiscando na direção de algum lugar atrás dela, provavelmente, para o túmulo onde o corpo de Hugo Weasley agora descansava.

E Astoria não pode deixar de pensar no quanto os olhos daquela criança tinham algo de familiar para ela.

Now you're gone
Now you're gone
There you go
There you go
Somewhere you're not coming back

**

N/A E então, o que acharam? Espero que estejam gostando :)


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