Linked Across Time | L.S.

By colourrying

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Amor de alma, amor de espirito. Você já conheceu alguém que no momento em que o seu olhar cruzou com o dessa... More

AVISOS INICIAIS
Capítulo 1 - Destiny
Capítulo 2 - An Imaginary Friend
Capítulo 3 - Déjà vu
Capítulo 4 - Prodigy
Capítulo 5 - Under the apple tree
Capítulo 6 - New old friend
Capítulo 7 - Why does it take so long
Capítulo 8 - Diary
Capítulo 9 - An angel
Capítulo 11 - Siblings huh?
Capítulo 12 - Flawless Flowers
Capítulo 13 - Lay me by your side
Capítulo 14 - In the arms of an angel
Capítulo 15 - Tamed
Capítulo 16 - I've been missing you
Capítulo 17 - Another promise
Capítulo 18 - Talking to the moon
Capítulo 19 - Two steps far from you
Capítulo 20 - Guide us home
Capítulo 21 - You're my constellation
Capítulo 22 - Volcano
Capítulo 23 - It's all about you
Capítulo 24 - Meant to be
NOVA ONE SHOT‼️‼️
Capítulo 25 - We're all together now
Capítulo 26 - Synchronicity
Capítulo 27 - I'm yours.
Capítulo 28 - Absolution
Capítulo 29 - Always and forever.
Capítulo 30 - Undercover
Capítulo 31 - We can last forever.
Capítulo 32 - I've loved you for a thousand years.
Capítulo 33 - I met happiness.
Capítulo final - You and I: The epitome of everlasting love

Capítulo 10 - I'll never stop

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By colourrying

OIOI! A música da mídia deve ser colocada quando eu avisar, ok? Mas se depois que ela acabar vcs quiserem colocar de novo pra dar um clima e tcham, pode sim viu? 🌚
boa leitura babes!

--X--

No capítulo anterior

"Deitado ali, em frente a essa criança adormecida que ele tanto amava, analisou os fios sedosos de seu cabelo castanho e pensou em como seria bom passar a mão e enrolar os dedos em alguma mecha. Olhou sua pele fina e imaginou que sua textura seria ainda mais macia do que ele sequer sonharia em um dia tocar. Olhou as sobrancelhas da criança, que já eram perfeitamente desenhadas em um arco, e seus cílios grossos, que pareciam fazer cócegas em sua maçã do rosto redondinha. Admirou o narizinho fino, e talvez tenha passado horas analisando cada detalhe...

Louis seria um garoto maravilhoso, com certeza ainda mais lindo do que foi em sua ultima vida...

E foi assim, preso em cada pequeno detalhe que aconteceu de olhar para a boquinha de Louis e memórias daquela vida tão intensa se formaram em sua mente antes que pudesse controlar"

Edward - Flash Back On

1964 - Londres

Esperar William poderia facilmente ser considerado como um tipo terrível de tortura. Jesus, seria bom se apenas minhas mãos tremessem, mas sinto que meu corpo inteiro frenético pelo nervosismo acumulado ao longo dos dias em que venho trabalhando em algo que quero lhe mostrar. Algo que fiz no dia em que percebi que não poderia mais fugir do que sentia por ele. Não poderia mais tentar esconder ou negar algo assim, já que provavelmente até em meus ossos esse sentimento está marcado. É óbvio o suficiente para que qualquer um que cruze meu caminho na rua, desde o primeiro dia que o conheci até hoje, saiba que meus pensamentos já não são mais meus, que o brilho em meu olhar, e até os batimentos de meu coração tem um dono, e não sou eu.

E é por isso que hoje, no aniversário de 15 anos do Will, eu realmente me esforcei para que ele goste do que fiz. Ele me disse que o que queria não era algo que poderia ser comprado, e tudo bem que uma parte eu comprei, mas a parte essencial fui eu quem fiz. Com todo o meu coração, que é dele, pra que ele também saiba.

​A porta se abriu e quase como um reflexo natural eu comecei a sorrir. Discretamente limpei no tecido da calça o suor de minhas mãos, prova incontestável do meu nervosismo, e virei meu olhar para a entrada. Eu estou parcialmente escondido atrás do piano no canto da sala, mesmo que dentro de seu alcance de visão, e ele, sem me notar, continua parado em frente a porta, parecendo ainda menor em contraste com o cômodo enorme, e ainda mais adorável com seu pesado casaco marrom e seus sapatos surrados, olhando encantado para tudo, enquanto eu com certeza só pareço um idiota que não consegue segurar o sorriso ao vê-lo admirar os objetos ao redor. Deve ser um ciclo da vida. Ele sempre admira tudo o que está em sua volta, sempre se surpreende com pequenas coisas e eu o admiro o tempo todo e sempre me surpreendo com tudo que descubro dele.

Quando finalmente seus olhos se fixaram nos meus, a pressa que me consumia até poucos minutos atrás deixara de existir. Perdido naquele olhar, já não existe a passagem do tempo, os minutos e os segundos sendo incapazes de penetrar a atmosfera criada.

​- Oi - foi o que ele disse, eventualmente. Um simples oi, quase sussurrado entre um sorriso, mas que mesmo de longe eu pude ouvir perfeitamente.

​Eu me levantei e fui em sua direção, parando ao seu lado e devolvendo o sorriso. A presença dele era ao mesmo tempo esmagadora e tranquilizante, e eu sei que provavelmente boa parte disso é o nervosismo voltando pouco a pouco após aquele transe, antecipando o que eu planejo fazer.

O seu sorriso aumentou ligeiramente, antes de desviar o olhar novamente para os instrumentos.

Nós estamos em uma oficina de música que pertence a minha mãe, uma herança de meu falecido avô. Trazer William aqui é como trazê-lo para dentro de toda a história de minha vida. Esse é o único lugar onde eu me sinto realmente em casa desde, provavelmente, sempre. Nós costumávamos visitar o meu avô com frequência, então a primeira coisa que eu fazia ao pisar os pés em Londres era pedir para que um dos empregados me trouxesse pra cá. Minha casa era grande demais, movimentada demais, e vazia de afeto demais, assim como a casa do meu avô. Hoje eu entendo que quanto mais sofisticadas e caras as coisas ficavam no exterior, mais triste e solitário eu ia ficando por dentro. Eu aprendi a associar as festas e jantares extravagantes organizados por meus pais com semanas posteriores de completa solidão, onde meu pai teria ainda mais clientes importantes para dar assistência e menos tempo para jantar com seu único filho e sua esposa, até que viesse o tempo onde a incrível sala de jantar receberia mais jantares com desconhecidos que refeições em família.

Mas neste lugar tudo parece contrastar com a vida chata e vazia que levei na infância. A sala de entrada da oficina, o lugar onde estamos agora, é em tom creme, com cortinas ​em alguns tons mais escuros adornando as imensas janelas de vidro. Entre duas dessas janelas, no canto oposto à porta de entrada, uma lareira que acompanhada do tapete felpudo e dos sofás macios e repletos de almofadas, nos transmite essa eterna sensação de que não importa o que estiver acontecendo do lado de fora, aqui dentro ainda pertenceria a outro mundo. E mesmo que os quadros da parede sejam absurdamente caros, e o lustre pendurado exatamente acima de nossas cabeças tenha tantos cristais que chegue a ser ofensivo, esse mundo feito de tapetes felpudos e lareira, violinos e pianos, cercado por uma dezena de portas que guiam às outras salas, seria para sempre minha fortaleza, e o mais perto que eu conhecia de um lar.

E agora, com William ali, interrompendo seu passeio pelo ambiente para encarar um dos pianos (talvez o mais importante deles, na minha opinião) aquilo nunca fez mais sentido.

O piano que William observava era o menor de todos, feito para crianças, e eu não consegui evitar sorrir enquanto corria meus dedos por cima da madeira, quase como um carinho. Com uma necessidade de trazê-lo ainda mais pra minha vida, eu me peguei dizendo:

​- Esse piano tem um valor sentimental muito grande pra mim. Foi nele que aprendi minhas primeiras notas, e foi nele que aprendi que a música era a única coisa que nunca me deixaria sozinho.

Pelos cantos dos olhos eu pude vê-lo gesticulando suavemente a cabeça, em sinal de compreensão, mas sua resposta só veio após longos segundos

​- Você devia ser uma criança muito melancólica - e eu sabia que ele olhava em minha direção agora, mas por algum motivo eu não pude retribuir seu olhar

- Talvez... - foi o que eu disse, num sussurro, incerto se "melancolia" seria a palavra

Dando um passo para frente ele suavemente tomou meu rosto em suas mãos,  num pedido silencioso de que eu o olhe nos olhos, algo que ele faz sempre que precisa ter certeza de que eu estou sendo sincero, e eu suspirei ao ser atingido pela costumeira eletricidade entre nossas peles, como todas as vezes em que nos tocamos.

- Você ainda pensa assim? Ainda se sente sozinho?

Seus olhos brilhavam ainda mais que o normal, banhados em sincera curiosidade e preocupação.

E tão bonito.

- Não mais...

Tão, tão bonito.

Eu coloquei minha mão por cima da dele, e levei a outra até seu rosto também. Ele fechou os olhos com o toque e eu passei meu polegar sobre o canto de seus lábios, sentindo quando sua respiração saiu em um suspiro suave, e meu corpo tremeu em resposta.

Então me lembrei do que estávamos fazendo aqui.

​- Will - ele abriu os olhos, aparentemente sendo arrastado de seu transe contra sua vontade - é seu aniversário...

​Ele soltou um riso baixo, que eu entendi como disfarce para a tristeza e disse

​- Esse dia não tem muito sentido Ed... Apenas você e Nate se lembraram...

Eu ignorei o sentimento em meu peito, a tristeza que veio em reflexo à sua, e então soltei o sorriso mais sincero e caloroso que consegui

​- Nós vamos mudar isso hoje. Quero que a partir de agora você saiba que esse é um dia feliz, porque eu estarei em todos os seus próximos anos, te trazendo uma surpresa boa em cada um deles...

​Ele sorriu genuinamente agora, parecendo gostar tanto quanto eu da ideia de compartilhar todos os nossos aniversários juntos, o que me deu ainda mais confiança no que estava prestes a fazer. Peguei sua mão e o guiei até o piano, para que nos sentássemos lado a lado, e então encarei as teclas por uns minutos, criando coragem, enquanto ele esperava pacientemente.

​- Olha, o que eu vou fazer agora é realmente importante, Will. Eu vou te dizer algo que venho pensado e sentido a algum tempo, e talvez você não queira mais falar comigo depois disso. - novamente precisei ignorar a sensação de aperto no coração ao dizer isso, embora por motivos totalmente diferentes dessa vez - Eu sei que é loucura, e que todos pensam que isso é errado, mas eu não consigo encontrar pecado em algo que me dá forças. E você me dá forças...

Ele pareceu surpreso e franziu suas sobrancelhas, e e não tive tempo pra entender se isso era bom ou ruim antes que ele começasse a falar

​- Ed, o que...?

​- Não me interrompa, garoto... - ri suavemente, na intenção de disfarçar meu nervosismo - Eu estou tentando te dar seu presente aqui

William me olhava atentamente, em expectativa, o que me deu confiança para alcançar o embrulho do presente em cima do piano, antes de pegar uma de suas mãos, depositando suavemente um beijo em sua palma, e então o pacote.

​- Essa é a primeira parte do presente. Não é caro, mas um dia será valioso pra você. Eu sempre gostei de colocar tudo o que eu pensava em forma de música, e sei que você gosta de colocar o que sente em desenhos. Eu quero que isso seja para você um porto seguro, onde você possa confidenciar todos os seus segredos. Tudo o que te deixa feliz ou triste. É seu, pra carregar seu coração.

​Ele tremia um pouco e eu não tenho certeza se alguma vez na vida ele já ganhou algum presente. Cuidadosamente William abriu a caixa, retirando de dentro um diário com capa de couro. Eu observei seus dedos correrem por toda a frente do objeto, admirado, ainda que não houvesse nada de especial do lado de fora. E então, antes que ele pudesse abrir a capa, eu o avisei

​- O segundo presente está escrito nas primeiras folhas. É algo que eu deixei pra você, e que escrevi para que demonstrasse tudo o que estou sentindo mas não consigo dizer em voz alta.

​- Você... Você escreveu algo pra mim?

​Eu assenti com a cabeça, meu coração ficando ainda mais acelerado a cada segundo que passava, todos os sentimentos ameaçando explodir dentro de mim e então, como uma forma de apoio eu levei minhas mãos até seus cabelos, acariciando as mechas levemente, num gesto que também pareceu tranquilizar o olhar quase incrédulo de William sobre o diário. Aquele pequeno contato de meus dedos com ele pareceu ser o suficiente pra trazer à tona, com toda a sinceridade do mundo, tudo aquilo que eu precisava tanto tirar de dentro de mim e mostrar pra William naquele momento.

​- É uma música... Uma música que diz tudo o que senti desde quando te vi pela primeira vez... Talvez você não sinta o mesmo, mas eu acredito no fundo do meu coração que sim. Pode parecer loucura, podem dizer que somos jovens, que não sabemos das coisas direito. Mas eu sei que nada disso é verdade, porque ninguém sabe o que se passa entre mim e você. Ninguém sabe que você é minha força, e que eu perco o ar quando te vejo. Ninguém sabe que olho nos seus olhos e vejo sua alma, e ninguém faz idéia de que eu saberia isso mesmo que ainda fosse uma criança. Isso não vai mudar, William. Não vai mudar hoje, nem amanhã, e nem nunca. E por isso eu escrevi essa música. Se chama "Never Stop".

E os olhos de William nunca pareceram mais brilhantes que aquilo. Ele tinha uma constelação em seu olhar, e eu sabia que provavelmente era pelas lágrimas que pareciam estar se acumulando ali. Tudo o que eu disse foi a mais pura verdade, e ele era pra mim mais importante que respirar. Eu não precisava esperar estar velho para saber, eu soube desde sempre que saberia para sempre também. E eu também sabia que meus olhos estavam como os dele, eu podia sentir o ardor das lágrimas se formando, e por mais que minha vontade fosse de deixar tudo pra depois e só abraçar aquele garoto com todas as minhas forças agora, só amar e amar e amar aquele garoto que eu não era permitido a amar, eu segurei tudo isso mais um pouco pra poder seguir falando, com a voz mais estável que eu consegui

​- Você pode abrir enquanto eu toco. A melodia é a terceira parte do presente.

​Ele abriu o diário, ainda sem dizer nenhuma palavra, e passou os dedos sobre as letras, antes de o posicionar ao lado da partitura e esperar que eu começasse. E assim eu o fiz

*Dê play aqui*


"This is my love song to you
(esta é minha canção de amor para você)
Let every woman know I'm yours
(deixe toda mulher saber que eu sou seu)
So you can fall asleep each night babe
(então você pode pegar no sono toda noite, baby)
And know I'm dreaming of you more
(E saber que estou sonhando com você)

You're Always hoping that we make it
(você sempre mantem a esperança de que consigamos)
You Always wanna keep my gaze
(Sempre querendo ter o meu olhar)
Well, you're the only one I see
(Bem, você é o único que eu vejo)
And that's the one thing that won't change
(E isso é uma coisa que não vai mudar)

I'll never stop trying
(Eu nunca vou parar de tentar)
I will never stop watching as you leave
(Eu nunca vou parar de te olhar enquanto você se vai)
I will never stop losing my breath
(Eu nunca vou parar de perder o meu fôlego)
Everytime I see you looking back at me
(Toda vez que eu te ver olhando de volta para mim)
I will never stop holding your hand
(Eu nunca vou parar de segurar sua mão)
I will never stop opening your door
(Eu nunca vou parar de abrir a porta para você)
I will never stop choosing you babe
(Eu nunca vou parar de te escolher, babe)
I will never get used to you
(Eu nunca vou me cansar de você)

William já deixava as lagrimas rolarem livremente, assim como eu, mas engoli meu choro e continuei para o final

And with this love song to you
(E essa canção de amor para você)
It's not a momentary phase
(Não é só uma fase momentânea)
You are my life, I don't deserve you
(Você é minha vida, eu não te mereço)
But you love me just the same
(Mas você me ama do mesmo jeito)
And as the mirror says we're older
(E mesmo que o espelho diga que estamos mais velhos)
I will not look the other way
(Eu não te olharei de outra forma)
You are my life, my love, my only
(Você é minha vida, meu amor, meu único)
And that's the one thing that wont change
(E isso é a única coisa que não irá mudar)

(...)

Still get my heart Racing (you)
(você continua disparando meu coração)
Still get my heart Racing (for you)
(meu coração continua disparando por você)"

Eu encerrei a música e as ultimas palavras saíam como um suspiro entre soluços. Eu estava chorando por milhares de razões, mas principalmente porque William não havia saído correndo. Ele estava chorando também, e isso significava que ele sentia exatamente tudo que eu sentia.
Eu não posso te dizer como dois garotos de 15 e 16 anos podem sentir algo que rasga seu peito, mas se ele sente só uma parte do que eu sinto, tenho certeza que é amor suficiente para pelo menos um milhão de vidas.

Limpei meus olhos e olhei em sua direção. Will tinha o rosto escondido sob as mãos, então eu carinhosamente as retirei e o virei para mim. Seus olhos marejados me assistiam com algo que parecia tanto curiosidade quanto admiração, enquanto eu passava minhas pernas sobre o banco, ficando com uma de cada lado e o incentivava a fazer o mesmo. Coloquei minhas mãos sobre suas pernas e as puxei suavemente em minha direção de forma que ele não ficasse sentado em meu colo, mas suas coxas estivessem sobre as minhas.

Passei minha mão em suas bochechas para secar as lágrimas, e mergulhei em seus olhos que conseguiam estar ainda mais perfeitos que minutos atrás, o azul mais lindo que eu algum dia já vi, e Deus, eu poderia morrer agora. O azul infinito que sempre uso para descrever é a única coisa que me vem a cabeça. Esse azul está infinitamente cravado em mim, infinitamente sobre tudo que vejo, e é infinito ao redor de tudo que me cerca, como se essa cor de olhos fosse simplesmente a única coisa que me prende na Terra, minha única ligação com qualquer coisa que exista e que não houvesse em minha vida mais nada fora William, nada que não tivesse sido tocado e modificado pela profundidade do sentimento que esses olhos me transmitem.

Não eram necessárias palavras. Nada era necessário exceto nós, sem nomes, sem gêneros, apenas eu e ele. Eu coloquei uma mão em cada lado de seu rosto, e o puxei para perto, encostando nossas testas. Talvez tenhamos fechado os olhos no mesmo segundo, e eu senti sua respiração quente.

Ele tinha cheiro de lar, cheiro de felicidade. Acho que cheiro de todo o amor que sinto por ele, e que agora sei que é correspondido. Me aproximei mais e encostei nossos narizes.

Ele ofegou, ou talvez tenha sido eu, e se aquela conseguia ser a melhor sensação que eu já tinha sentido em toda a minha vida, eu não sabia o que esperar do resto.

Surpreendentemente, William foi quem aproximou o espaço restante, fazendo com que nossos lábios se tocassem. Tão, tão suavemente que poderia ser irreal, mas mesmo assim todo o meu corpo respondeu. Eu senti em cada uma das minhas células o quanto aquilo era certo. O quanto todas as pessoas que dizem que nós não podemos nos amar estão errados, porque esses lábios foram feitos para estarem ali, moldados para os meus. Os lábios de William são macios, úmidos, com gosto do paraíso com lágrimas, e não foi voluntário o apertar ainda mais contra mim. Ele me abraçou com força e eu o puxei para meu colo. O beijo era casto, mas eu nunca imaginei que duas pessoas pudessem se conectar assim. Que dois poderiam ser um, apenas com um beijo.

Entreabri os lábios, e deixamos que eles se encaixassem perfeitamente, num ritmo que surgiu naturalmente, porque agora eu sei que eles foram mesmo feitos um para o outro. E ao sentir a língua de William, quente e suave, acariciando a minha ainda que tão gentilmente, também descobri que o amor tem gosto, e que pra todo o sempre eu quero continuar provando esse sabor.

E eu não quero largar esse garoto. Não quero parar de sentir suas mãos dentro de minha jaqueta, se agarrando a minha camisa como se estivesse sendo levado por uma correnteza e eu fosse sua âncora. Meus braços se fecharam ainda mais ao seu redor, nossos corpos se abraçando de forma perfeita, nossos lábios se fechando tão bem ao redor um do outro no sentido literal, que no sentido figurado é certo dizer que o encaixe deles não deixa espaços para dúvidas. E a cada pequena mordida, suspiro, cada barulho suave que sai de um apenas para ser engolido pela boca do outro, repleto de entrega, devoção e o mais puro prazer causado por finalmente estarmos onde pertencemos, eu me sinto ainda mais sobrecarregado pela felicidade e pelo alívio. Porque nesse momento, realmente não importa o quão errado o mundo pense que isso é, pois nós dois sabemos que é certo, que nada poderia ser mais certo, e só isso importa.

E eu realmente não sei por quanto tempo ficamos assim, mas quando nos separamos, foi apenas por milímetros suficientes para que William perguntasse, numa voz falha

​- Essa... era a quarta parte do presente?

Ainda de olhos fechados eu puxei sua boca novamente para a minha, incapaz de lidar com qualquer distância entre nós, e com a voz abafada entre nossos lábios e sorrisos, respondi

​- Não, esse presente eu que ganhei.

E agora eu sei, com toda a certeza do mundo, que se existirem mil vidas eu amarei William em todas. E sei que serei amado de volta.

--X--
ELLOOOOOO again!
Como estão seus coraçõezinhos, Larries?

Att no sábado DE NOVO pq fico com os caps prontos e não aguento esperar até domingo, obv.
Espero do fundo do coração que vcs tenham gostado pq é um cap importante e pq beijinho Larry (Willard, no caso) merece nosso respeito.

Enfim, desculpa a nota imensa, obrigada pelo carinho de vcs e isso me faz ficar nas nuvens.
Todo o amor, como sempre.

Xx, Isis.

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