The Beast (Portuguese Version)

By whtsl4rry

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"(...) Vampiros de classe E são chamados de Feras. Feras porque eles perdem completamente sua humanidade, ele... More

Prólogo
Capítulo II - Dangerous Decisions
Capítulo III - Quarrel
Capítulo IV - Caged
Capítulo V - Master
Capítulo VI - Hybrid
Capítulo VII - Freedom
Capítulo VIII - Friend
Capítulo IX - Trust
Capítulo X - Heartbeat
Capítulo XI - Feeding Issues
Capítulo XIII - Sweet Melody
Capítulo XIV - Pained Worries
Capítulo XV - Upcoming Storm

Capítulo I - Memories

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By whtsl4rry

"Nós não precisamos matá-lo"

O pequeno garoto segurou na mão de sua mãe, a mulher em passos apressados para a sala através do corredor longo e escuro da mansão, velas iluminando o caminho que eles passavam.

O garoto de oito anos choramingou com a mão forte fechada na sua, tão forte que doía. Ele olhou para a mulher de cabelos longos, sua face mostrando uma mistura de ansiedade e interesse, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios quando encontrou o olhar de seu filho

Os olhos do garoto arregalaram em choque com o sorriso fraco; a última vez que vira a mulher sorrindo para ele foi quando acidentalmente matou um gato, alimentando-se dele.

Naquela época, ele tinha se recusado a se alimentar de sua empregada, ele não queria machucar a menina porque ela era tão boa para ele! Ele se sentiu muito mal quando ela o olhou em desespero, implorando para não fazer isso. Mas sua mãe queria fazê-lo alimentar-se de um humano, para deixar de se alimentar com pacotes de sangue, que era hora de aprender a fazer isso de verdade.

Ele negou. Para punir o garoto, sua mãe matou a empregada, sua única amiga, a única que se importou com ele desde quando era um bebê.

Influenciado pela fome, ele tinha se alimentado a partir do gato quando não conseguiu encontrar nenhum pacote de sangue ao redor.

Ele chorou por horas, ele odeia morte, ele odeia quando alguém morre e ele odeia ainda mais quando é forçado ver pessoas morrerem. Sua mãe tinha lhe dito que a morte era natural, que ele irá ter que matar muito mais que um gato para sobreviver. Ela sorriu, pegando o animal morto e jogando para fora da janela

Ele não gosta de sua mãe. Ele tem medo dela. Ele a odeia.

"Ele está aqui Kibum. Ele está aqui para te ver." O sorriso da mulher cresceu, seus caninos aparecendo, orgulhosamente.

"Quem é?" O garoto perguntou cuidadosamente em um tom devagar para não chatear a adulta. Ele sabe que ela não gosta quando ele fala muito alto.

A mulher vestida com roupas caras de veludo escuro sorriu, seus olhos nunca deixando o final do corredor onde uma grande porta se madeira separava-os da sala de estar. "Seu futuro companheiro."

"Umma... Porque eu tenho que conhecê-lo?" O pequeno Kibum perguntou, mordendo seu lábio em uma mania nervosa. Ele não gosta disso, ela não gosta disso tudo. Porque ele tem que conversar com uma pessoa que ele nunca conheceu antes? E pelo o que sua mãe lhe disse, a pessoa é bem mais velha que ele.

Os olhos escuros da mulher caiu sobre o garoto com brilho severo. "Você sabe porque..! Os Kim's são uma das famílias mais ricas lá fora! Eles são poderosos, Kibum! É uma boa coisa você ter nascido com o talento de seu bisavô. Sem o talento, eu não acho que você poderia fazer isso! Eles querem poder, e é melhor você vir a ser poderoso! Nós precisamos dessa união." Ela cuspiu, de repente parando quando o menino se recusou a andar mais.

"Eu não quero um companheiro..!" Ele choramingou, pequenas lágrimas aparecendo nos cantos de seus escuros, inocentes olhos.

Ele sabia que não deveria ir contra seus pais, mas ele apenas odeia a ideia! Parecia errado!

Já esperando por isso, uma mão pintada bateu em seu rosto com força, penetrantes olhos irritados o olhando de cima. "O que você está dizendo, seu garoto estúpido?! Você foi prometido aos Kim's no segundo após que nasceu. Não é escolha sua. Você faz o que eu disser!"

"Por que?" Soluçou, olhando para baixo quando uma lágrima correu em sua bochecha pálida, limpando-a rapidamente com a manga. Ele não podia chorar, ele não pode fazer isso, ele sabia que seria muito pior se chorasse.

"Escuta aqui criança estúpida!" A mulher levou o garoto para um canto escuro pelo braço e apontou o dedo para ele em advertência, suas unhas afiadas quase cutucando a ponta do seu nariz."Você não arruinará esse encontro! Você irá conhecer seu companheiro e é melhor fazer tudo para ele gostar de você! Têm anos desde que ele te viu! Então tente parecer bom e agir como o nobre que você é!"

"Ele é muito velho..." Sussurrou, tentando lutar contra o impulso de desatar a chorar.

"Ele é poderoso. Isso é razão o suficiente para você gostar dele! Agora cala a boca e faz o que eu lhe disse! Você não quer me ver irritada, Kibum." Ela empurrou o filho para a grande porta, olhando para ele.

Kibum limpou seus olhos já molhados e sentiu as mãos de sua mãe reajustando suas roupas antes de abrir a porta para a sala iluminada.

Temporariamente cego pela luz, o menino colocou seu braço sobre os olhos, tentando protegê-los com sua sombra.

Algumas pessoas estavam sentadas próximo ao piano. Ele conseguia ver seu pai, segurando um copo de vinho, conversando animadamente com um homem que deduziu ser o Sr. Kim. Uma mulher elegante estava lado, tomando um gole de seu próprio copo. Olhando para fora da janela havia uma outra figura masculina, um adolescente, e o menino de oito anos sentiu seus joelhos fraquejarem

Acasalamento significava abrir parte de sua alma para a outra pessoa, era muito mais do que os humanos chamam de casamento, é algo mais forte, algo mais espiritual. Ele não queria fazer isso agora, e não com um estranho. A empregada uma vez lhe disse que as pessoas encontram seus parceiros quando adultos, mas ele havia sido prometido para o filho do Kim desde o dia que ele nasceu. E tudo por culpa de seu poder estúpido...

Quando entraram na sala, Kibum foi guiado por sua mãe até as pessoas importantes. O humor dela mudou completamente e o menino não podia evitar olhar. Ela parecia radiante. Seus olhos brilhavam em seus convidados, um sorriso brilhante em seus lábios rosados. Porque ela não podia olhá-lo da mesma forma também? Porque ela não o amava? O que ele tinha feito de errado?

"E eu acredito que esse pequeno homem é Kibum, certo?"A mulher com a bebida sorriu para ele, acordando-o de seus pensamentos. Ela era bonita, cachos dourados curtos caíam sobre seus ombros, e olhos azuis escuro sorriu gentilmente para ele, como qualquer mãe deveria sorrir... Como ele sempre quis que sua mãe fizesse...

"Kibum." Ele ouviu sua própria mãe assobiar ao seu lado, lembrando-lhe para cumprimentar a pessoa a sua frente.

Curvando-se rapidamente de uma maneira formal, Kibum corou por seu erro. Ele sabia que deveria cumprimentar os convidados imediatamente... sua mãe iria ficar realmente brava se ele não fizesse isso... "É um prazer lhe conhecer, minha senhora, seja bem vinda à nossa casa." Ele repetiu as palavras que sua mãe lhe tinha dito para dizer ao longo dos anos.

"Awww... ele é tão fofo. Tão educado!" A mulher agradável engasgou de prazer, fazendo o menino corar mais. "Ele tem oito anos, você disse? Ele é alto!"

"Obrigado, minha senhora."Curvou-se novamente, sentindo um sorriso escapar de seus lábios. Ele estava feliz... muito feliz pela senhora gostar dele. Normalmente, as amigas da sua mãe nem notam sua presença quando ele permanece no mesmo cômodo que elas. Ele se sente bem quando alguém gosta dele.

"Ele não é um pouco... Magro? "O homem que estava sentado ao lado de seu pai levantou uma sobrancelha, olhando-o com olhos críticos. "Parece fraco."

Com isso, a mãe ficou tensa ao seu lado e inclinou a cabeça um pouco, quase se desculpando. "Kibum ainda é uma criança... ele irá crescer mais forte."

Ah não...

Ele estava encrencado, ele sabe que está. O grande homem disse que ele está fraco, e sua mãe sempre gritou a ele para alimentar-se mais então poderia crescer forte... E ele desobedeceu. Ele ganhará um sermão mais tarde se ele não fizer nada para o homem gostar de si..!

"Hum... vamos ver." O homem deu de ombros e seus olhos escuros caiu sobre o garoto novamente."Diga criança, você sabe porque está aqui?"

"Eu vim para conhecer meu companheiro..." Ele meio que sussurrou, as palavras não queriam sair.

Um risinho sarcástico veio da figura masculina e o menino sentiu seu rosto queimar. Ele não deveria ter dito isso? Ele fez algo errado?

O homem mais velho assentiu, cruzando as pernas e sentando-se no sofá. "Certo. Mas antes... Você precisa me mostrar o que você pode fazer.

"Me desculpe?" Sua mãe perguntou, assustada.

"Eu preciso saber se ele ainda possui o poder que testemunhei anos atrás. Ele era apenas um bebê quando vi isso. Nós não aprovaremos essa união sem ter certeza disso." O homem disse em uma voz rigorosa, séria, seus olhos penetrantes caindo sobre o menino que ficou olhando para ele com horror. "Eu não deixarei meu filho unir-se com uma criança sem que ele ainda possa usar seu poder."

"Meu... Poder?" Kibum tentou dizer, sabendo perfeitamente bem que ele ainda não consegue controlar isso completamente. Não foi assim tão simples... Ele nem sabia como fez isso..!

"Sim, criança. Faça isso. Nos mostre algo." O homem franziu os lábios em uma linha fina, cruzando os braços juntos, esperando.

O menino sentiu seu coração disparar em pânico. "Senhor... Eu não posso controlar isso. Apenas funciona quando-"

"Kibum, faça o que o Sr. Kim diz!" Sua mãe gritou em seu lado, assassinando-o com os olhos.

Ele queria chorar. Ele sabia que não poderia fazer isso..! Ele não consegue controlar! "Mas umma-"

A senhora loira colocou a mão sobre o joelho do marido, olhando para o menino que possuía lágrimas de piedade. "Nós não deveríamos estressar a criança, yeobo..."

O homem só balançou a cabeça negativamente."Se ele será o companheiro do meu filho então eu preciso estar certo que ele está apto para seguir com esse título."

"Kibum. Faça." Uma profunda, exigente voz masculina veio de sua direita, seu pai o olhando com uma cara séria.

"Appa..." O pequeno menino soluçou, implorando com os olhos. Seu pequeno peito estava doendo, ofegando em medo, sua cabeça doía e lágrimas começando a escorregar para fora dos olhos como um louco. Ele queria fugir...

"KIBUM FAÇA O QUE EU DIGO!" Sua mãe gritou histericamente, unhas afiadas cravando em seu ombro ossudo.

"Umma..." Ele chorou, a dor agredindo seu corpo, o deixando tonto.

Porque ela não o ama? Porque seu pai estava o olhando com certo desapontamento?

"UMMA..."

Ele podia ver. Manchas vermelhas escuras estavam aparecendo em sua camisa, unhas da sua mãe apertando ainda mais para fazê-lo falar alguma coisa. Qualquer coisa...

"UMMA!"

Ninguém o amava... ninguém se importava...

Ele queria desaparecer...

"UMMA, ACORDE!"

Os olhos felinos se abriram em choque, os lábios deixando escapar um alto suspiro enquanto seu corpo se movia para se levantar em um salto.

Seu peito subia enquanto ele ofegava fortemente, deixando escapar uma rápida, apressada respiração. Ele podia sentir seu cabelo colado em sua testa suada, os lábios tão secos como o deserto, molhados por uma única gota que caiu de seus olhos marejados.

O quarto estava escuro mas ele conseguia ver uma figura inclinada ao lado da cama, uma mão agarrando seu ombro, sacudindo-o acordado. Uma mão masculina, uma mão sem unhas longas.

Um sonho.

Outro sonho.

O mesmo sonho.

Fazia anos... Porque ele não conseguia apenas esquecer isso..?!

"Key hyung... Você está bem? Você estava choramingando quando eu entrei..." A voz de Taemin estava em um tom preocupado, sua mão agora esfregando o ombro do mais velho.

Enxugando rapidamente os olhos com as costas da mão, Key sorriu, assentindo. Ele estava melhor agora que estava acordado. Muito melhor. "Eu estou bem, Minnie. O que está errado?"

Os lábios do menino mais novo alargou-se num sorriso. "Você foi convocado. Estamos indo em uma caça."

Caça. Uma palavra desagradável.

Ele se perguntou por que Taemin gosta tanto disso. Ele odiava caçar. Ele odiava matar.

Taemin mordeu o lábios quando o menino mais velho voltou deixou-se cair para trás contra o travesseiro novamente e tentou levantá-lo. "Na verdade é uma situação de emergência, por isso você deve se levantar rapidamente e se vestir." Alertou.

Key gemeu de irritação, sentando-se na cama, cansado. "O que é desta vez?"

Taemin correu para o guarda-roupa e o abriu, procurando por algo dentro do mesmo. "Um espião nos informou sobre um grande grupo de rebeldes no norte. Eles estão planejando atacar um grupo de escoteiros que vão ficar na floresta para o acampamento." O maknae caminhou até seu amigo e colocou o uniforme de Key em seu colo. "Aqui."

Key revirou os olhos. "Clássico".

O menino mais novo suspirou em desespero quando o mais velho não estava se movendo rápido o suficiente e ajudou o outro se despir, tirando a camisa de dormir para ele. "Há uma possibilidade de irem feras também."

O garoto de olhos felino franziu a testa em confusão, deslizando as pernas para dentro do macacão preto. "Rebeldes e feras não se misturam."

Taemin assentiu, ajudando seu amigo a vestir o uniforme apertado e, em seguida, fechando o zíper na parte de trás. "Esse é o problema. Eles não estão juntos."

Os olhos de Key se arregalaram e um sorriso escapou de seus lábios. "Dois grupos indo para o mesmo lugar? Pobres escoteiros, eles irão ter o maior susto de suas vidas." Ele riu, anexando um coldre de armas em volta de seu quadril.

"Eu espero que não. Estamos aqui para detê-los, afinal." Taemin sorriu, pegando a arma de Key do criado-mudo.

Key encontrou os olhos alegres do mais novo e sorriu tristemente. "É..."

Quando ele se juntou ao clã do Onew anos atrás, tinha pensado que por "caça" ele quis dizer "caçar humanos" e quase o deixou de imediato.

Ele havia fugido de seu próprio clã, clã de seus pais, e acabou sozinho nas ruas, tentando achar um lugar para ficar, uma nova vida para viver. Por ter sido criado apenas em torno de vampiros, ele não estava costumado com o estilo de vida dos humanos. Seus pais o manteve na mansão desde que era uma criança e ele só saiu quando eles realmente tiveram e que deixar sozinho, o que era algo extremamente raro.

Os únicos seres humanos que conhecera foram algumas empregadas domésticas que tinham sido contratadas para a mansão, e elas foram proibidas de falar com ele.

Quando finalmente encontrou uma forma de escapar dos portões gigantescos da mansão... ele ficou entusiasmado. Correu, correu como um prisioneiro que havia cavado um buraco e escapara da prisão.

A maldita mansão era no meio do nada e apenas três dias depois foi capaz de ver algo que ele só havia sonhado. Uma cidade. Seul.

Ele ficou com medo. Ele nunca tinha visto tantos humanos, foi realmente assustador.

Sem dinheiro, ele não podia comprar comida e o vírus dentro dele estava começando a almejar sangue. Ele não sabia o que fazer.

Ele havia roubado comida de pessoas para sobreviver, mas não podia mais fazer isso, nunca era o suficiente, e seu lado vampírico estava começando a reclamar em seu corpo.

Em uma noite, tudo mudou.

Foi no final de uma tarde e ele estava escondido em um beco escuro. Não era como se ele tivesse medo do sol, ele realmente ama o sol. Amou o calor delicioso conhecendo sua pele, beijando-a. Passou tantos anos dentro das paredes frias da mansão de seus pais que o deixou mais pálido do que giz e nem sequer era autorizado a permanecer nos jardins por muito tempo. Ele ama o sol, tão forte, tão brilhante. Mas quando precisava se alimentar... Ele precisava permanecer nos becos.

A coisa boa sobre os becos escuros é a existência de ratos gigantes que vivem lá, porém o seu sangue é nojento; detestava o gosto. Muito deles possuem centenas de doenças e ele não conseguia nem permanecer por perto com aquele cheiro desagradável. Mas ele não tinha escolha. Ele não podia matar humanos, quebrava seu coração escutar o coração deles batendo forte, ouvir seus gritos de horror e sentir seus corpos enroscando com a dor, lentamente... Morrendo.

Mas um dia sua sorte mudou.

Ele estava se alimentando e tudo aconteceu em segundos.

O poder que seus pais queriam tanto que ele tivesse controle... O poder que ele tanto odiava... O salvou.

Ele era o que seus pais gostavam de chamar de "Vidente". Ele caiu em um tipo de transe, e em mero segundos ele teve visões. Poderia ser do passado ou do futuro, ele recebe informação sem sequer pedir, era algo completamente involuntário.

E o que ele viu... Era alguém atrás dele, pronto para atacar.

Quando ele abriu os olhos... Se esquivou.

A faca foi jogada no chão onde tinha estado apenas alguns segundos atrás, e ele correu.

Essa tinha sido a sua primeira reunião com os rebeldes. Rebeldes, pelo que ele sabia, eram o maior problema dos nobres.

Vampiros, ele aprendeu, são divididos por classes.

Os mais fortes, a nobreza eram de classe A; estes eram raros porque eles nasceram de ambos os pais vampiros. A maioria dos bebês não são fortes o suficiente parar aceitar o vírus, e muitos acabam morrendo antes de terem nascido.

Classe B são os que nascem com um único pai vampiro, o outro ser humano. Eles são fortes, mas não tão fortes como um vampiro de sangue total.

Classe C é a classe mais comum, sendo os que antes eram humanos e foram infectados e transformados por qualquer uma classe A ou B.

Classe D é a classe que eles gostavam de chamar "os rebeldes". Eles são os que foram transformados e infectados pela classe C. A vítima de uma mordida de um vampiro de classe C os transforma em vampiros muito mais fracos; no entanto, pouquíssimos vampiros de classe D mantêm suas verdadeiras personalidades, a maioria deles se tornam criaturas violentas, sedentas de poder. Eles caçam em bandos, por vezes, liderado por alguém de classe superior. Um rebelde é indefeso e poderia facilmente ser morto, mas em bando se torna muito mais ofensivo. Perigoso.

Diferente de vampiros mais fortes como A, B ou mesmo C, os vampiros de classe D são muito mais sensíveis ao sol. O vírus reage como ácido uma vez em contato com o sol e eles acabam ficando com a pele realmente queimada com a luz do dia por muito tempo.

Então vem a última classe, a classe E.

Vampiros de classe E são chamados de Feras. Feras porque eles perdem sua humanidade completamente, eles não eram amigáveis com ninguém, nem mesmo sua própria espécie. Eles são completamente alérgicos ao sol, são criaturas da noite e apenas vivem para matar. Mas eles também são raros.

Quando mordido por um rebelde, classe D, o humano morreria ou aceitaria o vírus e se transformaria em uma Fera.

O estranho é que diferente da classe D, que é um grupo de vampiros fracos e loucos, as Feras são animais muito fortes a ponto de igualar alguém da classe B ou C.

É por isso que as pessoas de classe C foram proibidos de morder humanos; as ruas estavam cheias de rebeldes e fazer mais rebeldes significa mais Feras, algo que ninguém precisava. Essas duas últimas classes foram feitas para morrer; eles não possuíam nenhum lugar no mundo, eram apenas resultados de um vírus perigoso, e se alguém for pego criando rebeldes significa que a única punição que receberia era a morte.

Kibum tinha pensado que pertencia a classe A.

Ele não pertence.

Sua mãe não o odiava, de fato, ele a nunca conheceu.

A mulher que ele tinha chamando de mãe por anos... Não era nada mais do que a mulher de seu pai que não conseguia ter filhos.

Ele foi enganado por dezessete anos. Sua mãe verdadeira era na verdade uma humana, um ser humano que morreu ao dar luz à ele. Sua primeira vítima. Ele era um vampiro de classe B.

Essa foi a razão pela qual sua ah-tão-chamada mãe nunca o amou, ele não era dela. Ele era um filho de alguma humana bastarda.

A coisa era, os rebeldes odeiam os nobres;

Eles não eram um grande grupo e Key poderia ter facilmente os derrotado se não fosse tão fraco; por agora... Ele era nada além de uma presa fácil.

Mas ele teve sorte.

Ele o encontrou.

Foi quando ele viu Lee Jinki. Tudo nele gritava "classe A" e "poder" e Kibum nunca pensou que ele seria tão feliz em ver um nobre novamente.

Atrás do poderoso homem vinham mais vampiros, vestidos com uniformes, segurando armas em suas mãos. Eles caminharam por Kibum como se ele nem estivesse lá e acabaram com os rebeldes, seus corpos sendo mortos.

Ainda em estado de choque, Kibum tentou correr. Ele não poderia ser reconhecido e levado para a mansão novamente!

Uma mão forte agarrou seu braço no entanto, e Kibum pensou que sua liberdade havia acabado. O que ele não esperava era... Que o vampiro sério, que antes parecia assustador, lhe desse um amável sorriso, perguntando-lhe se estava perdido.

Onew lhe deu abrigo. Por ser o líder do clã, ele deixou Key entrar sem perguntas.

Ele não poderia ter sido mais feliz. Ele tinha ganhado amigos e um novo lar.

Mas o clã de Onew era um pouco diferente do que ele esperava. Não era como o clã de sua família; eles não iriam apenas sentar e beber durante o dia todo, falando de política.

O clã de Onew tinha um propósito. Eles limpam as ruas dos rebeldes e das feras. Sua missão é proteger os humanos da sua raça, matar os que mataram e salvar aqueles que ainda possuem salvação.

A "caça" é exatamente isso.

Mais do que um clã, mais do que uma família, eles eram soldados, eles tinha um propósito nobre e todos lutavam pela mesma razão.

"Key-hyung!" Uma voz familiar puxou-o para fora de seus pensamentos

Key murmurou um pedido de desculpas, pegando a arma e colocando-a em seu quadril, o mais jovem dando-lhe um olhar de reprovação. "Pare de se distrair, estamos com pressa...! Aish..."

Key revirou os olhos e ficou de frente para o espelho, reajustando seu uniforme, o emblema do clã costurado sobre seu coração. Ele era o único que tinha esse uniforme; todos os outros possuem um mais robusto. Por quê? Porque ele não era como os outros soldados.

Ele tinha vinte anos e agora tinha passado três anos nesse clã. Isso lhe deu um monte de treinamento de combate e Onew não é como sua "mãe" ou seu pai... Ele não o força a usar seu poder, não. Onew se tornou um bom amigo de verdade; ele investiu nele, ajudando-o a aprender, treinar e meditar, mas nada contra sua vontade.

Devido a isso, Key se tornou mais forte e aprendeu como controlar seu poder, mais do que isso, ele descobriu o verdadeiro poder de um "Vidente", algo que Onew gosta de de chamar de "Sábio".

Ter visões não é o verdadeiro negócio, afinal. Sendo um Sábio era algo mais, muito mais... E agora ele pode usar esse poder com um propósito decente. Para proteger os humanos.

"Eu ouvi dizer que o Mestre vai mandar o Choi com a gente." Taemin comentou, abrindo a porta do quarto, pronto para sair.

"Choi? Você quer dizer Choi Minho?" Key o seguiu para fora do quarto, para o interminável corredor que leva aos quartos dos soldados. Eles estavam, na verdade, no subsolo, debaixo da mansão.

A maioria dos soldados estavam fora, vivendo no prédio localizado ao lado da mansão, mas ao contrário dos quartos subterrâneos, aqueles eram lugares onde as pessoas dormiam juntos em salas com dez ou mais.

Os quartos subterrâneos foram reservados para os melhores soldados, capitães e pessoas com cargos importantes, como informática e cientistas.

Ele teve a opção de se mudar para as câmaras de classes mais altas na mansão, mas ele ficou tão apegado a ter pessoas ao redor, algo que nunca teve em casa, que ele acabou recusando a oferta. Ele tinha um quarto ao lado do quarto de Taemin, então ele não poderia ser mais feliz. É mais do que o suficiente.

O mais novo assentiu. "O cara assustador que nunca sorri, sim."

Key fez uma cara, os dois andando pelo corredor. "Isso é estranho. Ele é a mão direita do Onew, ele nunca o deixa de lado... Isso deve ser perigoso, então." Key curvou a cabeça em um cumprimento rápido para uma soldada que caminhava em frente a eles, sorrindo para ele.

Taemin balançou a cabeça novamente, colocando um dedo sobre os lábios. "Pelo o que eu ouvi é um grupo de vinte e sete rebeldes e cerca de nove feras."

Os olhos de Key arregalaram-se ao máximo. "NOVE?!" ele gritou e olhou em volta para ver se havia alguém por perto. Ele puxou o maknae pelo braço para um canto escuro e apontou um dedo acusador para ele. "Como você sabe disso?!"

O menino mais novo corou e olhou para baixo, um pé movendo-se inocentemente. "Eu acidentalmente... Ouvi...?"

Key soltou um suspiro alto, colocando a mão em sua testa. "Você precisa parar de espiar! Isso é rude."

Taemin balançou a cabeça freneticamente. "Eu não espiei! Eu ia falar com o Mestre e eu ouvi vozes dentro do escritório então..."

"Então você espiou." Key finalizou, vitorioso.

O maknae fez o seu melhor rosto inocente, fazendo beicinho seus lábios um pouco. "Talvez...?"

Key olhou para ele com olhos desconfiados.

Ah... Ele estava encrencado?

Ele sabia que não era para espiar conversas vindas do escritório do chefe mas-

"Conte-me mais." Key colocou a mão no ombro do rapaz e o puxou para fora das sombras, continuando a sua caminhada pelo longo corredor.

Taemin sorriu e continuou. "O Mestre estava pensando de deveria vir com a gente dessa vez também. Ele acha que esta é uma missão difícil, tentando controlar os humanos, matar as feras e se livrar dos rebeldes. Ele está enviando seus melhores homens." Sorriu, virando a esquerda para subir as escadas que levavam à cozinha da mansão. Eles poderiam usar a escada principal que leva a sala comunal da milícia, mas eles tem o hábito de tomar essa rota, sempre furtando algo para comer.

"Por que você está animado, mesmo? Não é como se você fosse." Key o seguiu, agarrando uma maçã de um cesto e mordendo-a enquanto caminhavam para dentro do cômodo, abrindo a porta que dava para fora.

"O quê?! Por quê?!" Taemin engasgou, com os olhos arregalados em horror.

"Você ainda está aprendendo e isso é muito perigoso!" Key disse a ele como se fosse óbvio.

"Estive aqui durante oito meses já! Oito!" O maknae colocou os dedos aberto na frente do rosto de seu amigo.

Key revirou os olhos e sorriu, batendo a outra mão. "Oh sim, muito impressionante."

"Arrggghhh!" Taemin fez um som frustrado, lamentando-se logo em seguida. "Mas ummaaa-"

"Eu sou o único que vem te ensinando tudo o que sabe, eu sei o que você pode fazer e o que você não pode. Você só viu uma fera uma vez, você não quer enfrentar nove, acredite em mim." Key disse em um tom sério e ficou na frente de uma grande porta que levava ao salão da mansão. "Para sua própria segurança... Você deve ficar na mansão." Ele disse apontando para a direção aposta a ele, para a porta que eles tinham acabado de sair.

"Eu não sou fraco!" O homem mais novo olhou para ele com olhos desesperados e Key se encolheu. Ele gostava tanto de caçar, que estava além dele... Ás vezes isso o preocupava.

Key suspirou e colocou a mão no rosto do menino. "Eu sei que você não é. Mas isso não parece ser uma caça comum. Eu raramente sou convocado e você sabe o porque, cada vez que me chamam é mau presságio. Eu apenas me importo com sua segurança.." Ele disse sinceramente, observando os olhos do seu dongsaeng normalizar, um sorriso suave deixando seus lábios...

Aw caramba, era tão bom quando respeitam suas decisões. Seria uma dor na bunda se ele decidisse ir a c-

Os lábios do maknae enrolaram-se em um sorriso e o menino o empurrou, em seguida correndo. "Eu irei perguntar ao Mestre!"

Key engoliu a seco, olhos bem abertos. "YAH! LEE TAEMIN VOLTE AQUI SEU PEQUENO DEMÔNIO!" Ele gritou, seguindo o mais novo.

O vampiro de olhos felinos ficou enfurecido quando ele entrou no salão, um vislumbre de cabelo loiros desaparecendo escada a cima. Pirralho maldito! Ele sabe que não deve correr até lá!

Curvando-se um pouco como pedido de desculpas aos poucos nobres localizados nos sofás vermelhos aveludados, Key subiu as escadas, em direção ao escritório do líder do clã.

Taemin é provavelmente o único soldado que foi autorizado a entrar no quarto de Onew sem ser expulso pelos guardas. A razão? Onew foi quem o transformou em vampiro. Ele era o "protegido" de Onew.

Ele ainda se lembrava muito claramente quando o encontraram, há nove meses...

Flashback

"Depressa! Mexam-se! Mexam-se! Mexam-se! "

Um ataque noturno. Típico.

Foi por volta das três da manhã, a lua estava escondida por nuvens cinzentas.

Soldados passaram correndo por ele, escopetas em seus braços, em direção ao próximo bloco. Algumas casas estavam pegando fogo; gritos podiam ser ouvidos de diferentes direções seguido de tiros.

Respiração. Uma áspera respiração ainda podia ser ouvida sobre todo o barulho.

Mas não por muito tempo. Key odiava essa respiração.

Caminhando lentamente, o vampiro chutou o corpo no chão abaixo dele.

Um rebelde.

O homem tinha os olhos avermelhados, uma de suas pernas faltando e seu braço torcido. Ele engasgou com o ar, um buraco de bala perto de seus pulmões.

Os lábios de Key se contraíram em desgosto. Assassinos malditos.

"Nós iremos... Acabar com vocês... B-bastardos!" O homem sussurrou, tentando arrastar-se para longe do vampiro armado na frente dele.

Os dedos se Key apertavam ao redor de sua arma, baixando-se ao nível do homem. "Deixe essa bala livrar seu corpo e liberar sua alma." Ele sussurrou, sem emoção.

Estas criaturas eram seres humanos normais no passado, lá no fundo ele sabia que o que eles fizeram não fora inteiramente culpa do clã, o vírus tinha feito isso com eles. E com isso... Eles precisavam morrer.

O homem engasgou com o ar e soltou uma risada enlouquecida. "Vocês vão ver..! Nós-"

BAM

O vampiro estava lá, com o dedo no gatilho, observando como a luz dos olhos do homem desaparecia, o sangue começando a correr pelo buraco em sua testa.

Matar... Com certeza era algo fácil de se fazer. Isso quase parece natural para ele agora...

Ele estava prestes a virar-se e ir em bora quando algo lhe passou pela mente. Um vislumbre rápido de uma imagem borrada, sons bagunçados e zumbindo dentro de sua cabeça.

Isso era o que ele gostaria de chamar de "aviso". Era assim que seu poder trabalhava; assim que ele conseguia informações.

Key fechou os olhos, a imagem em sua mente novamente, muito clara neste momento.

"Não... não faça isso..! Taemin..!" Ele podia ouvir a voz de alguém dentro de sua mente. Havia sombras e fogo por perto... Alguém estava rindo e alguém estava-...

Dois segundos. E depois nada. A cena simplesmente desapareceu, deixando Key trabalhar com isso por si mesmo.

"Parece que acabamos por aqui." Uma voz disse atrás dele, o assustando.

Key se virou, o guarda-costas do Onew, Choi Minho olhando para ele com uma expressão séria, sua mão ensanguentada segurando uma longa espada. Key voltou sua atenção para duas casas em chamas no final da rua. "Não, não acabamos."

O vampiro mais alto deu-lhe um olhar questionável, puxando as sobrancelhas juntas em uma carranca. "Você viu alguma coisa?"

Key ignorou a pergunta e começou a correr em direção das casas em chamas, seus olhos rapidamente procurando em busca de qualquer sinal de pessoas dentro do lugar, Minho o segue. "Alguém... Está aqui."

"Onde?" O guarda-costas perguntou, seu punho se encaixando ao torno de sua espada.

"Lá..!" Key apontou para a terceira casa, uma sombra em movimento na janela do primeiro andar.

O que eles faziam era cruel. Era difícil imaginar que os rebeldes eram realmente bons humanos no passado. Eles agora eram criaturas doentes, sedentas por poder. Eles matam por prazer, riam de pobres pessoas morrendo, dançavam em torno delas, torcendo pela morte. Às vezes... Key se perguntavam quem era realmente as feras...

Entrar na casa em chamas não fora fácil. A madeira estava começando a cair, tapas e cortinas espalhavam o fogo ao redor. Rebeldes odiavam fogo... ele se perguntou por que eles ainda estavam lá dentro.

"Não... Não faça isso..! Taemin..!"

Os olhos de Key arregalaram. Merda.

Minho chutou a porta, duas rebeldes dentro, rindo.

Não demorou menos de um segundo para ver a espada do guarda-costas voar por toda a sala, o sangue sendo derramado sobre a parede branca e duas cabeças caíram ao chão, os corpos ainda de pé.

Key olhou para baixo, uma cabeça tingida de loiro rolando, batendo em seus pés. Ele chutou para longe casualmente, os corpos caindo no chão em frente dele. Mas ele não estava prestando atenção nos corpos, não; sua atenção estava em outra coisa. Em outro alguém.

Um rapaz. Uma vítima. Vivo e respirando, enrolado no chão ao lado de outro cadáver.

Seus olhos percorreram ao redor da sala. Uma mulher de meia idade estava deitada contra o sofá, com a cabeça para o lado e a garganta rasgada ao meio. Key estremeceu; Os olhos da mulher estavam abertos, sem alma. Trilhas de lágrimas ainda brilhavam em suas bochechas.

Ele já podia imaginar o que aconteceu aqui. Esses bastardos... fez o garoto assistir sua própria mãe morrer...

Criaturas sem coração...

"Hyung... Fique atrás de mim."

Key olhou para Minho e seguiu seu olhar zangado. Merda.

Ele podia ouvir a respiração descontrolada com suspiros e soluços do menino; suas mãos sobre o corpo morto ao lado dele, o sangue começando a emergir com as unhas afundadas no braço do homem morto, por apertá-lo com muita força

O menino no chão estava se alimentando do homem... O homem que só poderia ser seu próprio pai...

Eles chegaram muito tarde...

Minho suspirou e segurou a espada. "Seu corpo já aderiu o vírus. Ele irá se tornar uma fera. Eu vou matá-lo ".

O coração de Key apertou.

O garoto era lindo... Porque eles fizeram isso com ele? Porque tinham que ter feito isso a essa família?

O garoto tinha cabelo loiro escuro, agora pegajoso com sangue; traços femininos, mas maçãs do rosto bem masculinas. Pele impecável e lábios cheios rosados. E agora... Ele está se tornando uma fera. Ele sobreviveu ao lado venenoso do vírus e adquiriu o cruel fato de tornar-se alguém que todos temiam, um perigoso corpo sem alma, impulsionado pela fome de carne e sede de sangue.

Eles não tinham escolha. O garoto foi perdido; ele morreria para encontrar seus pais novamente, para ser livre desse maldição cruel.

Key fez uma cara, sentindo o pé colidir com algo duro.

Ele olhou para baixo e pegou o que parecia um quadro quebrado. Uma foto de família.

Ali estava ele, o mesmo menino, parecendo um pouco mais jovem, sorrindo amplamente para câmera enquanto estava agarrado ao braço de seu pai. Próximo a ele estava sua mãe segurando algo em seus braços... um bebê. Uma garotinha.

Merda. O menino possuía uma irmã... E ele nem percebeu que havia qualquer criança na casa... Ela provavelmente estava morta.

Esses... Bastardos... Cruéis...

"O que aconteceu aqui?" Uma voz profunda, também aveludada perguntou atrás dele.

Key saltou de surpresa, virando-se. "Hyung! Por favor, não faça isso! Você me assustou!" Ele engasgou, uma mão voando até seu peito.

Minho andou até eles, sua espada na mão. "Uma família inteira fora massacrada. O garoto se transformou em uma fera. Estávamos prestes a acabar com ele, senhor." Relatou, seus olhos nunca deixando o menino no chão, pronto para atacar se o mesmo fizer algo suspeito.

Onew franziu a testa, pegando o porta-retrato das mãos do amigo. Seus olhos escuros observavam a foto, suas pupilas ligeiramente se dilatando. "E a menina?".

"Menina?" O soldado repetiu em confusão.

Key olhou para baixo, balançando a cabeça. "Nenhum sinal dela."

O vampiro mais velho suspirou, olhos fixos na imagem. "Entendi..."

Minho olhou em volta, olhando impacientemente para as cortinas ao redor deles começando a queimar bem como o fogo se espalhava rapidamente dentro do cômodo. "Se você me permite, eu irei matá-lo agora que ele ainda está fraco. Devemos terminar isso rápido e voltar."

Key concordou com a cabeça. A casa estava prestes a se tornas cinzas e os humanos viriam em breve. Os rebeldes haviam sidos removidos e os humanos mortos voltariam para suas casas, fazendo as coisas parecem um enorme acidente. O que eles diriam dessa vez? Uma grande explosão? Um serial killer? O que quer que eles decidam fazer para maquiar toda aquela bagunça de vampiros, eles realmente deveri-

"Não."

"Não?" Key repetiu, olhos arregalados com a resposta do líder, Minho rapidamente copiando o mesmo olhar chocado. O que ele quis dizer com "não"?

O homem mais velho aproximou-se do menino e se ajoelhou na frente dele, agarrando o queixo do outro, forçando-o a olhar para cima. Os olhos do menino estavam desfocados, coberto de lágrimas e sua íris dilatada ao máximo; sua boca estava pingando sangue, pequenas presas ainda crescendo delicadamente, narinas movendo rapidamente ao ritmo de sua respiração desesperada, acelerada. "Pobre rapaz... Ele passou por muita coisa... Viu sua família morrer... e se alimentou deles para sobreviver."

O coração de Key pulou uma batida, arregalando os olhos para uma nova lágrima rolando pela bochecha do garoto.

Feras... não choram, certo? Feras são destinadas a serem raivosas, criaturas sem alma. Será que o menino realmente entendeu o que Onew tinha dito?

"Senhor..!" O vampiro mais alto chamou, lembrando-o da casa em chamas em torno deles.

Onew acariciou o cabelo ensanguentado do menino, observando seus olhos marejados mover-se por toda o cômodo em confusão, seus lábios carnudos cor de rosa choramingando de dor. "Ainda há esperança para ele."

"O que você quer dizer?" Key franziu a testa. Ele não poderia estar realmente dizendo isso. Ele havia lutado com muitas feras antes; elas eram selvagens, completamente indomáveis e selvagens. Uma vez mordido e infectado não havia medicação que poderia curar sua doença.

O líder se levantou, pegando o menino pelo colarinho de sua camisa, o levantando facilmente, ignorando seus gritos de dor. "Minho, reúna os soldados. Nós acabamos por essa noite. Nós já iremos nos juntar a vocês." Ele ordenou, pegando o rapaz pelos pulsos e o segurando baixo.

O guarda-costas olhou de volta em confusão. "Mas senhor, a fera-"

O mais velho olhou o menino assustado gritando sob suas mãos "Eu vou cuidar dele. Vá."

Minho olhou para baixo, pressionando um lábio contra o outro em uma linha raivosa. Ele não concorda com isso, era ilegal tentar ajudar uma fera, é ilegal mantê-las vivas... Mas ele era um soldado. E soldados têm de respeitar as ordens de seu líder, obedecer e manter a calma. "Sim senhor... Como quiser, senhor." Ele se curvou antes de correr para fora da sala.

Key sentiu sua cabeça girar. O que diabos estava acontecendo? Onew estava realmente pensando em ajudar o menino?

Os olhos felinos entraram em choque quando o líder segurou o garoto no lugar, movendo-o longe de qualquer corpo morto de forma que o menino não conseguiria se alimentar de ninguém. Onew... Não queria que ele se alimentasse de sangue de humanos. E isso só pode significar uma coisa...

Depois de ser mordido, o vírus atingiria o sistema da vítima e ataca suas células sanguíneas, as infectando. Isso causaria um grande choque, fazendo o corpo entrar em colapso e o coração parar de bater por alguns minutos, dando tempo para que o vírus se espalhe e rapidamente fazer seu trabalho, fornecendo o corpo uma nova forma, ou seja, as presas.

Seus antigos caninos humanos cairiam em questão de minutos, os novos dentes iriam ferir a pele da gengiva, causando a vítima uma grande dor. A dor era tão forte que daria força suficiente ao cérebro para reativar o coração, acordando-o da morte temporária

Devida a "morte temporária" todas as memórias são apagadas do cérebro da vítima. Esse vírus era ainda mais problemático porque não se perde apenas algumas memórias... Mas tudo que a vítima sabe. Às vezes as feras têm de aprender novamente a andar, a correr e a pular, muitas até se esquecem como se fala. Depois de "renascer", a mente de uma fera trabalha como a de um animal; e ele apenas sabem de uma coisa: que eles precisam se alimentar.

Alimentar-se do sangue humano daria força a fera, e também alimentaria o poder do vírus, tornando a pessoa mais animalesca e menos humano. É por isso que feras eram tão temidas e perigosas, eles eram selvagens, violentos e simplesmente não tinham controle. Eles eram animais.

A maioria da classe C não perdem suas memórias; se eles perdem foi porque a pessoa pela qual eles foram mordidos não era tão poderosa. Rebeldes perdem parte de suas memórias, mas não completamente, tornando-os capaz de viver em sociedade e interagir normalmente com as pessoas; apenas feras perdem todo o passado.

A maioria das lendas diz que os vampiros eram imortais. Eles não são.

Um vampiro de classe A ou B tem um pouco mais de vida, mas nada extraordinário. A razão pela qual as lendas dizem isso é simples porque vampiros tinham de beber sangue para alimentar o vírus, para se manterem vivos; e sangue humano significaria novas células, assim sua pele nunca enrugaria ou teriam a idade que os humanos teriam. Mas eles não são mortais. De modo nenhum.

Eles não eram muito diferentes dos seres humanos; eles eram apenas... Uma raça infectada.

Aquele menino já tinha completado o primeiro processo da transformação. Ele já não tinha qualquer memória do seu passado e ele só sabe que precisa de sangue para sobreviver. O vírus estava implorando por isso.

"O que está acontecendo?" Key questionou, observando o líder a tirar seu próprio cinto e amarrar as mãos do menino contra suas costas, o fazendo ficar imóvel. O menino estava ofegante, os olhos começaram a revirar, suor cobrindo o rosto em expressão de dor. Ele estava febril. Sem o alimento, o vírus enfraquecia, porém isso também significava a morte do corpo.

Key não conseguia entender nada. Ele estava matando lentamente o menino. Se ele queria o garoto morto, porque não lhe dava uma morte rápida? Por que torturá-lo assim? "O que você está fazendo?"

"Algo que eu não deveria." Disse o homem mais velho, pegando o menino e colocando-o em seu ombro, chutando a cabeça sangrenta de um rebelde para fora do seu caminho enquanto caminhava para porta. "Venha. É perigoso demais ficar aqui."

Key sentiu como se estivesse sonhando. Ele nunca se sentiu tão confuso antes.

O clã de Onew fora feito para proteger os seres humanos e outros vampiros de feras e rebeldes, e agora ele está carregando um deles em seu ombro? Que diabos?!

Desde que chegou ao clã, ele foi treinado para não sentir pena dessas raças, a entender que eles não eram mais racionais, que eles eram assassinos raivosos e que não havia lugar no mundo para eles.

Onew era quem sempre dizia a mesma coisa antes de mandá-los a uma batalha. "Não deixe nenhum sobrevivente, elimine todos os corpos."; então por que? O que o fez mudar de opinião?

Com a cabeça começando a doer, Key seguiu o líder para fora, pronto para disparar perguntas assim que estivessem em um lugar seguro.

O mais velho escolheu um parque que havia na aldeia para colocar o menino no chão, escondido por grandes árvores e arbustos, longe de qualquer casa em chamas.

"Eu realmente aprecio uma explicação para isso." Keu cruzou os bracos contra o peito, vendo o líder tentando fazer o menino sentar, em vão. O vampiro revirou os olhos. O menino não tinha se alimentado, o que ele esperava? Ele estava fraco demais até para sequer respirar normalmente!

"Nós não precisamos matá-lo."

"O que você quer dizer que não precisamos?!" Key teve vontade de gritar. Onew realmente está sentido pelo menino! Por que? Por que este menino, ao invés de todos os outros humanos que eles viram se transformando em feras?

"Ainda há esperança para ele." O líder disse em um sussurro, com a mão alcançando a testa do menino. "Uma pequena chance... Mas ainda é uma chance."

"Chance? Esperança?" Key repetia perplexo. "Eu pensei que não havia retorno para uma fera! Você mesmo me disse!"

"Não ainda" Onew concordou, olhos escuros olhando para Key. "Ele ainda não é uma fera."

O que?

Não é uma fera? Mas o vírus... As presas!

O menino mais velho olhou para o garoto loiro deitado na grama, seu corpo começando a convulsionar. Ele agora estava em grande necessidade de sangue. "O vírus não concluiu o processo. Ele ainda não mudou... Eu posso salvá-lo."

Key congelou.

Ele iria perguntar algo que já tinha resposta mas... precisava ter certeza. "Como?"

"Dando-lhe o meu sangue ..."

Fim do Flashback

Key pode se lembrar disso como se fosse ontem.

A próxima coisa que ele sabia, o líder tinha rasgado a manga de sua camisa, mordendo o próprio pulso para abrir uma ferida, guiando o menino que estava morrendo para seu braço.

Tinha sido horrível. A maneira como Taemin cheirou o sangue, reagindo imediatamente, lambendo, sugando o pulso de Onew como um lobo raivoso.

Lembrou-se de como a pele do garoto ganhou cor novamente, sua íris em foco, suas mãos ganhando força novamente, unhas cavando no braço do líder enquanto chupava o sangue freneticamente.

Ele foi quem o puxou para fora quando Onew disse que o menino não precisava mais, que já tinha se alimentado mais do que o suficiente.

Sangue... É a maior droga de todos os vampiros. Todo sangue tinha seu próprio gosto, cada sangue tinha um cheiro diferente. E sangue da classe A... O sangue de um vampiro de sangue puro... Foi o mais viciante de todos eles. Ele disse que era o mais doce, que cega todos os sentidos e é como um afrodisíaco natural, tornando-se difícil de parar de bebê-lo.

Taemin só conseguia se lembrar de oito meses de sua nova vida. Poucas pessoas sabiam a verdade; muito poucas sabiam que ele tinha estado lá não por oito, mas nove meses.

Nunca lhe disseram a verdade. Nunca lhe disseram que ele quase se tornou uma fera, eles nunca disseram que ele foi trancado na masmorra por um mês, sendo cuidadosamente observado por cientistas e sob olhar atendo de Onew e Key.

Eles nunca tiveram certeza sobre o menino. Seu corpo poderia aceitar o sangue puro de Onew, permitindo limpar o sangue infectado do rebelde que lhe mordeu, fazendo dele um Classe C, um vampiro normal ao invés de uma fera. Ou ele poderia morrer, seu corpo não reagir as mudanças repentinas em seu sistema.

Felizmente, e quase como um milagre... O menino abriu os olhos um mês depois.

E ele não os abriu para gritar como uma fera faria... Como ele fez na primeira semana. Aos poucos, o menino se tornou menos selvagem; grades não eram mais necessárias depois de um tempo e ele parou de atacar as pessoas que se aproximavam se sua jaula.

Sim, uma jaula.

Porque Taemin não agiu exatamente como a Bela Adormecida depois de ter recebido sangue de Onew.

Key viu. Ele viu tudo isso. Ele não conhecia o garoto na época mas... Estar ali com ele, observando-o vomitar sangue, ás vezes aceitando, por vezes recusando; gemendo sob febres altas, o corpo encharcado de suor... Ele sentiu que tinha que protegê-lo.

Às vezes parecia que ele estava possuído, gritando, agarrando as grades da jaula como um animal selvagem e fazendo Key se ele tinha nunca teria a chance de se tornar outra coisa, se ele iria sobreviver.

A única coisa que ele sabia sobre o menino na época era seu nome, Taemin. Nada mais.

Sendo o "Protegido" de Onew, o título que os vampiros dão a alguém que tenha sido mordido e transformado por eles, o líder deu Taemin seu sobrenome. Agora, o menino era Lee Taemin, não mais uma fera escondida nas masmorras, longe dos olhos do clã, longe de todos, trancando em uma jaula... ele era mais do que isso. Muito mais.

O segundo garoto ganhou consciência e olhou em volta, confuso, perguntando onde estava, quem eram as pessoas em sua frente, Onew sabia que tinha que fazer uma escolha. Ele poderia lhe dizer a verdade do que realmente aconteceu, como sua família foi morta, como ele o havia salvado e como ele tinha sido uma fera... Ou ele poderia simplesmente mentir, poupando o menino da dor.

Ele escolheu mentir.

Taemin nunca soube que ele quase tinha sido uma fera. Não, ele foi alimentado com uma mentira; ele pensa que tinha sido criado em um orfanato e Onew o salvou da morte em um incêndio, transformando-o em um vampiro. Era uma mentira ruim mas... Ela funcionou.

Taemin via Onew como um grande irmão mais velho, seu salvador, seu herói e Key podia dizer que não era justo; Onew o salvou. Mas não de um incêndio, e não da morte que ele lhe disse.

Tinha sido estranho. Eles não sabiam o quanto de memória o menino tinha perdido e nos primeiros dias lidaram com as suas palavras com cuidado. A verdade é que a memória de Taemin era como uma página em branco, pronta para ser escrita. Ele não conseguia se lembrar de nada de sua "vida anterior", mas sabia como andar, sabia como falar e agir em sociedade.

Se Onew não estivesse lá puxando Taemin para longe dos cadáveres, impedindo-o de se alimentar... Nada disso teria sido possível. O processo teria completado e Taemin seria apenas uma criatura sem alma, outra fera para matar e se transformar em cinzas.

Key havia sendo seu tutor por solicitação de Onew.

Ele protestou, dizendo que ele não era um professor, que ele nunca poderia ensinar a uma criança como seu mundo trabalhava, isso era muito difícil. Ele acabou ensinando-o, de qualquer forma.

Taemin era um garoto esperto e aprendeu rápido, para a felicidade de Key. Eles criaram uma ligação depois de um tempo e Key não poderia deixar de importunar o garoto fofo como se fosse sua mãe.

Ser protegido do líder, que foi um grande título, Taemin foi visto e tratado como um jovem príncipe na mansão. Onew queria mantê-lo longe de qualquer perigo, para elevá-lo até fazer parte da nobreza. Isso nunca aconteceu.

Taemin iria fugir, observando Key com os outros soldados. Ele fez isso tantas vezes que Onew fora forçado a deixá-lo participar de seu exércio, deixando Key para ser seu tutor novamente, dessa vez para lutar.

Key não poderia deixar de sorrir. Ele viu o menino renascer, sobreviver, chorar e rir, ele tinha estado lá para vê-lo cair no sono, para acordá-lo, ele sabe como o garoto iria franzir as sobrancelhas em concentração quando lhe ensinasse novos movimentos ou técnicas... Sentia-se como uma mãe orgulhosa assistindo seu filho crescer.

Mas Taemin tinha sido um garoto rebelde desde o início e agora... ele queria ir com eles. Bem, merda.

Sim, o garoto podia se defender agora, ele fora em algumas pequenas missões sob os olhos protetores de Key mas... Isso era real! Essa não era uma batalha pequena!

Com passos apressados, Key caminhou pelo corredor, alcançando a última porta... escritório do Onew.

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