Com Amor, Eu Creio.

By BrendhaSSouza

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|ROMANCE CRISTÃO| CONCLUÍDO* Jaipur é um reino cercado de guerras e inimigos implacáveis. Em meio à esse cená... More

|E P Í G R A F E|
|DEDICATÓRIA|
| E L E N C O|
|PRÓLOGO|
|CENA INICIAL|
|PARTE I|
|SEM TEMPO|
|COVARDE|
|AQUARELAS E FITAS|
●CAPÍTULO BÔNUS●
|BANQUETE|
|POUCO A POUCO|
|LÁGRIMAS|
|CASAMENTO|
|FAVOR|
|MUSK|
|SINCERIDADE|
|BIBLIOTECA|
|APENAS OUÇA!|
|UMA EXPEDIÇÃO|
|PALAVRAS E A PALAVRA|
|EMOÇÕES EM CONFLITO|
|EMBOSCADA|
|UMA SEMENTE DE FÉ|
|UMA DESGRAÇA NUNCA VEM SOZINHA|
|PARTE DOIS|
|PEDIDO ESPECIAL|
|UMA MELODIA PARA VOCÊ|
|VOLTA NO LAGO|
|PASSEIO NO LAGO PARTE DOIS|
|BANQUETE NOS ALPES|
|BANQUETE NOS ALPES PARTE DOIS||
|FELIZ ANIVERSÁRIO|
|UM FORTE SENTIMENTO|
|NASCER DE NOVO|
|AFINIDADE OU AMOR|
|ROSAS VERMELHAS|
|MUMBAI|
|INCERTEZAS|
|TAJ MAHAL|
|PARTE TRÊS|
|REAGIR|
|DORMÊNCIA|
|DESFALECER|
|FILHO AMADO|
|ENIGMA|
|MEMÓRIAS|
|NENHUMA PALAVRA|
|SE CERTAS PALAVRAS PUDESSEM SER DITAS|
|EU AMO VOCÊ!|
|TUDO OQUE EU VIVI|
|EPÍLOGO|
|VAI TER CONTINUAÇÃO?🥹|
|O LUGAR MAIS SEGURO DO MUNDO|

|O MOMENTO EM QUE AS MÁSCARAS CAEM|

107 17 30
By BrendhaSSouza

***

Sozinha em seu quarto Ayra lia em voz alta um poema:

" Como te amo? Deixa eu contar os modos.
Te amo do fundo e da largura e altura
A que a alma chega quando os fins procura
Do ser, da Graça ideal, sumindo a todos.
Eu te amo ao nível das necessidades
Serenas, seja ao sol ou luz de vela.
Livre te amo como quem luta pela
Justiça; pura te amo sem vaidades.
Te amo com a paixão que punha em uso
Na dor; com a confiança de menina.
De um amor te amo às vezes já confuso,
Pois, quando perde, a mais se determina.
Te amo rindo e chorando. E até me induzo
A na morte te amar, se Deus designa."*

Ao terminar a leitura Ayra pensou na irmã e novamente repassou em sua mente a conversa que tivera com Lohan. Repreendeu a sí mesma algumas vezes lutando contra a vontade que tinha que revelar tudo oque sabia.

Isso não é assunto seu, Ayra.

Mas alguém tinha que ajudar aqueles dois amantes! E foi com o pensamento de dar apenas um empurrãzinho na direção certa que ela deixou o livro na mesa mais próxima e saiu.

No momento em que Ayra entrou no quarto da irmã as portas se abriram com um forte estrondo. Rapidamente Janna saiu da sacada e caminhou para dentro do quarto a olhando com preocupação.

— Ayra! Está tudo bem?— perguntou com o olhar atento sobre a irmã.

Ayra respondeu com um pequeno sorriso e suas mãos deslizaram pelas rodas da cadeira até que ficasse diante da irmã.

— Você leu a carta?— Perguntou.

— Podemos não falar sobre isso?— Janna focou seus olhos pequenos e inchados no rosto dela..

Ela foi até a cama e se sentou na beira dela encostando seu rosto abatido na coluna do Dossel.

— Você precisa ler, e precisa fazer isso agora Janna!— O tom de Ayra era imperativo.

— Porquê isso agora Ayra? Por acaso você está tentando me ver ainda mais ferida do que já estou?— A voz de Janna era baixa e melancólica como se ela fosse se quebrar a qualquer momento.

— Onde está a carta?

— Eu a rasguei.

— Sei disso. Mas onde está?

Janna soltou uma risada incrédula e se irritou.

— Não vê que eu estou tentando esquecer tudo isso? Porquê parece determinada a zombar de mim? Eu não entendo!

Ayra avistou algo sobre a mesa de  cabeceira ao lado da cama e fez menção de ir até lá mas Janna foi mais rápida e pegou os dois pedaços do envelope primeiro.

— Você quer fazer isso, admita.— Ayra a desafiou.— Se não quisesse essa carta não estaria mais aqui.

Janna engoliu em seco sentindo suas mãos ficarem úmidas. Ela aproximou o envelope e olhou para dentro dele.

— Adiar isso só vai te trazer mais sofrimento. Confia em mim.

Impelida por um lampejo de coragem Janna rasgou o envelope com urgência. Quando leu as primeiras linhas ela caiu sentada no chão e começou a chorar. Trêmula ela juntou as duas partes rasgadas ao meio e voltou a ler.

Por favor me perdoe.

Nem todos os pedidos de desculpas parecem ser suficientes agora.

Eu só queria poder te dizer que independente de tudo, eu sinceramente, amo muito você.

Enquanto escrevo essa carta ainda estou na Eslovênia. Eu estou a salvo então não precisa se preocupar comigo. Gostaria de poder dizer que não apareci na sua frente por causa das dificuldades que tive mas se fizesse isso eu estaria mentindo. Eu não tive coragem de te encarar porque nesses últimos meses, mais do que nunca eu não fui eu mesmo. Me sentia em fragmentos. Você não merecia e nem merece alguém que não esteja inteiro. Eu continuei recebendo novas oportunidades todos os dias. Você é amado me disseram algumas centenas de vezes. E em algum momento eu passei a acreditar nessas palavras. A fé que eu vi em você durante o tempo em que estivemos juntos começou a ser real para mim. Eu vi meus erros, vi o amor Dele. Isso continuou me constrangendo dia após dia até que me alcançou. Ele sempre esteve comigo só faltava eu perceber. Essa parte tão fundamental na minha vida eu concluí e posso dizer que nessa esperança tão maravilhosa e verdadeira que Jonh e você me apresentaram e o Doutor Damir com empenho me lembrou todos os dias, agora, com amor, eu creio.

Espero me encontrar com você e de alguma forma poder contar essas coisas e outras mais. Esperarei por você, no mesmo lugar em que nos separamos no próximo dia nove.

Seu para sempre, Louis de Savoie.

Janna estava tomada por uma emoção tão forte que nem percebeu quando a irmã se levantou da cadeira de rodas e se aproximou dela. Com sua ajuda Ayra se sentou no chão e as duas se abraçaram chorando. Ayra contou à ela tudo oque sabia.

— Você vê agora? Vai ficar tudo bem.— Ayra confortava a irmã.

Ficaram algum tempo juntas envolvidas por aquela comoção mas foram interrompidas com o som forte de batidas na porta.

— Minha senhora! Princesa Janna!— a voz de Kiran soou desesperada e ela continuava a bater com força.

Janna se levantou e caminhou até a porta rapidamente. Assim que abriu a porta a dama de companhia da princesa caiu no chão com uma expressão de puro choque.

— Kiran!— Ayra exclamou horrorizada ao ver uma mancha de sangue no rosto da jovem.

— Venha comigo!— Com dificuldade Janna a arrastou para dentro do quarto e trancou a porta.

— É um ataque! Os portões do Palácio estão trancados! A guarda real foi convocada!— Kiran falava ofegante.

Pelo restante do dia as três damas permaneceram encerradas dentro do quarto da princesa. Kiran limpou sua testa e contou que aquele sangue não era dela e só depois disso Ayra pode respirar aliviada. Depois de tantos anos de serviço a dama de companhia havia se tornado uma pessoa importante para ela.

Janna estava inquieta. Naquele espaço de tempo tinha relido a carta várias vezes. Seu pensamento não deixava seu marido e o coração ficava apertado todas as vezes em que o imaginava na linha de frente. Sabia que Louis não sentaria e assistiria um confronto como aquele. Ele era fogo e ação e ela amava isso nele. Mas a cada instante que se passava sem notícias ela se preocupava ainda mais com ele.

O castelo estava imerso em um silêncio perturbador. Toda vez que algum barulho tirava aquela quietude as três se inquietavam e olhavam pelas frestas da janela a fim de ver algum movimento no pátio.

Por volta das seis da tarde Janna não conseguia se conter. Um sentimento de urgência se apoderou dela.

— Oh, Janna por favor sente-se!— Ayra pediu massageando as têmporas.— Estou ficando tonta apenas por te acompanhar com os olhos!

— Eu sinto que tem alguma coisa acontecendo.— Janna respondeu se aproximando da irmã.

Ela colocou a mão sobre o peito e procurou acalmar sua respiração.

— Só podemos esperar.— Ayra lamentou.

Janna foi para o canto da cama se sentou encolhida juntou as mãos e orou. As outras jovens apenas a observavam. Cerca de uma hora depois Ayra pediu ajuda para ir ao banheiro e Kiran a atendeu prontamente. Quando voltaram Ayra olhou em volta e seus olhos se arregalaram.

— Ela saiu!— Gritou e as duas olharam para a porta entreaberta.

Janna corria pelo castelo com dificuldade por causa do comprimento de seu Sári. Naquele dia usava um de tecido rosa claro todo bordado, ela levantou a saia volumosa e a segurou. Na entrada do Palácio ao avistar muitos soldados a princesa sentiu sua determinação quase sumir. Foi quando olhou em volta e viu que as luzes da sala de conferências do parlamento estavam acesas. Janna não pensou duas vezes e foi até lá.

— Será que você tem alguma ideia do que é amar alguém e nunca ser retribuído? Mesmo que ele esteja tão perto você sente que ele é inalcançável. Amir era assim.— A voz feminina estava tão alterada que Janna precisou olhar para ter certeza de que era Saniya que estava falando.— Eu sempre o amei! Era sempre eu que tentava me aproximar mas ele nunca me deixou passar pelo muro que ele mesmo ergueu entre nós! Só tinha olhos para aquela mulher francesa e aquelas meninas! Eu as odeio! Eu as odeio! Deveria tê-las matado com minhas próprias mãos!— A rainha estava histérica e gritava sem parar.

Os membros do parlamento se olhavam parecendo horrorizados. Janna estava estarrecida.

— Sim isso tudo é verdade! O meu pai esteve envolvido nos ataques.— Ela tentou se aproximar de Louis que estava bem no centro da sala mas dois guardas a seguraram.— Mas você também esteve Sajeet.— Ela deu um sorriso maléfico mostrando seus dentes alinhados.— Porquê vocês acham que no dia em que Amir morreu o Primeiro-ministro não estava na cidade?— Saniya destilava todo o seu veneno.

— Como ousa querer me arrastar na sua teia?— Sajeet perdeu a compostura.

— Eu disse que se alguma coisa me acontecesse te arrastaria comigo.— Saniya falou com os lábios tremendo.

Janna se aproximava devagar e só percebeu onde estava quando parou perto de uma das cadeiras dos ministros.

— Guardas o que estão esperando? Prendam-nos imediatamente!— Um dos maiorais gritou ultrajado.

Louis caminhou até aquele homem e  colocou um papel diante dele. O senhor arregalou os olhos diante das linhas e em seguida aclarou a garganta. Dois ministros que estavam ao seu lado se inclinaram para ler também.

— Diante dos crimes aqui referidos e das provas apresentadas a corte pede que a Rainha-consorte seja destituída e cumpra pena de prisão por assassinato, traição e atos contra a segurança pública. E que seu pai o comerciante Oçivitz seja condenado pelos mesmos crimes. Pedimos ainda que o Primeiro-ministro seja mantido sob custódia até que sejam encerradas as investigações.

Sajeet estendeu as mãos para ser algemado e olhou fixamente para o Duque e disse:

— O senhor não encontrará culpa alguma em mim.

Louis o desafiou com o olhar e aquele olhar o acompanhou enquanto o mesmo deixava a sala escoltado por quatro soldados. Saniya vinha logo atrás e o olhava cheia de fúria. Ela passou por Louis mas bastou alguns segundos e aproveitando o descuido de um dos soldados Saniya pegou uma arma e se virou e atirou com ímpeto. Foram três tiros. Louis permaneceu de olhos abertos. Não sabia dizer como mas alguém tinha entrado na frente dele e recebeu os disparos em seu lugar.

Ele permaneceu inerte enquanto o corpo desfalecia aos seus pés. Janna tinha sido alvejada.












***

Bom dia minhas lindas!!! 🥰🥰🥰

Voltei com capítulo tenso!🤧😔😵‍💫

Beijos e até breve!!!🥰😘😘😘

* O Poema do início é de Elizabeth Barrett Browning.

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