Foram três dias de sofrimento e preocupação. A jovem senhorita, Daika Mizutani, havia sido gravemente ferida durante o ataque ao vilarejo, ela perdeu muito sangue e estava com uma febre fortíssima, que a fazia elirar em alguns momentos. As empregadas se revezavam com frequência e pontualidade. Quatro doutores estavam cuidando do caso de Daika. O pai de Daika, Asashi - o chefe da família -, estava constantemente pressionando os médicos para encontrarem uma cura para Daika, mas nada adiantou, mesmo trabalhando sobre pressão, os médicos não conseguiram resolver o problema da jovem senhorita.
E então, na noite do quarto dia, a jovem foi encontrada morta por uma de suas empregadas. Foi horrível. Todos do vilarejo entraram em luto, a senhorita Mizutani era alguém bastante amada por todos.
O funeral ocorreu na manhã do quinto dia. Como Daika adorava caminhar pelo jardim e assistir o nascer do sol, sua família resolveu lhe conceber uma última caminhada pela propriedade. A família e os empregados marcharam pelo jardim noturno, todos estavam inconsoláveis, os soluços da mãe de Daika eram os mais altos, seus irmãos, e pai, todos carregavam um semblante sombrio. A caminhada terminou no cemitério, dois homens vieram com a tampa do caixão, eles a abaixaram, prontos para o fechá-lo. Mas, todos se surpreenderam ao presenciar a cena seguinte, uma mão impediu que a tampa cobrisse a boca do caixão. Os homens afastaram-se rapidamente, todos assistiram assustados enquanto a jovem senhorita sentava-se e olhava ao redor tentando entender aquela situação estranha em que se encontrava. Seu rosto foi capaz de esboçar mais surpresa que os próprios familiares, ela estava branca que nem papel. E num instante, temendo que a morte de fato viesse atrás dela, a jovem pulou para fora do caixão.
Ao ver sua filha de pé novamente a mãe desmaiou de emoção e choque, os dois irmãos a seguraram antes que atingisse o chão. O funeral terminou do modo mais anormal de todos os tempos. Os médicos não sabiam o que dizer, pois até aquele dia a menina estava mortinha da Silva! No entanto, agora ela estava ali, em pé e sem nenhuma dor nas articulações. Como isso era possível? - todos se perguntaram.
E chegou o momento onde um dos médicos gritou que aquilo não era nada mais, nada menos, do que um milagre! E dada a situação ninguém refutou o que o doutor disse.
Dois dias depois foi realizada uma festa no vilarejo, todos deram graças e aleluia para Daika. A garota agora conhecida com um milagre enviada dos céus. O vilarejo não poderia estar mais alegre.
Dias passaram-se e Daika voltou a sua rotina normal. Suas empregadas, no entanto, notaram que a jovem estava diferente, havia obtido maus hábitos. Falava de maneira informal, corria pelos corredores, levantava a saia do kimono para locomover-se de forma mais cômoda e ao comer colocava mais de uma colherada na boca. Daika estava sendo o terror de suas empregadas.
一 Deus do céu. Será que a morte a deixou louca? 一 elas diziam.
Daika, a princesa mimada e elegante, havia se transformado. Seu espírito, antes contido pelas amarras da etiqueta e do status, agora se libertara. A menina que outrora se destacava pela postura e elegância agora corria pelos jardins como uma criança livre, sua risada ecoando pelos corredores da mansão. O que havia acontecido naquelas horas de escuridão, ninguém sabia, mas a mudança em Daika era evidente.
Certo dia as duas empregadas particulares de Daika voltavam depois de uma reunião com o chefe da família. Elas haviam relatado todos os acontecimentos recentes para o pai de Daika e pediram para que ele contratasse uma nova professora de etiqueta pois estava mais do que claro que Daika necessitava urgentemente aprender tudo do zero. Asashi, por outro lado, disse que preferia ver sua filha sendo moleca do que a ver sem vida no caixão. Diante esse comentário as duas se retiraram.
一 Como é possível que ele tenha recusado o nosso pedido?
一 Esqueça isso, ele, assim como os outros, ainda está fascinado por nossa senhorita ter voltado a vida. Em longo prazo ele irá perceber que as ações de nossa jovem senhorita deverão ser corrigidas.
一 Espero que você esteja certa.
Elas pararam no corredor e anunciaram sua chegada em frente a porta do quarto de Daika, em seguida adentraram o cômodo, que por sinal estava vazio.
一 Ah, de novo não! Ela sumiu! Francamente, quando isso vai terminar? Não aguento mais correr atrás da senhorita Daika. 一 choramingou.
一 Mas isso não é o pior.
Uma delas se aproximou da cama e mostrou a parte interna - roupa intima - do kimono de Daika. A outra ficou horrorizada ao ver aquilo.
Daika sempre reclamava de ter que vestir mais de uma camada por cima e por baixo do kimono, mas suas empregadas nunca imaginaram que ela teria a coragem de sair sem a parte interna da vestimenta.
一 E-ela, ela saiu...? Não, ela não po-poderia...
一 Poderia sim. 一 afirmou. 一 É difícil de acreditar, mas é a verdade Yuki. A nossa senhorita saiu sem sua roupa intima.
Yuki desmaiou diante das palavras duras de Natsuki. A outra gritou, pedindo que ela não perdesse a consciência e pediu para as empregadas, que estavam limpando o corredor, chamarem um médico com urgência.
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Daika estava descendo a inclinação dos fundos de seu jardim, em direção ao vilarejo. A jovem carregava uma expressão alegre no rosto. As bochechas rosadas e um brilho eufórico no olhar.
Ela correu entre as casas e, cumprimentando qualquer um que a reconhecesse, finalmente chegou ao seu destino.
Ela parou na porta do armazém e olhou para dentro com uma curiosidade animada.
一 Olha só. Ela veio de novo. 一 disse uma das trabalhadoras para Karin.
A jovem Uzumaki olhou para trás e cruzou seu olhar com o de Daika. Ela não pôde evitar de soltar um suspiro de cansaço, mas teve a decência de escondê-lo de Daika, seria uma falta de educação enorme suspirar na frente da jovem senhorita.
一 Vamos, apresse-se e vá! A senhorita Daika a está esperando.
一 Mas eu ainda não terminei o meu trabalho...
一 Não seja por isso, eu cuido da sua parte. Você já nos ajudou muito por hoje, ande, vá descansar.
E assim Karin foi expulsa pela bondade desnecessária das trabalhadoras. A jovem caminhou com passos preguiçosos até a porta. Ela levantou o olhar para Daika pensando que realmente não queria está ali.
一 A que devo a sua visita, senhorita Mizutani?
Daika riu de Karin.
一 Não precisa ser tão formal Karin! 一 ela sorriu. 一 Somos amigas! Você pode me chamar de Daika! 一 ela enlaçou o braço de Karin. Quando fazia isso a diferença de altura ficava bem clara entre elas, afinal de contas Daika alguns anos mais velha do que Karin.
"Quero saber em que parte da minha vida eu assinei esse contrato de amizade..." 一 pensou tristonha.
Desde que Daika voltara a vida ela tem estado atrás de Karin como uma fã obcecada, a perseguindo pelos cantos e a oferecendo presentes caros, mas as pessoas em volta só viram isso como uma bela amizade entre duas garotas. Enquanto Karin se sentia sufocado pela amizade forçada de Daika.
Devido ao modo como cresceu, Karin não acreditava na gentileza, ela acredita que as pessoas sempre querem algo em troca quando estão sendo gentis, devido a isso ela não conseguia acreditar que Daika realmente só queria ser sua amiga. Toda vez que Daika sorria para Karin a desconfiança crescia no peito da jovem Uzumaki, ela conseguia ver que no fundo dos olhos da jovem senhorita estava acesa uma pequena chama de interesse. Mas não era um interesse bom, igual o que Shion demonstrara, ele era diferente. O interesse no olhar de Daika lembrava a Karin os olhares que lhe eram lançados pelos ninjas da grama.
一 Pensei que o dia estava lindo para um passeio! O bosque ao leste do vilarejo fica maravilhoso a esse horário, deveríamos ir para lá aproveitar a tarde! Podemos comprar algo para comer e fazer um piquenique improvisado, o que acha?
Karin se soltou do aperto de Daika e começou a andar em direção ao hotel onde estava hospedada.
一 Não podemos cruzar a fronteira do vilarejo por causa dos ataques recentes.
A Uzumaki deu uma resposta curta e demonstrou sinais de que não estava interessada em continuar a conversa. Mas a jovem Mizutani apenas ignorou o desinteresse de Karin, pensando que em alguma hora a Uzumaki iria aceitá-la como amiga. Daika insistiu na conversa e continuou a falar, a moça falava com entusiasmo e sem fazer pausas, no entanto, Karin não estava escutando metade das coisas que saíam da boca de Daika. Seus pensamentos na verdade estavam voltados para Shion, pensando quando a Uchiha chegaria na vila. Uma semana se passou desde a carta que Shion lhe enviara, contando que estava trabalhando para conseguir a missão do vilarejo Mizutani.
Karin continuou sua caminhada e não parou nem quando Daika dava suas sugestões para fazerem algo juntas, sempre que passavam em frente de um restaurante ou uma loja.
Chegando na esquina do hotel, Karin estava prestes a dispensar Daika, e dizer que iria entrar, pois estava com muito sono, quando ouviu um grito. Era Yuki, a empregada de Daika, Natsuki estava com ela e aparentava estar mais calma. As duas aproximaram-se, Yuki com passos mais rápidos que Natsuki.
一 Procuramos a senhorita por toda parte!! 一 exclamou Yuki. 一 Não só desapareceu como também saiu sem "aquilo"!! 一 ela pronunciou baixo a última parte.
一 Aquilo? 一 Daika pareceu não entender ao que Yuki se referia. E a empregada ficou tão envergonhada que não ousou falar o nome daquilo em voz alta.
Natsuki parou ao lado de Yuki e olhou para Daika como olhos tranquilos.
一 A senhorita não pode sumir desse jeito e ainda mais hoje. Seu pai pediu que você fosse receber os nossos convidados. A senhorita sabe que eles tiveram que enfrentar uma longa caminhada por nossa causa.
一 Ei, calma aí! Vocês estão me tratando como a vilã! Eu não iria demorar muito, apenas vim dar um oi para Karin, eu já estava prestes a ir embora. Eu juro!
Karin assistiu ela dizer aquelas palavras incrédula. A jovem sabia que Daika não tinha a intensão de ir embora tão cedo.
一 Parece que você tem coisas para resolver senhorita, então eu despeço-me agora. 一 disse Karin e afastou-se das três. Finalmente se vendo livre de qualquer confusão que Daika pudesse causar.
Daika se virou para suas empregadas e, com um sorriso fingido, disse:
一 Nós podemos passar em um restaurante? Eu estou morrendo de fome! 一 colocou a mão na barriga.
一 Senhorita! 一 Yuki apoiou as mãos na cintura. 一 Não pode fazer isso! Os ninjas de Konoha estão prestes a chegar! Temos que voltar para a mansão imediatamente! Nós ainda temos que te arrumar para recebê-los!
Daika ficou confusa, ela não estava sabendo dessa visita, ainda mais com ninjas de Konoha! Ela perguntou para Yuki o que aquilo significava e porquê não estava sabendo de nada sobre a visita dos ninjas.
Porém Yuki foi interrompida, ela sentiu algo a segurar pelo braço e quando olhou por cima do ombro viu Karin a encarando com olhos cintilando de curiosidade.
一 Os ninjas de Konoha chegam hoje?! 一 disparou.
Yuki concordou e retirou a mão de Karin de seu braço com um sorrisinho falso. Por ter crescido na mansão, Yuki nutria certo preconceito com pessoas de status baixos.
Mas Karin não se importou com a expressão de desagrado de Yuki. E sem aviso, a Uzumaki correu com velocidade máxima na direção da mansão Mizutani. Seu cabelo e roupas balançando ao vento.
一 Karin??! 一 exclamou Daika que logo correu atrás de Karin. Daika tinha a natureza de uma fofoqueira, ela não sabia o motivo de Karin está correndo, mas estava determinada para descobri-lo!
Yuki gritou mais uma vez por Daika e logo as duas empregadas se viram correndo atrás de sua mestra.
Karin foi a primeira a chegar, ela deu a volta na mansão e correu em direção a entrada principal. Daika vindo logo atrás e Yuki ainda gritava com ela, dizendo que a jovem senhorita não deveria ir naquela direção com aquele tipo de roupa. Chegando lá Karin viu toda a família de Daika reunida e entre um mar de rostos estranhos ela encontrou um que lhe era familiar. A garota não pôde conter sua emoção e sem perceber já havia gritado o nome de Shion. Aqueles olhos, que refletiam o mesmo brilho das folhas, olharam para a Uzumaki e um sorriso marcou presença no rosto da Uchiha.
Karin correu para os braços de Shion lhe dando um abraço apertado, mas assim que percebeu o que fez ela voltou a si e se afastou da Uchiha. Suas bochechas agora rosadas de vergonha por ter causado uma cena desnecessária na frente de todos. E seu olhar perdido e nervoso, sem saber para onde dirigi-lo.
"Oh, céus. Não imaginei que ela iria gritar meu nome e me abraçar na frente de todos." 一 Shion sorriu achando a timidez de Karin fofa. Mesmo sabendo que era errado rir de Karin, quando a jovem se sentia tão envergonhado naquele momento.
Daika apareceu acompanhada por suas empregadas. Ao ver sua filha deslizando a sola dos sapatos pela grama, no intuito de frear seus pés depois de toda aquela correria, Asashi sentiu que que mais confusão viria pela frente.
"Eu deveria ter aceitado o pedido das empregadas..." 一 lamentou.
Daika freou seus pés, Yuki e Natsuki pararam atrás dela apoiando-se nos joelhos para recuperar o fôlego, e então os olhos de Daika iluminaram-se ao ver Kakashi, ela gritou seu nome e parecia que toda a cena de antes estava se repetindo. Daika deu um passo fazendo menção de aproximar-se mas suas empregadas logo a seguraram. Yuki se desculpava freneticamente com Asashi, pedindo desculpas pelo mal comportamento de Daika. As duas empregadas arrastaram a jovem Mizutani para dentro da mansão, mas mesmo sendo levada por ela a moça não tirou seus olhos de Kakashi.
O clima ficou estranho, Asashi estava envergonhado pelas ações da filha diante dos convidados. Ele não sabia o que dizer.
一 Parece que o Kakashi-sensei tem uma fã. 一 até nesses momentos, Shion não perdia a oportunidade de fazer suas piadas.
一 E aparentemente eu não sou o único. 一 retrucou. As bochechas de Karin tornando-se mais vermelhas devido ao seu comentário.
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As empregadas tiveram dificuldade em acalmar Daika, a garota estava bastante animada e falando com entusiasmo sobre Kakashi. Era a primeira vez que as empregadas viram a garota tão alegre desde que voltou a vida.
Daika falava de maneira fervorosa sobre Kakashi e sua admiração por ele. Yuki e Natsuki se encararam confusas, perguntando-se quem era Kakashi Hatake, infelizmente as duas cometeram o erro de perguntar quem era aquele homem que sua jovem senhorita tanto falava sobre. Isso resultou em um longo e demorado discurso sobre quem era Kakashi Hatake e quais eram suas conquistas ninjas. - Yuki fez questão de terminar de arrumar Daika duas vezes mais rápido, pois queria se ver livre de todo aquele falatório.
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Iae, oq vcs acharam da Daika?👀
Ainda tô desenvolvendo ela, mas espero ter deixado uma boa impressão sobre a jovem da família Mizutani 🤭🤭