Opostos

By Unicornio_Dark

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Alguns físicos, filósofos e músicos dizem que os opostos se atraem, mas a verdade é que eles se repelem. Ala... More

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Fogo no Parquinho
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Garotas Gostam de Garotas
A flor da Pele
Confissões e Conflitos
Morde e Assopra
Entre o Fogo e o Ciúmes
Amor e Destino
Destempero
Rivais
Cartas na Mesa
A Loba
O Jogo Continua
Recomeço
Estamos Caindo
Ceder
Juntas
Diaba
Jogo Perdido
A Ressaca
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Amor e Dúvidas
Despertando Sentimentos
Voraz
Eu Sobrevivo
Windsor
Reencontro
Família Dias
Amor em Risco

A Melhor Decisão

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By Unicornio_Dark

Chegaaay

Explicação rápida: eu definitivamente prefiro escrever no final de semana pois durante a semana é muito puxado, e notebook virou meu sonífero, abro ele e morro de sono.

Por isso demorei, a autora aqui tá exausta 🤸

Fiquei muito triste com a saída da Loba, porém vendo ela depois do confinamento percebi que foi a melhor coisa pra ela, a bonita tá radiante e eu tô amando acompanhar ela.

Capítulo longo, leiam devagar.


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Narrador

Sábado

Pitel tinha acordado Fernanda para fazer o raio-x já que sua amiga parecia estar em coma e não acordara com o despertador.

- você é o amor da minha vida. – Fernanda disse assim que viu o rosto da amiga. – você é a melhor coisa que me aconteceu aqui dentro, você é linda e eu te amo muito. – a abraçou com carinho.

- oh deus, acordou emotiva... – Pitel retribuiu ao abraço com carinho e se deixou ficar ali, pelo tempo que ela precisava.

Não demorou muito e Fernanda enxugou as próprias lágrimas se afastando.

- ok, ok... acabou o momento boiola. Nossa... parece que um trator passou por cima de mim, deu ré e passou de novo. – Fernanda reclamou enquanto seguia atrás de Pitel até o andar de baixo.

- é o peso do paredão, ele te acerta em cheio.

- principalmente esses últimos, parece que o peso vai se amontoando em cima dos meus ombros... paredão com traição, melhor ainda. – suspirou.

- o que você quer fazer hoje amiga? Eu sou todinha sua.

- hoje eu quero ficar ao seu lado e aproveitar nossos últimos momentos juntas.

- ótimo! Tu vai me ajudar a arrumar o quarto do líder porque parece que a gente deu uma orgia lá dentro, mas antes temos o bendito raio-x. – as duas olharam para a fila das fadas que já estavam aguardando o tempo.

Fernanda olhou de relance para Alane enquanto tentava organizar seus pensamentos, em parte odiava as brigas que tinha com ela, e em parte aquela morena tinha feito parte da sua parte lá dentro e do jeito menos tradicional possível havia entrado por dentro das entranhas e se estabelecido dentro do seu peito.

Não queria chorar, mas às vezes era simplesmente impossível segurar aquela lágrima teimosa.

- sério que você está de boas com tudo isso? – Pitel perguntou ao vê-la pensativa e Fernanda sorriu a olhando. – eu achei que no mínimo você iria surtar.

- cara... na pior das hipóteses eu vou dormir segunda com os meus filhos, acho que nem vou dormir, vou agarrar eles e ficar com eles pra sempre.

- você não pode se entregar... – Pitel a abraçou com carinho. – ainda não é uma derrota.

- acho que as pessoas que estão comigo, que gostam de mim lá de fora devem ser tipo o exercito de trezentos contra os trinta mil fadas... trezentos lobinhos contra trinta mil fadas. – riu.

- trinta mil? Amiga... aqui é globo... deve ser uns trinta milhões.

- porra ai tu me quebra... eu tentando me animar um pouco e você me colocando pra baixo. – gargalhou. – mas é isso ai. To fodida e mal paga.

Durante todo o almoço feito por Pitel, o aroma da torta de frango inundou toda a casa e até mesmo as pessoas da xepa se amontoaram na cozinha, mesmo sabendo que não podiam comer uma grama do salgado.

Fernanda ainda tentava a todo custo não olhar para Alane e a bailarina fazia o mesmo, nenhuma das duas tomava iniciativa e Pitel vez ou outra encarava as duas.

- se você sair amanhã... isso significa que vocês duas vão ter pouco tempo juntas. – Pitel disse. – talvez seja hora de você esconder um pouco desse rancor canceriano e ceder.

- ela votou em mim, num puta paredão importante, eu quero é distancia.

- amiga, pra que mentir? Todo mundo sabe que o que você quer dela é tudo menos distancia.

- desde que eu entrei aqui, desde que eu me esfarelei por ela, eu tento fazer o pior parecer melhor. – Fernanda deixou seus talheres de lado. – eu virei um slime com ela, sabe, desses molegas que você aperta, soca, faz o que quer?

- você só está puta, por ela ter feito algo que você deveria ter feito primeiro.

- exatamente! Ela esfarelou a Fernanda Bande jogadora, ela me transformou em um amontoado de migalhas. Eu tenho cem milhões de razões para ir embora.

- e o seu único motivo pra ficar é alta que só a peste, tem a maturidade de um adolescente, porém mama que nem um bezerro né?

- oh... – Fernanda revirou os olhos. – a gente não tinha nada pra dar certo, olho pra trás e vejo que tudo tá uma merda, desde o início, porra, que que eu tinha na cabeça pra beijar aquela menina...

- álcool?

- ela é uma maldição... caralho, vou ter que tomar banho de erva por uma semana pra me livrar dessa maluca.

Pitel resolvera dar por encerrado aquela conversa, seria extremamente ruim ficar revivendo o passado e Fernanda já dava sinais de uma leve alteração e da forma como ela retratava seus sentimentos era possível que a bomba relógio escolhesse a pior hora para explodir.

O dia ensolarado estava lindo, e Fernanda deixou a arrumação do quarto para mais tarde, poderiam arrumar enquanto se preparavam para a festa, por hora ela se deixaria aproveitar da piscina mais um pouco.

Alguns metro dali Alane não parecia demonstrar que tinha levado um fora de Fernanda, muito pelo contrário, ela ria e cantava com suas amigas de confinamento.

Estava se demonstrando ser uma boa atriz, quem olhasse de fora jamais poderia dizer que ela estava sofrendo como uma desgraçada por dentro, seus olhos faziam um percurso que durava segundos até Fernanda.

Se sentia abençoada por ela estar levando tão bem aquele paredão, mesmo algo lhe dizendo que seria ela quem sairia, e talvez Alane perdesse todas as suas chances de ao menos ter uma conversa com ela, mais uma tentativa era o que rezava internamente enquanto gargalhava para Beatriz quando a vendedora contava as suas histórias.

O frio no seu estomago lhe corroía, em breve, tudo aquilo acabaria, o céu azul aos poucos fora ficando branco, e a noite chegou e com a certeza de que aquela poderia ser a ultima noite que teria ao lado de Fernanda.

Entregou a missão a um chá de camomila, precisava se acalmar, seu peito aos poucos acelerava dolosamente e ela não soube de onde vira tanta força para não ter uma crise de ansiedade, talvez seu chá de camomila estivesse sendo adoçado com a risada alta de Fernanda e isso aos poucos lhe tranquilizava.

Ela estava bem, ela ficaria bem.

Então porque tinha tanto medo?

A campainha tocou pedindo para que algum participante fosse buscar o carrinho pré festa, e ela que esta próxima da dispensa acabou seguindo até lá.

Para sua surpresa Fernanda já estava ali, e ela até pensou em recuar um passo, se sentia como uma presa prestes a ser aniquilada por uma onça. E antes que pudesse decidir se ficava ou se recuava Fernanda virou o rosto e assim que a viu, frisou os olhos na mais alta soltando um suspiro cansado.

- você sabe que o carrinho só pode ser buscado por alguém do vip não é? ou em oitenta dias de confinamento você ainda vai fingir que não sabe as regras e que as estalecadas que toma é sem querer? – Fernanda disse a encarando e Alane recuou um passo.

- é que na verdade eu achei que fosse os figurinos e não o carrinho. – engoliu seco tentando não olhar para ela, muito menos para o fato de ela estar usando apenas um biquíni e que suas pernas torneadas estavam expostas, assim como seu ventre chapado.

- ah é, esqueci, você é a Alane a pobrezinha que nunca sabe de nada.

- eu sei... sei que você está enganada! – disse e já ia sair quando tentou puxar a porta, mas a mesma não se mexeu. – não acredito.

- o que? – Fernanda foi até ela.

- tenta abrir, você tem o bracelete do vip deve ter algum chip nisso dai. – apontou para a pulseira que ela usava.

Fernanda tentou abrir a porta, mas não conseguiu e antes que ela tentasse novamente as luzes foram apagadas.

- acho que faltou energia. – Alane comentou.

- é... ou é essa produção querendo tirar um sarro da minha cara! – chutou a porta e tentou empurrar com seu ombro. – desgraça!

- você vai se machucar.

- eu quero sair daqui, não quero ficar no mesmo lugar que você! – socou a porta.

- problema seu, não quer ficar comigo? Então aperta aquele botão que tá lá no meio da sala e pede pra sair!

- pra sair? Querida eu já vou sair amanhã! Não preciso que você me mande fazer alguma coisa que claramente eu não vou fazer, nem se a sua amiguinha com a voz irritante passar vinte e quatro horas berrando.

- você não vai sair amanhã... – Alane murmurou.

- vou... tá na cara que eu vou sair.

- acho que é a Giovanna e não você.

- pronto, além de bailarina, dançarina, atriz, você também é leitora de oráculo?

- sou... você vai ficar... vai ficar comigo.

- oh bonequinha, acho que você errou duas vezes. – Fernanda se aproximou dela lentamente e só parou quando a sentiu e então tocou seu ombro. – eu não vou nunca mais ficar com você e amanhã eu vou sair.

- acho que você também está errada. – Alane abaixou o rosto até que sentisse o hálito quente de Fernanda e sorriu. – acho que você está doidinha pra ficar comigo.

Fernanda ia retrucar, mas o melhor que pode fazer foi segurar o rosto de Alane com suas mãos e a trazer para próxima de si a beijando com intensidade.

Seu coração batia acelerado, era extremamente gostoso a ter ali, tão entregue ao seu beijo, odiava quando tinha a Fernanda briguenta implicante, amava a versão Fernanda que possuía um fogo maior que a do Vesúvio.

Arrastou a ponta dos seus dedos pelas pernas que tanto amava tocar e pressionou o corpo de Fernanda contra a parede, parando alguns segundo para beijá-la e já estava prestes a tocar o calor entre as coxas quando Fernanda parou o beijou segurando sua mão e a mantendo longe.

- acha que vai me conseguir assim tão fácil? – Fernanda riu abraçando o pescoço de Alane. – você vai ter que ser melhor que isso.

- estou acostumada com a Fernanda que esconde o que sente e prefere um sexo. – disse. – gozar é mais gostoso do que conversar não é?

- é quando você anda na linha, quando você sai, então não vai ter sexo pra você. – disse deixando uma mordidinha no queixo dela. – agora cala a boca e me beija.

- Fernanda... precisamos conversar... – Alane arfou tentando parar o beijo. – sobre nós.

- nós não existe mais, o que existe é esse tesão desgraçado e essa paix... – foi cortada quando ouviu uma batida na porta do outro lado da porta e um grito, só então reconheceu a voz de Pitel.

- eu espero que vocês duas estejam vestidas! – ela disse antes de abrir a porta.

- como você conseguiu? – Fernanda perguntou confusa enquanto se afastava de Alane.

- uai... eu vi as bonitas vindo pra cá e depois não saíram mais, eu vim ver o que tinha acontecido.

- acho que a porta tem alguma pani que fecha por dentro.

- deve ser... mas dá pra abrir por fora. – sorriu. – eu vim logo antes que vocês duas acabem com toda a bebida da casa.

- espera... – Fernanda a olhou confusa. – se da pra abrir por fora hoje, então meses atrás, daquela vez que a gente ficou presa, vocês poderiam simplesmente abrir?

- sim... – Pitel riu a olhando. – mas acontece que ninguém deu falta das duas, eu dei, e sabia que vocês tinham que conversar e nada melhor do que ficar presa né não? - apontou para o rosto de Alane que estava rubro. – e a propósito as duas perderam cem estalecas por fazerem saliência de novo onde não deve.

- olha que bandida...

- bandida não... cupido! A própria encarnação de Eros. – sorriu. – depois vocês me agradece.

- tá... pega ai teu carrinho de bebida que eu vou ir me arrumar pra minha ultima festa. – Fernanda saiu pra fora antes que ficasse presa novamente.

- eu vou... – Alane apontou, mas antes de sair pegou uma latinha de cerveja.

Naquela noite ela daria trabalho para o seu fígado.

O grupo É o tchan seria a atração da festa e Fernanda adorou o figurino, era estranhamente colorido e ela sabia que dançaria muito naquela noite.

Pretendia aproveitar cada segundo que ainda tinha ali dentro.

- amiga tu tá muito da gata hoje, tá pensando em ter mais uma recaída? – Pitel murmurou a olhando com um sorrisinho malicioso e Fernanda sorriu.

- Alane vai ter que se esforçar pra caralho se quiser isso aqui. – apontou para o próprio corpo.

- acho que falta muita maturidade... ela é linda, mas não se comporta como alguém que não é mais adolescente.

- ou talvez ela seja um personagem. – Fernanda deu de ombros. – uma personagem assim como Beatriz, eu divido que ela seja uma maluca sem educação na casa dela também.

Antes que pudesse ferir algumas minorias, o grupo É o tchan começou e eles correram em direção para aproveitar ao show.

Alane conseguia aproveitar de longe a forma como Fernanda dançava, ela estava muito mais que linda, a carioca estava brilhante, com uma áurea vibrante e ela amou cada instante que pode aproveitar a olhando.

Seu coração parecia deslumbrado, as borboletas no seu estomago estavam mais vivas do que nunca, e pela primeira vez de a briga que tiveram ela se sentiu confortável em participar do grupo como um todo.

Naquele momento não apenas fadas ou gnomos, eles estavam dançando e cantando como um todo, como se não estivessem num jogo.

Fernanda segurou a sua mão enquanto dançavam e vibravam com a harmonia e estavam gargalhando enquanto assistia Beatriz dançar na boquinha da garrafa como se sua vida dependesse disso.

- cara... eu simplesmente amo isso daqui. – Alane disse, estava completamente banhada de suor e não sabia como sua maquiagem ainda estava no lugar certo.

- me beija Alane... por favor. – Fernanda pediu a encarando e Alane a olhou confusa por alguns segundos, mas logo segurou a cintura da morena a puxando para si.

- vem... vamos pra um lugar mais reservado. – a puxou até um dos cantos da festa onde tinha um sofá para sentarem.

Alane não sabia dizer se estava bêbada pela quantidade alcóolica que havia ingerido, se era pela felicidade de ter dançado por horas ou se era o fato de Fernanda estar quase no seu colo a beijando.

Sua única certeza era que se pudesse faria um filho com aquela morena.

- filha da puta gostosa. – Fernanda gemeu enquanto mordiscava o lábio inferior dela.

- as vezes eu simplesmente adoro nossa diferença de altura porque quando você está no meu colo eu posso literalmente enfiar minha cara no meio dos seus peitos. – Alane disse enquanto olhava o contorno dos seios fartos e salivou com expectativa.

Fernanda poderia jurar que ela faria de tudo pra ter acesso aos seus peitos até se tivesse dez centímetros.

- acha que a gente teria dado certo bonequinha? – Fernanda perguntou mantendo seu sorriu de canto a olhando com carinho.

- aqui dentro não... mas lá fora quem sabe. – suspirou, pois o momento de glória tinha sido muito rápido e logo Fernanda iria bancar a distante, dissimulada que preferia morrer do que apenas aceitar o fato de que Alane também era importante.

- se eu sair amanhã eu quero que saiba que por mais que tivemos um atrito nesses ultimos dias, você foi importante pra mim aqui dentro, de alguma forma você fez com que eu desequilibrasse e saísse da minha zona de conforto, e eu odeio fato de não ter tido mais tempo para aproveitar mais com você. – tocou o rosto de Alane com carinho a encarando, seus olhos brilhavam enquanto prendia as lágrimas que teimavam cair.

- você também é importante pra mim... muito. – Alane suspirou tocando o rosto que amava e lhe deu um longo selinho, o fogo que queimava a poucos minutos agora tinha virado brasa e queimava as duas lentamente.

- meu coração é seu também. – Fernanda disse levando de Alane até o seu seio e a morena tentou entender aquela frase, mas antes que pudesse dizer a ela o que sentia Fernanda se levantou do seu colo enquanto voltava para a festa.

Enquanto isso na mente de Alane, ecoava a ultima frase da morena e ela não teve paz durante a festa, por mais que Isabelle e Beatriz a levasse para beber, comer, dançar, ela estava hipnotizada pelo momento vivido, um sorriso estampava o seu rosto e ela parecia estar no modo piloto automático.

Seu olhar seguiu até Fernanda que ria enquanto dançava com Pitel e seu sorriso duplicou, ela simplesmente amava o som que Fernanda emitia quando estava feliz e isso era o combustível que precisava.

Apenas ela.

E naquela momento deixou suas amigas para trás e seguiu até ela, e a puxou para seus braços.

- o que você... – Fernanda reclamou, mas logo sua boca foi calada quando Alane a beijou, no meio da pista de dança, morrendo de medo de levar um fora e com toda coragem que tinha no peito.

E da forma repentina que havia começando o beijo simplesmente parou se afastando dela e a encarando.

- eu votei em você pra proteger meus aliados no jogo, mas foi a coisa mais dolorosa que já fiz em toda a minha vida porque agora eu corro o risco de ficar aqui sem a mulher que eu me apaixonei. – disse a encarando.

Fernanda a olhou em completo choque e Alane resolveu seguir até as bebidas, beberia até esquecer o seu nome e os motivos que a fizeram entrar naquele reality.

The way you'd play with me like a child
Will you still love me when I'm
no longer young and beautiful?
Will you still love me when I got
nothing but aching soul?

A única certeza que elas tinham era que não se deixariam naquela noite, era última que possuíam, e não abririam mão.

Ficar por toda a madrugada dançando e conversando havia exigido demais e Fernanda simplesmente deitara no gramado e Alane se deitou ao seu lado se aninhando em seu abraço.

- Kylo... – Alane disse e Fernanda riu a olhando.

- o que?

- vai ser o nome do nosso filho. – murmurou e Fernanda a olhou por alguns segundos antes de começar a rir.

- sério? – gargalhou a olhando. – primeiro que desse útero aqui não vai sair mais nenhuma criança, se te refresca a memória eu já tenho dois! – disse zangada. – E segundo, que caralho de nome é esse?

- acabei de lembrar que é de um carinha de star wars... – sorriu a olhando. – e você não é a única aqui que tem útero.

- Alane meu amor... – Fernanda tocou seu queixo a obrigando encará-la. – você é jovem, tem um corpo lindo, gostoso, tem todo o tempo do mundo. Não estrague isso sendo mãe agora, você vai fazer umas vinte novelas primeiro, vai viajar o mundo a fora, e quando você tiver uns trinta e muitos... ai você volta a pensar em ter um bebê! E pelo amor de deus, não o chame de Ralo.

- é Kylo... – revirou os olhos. – e eu posso muito bem conciliar tudo, já tenho tudo planejado.

- o caralho que tem. Você tem vinte e cinco anos porra... vai ler um livro que isso passa. – riu.

- um dia você vai olhar pro nosso bebê e se arrepender dessas palavras. – disse por fim.

A verdade era que não sabia como iria ser quando saísse, se realmente seguiria carreira como atriz ou se teria alguma oportunidade, sua única certeza era aquele sentimento que florescera no seu peito.

Queria tudo, e ao mesmo tempo, mas ao mesmo tempo tinha medo da incerteza que poderia descarregar em seus ombros.

- não vai não... – Alane pediu segurando a mão dela quando percebeu a intenção de Fernanda de levantar.

- Teus sinais me confundem da cabeça aos pés... – cantarolou abraçando Alane com carinho deixando uma sequencia de beijos pelo seu rosto. – mas por dentro, eu te devoro... Teu olhar não me diz exato quem tu és...

Alane apenas aproveitou a melodia cantada por ela, fechou os olhos enquanto era embalada pelo vozeirão dela, era como um carinho para os seus ouvidos e simplesmente a amava.

- você me pediu em casamento... – sussurrou baixinho e Fernanda parou o momento de contemplar o nascer do sol para olhar Alane.

- que?

- naquela festa... que você quase não se lembra.

- a que eu tive um apagão? – se sentou no gramado a encarando.

- é... você me entregou o anel... – tirou o cordao que usava no pescoço e mostrou a jóia a ela.

- puta que pariu eu não acredito que meu anel estava com você esse tempo todo! – olhou para o anel. – porque não me disse?

- porque me magoou você não se lembrar desse fato.

- cara eu te pedi em casamento bêbada... te dei o anel que eu comprei pro meu filho... eu com certeza não estava muito bem da cabeça e você não deveria ter levado em consideração.

E novamente ela magoava Alane, mesmo sem perceber.

Aren't you tired tryin'to fill that void?

- as melhores verdades saem quando estamos bêbados... – Alane suspirou. – mas eu entendi que você estava alucinando ou algo do tipo. – você disse que esse anel simbolizava o amor mais puro que já sentiu por alguém, e eu entendo que ele pertence a você. – entregou a ela o anel e Fernanda segurou como se pesasse como chumbo.

Seus olhos seguiram até os de Alane e percebera naquele segundo que o anel não lhe pertencia mais.

- ele é seu... – sorriu. – eu dei a você, mesmo não me lembrando. – colocou o anel de volta no cordão e o devolveu ao pescoço de Alane.

As duas já estavam prestes a levantar quando Fernanda lembrou de um detalhe muito importante.

- o que você respondeu?

- sobre o que? – Alane a olhou confusa.

- sobre o meu pedido.

- eu disse que sim... – sorriu. – mas primeiro nós iriamos passar por todas as fazes primeiros.

- quais fazes?

- você vai me levar pra um encontro de verdade, vai me pedir em namoro de verdade, vamos conviver juntas... e quem sabe lá no futuro, se ainda estivermos inteiras, ai sim nos casamos.

Fernanda ficou alguns segundos em silencio a encarando.

- eu já estava preparada pra ouvir uma resposta nada madura vinda de uma adolescente adulta. – riu. – mas é bom... assim é bom.

Pitel havia praticamente mandado as duas para o banho, Fernanda estava exausta e só foi para a ducha pois Alane praticamente a arrastara até o chuveiro.

E por mais que Fernanda estivesse quase desmaiando assim que viu Alane usando apenas biquíni seus olhos se arregalaram e ela sorriu com a língua entre os dentes.

- acho que sou garota má... – sussurrou enquanto deixava que Alane passasse sabonete pelos seus ombros.

- porque?

- as coisas que eu estou pensando em fazer com você... – sorriu de canto. – você não faz idéia.

- droga... você é uma velha tarada! – Alane a colocou em baixo da água fria e o que se ouviu a seguir foram alguns palavrões de Fernanda.

Sabia o quanto Fernanda bêbada e alegre poderia ser trabalhoso e ficara surpresa com as sua desenvoltura em conseguir secar e trocar as suas roupas sem a deixar exposta, claro que isso a fez sacrificar sua coluna saudável e era certo que ganharia um hérnia de disco em algum momento da sua velhice e a culpa seria todinha de Fernanda.

- hoje a madame vai poder escolher com quem vai dormir. – Pitel disse a olhando.

- pra que escolher se eu posso dormir com as duas? – Fernanda sugeriu.

- eu não vou dormir no gnomo. – Alane já ia sair quando a carioca a parou, segurando sua mão e a obrigando encará-la.

- hoje pode ser a minha última noite aqui... será se você pode, só um pouquinho fazer eu a próxima eliminada feliz? – sorriu a encarando. – e além do mais... eu estou com cheiro de sabonete fresco... muito melhor do que o chulé azedo da sua amiguinha...

Alane revirou os olhos, pois ela tinha razão era simplesmente tentador o cheiro de Fernanda.

Assim que as três se deitaram na cama de casal, a produção apagou a luz e Fernanda abriu um sorriso grande, se sentia adorável.

Em algum momento enquanto dormiam, ela se virou a esquerda e abraçou Pitel, Alane também a abraçou fazendo a concha maior e assim ficaram, por horas.

(...)

Horas mais tarde, depois que o despertador tocou, as três seguiram até o raio-x, não demoraria muito para ser o almoço do anjo e isso significava que elas teriam que ficar na sala assistindo ao vídeo da família do Alegrete.

Mesmo que o corpo de ressaca exigisse permanecer em horizontal, Fernanda estava apoiando o rosto no ombro de Pitel, suas mãos estavam entrelaçadas e ela fazia um carinho leve.

Mais tarde, após arrumar as suas malas, quando estava convencida de que conseguiria dormir, apenas deitou na cama, mas o sono não veio, a ansiedade não a deixaria apagar.

Havia simplesmente falhado em tudo.

- no que tanto te faz pensar nessa tarde de paredão? – Pitel perguntou para a amiga.

- estou pensando em todo o meu caminho na casa... no geral eu me sinto idioda. Não tanto me pegaram pra cristo, mas me pegaram pra bobo da corte. Vamo foder essa menina, jogar tudo pra cima dela e o que não tiver justificativa a gente diz que é ranço.

Pitel ouviu as queixas de Fernanda e sabia muito do que ela estava falando, sabia que não era por mal, a entendia, mas as pessoas de casa tinham a visão que queriam ter e isso estava além do que elas poderiam moldar.

Caminhou pela casa e quando subiu até o quarto do líder, seu olhar seguiu até uma libélula.

Então ela soube e ela entendia.

Alguns metros dali Alane estava discutindo com o seu grupo, pois seu relacionamento com Fernanda havia virado pauta de discussão, Davi havia se zangado por ela ter ido dormir no quarto gnomo e ela não entendia o porque de ele estar tão zangado com aquilo.

- eu tive uma conversa com Fernanda... sobre nossas diferenças. – ele se explicara.

- olha... se você tomar partido novamente sobre com quem eu falo, deixo de falar... com quem estou, com quem estou dormindo. Você não vai ser mais o meu amigo, não fique empurrando defeitos na mulher que eu amo, eu sei o que ela é, o que ela representa, eu sei os pontos fortes e fracos. Eu entendo pra caralho que ela está do lado oposto... mas nem tudo é jogo então pensa bem no que está propondo.

- bom de qualquer jeito... acho que ela vai embora hoje mesmo. – Davi resmungara enquanto saia do quarto e Alane olhou para Isabelle que estava ouvindo a conversa.

- olha sinceramente... foda-se o que ele pensa. Ele já não é a porra do campeão? Então se vire. – de ombros.

Momentos mais tarde, Fernanda estava pronta para o resultado, usava um vestido preto, um lenço na cabeça e pendurara a foto da sua filha na cintura.

Ela queria silencio, talvez fosse pedir demais enquanto dividia o mesmo teto com Beatriz, Alane e Davi.

Pitel estava ao seu lado, demonstrava tanta força, era exatamente aquilo que Fernanda precisava, alguém que entendesse o seu silencio.

Quando a produção pediu para que todos seguissem até a sala, foi a primeira vez que a ansiedade de Fernanda lhe dera uma trégua, ela estava calma.

Alane ainda fora até ela, lhe dera um beijo e a olhara com carinho antes de seguir até o canto do sofá onde estava Beatriz.

Independente do resultado, ela sairia vitoriosa. Tinha conquistado duas coisas que dinheiro nenhum poderia lhe dar.

Tadeu parecia querer deixar aquela noite o menos tensa possível, porém era impossível e o apresentador logo iniciou o discurso.

"E o que vai fazer de alguém campeão do BB24? Ninguém aqui tem sexto sentido, ninguém aqui adivinha. Então se eu fosse você, eu ficaria atento aos sinais. É o que resta, né? Eu não dou muita fica. Eu venho aqui e digo, faça a coisa certa. Mas o que?

Aí temos três adoráveis mulheres. Cada uma fez uma parceria tão bonita. Na verdade, mais que parcerias, amizades, um namoro e possível casamento? As três tiveram momentos decisivos. Aconteça o que acontecer, a Giovanna vai pensar 'Ai, se meu pé esquerdo...' Só de provas ela ficou fora de seis, por causa do pé. Quantas vezes ela ficou sozinha em casa pensando 'Ai meu deus, esqueceram de mim nesse jogo'. 'Eu não participo de nada'. Claro que isso pesa, mas Giovanna não teve escolha.

A Nanda fez uma escolha: mudar, baixar o tom. Quando teve um dia de fúria lá atrás, logo se arrependeu, puxou o freio de mão. Aí u dia desses, quando estava todo mundo em pânico, era ela a pessoa mais tranquila, como se saboreasse vantagens de ser invisível. Será se não foi exatamente lá atrás o seu melhor momento? Voltando do paredão, etc.

A Bia também fez uma escolha: não mudar. A alegria dela é assim e ponto. Isso continua sendo o motivo para suas defesas e os ataques dos seus adversários. Mas que história sem fm. Esse tem que ser o enredo da Bia até o seu último dia dela na casa?

Quem fez a escolha errada? Ou mais errada foi aquela que nem escolha teve? O BBB é um jogo onde os fracos não tem vez. É coisa de gente grande. Se é para correr ou morrer, corra. Não fica à espera de um milagre, porque ele não vem. Mesmo se nada der certo, tem que continuar acreditando, tentando, é questão de honra. Para fazer a travessia desses cem dias e, na chegada, receber o sabor da vitória, diga: com licença, eu vou à luta.

Não sei se vocês perceberam, mas esse é menos um discurso e mais um réquiem para um sonho. A despedida de alguém muito especial. Ela é o cara. Viveu momentos importantíssimos nessa casa. Os incríveis e também os imperdoáveis. Uma linda mulher, uma mente brilhante. O coração valente à procura da felicidade. Vai ver que a vida é bela, principalmente para quem vê o lado bom da vida. É que a vida é como uma caixa de chocolates: a gente nunca sabe o que vai encontrar. Que a força esteja com você, Nanda".

Fernanda instintivamente abraçou Pitel, mesmo sabendo que faltava uma semana para a reta final e que não demoraria para reencontrar a amiga.

- não chora... sua maquiagem está linda demais hoje. – Fernanda beijou a face de Pitel com carinho.

Fernanda sabia que não podia demorar muito, mas se deixou abraçar a amiga por mais alguns minutos antes de seguir até Giovanna, e seguiu abraçando um a um que surgia na sua frente. Até mesmo Beatriz ela abraçara.

Alane estava parada, próxima a saída, com um olhar pensativo.

- faltou você... bonequinha. – Fernanda aproximou-se dela e assim que encontrou os olhos vermelhos de Alane não conseguiu segurar as lágrimas. – eu amei azucrinar você, beijar você, ter você, eu amei cada briga que tivemos, discussão... eu amei conhecer você e me apaixonar por você foi a coisa mais linda que eu poderia vivenciar, mas agora eu vou ir cuidar dos meus filhos.

Alane arregalou os olhos, havia escutado certo?

E elas transbordaram assim como a paixão que fervia no seu peito.

- como eu vou ficar sem você? – Alane a questionou enquanto se deixava ser abraçada. – como vou ficar sem o meu coração?

- acalme-se... – Fernanda se afastou para enxugar as lágrimas de Alane. – de alguma forma eu também venci.

- você vai esperar por mim? – perguntou, precisava da resposta para acalmar todos os nervos ou teria uma crise de ansiedade em minutos.

- Windsor, dia dezoito. – Nanda murmurou baixinho apenas para ela ouvir.

Alane sorriu enquanto seguia com Fernanda até a saída, nunca caminhara tão lentamente em toda a sua vida. O perfume doce que ela usava de alguma forma lhe tranquilizava, suas mãos estavam juntas e ela queria ir também, mas tinha sua própria jornada para finalizar.

Pitel estava igualmente abalada enquanto assistia sua amiga se despedir novamente antes de abrir a porta da saída e seguir para fora.

Levando consigo a melhor história de amor que alguém poderia protagonizar.

Every Time we say goodbye
baby, it hurts.




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Continua...
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✅️ Bora esclarecer algumas coisas;

Como perceberam eu escolhi seguir com os acontecimentos real do BBB.

Eu acolhi a proposta de vcs para manter a Nanda na casa, maaaas, se vcs acompanham a Fernanda então sentem o que eu senti tbm, ela parece que está muito mais linda, brilhante. Parece até outra pessoa, diferente da jogadora que estava exausta.

Ela tá feliz pra krlho!

E esse fato me fez mudar o final do capítulo.

Até pq se eu mantivesse ela no jogo, o casal ia ficar saturadissimo, num vai e vem de amor e ódio.

Esse tempo sem as duas juntas vai fazer com que os sentimentos fiquem mais claros.

Próximo capítulo começa a fase 2!!

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