Santo Seu Jorge. - Yoonkook

By AphroditesD

256 32 110

João Jungkook, o moço do Hortifruti, é um garoto simples. Vai de casa pro trabalho, do trabalho vai pra casa... More

Personagens!
1.0 Flor de Tangerina.
1.1 Flor de Tangerina
1.2 Flor de Tangerina.
2.0 Músicas Para Churrasco Vol.2
2.1 Músicas Para Churrasco Vol.2
2.2 Músicas Para Churrasco Vol.2
2.4 Músicas Para Churrasco Vol.2
3.0 Sonho Meu.

2.3 Músicas Para Churrasco Vol.2

17 2 3
By AphroditesD


    Seokjin suspirou, se sentindo péssimo como sempre se sentia. Ele ligava mais do que deveria para aquela situação. Se não estava enganando ninguém, por que sentia como se estivesse? Parecia tão errado, seu coração batia para lados confusos. Quando estava junto de Taehyung, se sentia em paz. A presença do mais novo o acalmava, mesmo que o irritasse até o último fio de cabelo. Passavam todo o seu tempo juntos trocando farpas e tentando vencer o próximo chefão de videogame quando não estavam aos beijos na cama de um dos dois. Taehyung se encaixava em seu corpo como só um outro alguém fazia, mas ainda faltava alguma coisa. Sua cama era grande demais, uma parte dela sempre estava vazia. Faltava seu terceiro elemento.
      Quando estava com Hoseok, era tudo jogos e diversão. O moreno era engraçado, tinha mania de rir de qualquer coisa e achar Seokjin o homem mais interessante do mundo. Quando estavam juntos, geralmente assistindo pela milésima vez aos filmes de comédia do Adam Sandler, gostava de observar o rapaz ao seu lado. Hoseok era lindo, como poucos tinham a coragem de ser. Era esperto, gentil e puxava Seokjin para seu colo quando se beijavam. O deitava na cama e fazia com ele loucuras, sussurrando “eu adoro você”. Se era assim tão bom, por quê parecia um pouco vazio? Quando ele se deitava em seu ombro esquerdo, Seokjin ainda via o direito vazio. Queria Taehyung ali quando estava com Hoseok, sentia falta de Hoseok quando estava com Taehyung. Estava fodido, mais fodido do que um dia esteve.

     Namjoon enfiou o telefone no bolso, já com a cabeça doendo. Deus realmente entregava suas piores batalhas aos seus melhores soldados. Por que precisava ter amigos tão complicados? Funcionava de forma tão simples na sua cabeça, veja bem: Taehyung era um homem ótimo. Muito amigável, sorridente e amável. Hoseok era outro homem ótimo, engraçado, prestativo e leal. Seokjin era mais um na lista de homens ótimos, esperto, feroz e determinado. Como uma combinação dessas poderia dar errado? Todos eles combinavam tão bem. Certo, era fato que Seokjin e Taehyung se estranhariam as vezes, mas Hoseok certamente seria capaz de acalmar os ânimos. Talvez as vezes o moreno tivesse energia demais, mas Taehyung conseguiria acompanhar o ritmo quando Seokjin estivesse cansado. Ele teria todo amor, carinho e devoção que poderia imaginar, disso Namjoon tinha certeza. Seriam um trio poderoso, se Seokjin não fosse cagão e Hoseok não tivesse um misterioso outro ficante. Namjoon esperava muito que Hoseok  terminasse com quem quer que fosse que ele estivesse, se apaixonasse por Taehyung e pedisse Seokjin em namoro para essa roda finalmente girar. Amava Seokjin, mas não aguentava mais vê-lo se lamentando no chat do Whatsapp.

— Como você resolve problemas amorosos dos outros? — Namjoon perguntou, sentado no banco da praça com Jimin. Viam crianças correndo perigosamente com seus palitos de maçã do amor na mão, idosas andando em grupos e adultos de camisa xadrez. A festa junina era a melhor época do ano, sem sombra de dúvidas. O frio obrigava Jimin a se empacotar todo, com sua touca bege e casaco creme. Não passava tanto frio assim, tomando seu caldinho de costela feliz da vida entre os braços do mais alto. Namjoon inquieto mastigava um pastel de carne, derrubando farelo em seu moletom azul escuro.

— Eu não resolvo. — Deu de ombros.

— Não? Mas o que você faz quando o Taehyung ou o Yoongi pedem ajuda?

— Moonie, vou ter que te contar uma coisa terrível sobre mim. — Deu a última colherada no potinho de plástico, se encolhendo ainda mais contra o peito do mais alto.

— Não tem como ter nada terrível sobre você. — Beijou a testa coberta pela franja loira.

— Eu falo dormindo.

— E eu ronco alto pra caralho. — Foi a vez dele dar de ombros. — Tá vendo? Feitos um pro outro. — Jimin riu.

— Você não vai dormir comigo hoje mais não. — Fez graça, enquanto Namjoon fingia um choque enorme. — A minha coisa terrível nem era que eu falo dormindo. Eu ia falar que você me conheceu na minha época apaixonado.

— Ah foi?

— Claro que foi. Botei o olho em você e larguei a piranhagem. — Admitiu risonho. —  Mas meus conselhos ainda são de piranha. Gostou? Vai lá e pega. Quer dar? Seja feliz e use camisinha. Eu só entro pra interferir quando o negócio fica sério mesmo, quando eu acho que a pessoa não é boa. De resto? — Deu de ombros outra vez, tentando provar seu ponto. — Os meninos são grandes.

— Caramba. — Namjoon estava muito impressionado com as habilidades. Não sabia se era fofoqueiro ou protetor demais para ser incapaz de fazer o mesmo. Sempre veria Jungkook como seu bebezinho indefeso, Seokjin como um garoto perdido e Hoseok como o adolescente que precisava sempre de um grilo do Pinóquio para ser sua consciência. Estava acostumado demais a representar esse papel para os amigos. — Queria ser assim. Infelizmente eu nasci intrometido. 

— Eu não ligo, mas o  Tae liga. Nossa, o Taehyung liga até demais. — Bufou, um pouquinho irritado. Ainda se lembrava de quando estavam no último ano do ensino médio e o Kim cismou porque cismou com um rapaz com o qual Jimin saía. No fim das contas ele estava certo, mas foi um saco ouvi-lo falar que aquele rapaz não era para ele. — O que é engraçado, porque da vida amorosa dele ninguém nunca sabe nada. — Nunca soube, nem achava que algum dia iria saber. Taehyung era a pessoa mais reservada do mundo quando se tratava de romance, nunca nem pediu nenhuma dica aos amigos. Ou ele era muito bom nisso, ou tão ruim que nada nem merecia ser mencionado. — Ele é muito protetor com a gente, sabe?

— E ele aprovou eu? — Namjoon quis saber, dando a última mordida em seu pastel.

— Ele tem que aprovar bosta nenhuma não. — Revirou os olhos, amassando o copinho de caldo.

— Mas eu quero ser aprovado. — Namjoon fez a maior carinha de cachorro perdido do mundo.

— Dois metro de manha, como pode? — Beijou a bochecha do rapaz. — Vou perguntar se ele te aprova. Tá feliz?

— Não! E se ele não aprovar? — Continuava a choramingar, mastigando o pastel.

— Muda nada na minha vida.

— Muda na minha. — Engoliu. — Eu quero que seus amigos gostem de mim.

— Eles já adoram você.

— Eles sabem que eu existo? — Dessa vez nem precisou fingir choque.

— Claro, né, Namjoon. Tá achando que eu tô te escondendo? — Quando o viu encolher um pouco os ombros, Jimin entendeu.

— Cê não contou pra eles que a gente tá saindo, né, loiro.

— E você contou pro seu amigo de aparelho? — O rapaz do aparelho laranja. O viu uma ou duas vezes, por acaso indo levar alguma coisa para Namjoon na faculdade ou o acompanhando até ela. Ele parecia legal, sempre vestido em roupas largas, tênis extravagantes e o boné virado para trás na cabeça. Parecia a caricatura de um adolescente skatista dos anos 90.

— Mas é que eu quero ESFREGAR na cara daquele puto daquele Hoseok. Aquele filho da puta desacreditou do meu sucesso, aí ele vai ver, ô se vai!

— Exatamente.

— Ok, me pegou. Eu só contei pro Jin e pro Jota.

— Eu não contei nem pro Gi. Minha vitória vai vir com um gostinho maravilhoso no dia que você me pegar pela cintura e meter um beijão na minha boca no meio do intervalo, o que vai acontecer na segunda que vem.

— Eu vou fazer isso? — Encarou sorridente o loiro. — Oh, eu vou adorar. Chamar o Seokjin pra gravar e mandar pro Hoseok. — Fez Jimin soltar uma risadinha.

— Eu acho que já te perguntei isso, mas como você conheceu o Jin? O Hoseok eu sei que mora perto de você e do Jota, mas o Jin não é tipo, super hiper rico?

— Ele é. — Jogou o guardanapo de seu pastel no lixo, junto do potinho de caldo do loiro. — Seokjin é filho da delegada Kim. Sabe, aquela que fez aquela apreensão gigante esses dias pra trás, que apareceu até no jornal? Uma bonitona, do cabelo grande castanho.

— Ela que é mãe dele? — Se lembrava de ouvir sua tia comentar quando a mulher passou na televisão. Ela era mesmo imponente. — Caraca. 

— A gente conheceu ele numa situação completamente sem noção. — Sorriu, batendo as mãos na calça escura para tirar o farelo. — Ele tava vagando lá na rua, a gente era moleque ainda. O Jota todo pequenininho foi dar oi pra ele e perguntar o que que um grãn fino tava fazendo por ali.

— E o que ele tava fazendo lá?

— Completamente perdido! — Gesticulou, amassando o guardanapo do pastel. O juntou com o copinho destruído de Jimin e jogou na lixeira perto do banco. Jimin se levantou, estendendo a mão para que ele fizesse o mesno. — Tadinho. — Namjoon tomou sua mão, se erguendo e juntando os dedos. — A mãe dele brotou lá em cima só no desespero, achando que o menino tinha sido era sequestrado. Ele tava só dando uma de aventureiro por aí. — A memória trazia o riso, difícil escapar. Ainda se lembrava dos olhos confusos e maravilhados do moreno naquele dia. — Foi engraçado, mas a mãe dele odeia a gente.

— Que? Por que? 

— Eu me odeia menos. — Era esse seu consolo. — O Jota e o Hobi ela não gosta de jeito nenhum. — Guiou Jimin para o canto da calçada, evitando que o loiro trombasse na quantidade enorme de pessoas que passava a todo tempo. — Tretinhas de adolescência.

— Então cês quatro meio que cresceram juntos? — Sentia o peito bater forte toda vez que achava outra semelhança entre ele e o moreno.

— O Hobi é literalmente meu primo, de algum jeito doido que eu não sei explicar. Décimo terceiro grau ou alguma coisa assim. — Continuava a andar enquanto explicava. Não estavam tão longe assim do condomínio Pé Do Morro, a casa de Jimin. Andando duas ou três quadras chegavam la, seguindo reto toda a vida. Pegar ônibus era bobagem. — Agora o Jota é meu irmãozinho, meu filhote. Peguei aquele moleque no colo, e agora ele tá cheio de tatuagem no pescoço e piercing na cara. Eu tô tão velho!

— Panela velha que faz comida boa. — Jimin passou a língua pelo lábio inferior, fazendo o mais alto rir.

— Vai cagar. Eu tenho vinte e seis, sou só um pré-adolescente ainda. O Jota tem vinte e quatro então ele ainda é uma criança.

— Eu tenho vinte e cinco, sou o que?

— O amor da minha vida. — O que era para ser só mais uma brincadeira fez as bochechas do loiro ganharem tons de vermelho.

— Para, Moonie. — Quis se esconder dentro da blusa. Namjoon o puxou aos risos, passando os braços pela sua cintura. — Tá rindo de quê?

— Bonitinho. — Tirou parte da franja do rosto do rapaz. — Tá com frio não?

— Não. Cê tá me deixando com vergonha e minha cara esquentando. — Escondeu o rosto no moletom azul escuro. 

— Pois eu tô com frio, me esquenta aqui um pouquinho. — Pousou o queixo no topo da cabeça do mais baixo, sentindo as mãos de Jimin invadirem suas costas por debaixo da blusa. Estavam parados no meio fio, ouvindo os sons da multidão e a sanfona que soava em algum radinho nas barracas. Namjoon suspirou fundo, sentindo o cheiro do amaciante na touca do rapaz. — Nó. Pensei um negócio aqui.

— No tanto que você tá doido pra chegar lá em casa, tomar um banho e ver um filminho comigo?

— Agora são duas coisas que eu pensei. — Sorriu. Jimin beijou seu pescoço, saindo do abraço para voltar a andar. — Tava pensando aqui, acho que eu sou intrometido e a culpa é daquele fodido daquele moleque. Acostumei a sempre entrar nas confusões do Jungkook pra tirar ele do meio delas. 

— Ele arranjava muita confusão?

— Pensa na pior coisa que você já fez quando era criança. — Jimin pensou em quando deixou a porteira da casa de sua tia-avó aberta e todas as vacas foram parar no meio da única rua asfaltada da cidade. Caos total. — Agora multiplica por dez, e é 2% da bagunça que o Jota já fez. Esse  menino era o capeta!

— Meu Deus, grandão. — Jimin o olhou com tanto carinho que Namjoon quase tremeu. — Cê é com ele igualzinho o Tae com o Yoongi. 

— Ué. Por que só com o Yoongi e com você não?

— Eu entrei mais tarde no trio, mas os dois são grudados desde os oito anos de idade. — Começou a explicação, atravessando a faixa de pedestres na rua.

Continue Reading

You'll Also Like

122K 7.5K 58
'𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦́ 𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘢 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘔𝘢𝘳𝘪𝘢𝘯𝘢.'
1M 64.8K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
58.9K 7.8K 30
A vida de Harry muda depois que sua tia se viu obrigada a o escrever em uma atividade extra curricular aos 6 anos de idade. Olhando as opções ela esc...
261K 9.1K 137
• ✨ɪᴍᴀɢɪɴᴇ ʀɪᴄʜᴀʀᴅ ʀíᴏꜱ✨ •