Lesath: Genes Lupus.

By EduardaVictoria9

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O mundo tinha sofridos grandes perdas, o que colocou em crise e tiveram que tomar medidas de controle, além d... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7.
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11

Capítulo 1

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By EduardaVictoria9

Em 2024 aconteceu uma crise que abalou o mundo inteiro, onde não estava nascendo nenhuma criança, seja menino ou menina, absolutamente nada. As pessoas estavam morrendo e não havia como prosseguir biologicamente e o governo dos Estados Unidos tentou a todo custo achar maneiras que fizesse a população manter os níveis estáveis da população, que decaía a cada mês.

Morria mais pessoas do que nasciam. Isso a longo prazo poderia gerar o fim da humanidade.

As mulheres não pareciam ser mais férteis e mesmo que o governo pagasse e investisse em medicamentos para aumentar as células hormonais e reprodutoras das mulheres, nenhuma parecia gestar uma criança e aquelas que conseguiam mal mantinham o bebê em seu ventre até o fim, causando inúmeros abortos instantâneos e piorando as taxas de sucesso de gestarem crianças.
E havia aquelas que conseguiam gestar até o fim, apenas para o bebê nascer morto ou viver menos do que um mês, por complicações.

E isso se pendurou por meses e nos meados de 2026, o desespero era tão palpável que os líderes mundiais se juntaram para achar uma solução cabível.
Afinal, a população estava decaindo dia após dia e a taxa de fertilização estava abaixo do que deveria.

E ai surgiu o governo Lesath, repletos de políticos ambiciosos que queriam ter o mundo em mãos e para isso uniram seus países em conjunto, para controlar o mundo a sua maneira.

Inicialmente era algo para dar para pessoas esperanças de um dia melhor, entretanto o governo implementou mais e mais regras, deixando todos reféns dos desejos destes líderes mundiais.
E no começo de 2027, após muitas pesquisas e testes genéticos, cientistas conseguiram achar uma fórmula para a população voltar a crescer.

Se as mulheres não estavam férteis e próprias para gerarem fetos, então cabia aos homens fazê-los.

E muitas pessoas morreram, todos pobres e desafortunados, que lutavam por dinheiro e comida, que aceitariam ser cobaias em um experimento tão mal visto.
O experimento de gerar filhos, sendo homens.
O experimento de morrer por uma nova Era.


*

Ano de 2110.

Lucerys resmungou, sentindo o corpo doer por dormir de maneira desconfortável, além disso, ele deveria ter dormido cedo ontem, por conta do evento drástico de hoje, mas ele já se sentia totalmente fodido mesmo, o que mudava se ele estava apresentável ou não?
Por acaso, ele seria poupado?
Obviamente não.

Ele odiava lembrar de como vivia a própria vida, por mais que soubesse que poderia ser pior. Infinitamente pior.

Lucerys era de uma família antiga e rica, esta que tinha um lugar especial no Conselho mundial, tornando-a privilegiada.
E ele era um monstro, porque se sentia desta forma.

Ele era do subgênero ômega, criado apenas para saber como abrir as pernas e engravidar, como cuidar de uma criança e essas baboseiras.

Faz 166 anos que a forma do mundo mudou completamente e já não havia mais uma pessoa que fosse normal, porque todos tinham em seu DNA uma fórmula que ao nascer você se revelava como alfa ou ômega.
E eles amavam quando tinham ômegas em casa, principalmente as famílias mais pobres.

Eles vendiam.
O mercado de ômega era o que mais dava lucro e retorno, por todo o país de Lesath, que uniu todos os países durante todos esses anos e criou um mundo governado apenas pelo selo Lesath.

Lucerys viveu uma vida confortável até então, mas era óbvio que nada dura para sempre e aos dezoito anos todos ômegas férteis precisam casar e reproduzir até os vinte e um anos.
Se não, você ia ser enviado para as vielas para morrer como um ninguém, um inútil.

Alguém que não concebeu.

— Não acredito nisso — Lucerys murmurou ao ver a roupa pronta dele, que deixava muito do seu corpo amostra, como se fosse um objeto à venda. E era, sabia que era.

Contratos de casamento eram um pouco complicados, principalmente se tratando de pessoas do alto escalão do atual governo, como era o caso do ômega.
E ele sempre odiou o sobrenome Velaryon, porque isso o dava poder sobre os outros das menores castas, mas ainda sim, não o bastante para deixá-lo livre de seu destino final.

Casar com um homem e ter filhos.

Ninguém se preocupava com coisas frívolas como sexualidade e não havia sequer um piu sobre nada em relação a isso. Se você é um ômega, você gosta de homem e pronto.
E se o garoto de cabelos cacheados fosse sincero, ele realmente não se importava se eram homens ou mulheres, até porque sua opinião não era ouvida ou respeitada.

Ninguém era respeitado ali.
Engana-se quem ache que quem tem dinheiro tem mais liberdade naquele país.
Conforto? Sim.
Liberdade? Não.

*

Lucerys pov.

Sentia meu coração bater acelerado, minhas mãos suarem e todo meu corpo estremecer a cada passo dado em direção ao escritório geral de Lesath, a capital que outrora levava outro nome.

Não existiam mais países separados, apenas Lesath e nada além deste governo, que regia os cidadãos como mercadorias e funções.
Ninguém era humano aos olhos do alto conselho e sim apenas útil e fútil.
Se você é útil, você vive relativamente bem, dependendo do quão bem sua família é economicamente e mesmo se sua condição financeira não for relativamente bem, sendo um ômega, você cresce na vida rapidamente, por meio do casamento.
Se você é fútil, você é exilado e deixado para morrer só, nas vielas abandonadas que não era nada mais do que um lixão, um local para descarte.
E não sobrevivia muito.

Quando criança, nunca consegui entender como deixaram as coisas chegarem a tal ponto, como nunca se voltaram contra o sistema e depois que cresci percebi o inevitável.
Não havia como fugir daquele governo, dos olhares atentos em cada um de nós e da forma como deveríamos levar nossa vida.

Havia apenas livros do governo, a história da evolução até ali, a ciência que salvou nosso mundo do caos e do fim.
Apenas coisas que eram sobre Lesath, o governo da salvação.
Não havia dança, se não as danças permitidas
Não havia músicas, se não sobre a revolução da nossa amada e doce Lesath.

O mundo governado pelos sábios.
Patético.

Todo ômega que alcança dezoito anos precisa imediatamente se casar em um mês.
Ser da nobreza facilitava as coisas, já que muitos tinham contratos de casamento assim que nasciam e não importava a diferença de idade.
É claro que, havia uma condição de nunca tomar um ômega antes dos dezoito anos e isso era uma regra definida como prioridade.

E quando eu soube da história por trás daquilo, quis chorar e vomitar.
Antigamente, os ômegas mal tinham tempo para entender o que faziam quando eram levados, abusados e muitas vezes mortos em partos arriscados.
E o governo previu que, você até poderia se noivar com uma criança de cinco anos, contando que esperasse a criança atingir a maturidade.

Era uma nojeira.
E eu também estava noivo, de alguém que não sabia como era, quem era, se era um velho ou alguém novo.

Robert Baratheon era um conselheiro e membro de uma das principais famílias governantes no alto conselho de Lesath, sendo uma família rica de políticos que traziam em seu nome um legado banhado a sangue.
Sangue de crianças inocentes, porque o desejo dele sempre foi isso, crianças.

E eu lembro como ele era estranho nos eventos que tive o desprazer de presenciar.
Desde os meus dez anos, ele sempre me encarava, me tocava e não era sútil a maneira como me encarava e mesmo agora parecia estranho e eu estava imensamente preocupado em tê-lo como meu marido.
A diferença de idade era de vinte e cinco anos.

O cara tinha idade para ser meu pai e era nojento, totalmente.
E eu estava rezando para todos os Deuses existentes para me ver livre de qualquer pessoa como ele.

E foi uma tortura ao mesmo tempo que uma benção ter chegado ali; inteiro e sem desmaiar.
Meu tutor estava ao meu lado, ele era meu professor e me ensinou tantas coisas fúteis, tais como me comportar na cama e até mesmo posições favoráveis para engravidar.

Era um pesadelo.

Os pais nunca faziam esse trajeto até ali com os filhos, porque eles já tinham que estar lá.
Então foi com um alívio que saí do carro e caminhei sendo escoltado pelo meu professor, até entrar naquele local que parecia mais uma instituição do exército.

Alfas tinham que ingressar no exército, sendo ou não ricos.
E passavam por treinamentos severos e disciplinares.
Enquanto os ômegas deveriam se preocupar em como abrir as pernas e suas maneiras de fazê-lo bem.

Eu queria ter aprendido a usar uma arma, queria ter a oportunidade de ler algo decente, ouvir algo e até mesmo me sentir livre para ser eu mesmo.
Só que não existia isso, não mais.
Há muito tempo que não existe nada dessas coisas.

Apenas o governo, apenas o conselho de Lesath.

Agradeci mentalmente ao encontrar meus pais e meu irmão me esperando, mesmo que soubesse que era uma obrigação deles.
Eu tinha ensaiado tantas vezes aquele momento em minha vida e sabia que não deveria falar, nem mesmo cumprimentar ou tocá-los.

Era um escritório comum e além da minha família, tinha outro casal mais velho ali, com uma criança. Provavelmente a família do meu possível marido.
Além das famílias, havia três testemunhas do conselho de Lesath, que carimbava o contrato e oficializava nossa união.

O cara estava atrasado.
Que coisa boa.
Tomara que ele não venha então.

Só que é capaz de recair a culpa sobre mim, se ele não vier.
Eu odeio isso.

— Me desculpa o atraso. — uma voz surgiu atrás de mim, me fazendo arregalar os olhos e encarar a pessoa em questão com certa surpresa. Eu o conhecia. — Tive um imprevisto no trabalho.

Aemond Targaryen vinha de uma família de militares, sendo da patente capitão.
E eu já o conhecia, obviamente de longe.
Ele era íntimo das pessoas do conselho, por sua família ser umas das principais, assim como a minha.
E seu pai era Viserys Targaryen, o principal cabeça do conselho de Lesath.

Puta merda.

Ele tinha cabelos prateados, uma característica genética da própria família Targaryen, onde em sua maioria nasciam apenas homens alfas.

Alfas eram aqueles que não podiam gerar feto, tendo o DNA dominante e melhorado para fins reprodutivos. Não era tão diferente do que deveria ser um humano comum, ainda sim, não era como os humanos de décadas atrás.

Não que eu saiba direito.
Não há muito o que ler sobre a verdadeira história de Lesath.

— Claro que entendemos, Sr. Targaryen — disse uma das testemunhas ali, obviamente sendo um baba ovo do caralho. — Podemos começar?

O Capitão concordou e suspirei ao tê-lo ao meu lado, sabendo que não deveria me importar tanto assim com isso.
Estar me casando era para fins de sobrevivência, não importa se era um militar grosseiro.
Senti meus olhos encherem de lágrimas quando o homem à minha frente começou a dizer aquelas palavras tão conhecidas por mim.

Eu já presenciei casamentos, muitos, eu diria.
E agora era eu naquele momento, que estava passando por aquilo.
Para mim, aquele não parecia nada além de errado e monstruoso.

— Aemond Targaryen, você aceita esse ômega como seu, para protegê-lo e ter frutos, até o fim de sua vida? — perguntou o velho asqueroso, sorridente ao encarar o homem ao meu lado, que recusei a encarar por muito tempo.

— Aceito.

— Que venha bons frutos. Lesath abençoa essa união e a reconhece.
Assinem aqui, vocês dois e as testemunhas.

Bufei ao assinar meu nome no lado da assinatura dele e depois me afastei brevemente para meus pais e irmão assinar o contrato, assim como os pais dele o fizeram.
Depois de todos assinarem, o papel foi carimbado e finalmente fomos liberados.

Sair daquela sala foi incrível, finalmente pude respirar devidamente, isto é, até ser puxado para um canto pela minha mãe, que parecia nervosa.
Eu sabia que deveria ir embora logo, junto ao meu marido de preferência.

— Filho, suas coisas já estão sendo enviadas para a propriedade do seu marido — minha mãe informou e suspirou ao ver minha cara emburrada. — Sei que você não quer isso, mas tente ao menos serem amigos.
Eu também me casei dessa forma e ao lado de seu pai tenho uma vida feliz.

— Não é porque você tem uma vida feliz que isso é justo com as outras pessoas. É insano se casar assim — resmunguei irritado e minha mãe suspirou, parecendo ficar séria.

— Não ouse dizer tais coisas novamente. Vão te matar se você for contra o sistema. — disse minha mãe séria, logo me abraçando levemente. — Promete para mim que você vai se comportar?

— Vou tentar — respondi entre nosso abraço, apertando-a contra mim e inspirando seu cheiro leve. Queria ir embora com minha família, não ser deixado com alguém que sequer conhecia. — E porque ele?

— Ele pode ser mais velho que você, mas não é tão ruim quanto parece —mamãe disse ao nos separar do nosso abraço, tendo um sorriso terno nos lábios. — Nossas famílias se conhecem há muito tempo e mesmo que seja estranho de início, tudo se resolve com o tempo querido.

— Você e seu otimismo não
funciona muito bem em mim  — resmunguei e minha mãe soltou um riso curto, negando com a cabeça. Ela conhecia o filho que tinha, afinal.

— Vamos lá, não vamos deixar ele esperando. — mamãe disse sorrindo, me puxando para voltar onde nos esperavam.

Ele podia esperar para sempre, por mim.
Que inferno.

Era triste pensar que não éramos nada além dos nossos corpos e do fato de poder reproduzirmos.
Sem isso, você não era nada além de apenas um número a ser apagado.
E se eu pudesse escolher, certamente não escolheria me casar quando mal havia completado meus dezoito anos.
Mas a vida era assim em Lesath; injusta e rígida.

*

Hey pessoas!
SIM, apareci com uma nova fanfic lucemond.

Vocês vão passar bastante raiva, mas espero que gostem!
Então até logo!

Xoxo❤️

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