Confesso que escrever um capítulo onde a pessoa trata mal os pais me da uma dor no coração 😕 Mas isso vai mudar, aguardem!
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Narrativa Autora
- Meu Deus! - um grito ecoou contra as paredes. Alertando os moradores da casa que correram para saber o que estava acontecendo. Era Nádia Sarocha que estava de joelhos, com as mãos na cabeça e chorando muito. - Roubaram Anthony, roubaram! - ela gritava em plenos pulmões, desesperada.
Anthony precisou de um segundo para entender o significado dos gritos da esposa. O choque o invadiu quando se deu conta o que tinha acontecido... A porta aberta, e os vasos caídos.
- Deus! Por que meu Deus? - Nádia voltou a gritar em desespero, puxando os seus cabelos numa crise histérica, sendo amparada pelo marido que a levantou e a abraçou apertadamente. Ela se desmanchou e se despedaçou nos braços dele. Ele também estava a chorar, tanto pelo dinheiro perdido como pelo estado da esposa.
Eles choravam por saber o dano que aquele roubo causaria em suas vidas. Sem o dinheiro estavam sob o risco de serem despejados... O banco não iria anular a dívida e muito menos dá mais prazo por empatia. O dinheiro perdido não tinha como se reposto. Eles não tinham mais nada para vender, e dando-se conta as suas dívidas, nenhum outro banco oferecia empréstimo, estavam com os nomes sujos.
- Eu...Eu não entendo. - Anthonydisse atônito. - Em vinte anos que moramos aqui, isso nunca não nos aconteceu, nunca formos assaltados... Nunca...
- Mas levaram, Anthony. - Nádia soluçou trêmula. Afastou-se um pouco do marido e olhou para o vaso em que guardou o dinheiro com o coração partido. - Levaram tudo... Simplesmente tudo... - resfolegou em um soluço.
- Levaram o quê, ein? - Freen perguntou, despreocupada e alheia ao drama dos pais, encostada no batente da porta com os braços cruzados.
Eles viraram-se para olhá-la. Como ela poderia ficar tão calma vendo os seus pais nervosos daquela forma? Parecia que não tinha coração! Nenhum um risco de preocupação marcava o rosto já bem maquiado.
- Nos roubaram, filha. Levaram o nosso dinheiro... O dinheiro de pagar a hipoteca e as dívidas do banco. - Anthony explicou, derrotado.
- E tínhamos dinheiro para tudo isso? - Freen questionou com a sobrancelha erguida. - Por que quando eu quero ao menos um centavo, vocês fazem uma tempestade num copo d'água. Agora me dizem que tinham dinheiro?
- O seu pai vendeu o fusca, ontem. - Nádia se pronunciou, limpando as lágrimas que caiam em abundância dos olhos. - Guardei dentro do vaso, e hoje de manhã estava assim... A porta aberta e os vasos derrubados.
Freen descruzou os braços, sem se abalar com o acontecimento.
- A porta dormiu aberta? - questionou aos pais.
- Anthony? - Nádia virou-se para o marido.
- Sim, como todas as noites. - respondeu com o cenho franzido.
- É por isso que as coisas acontecem. - Freen disse sem piedade na voz. - A senhora foi burra o suficiente para guardar o dinheiro em um vaso na sala... E você, papai, outro burro por deixar a porta aberta ainda mais nessa vizinhança. Nem é pedi para ser roubado, é implorar! - revirou os olhos.
- A comunidade nunca mexeu conosco, Freen. Eles são como uma família para nós. Conhecemos cada vizinho e temos uma grande amizade com cada um deles, eles não seriam capazes. - Anthony disse em defensiva.
- Família? Só se for para vocês dois. - Freen desescorou da parede. - Para mim, são um bando de passa fome. Eu vou me arrumar para o colégio, vocês que descasquem esse abacaxi, isso não é problema meu. - e se afastou.
Nádia ficou apenas observando a filha, sentindo o seu coração latejar mais um pouco dolorido. O que tinha feito na criação de Freen para ela ser assim tão impessoal? A amou tanto, a deu tudo, como pobre sempre teve tudo á mais que os outros, e Freen era assim...
- Vou chamar a polícia... - Anthony avisou.
Em uma hora, a casa estava lotada de vizinhos e amigos que se compadeceram com a situação dos Sarocha. Eles eram excelentes pessoas, com exceção de Freen que sempre mantinha o nariz empinado e ignorava á todos. A polícia os dispenseram por telefone mesmo, dizendo que não poderia fazer absolutamente nada e que da próxima vez, fechassem á porta ao dormir, trinco existia para isso. Eles ficaram bem piores.
- Comadre... E a Freen? - Rose perguntou pescoceando para o corredor.
- Se arrumando para o colégio. Por quê? - Nádia perguntou sentindo-se deprimida.
- Ela... Sabia do dinheiro? - quis questionar com delicadeza, mas nada que envolvesse esse assunto poderia ser delicado.
- Claro que não. - olhou significante para a comadre. - Você quer insinuar alguma coisa?
- Não. Longe de mim. - ergueu as mãos para se inocentar. - Só acho estranho que o ladrão tenha ido diretamente aos vasos. Não mexeram em mais nada da sala, apenas no vaso. Coincidência?
- Freen estava no banheiro o tempo todo em que eu e Anthony conversamos sobre o dinheiro. O chuveiro estava ligado, eu sei que a minha filha é gananciosa... Mas ela é minha filha... E nenhum filho roubaria dos seus pais, então, sim, foi uma triste coincidência. - defendeu a filha, achando hediondo o questionamento de sua comadre.
- Você coloca a mão no fogo, então? - quis saber.
- Sim. Freen nunca faria isso comigo e muito menos com o seu pai. - disse, sentindo uma dor de cabeça absurda. - Não quero mais esse tipo de duvida em relação á ela. Bom, vou ligar para o trabalho e avisar que só poderei ir à tarde. Vou tentar negociar com o banco, com licença.
Rose viu a Nádia se arrastando até o telefone. Sua comadre e seu compadre poderiam até santificar a Freen, mas Rose não duvidava nem um pouco que a afilhada tivesse feito isso. E sua desconfiança aumentou quando a Freen surgiu na sala com a sua postura esnobe de todo o sempre, nem a cumprimentou... Freen não aceitava a Rose como madrinha, na realidade, não aceitava ninguém da comunidade.
Garotinha petulante! Pensou Rose, querendo dá umas boas palmadas na afilhada.
- Papai. - Freen chamou, e Anthony se virou para ela, assim como todos que estavam presentes na sala. - Quero dinheiro para a gasolina. - pediu com a maior cara cínica.
Todos que estavam na sala se entreolharam, abismado. Os pais acabaram de ser roubados e a filha ainda queria dinheiro? Onde estava o escrúpulo dessa garota?
- Eu... - Anthony parecia desorientado.
- Oh, folgada! - Rose gritou, sem se controlar com o abuso. Freen a olhou com desprezo. - Os seus pais foram roubados, e você ainda quer dinheiro? Vai á pé ou de ônibus pra o colégio!
- Eu estou falando com o meu pai, Rose, se eu quisesse falar contigo, falaria diretamente com você. - Freen respondeu com desprezo, então, olhou para o seu pai. - Cadê?
- Eu sou a sua madrinha e você me deve respeito! - Rose gritou, irritada.
- Quando você se dá o respeito, talvez, eu penso se merece o meu. - Freen revirou os olhos.
"Ah sua garotinha abusada, eu vou te ensinar o que é respeito, agora! - Rose fez menção de avançar em cima de Freen, mas foi segurada, recebendo um sorriso de deboche de Freen. - Me soltem! Soltem-me! - ordenou, mas foi arrastada pra fora da casa.
Freen virou-se para o pai:
- Olha o tipo de pessoa que você tem na sua casa, papai. Bem, o dinheiro! - estendeu a mão.
Anthony sentiu a sua cabeça rodar, mas ainda colocou a mão no bolso e retirou a sua carteira, a única cédula que tinha eram vinte dólares que foi tomado pela Freen. Ela nem se deu o trabalho de se despedir, simplesmente saiu, deixando o seu pai mais raso que o chão. Ele fechou a carteira e guardou a mesma com um suspiro desanimado, quando levantou os olhos, encarou a sua esposa que observava de longe... Os olhos conversaram, e a única pergunta que tinham era...
... O que podemos fazer?
(.......)
No outro lado da cidade, deitada confortavelmente em seu leito, mas causando o terror de todas as enfermeiras, estava Alison Dilaurentis, amarga pela própria natureza, o seu humor estava mais aguado do que suco sem açúcar. Estremecia de ódio sempre que passava a língua sobre a sua gengiva gosmenta e sem nenhum dente. Tinha situação péssima de sua aparência. Preferia ter morrido do que ter ficado sem nenhum dente! Ainda bem que os inferiores ainda ficaram salvos. Mas isso não a deixava feliz, ao contrário, ela estava furiosa por estar imperfeita...
Alison jamais, nunca, deveria ser imperfeita. Tudo devia estar em seu devido lugar, era ofensa da vida querer mostrá-la ao contrário.
Constrangida e com medo do seu acidente ter sido descoberto, obrigou a sua mãe ir ao colégio dizer que ela tinha ido passar uns dias em Aspen para meditação espiritual e renovação de humor. Como Serena era muito ligada à estética, não pensou duas vezes em correr para falar com a diretora. Estética era tudo!
O difícil era explicar a Lola e Jane, suas fiéis escudeiras o porquê de ter ido embora sem se despedi. Alison estava evitando o máximo a falar, a sua voz estava estranha e ela estava irritada com a sua boca murcha.
Alison tinha terminado de jogar a sua papa de aveia numa enfermeira quando o seu celular tocou. Dispensou a enfermeira com a mão, a pobre saiu em prantos. Ela não pretendia atender ninguém, mas Lola tinha sido explicita em dizer que tinha novidades sobre a sua pesquisa direcionada a Becky.
- Fala. - ordenou assim que atendeu.
- Alison, você está bem? - Lola questionou preocupada. - Sua voz está bem estranha.
- Por que não estaria? Estou em Aspen, aproveitando a vida boa. O frio que me deixou meio assim, enfim... O que tem para mim? - perguntou sem rodeios.
E Lola contou tudo, desde a Nina, até a fraqueza física de Becky... Alison não podia deixar de se sentir realizada. Iria acabar com Becky! Quando terminasse com ela, restaria apenas o pó. Desligou o celular sem nem mesmo agradecer... Lola era uma simples serva que deveria servi-la quando bem entendesse!
Daria esses dias para Becky que ela respirasse os bons ventos que o Constatine School poderia oferecer, por que depois, iria fazê-la inalar os ventos ruins e poluentes.
Vamos ver se a esquisita iria aguentar a pressão...