Destiny | Samuel Winchester [...

By WANGSCENE

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Cansada após tantas decepções em sua vida amorosa, Alexia Singer vai embora, decidida a recomeçar sua vida lo... More

00 | Introdução.
01 | Recomeçar.
02 | Segredos.
03 | Incômodo.
04 | Coincidências.
05 | Nervosismo.
06 | Poucas palavras.
07 | A verdade.
08 | Sentimentos.
09 | Pequenos momentos.
10 | O destino.
11 | Inesperado.
12 | Lembranças e bebidas.
13 | Tio Dean.
14 | Bêbados e bares.
16 | Rotina e negócios.
17 | Apenas o necessário.
18 | Mudança.
19 | Brigas e anjos.

15 | Ressaca.

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By WANGSCENE

CAPÍTULO QUINZE
RESSACA

SAMUEL WINCHESTER.

Abri os olhos e minha cabeça latejou, doendo o suficiente para me despertar do sono mais profundo. Olhei ao redor, não reconhecendo de imediato onde eu estava, só sabia identificar que era um quarto muito bonito e nem de longe era o do motel em que Dean e eu nos hospedamos.

Não me recordava o motivo pelo qual vim parar aqui, porque sempre que me forçava a lembrar, doía ainda mais. Eu havia dormido nessa cama gigante? Com alguém? Arregalei os olhos e analisei o outro lado, que para meu alívio seguia intacto. Ninguém passou a noite comigo.

Procurei meu celular mas não o achei, me levantei da cama com uma certa lerdeza. Meus reflexos não eram os melhores após uma noite longe de bebedeira; disso me lembrava bem.

Observei melhor e comecei a me
familiarizar com o ambiente. As paredes acinzentadas, o closet com a porta semi aberta, a janela grande e as cortinas... Andei até ela e as abri, com o sol quente incomodando meus olhos. Enxerguei na calçada o Mustang vermelho de Alexia estacionado na calçada e reconheci a paisagem, pois em frente a sua casa havia um parque infantil.

Por Deus, eu dormi na casa da Alex de novo?

Me desesperei por breves segundos mas tranquilizei ao ouvir uma música fora do quarto. Caminhei até a porta, mas não sem antes olhar o meu reflexo no espelho e eu estava uma verdadeira bagunça. Tinha os olhos fundos e a boca ressecada, foi quando notei estar morrendo de sede.

Ao sair do cômodo, esforçando-me ao máximo para não fazer barulho e adentrei o banheiro uma vez que consegui identificar onde estava. Escovei meus dentes da melhor maneira que podia, improvisando, e arrumei meus cabelos que estavam bagunçados. Segui em passos lerdos o som da música que eu ainda não distinguia.

A casa estava relativamente vazia. Eu não sabia que horas eram, muito menos a rotina que seguiam para me basear. Não vi Ryle e Trevor pelo caminho, inconscientemente senti falta de suas presenças animadas no ambiente. Faziam uma tremenda diferença, muito boa, por sinal. Não encontrei Bobby e nem Dean, também não me recordava de ver o Impala estacionado lá fora.

Quando cheguei a cozinha e fiquei à espreita, me ocultando com a ajuda da parede. Tive uma surpresa com que vi; as crianças estavam ali, sentadas na bancada em suas cadeiras de alimentação enquanto gargalhavam e batiam palmas ao ver Alexia dançando despreocupadamente no ritmo da canção, que parecia ser alguma antiga da Madonna, pela sonoridade. Ela segurava algum utensílio que eu não sabia dizer qual era, mas o fazia de microfone.

Todos cantavam e sorriam tão envoltos no momento que me sentia um intruso por estar lá, e de fato, eu era. Alexia girava e cantava a música animada, com uma confiança que eu nunca havia visto e eu apreciava observar.

O sorriso da Singer fazia com que eu me recordasse da garota que conheci há quase dez anos. Era genuíno e descontraído. Eu sabia que era o seu momento de conforto, quando revelava sua melhor e mais fiel versão e não tiraria isso dela a incomodando com a minha presença.

Alexia se vestia quase inteiramente de preto: uma calça alfaiataria preta e um Scarpin na mesma cor que a deixava mais alta. A única coisa que distoava da cor tão escura era a camisa social, sendo branca.

Não que eu fizesse o tipo detalhista, mas ela estava muito elegante e seu visual era diferente do que eu estava acostumado a ver. Suas roupas mostravam uma versão mais madura e extremamente profissional, que obviamente era o que Alex desejava transmitir. Não havia mais camisas de banda ou xadrez flaneladas, como Dean e eu usávamos.

E essa era só mais uma ocasião em que eu me orientava e percebia que já não conhecia mais Alexia. Sequer sabia com o que ela trabalhava ou se ainda gostava de fazer as mesmas coisas.

O som acabou e eu estava perdido nos meus próprios pensamentos, mas a voz da brasileira me tirou deles.

— Nos divertimos bastante mas já está na hora de ir para a escola! — ela comentou sorrindo enquanto descia os gêmeos da cadeira. Ryle e Trevor estavam usando uniforme escolar.

Decidi sair com calma de onde eu me escondia para não assustá-los.

— Bom dia... — falei ligeiramente envergonhado. Não era um ambiente em que eu me sentia confortável.

— Bom dia, tio! — os gêmeos me cumprimentaram com um sorriso, se dispersaram de Alexia e vieram correndo até mim.

Tio? Eu controlei a vontade de torcer a boca, mas não era culpa deles o fato de não saberem que eu não era seu tio, e sim pai; algo novo para mim, eu precisava me acostumar.

Mais um ponto a ser discutido com Alexia, se ela me desse espaço para isso.

— Bom dia, Sam... — Alex disse sem esboçar nenhuma reação. Ela somente me analisava.

Eu sorri e me abaixei até ficar na altura das crianças, levantei a mão em um sinal para fazermos um toque de mãos.

— Estão indo para escola? — questionei observando como eles estavam bem arrumados.

— Sim! Hoje tem aula de artes. — Ryle comentou animada e seus olhos brilhavam.

— E educação física. — Trevor complementou também animado. Provavelmente essas são suas matérias favoritas. — Você dormiu aqui, tio Sam?

Alexia engoliu em seco mas ficou em silêncio, esperando alguma resposta minha já que a pergunta foi dirigida a mim. Eu tive a mesma reação e pensei rápido para não deixá-los desconfiados de algo.

— Que legal! Aposto que vocês vão gostar muito e sim, dormi aqui. Não estava muito bem ontem e a mãe de vocês me ajudou. — respondi e ambos sorriram em concordância. — Vou me despedir para não atrasar ninguém. Boa aula e se cuidem!

Não uma total mentira dizer que Alex me ajudou oferecendo abrigo por mais uma noite porque sequer me lembrava o que tinha ocorrido na noite passada. Estava apavorado com isso.

Alexia se aproximou e eu ganhei um abraço de despedida apertado de Trevor e Ryle; foi impossível meus olhos não se encherem de lágrimas, eu estava emocionado e nunca imaginei que duas crianças fariam eu me sentir tão acolhido.

Meus filhos!

Aos poucos queria me aproximar e fazer parte de suas vidas. Eu faria isso. Largaria até mesmo as caçadas e ser para Ryle e Trevor tudo o que John Winchester não foi quando Dean e eu éramos crianças. Daria o meu máximo para vê-los felizes.

E Alexia também, se me oferecesse mais uma chance de consertar nossa relação.

Eu me levantei e arrumei a postura, passando uma das mãos no cabelo para tentar ajeitá-lo, ou eu só estava nervoso demais por falar com ela. Só Alexia me causava essa sensação.

— Estamos atrasados? — Bobby perguntou enquanto deixava sua bolsa de viagem, cheia de armas e livros. Dean e ele chegaram juntos. — Bom dia, flor do dia. — ironizou.

— Bom dia, bela adormecida. — Dean disse com um sorrisinho estranho no rosto. Não entendi mas deixaria passar, depois o questionaria sobre. — Cadê meus gêmeos favoritos?

Ryle e Trevor correram até Dean e fizeram um toque de mãos especial. Desde quando ele havia se aproximado assim das crianças? Meu irmão nunca fez muita questão de ficar perto de crianças, apesar de levar jeito.

Ser tio deve ter despertado algo nele que nem mesmo eu saberia explicar.

Atordoado, não os vi chegar. A distração era um dos efeitos da ressaca que eu mais odiava. Alexia desviou seu olhar de mim e foi até Bobby com duas mochilas, imaginei que fosse dos nossos filhos.

— Não vou atrapalhar o senhor, tio? — Alexia perguntou preocupada enquanto passava as mãos no ombro de Bobby, tirando a poeira que havia.

Era bonito ver o cuidado que Alexia tinha com Bobby, uma vez que ele não abaixava a guarda com absolutamente ninguém, mas mal parecia o mesmo homem rabugento perto da sobrinha. Ela despertava o lado mais amoroso dele.

— Claro que não, querida. — ele sorriu ameno. — Levar meus netos nunca vai ser um incômodo.

— Vou ser obrigado a ir junto! — Dean comentou sorrindo e os gêmeos fizeram uma comemoração.

— Muito obrigada mesmo. — ela agradeceu e parecia aliviada. — Não sei o que seria de mim sem a ajuda de vocês.

— Sua vida seria muito triste sem nós quatro pra te dar trabalho, agora cinco com o meu amigão aqui! — meu irmão afirmou e eu ri. Na fala de Dean, ele estava incluso, assim como Bobby, Rodrick, Trevor e eu.

— Mas eu tenho a minha parceira nisso. — ela mencionou Ryle que sorriu e abraçou a perna da mãe.

Bobby e eu rimos observando o pequeno debate que se instalou na sala. — Vamos? Não quero que cheguem atrasados.

Ryle e Trevor pegaram suas mochilas bonitas e saíram porta afora as puxando junto a Bobby e Dean. Alexia foi até a janela e os observou até sumirem de sua vista.

— Eles foram de Impala? — perguntei puxando assunto.

— Você acha que Dean perderia a chance de ver as professoras dos nossos filhos? — Alexia comentou rindo mas arregalou os olhos ao perceber o que tinha falado.

E eu sorri. A cada nossos que eu ouvia, ficavam ainda melhores.

— Ele nunca perderia a oportunidade. — ri também, imaginando as cantadas que Dean usaria. — Alex?

— Sim? — ela perguntou e seu foco voltou a ser eu.

— Eu gostaria de conversar com você... Quando você se sentir confortável, é claro. Quero resolver tudo, me sinto angustiado. — admiti enquanto me referia a Ryle e Trevor e a discussão que tivemos.

Ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e respirou fundo, mantinha uma boa distância de mim. Eu sabia que Alexia havia entendido.

— Eu também, acho que temos muito o que falar... — ela disse acanhada e eu concordei surpreso. — Eu tenho uma reunião hoje mas podemos nos encontrar na hora do meu almoço, se estiver tudo bem pra você.

Eu me sentia aliviado por ter uma conversa que não envolvesse troca de farpas com Alexia; não sabia o que havia mudado seu pensamento, no entanto, não poderia reclamar. Só desejava consertar minha vida e nosso vínculo a essa altura.

— Por mim está ótimo. — eu afirmei dando um breve sorriso. — Obrigado, Alex. Isso é muito importante pra mim.

Ela foi recíproca, mas não senti que fosse pelo mesmo motivo que o meu.

— Não me agradeça. Agora nós somos os adultos da história, não? Ryle e Trevor são a prioridade. — Alex disse sem enrolação. — Ah, antes que eu me esqueça, uma tal de Amelia ligou várias vezes. Deve estar bem preocupada com você.

Seu tom de voz carregava puro sarcasmo e eu sabia que estava encrencado quando tentasse explicar o que não possuía explicação. Mais uma vez, eu tentaria compreender o turbilhão de emoções que Alexia era, pois somente essa mínima demonstração significava que eu não era o único a estar confuso ou incomodado.

Errei em tê-la beijado quando mal resolvi minhas pendências com Amelia e eu reconhecia. Como cheguei a esse ponto? Eu estava sendo um bosta, mas seria homem o suficiente para esclarecer o que causei.

Alexia tirou meu celular do bolso traseiro da sua calça e o jogou no ar em minha direção, estiquei meus braços e o peguei antes que se estilhaçasse no chão. Eu gelei por longos segundos quando olhei para a tela de bloqueio e havia mais de quinze chamadas de Amelia desde quando cheguei em LincoIn.

Eu havia esquecido completamente de sua existência desde que reencontrei Alexia.

Oi, lindezas! Tudo bem?

Espero não ter demorado muito com esse capítulo, é sempre complexo escrever no ponto de vista do Sam visto que ele é super racional e também emotivo.

O querido conseguiu se enfiar em mais uma enrascada!

Obrigada por depositarem tanto carinho nessa história e por lerem até aqui! ❤️

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