Nós temos um lema que sempre usamos quando vamos fazer merda, mais conhecido como "só se vive uma vez",quem nunca disse isso, que atire a primeira pedra (com certeza vai ter gente atirando pedras). E isso é um motivo para a gente fazer merda, e é isso que deixa a vida de um adolescente movimentada. Tipo, as vezes no silêncio da noite o nosso cérebro fica "que dia chato, vamos fuder com o dia amanhã" e assim que acontecem as merdas que fizemos.
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O sinal tocou, dizendo que já está na hora do almoço. É nesse momento que a escola vira de cabeça para baixo, do nada a gente entra na savana africana e uma manada de elefantes estão correndo para pegar um lugar na fila. É nessas horas que eu queria ter ido para uma normal, mas infelizmente (ou felizmente) eu estudo em uma escola integral. Basicamente, eu moro na escola e visito a minha casa, vivo dez horas nesse inferno. Mas o sol lá fora está de matar, é bem provável que dê para fritar um ovo. É melhor eu ficar aqui dentro mesmo, tem ar-condicionado e tem internet de graça (nunca fui triste).
— Bora comer? — Juju diz guardando o fone
— com essa fila enorme que está fazendo voltas? Sem condições, meu querido
— Então bora para a biblioteca, lá deve estar vazio e geladinho
—Você só está querendo ir lá para pagar livro, sua safada — ela ri e Juninho vai andando na frente
— Vocês vão ficar aí paradas ou tá difícil? — ele diz parado com a mão na cintura
Rimos e seguimos juntos para a biblioteca, posso dizer que ela está no meu top3 de lugares favoritos da escola (perdendo só para o refeitório e as quadras de esportes). É uma sala grande,com paredes verdes com folhas desenhadas e no chão é um carpete marrom, que lembra uma floresta encantada. As luzes amareladas deixam o ambiente ainda mais aconchegante, e ainda toca uma musiquinha bem relaxante, tem também os pufs marrons para combinar com o chão.Em volta da biblioteca fica as prateleiras, que são grandes e verdes claras, como se fossem árvores e com desenho de animais da floresta. E no meio ficam alguns computadores, que normalmente são usado nos intervalos para estudar (a maioria usa para jogar friv). Sentamos na sessão de mitologia, como o espaço de uma sessão para a outra é gigante, dava para dormir bastante ali. Eu e o Juju deitamos e a Gigi ficou procurando outro livro para ler.
— Já percebeu como essa sessão é enorme? — balanço a cabeça para concordar — Não estou preparada para ir em outra.
— Qual tipo de mitologia você está lendo agora?
— mitologia grega
— interessante — digo colocando a minha mochila embaixo da minha cabeça — você tem alguma história favorita? Ou um deus favorito?
— Acho que Hades, acho ele trevoso e fiel. E também gosto da história dele com a Perséfone, mesmo tendo o dedo da Afrodite por trás da história.
— huumm entendi — na verdade eu não tinha entendido absolutamente nada — me chama quando bater o sinal
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Finalmente chegou o momento que nós estudantes esperamos o dia inteiro: a hora de ir embora. Saímos da escola e já notamos a diferença climática, lá dentro estava geladinho e muito bom para dormir. Mas já aqui fora, tá um calor insuportável, tô sentindo que a qualquer momento eu vou derreter (espero que no futuro consigam colocar ar-condicionados na rua)
— sem condições com esse calor — me abano com a mão
— o calor me faz cometer loucuras — Gigi diz enxugando o rosto
— em falar em loucura... — Juninho dá um sorriso maroto — vamos praiar amanhã?
— eu topo totalmente, terça combina com praia
— ai gente amanhã tem escola, a gente vai ter que matar aula — ela diz receosa
— Só se vive uma vez — eu e o Juninho dizemos em empatema.
— então amanhã praiou? — Juninho e Giselle concordam — então amanhã às 7 é para estar todo mundo no ponto
Levo eles até o ponto de ônibus e lá eu me despeço deles e vou para a minha casa. O caminho foi de boas, única coisa que estava incomodando era o maldito calor (o sol estava literalmente para casa um). Chego em casa já jogando a minha mochila no chão e o meu chaveiro em cima da mesa, tiro os sapatos e subo para o meu quarto tomar um belo de um banho. Coloco o meu pijaminha de zebra. Saio do box indo direto para a sala, e eu tenho que arrumar a mochila pois amanhã tem a tão sonhada praia. Acabo de arrumar e do nada m bateu um cansaço,meu corpo pediu greve e eu capotei no sofá mesmo
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Um milagre aconteceu, eu acordei antes do despertador e já fui correndo né arrumar, pois hoje é dia da tão sonhada praia. Hoje não vai ter choro de adolescentes do ensino médio, vai ter só alegria. Finalmente o pobre vai ganhar um dia feliz, sem professores berrando, sem a manada correndo em direção ao refeitório,sem tristeza e sem ansiedade, HOJE É DIA DE PAZ . Já preparei o meu lanche e escolhi o meu biquíni, agora só falta dar a hora de sair de casa.(nunca pensei que eu ficaria tão ansiosa para sair de casa)
— Bom dia Dandara — diz a minha mãe descendo ainda de pijama — nem acredito no que eu estou vendo, você acordada e nem está na hora da escola
— Bom dia mãe — falo comendo uma torrada enquanto vejo a reportagem — ué eu não posso acordar mais cedo? Agora eu sou uma nova mulher
— ata bom, você finge que me engana, e eu finjo que acredito. — ela lança um olhar desconfiado (fudeu) — eu já tive a sua idade, mocinha
— ta bom então — tento pensar em outro assunto — mãe, como foi o seu dia ontem?
— foi normal, nada demais — pegou um jornal (quem lê jornal hoje em dia?) — e você, como foi o seu dia ontem?
— foi tudo de boa, dormi bastante na biblioteca — minha mãe mostra um sorriso
Ficamos fazendo altas fofocas, até eu escutar o meu cara que faz Bom Dia Rio (Fachel) dizer: "Olha a hora! 6:50 da manhã. Bom Dia Rio volta já". E eu lembrei que tinha que encontrar os meu amigos, me levantei toda escaralhada e já fui dando um beijo na minha mãe saindo, mas aí eu lembrei que estava esquecendo as chaves de casa. Voltei correndo para pegar as chaves e fui correndo para o ponto de ônibus, eu tenho certeza que as pessoas que me viram na rua acharam que eu era maluca (até eu acharia). Mas o que me pareceu estranho foi como eu cheguei lá tão rápido, eu saí 6:50 ,mas eu voltei para pegar a chave então vamos dizer que foi 6:51 e cheguei no ponto às 6:56,COMO EU CHEGUEI LÁ TÃO RÁPIDO? NEM A CIÊNCIA EXPLICA ESSA. Eu estava tão perplexa que nem notei eles chegando
— nem acredito que você chegou primeiro que a gente — Juninho colocou a mão no meu ombro — o que houve, Dara?
— nada não, é só cansaço — menti
— então tá — ele não me pareceu nada convencido — vamos que temos um dia inteiro para aproveitar
— vamos de metrô ou de ônibus — Giselle pergunta pegando o riocard dela
— Eu sei ir dos dois, metrô é mais rápido — Juninho diz pegando o riocard
— mas qual é mais barato?
— ônibus
-—então vamos de ônibus — disse e nós três ficamos esperando o ônibus.
Como tudo estava ao nosso favor, o ônibus não demorou nem 15 minutos para chegar e ainda estava vazio. Hoje realmente é um dia de milagres, mais uma vez o pobre está vencendo. Demorou um pouquinho mas finalmente chegamos em Copacabana, ai como eu amo praia. Tava um pouco lotadinho, pois estava fazendo um calorão e todo mundo gosta de uma praia. Já tirei o chinelo porque ele ia ficar todo cheio de areia depois, alugamos um guarda-sol e colocamos os nossos paninhos para a gente deitar. Como somos só três, iríamos nos revezar para ir na água,eu deixei o Juninho e a Gigi irem enquanto eu fiquei tirando várias fotos, para fazer inveja nos sofridos que ficaram na escola.
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✨ Eu queria uma biblioteca dessas na minha casa
✨ A mãe da Dandara conhece a filha que tem
✨ Finalmente rolou o praiou
✨ Do nada a Dandara virou o flash