Inconsciência 》 irwin

By fIawIess

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quando um simples rapaz se perde na sua própria obscuridade é preciso algo que o chame à razão, neste caso, a... More

Inconsciência 》 irwin
1. Férias de Verão
2. Primeio Período
3.
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5.
6.
7.
8.
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20.
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23.
24. Férias
25. Segundo Período
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30.
31.
32.
33.
34. Férias
35.
36.
37.
38.
39. Terceiro Período
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41.
42.
43.
44.
45.
46. Férias
47.
48.
49.
50. Quarto Período

29.

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By fIawIess

{ desesperado por uma resposta ; nós ; num encontro romântico com o isqueiro }

Ashton Irwin.

Existem grandes probabilidades de esta ser a oitava vez que tento contactar Scarlett. Claro que este pequeno número não inclui a quantidade de mensagens que lhe mandara a lamentar o meu comportamento daquela noite pois, caso incluísse, o número seria muito mais elevado.

Nunca me vira como um rapaz capaz de lutar desta forma para falar com uma rapariga mas admito que não consigo deixar de me sentir mal com toda esta situação. Nem sei, verdadeiramente, o porquê de estar assim, ou o porquê de estar a ter este comportamento visto que nós não temos nenhum compromisso nem nada do género. Somos só dois amigos que se beijam, ocasionalmente.

Desligo a chamada assim que chega novamente à caixa de mensagens e, após bloquear o meu telemóvel, atiro-o para cima da minha cama, cansado de aguardar por uma resposta. Parece que tudo aquilo que me trazia felicidade e me motivava a continuar, desaparecera visto que ela já se encontrava tão próxima de mim.

Excelente, Ashton. Acabaste de estragar tudo com a única rapariga que, segundo os teus amigos, tinha a capacidade de me aturar. O meu subconsciente grita num tom agressivo e furioso.

A minha avó bate à porta, apenas para que eu notasse a sua presença, e, de braços cruzados e com o seu avental a sobressair sobre a sua roupa negra, questiona num tom meigo, ainda que baixo.

- Ashton, vais querer batatas a acompanhar o teu bife ou ficas bem só com o arroz? É que o teu irmão pediu-me e queria saber a quantidade que devo fazer, mais ou menos.

- Eu, na verdade, não tenho muita fome, . Fico bem só com o arroz e com o bife, obrigado.

A senhora de cabelos brancos assente com a cabeça e acaba por voltar para a cozinha sem pronunciar mais nenhuma palavra que fosse. A sua postura, mais triste e desanimada do que o normal, não me conseguira deixar indiferente e logo me apercebi de que ia era hoje.

O facto de o meu avô não ser muito mencionado não faz com que ele seja esquecido nos nossos corações e, ainda que eu só tivesse oito anos quando ele partiu, recordo-me bem dos momentos que nós tínhamos juntos. A minha avó, antes de nos ter, a mim e ao meu irmão cá, em casa, vivia de forma muito solitária. Gosto de, portanto, afirmar que fomos nós de lhe trouxemos um pouco de cor à sua vida, ainda que às vezes pintemos o cenário de um inferno autêntico.

Por minha vontade, eu iria ter com ela agora mesmo e dar-lhe-ia um abraço muito forte, como um gesto de apoio e compaixão. No entanto, conhecendo a minha avó como eu a conheço, sei que isso só iria fazer com que ela ficasse ainda mais triste e, por isso mesmo, o melhor será mesmo não fazer nenhuma menção relativamente ao dia de hoje.

- Mano, o que se passa com a avó hoje? - o pequeno Harry questiona num tom baixo, receoso que a senhora de já certa idade o ouvisse.

- Nada mas tenta não a aborrecer ou fazer asneiras, está bem? Ela está muito cansada... - falo, de igual forma baixo, aproximando-me mais dele.

- Ela vai morrer?

- Não, Harry! É que nem sequer digas uma coisa dessas! - repreendo-o, fazendo logo os seus pequenos e inocentes olhos ficarem humedecidos.

- Ela apenas está cansada, está bem? Deixa-a estar sozinha por um tempo...

- Está bem... Desculpa-me... - o meu irmão lamenta-se com o meu olhar baixo. Beijo a sua bochecha, arrependido pela forma como falara com ele, e esboço um pequeno sorriso, receoso que ele começasse a chorar.

- Vá, vai brincar um pouco enquanto o almoço não está pronto para que a avó fique um bocadinho sozinha, sim?

- Sim...

Harry beija a minha bochecha e despedaça o meu coração em mil bocadinhos quando abandona o meu quarto de cabeça baixo. Deixo um longo suspiro escapulir-se por entre os meus lábio e passo a mão pelo meu cabelo, incomodado com o estado em que deixara o meu irmão. Não quis ser rude mas a sua suposição fizera-me perder o controlo.

Encaminho-me até à cozinha, sem saber muito bem como pedir à minha avó para sair a esta hora da manhã.

- Avó? - chamo com gentileza, dando com isto mais um pouco para pensar no que hei de dizer a seguir.

- Sim, Ashton?

- Ainda falta muito para o almoço ficar pronto?

- Meia hora, mais ou menos... Porquê?

- Eu queria ir dar uma volta... Não tem problema, pois não?

- Não, querido, mas, por favor, tem atenção às horas.

- Sim, não te preocupes. Obrigado. - afirmo com um assentir de cabeça antes de beijar a testa da minha doce avó. O pequeno sorriso que transparecera no seu rosto dera-me a sensação de que ela já se encontrava um bocadinho mais animada do que quando me fora chamar ao quarto.

Dirijo-me até ao meu quarto para ir vestir o meu casaco largo de ganga, ainda que o tempo lá fora aparente estar bastante quente, e calço as primeiras sapatilhas que me vêm à mão, verificando no final se havia calçado o par certo. Após colocar o meu maço de cigarros no bolso, apresso-me a sair antes que perguntas como "Para onde vais?" e "O que vais fazer?" surjam. Precisava de pretexto na ponta da língua que corresponda a saciar a minha grande vontade de fumar e, de momento, não tenho nenhum inteligente.

Após sair de casa, desço as escadas do meu apartamento apressadamente e sem receio de cair, mesmo que os meus atacadores se encontrem desapertados (a preguiça nestes dias de calor é muita). Retiro os meus fones emaranhados do bolso direito das minhas calças, suspirando por já imaginar o trabalho que irei ter para os voltar a colocar direitos. Admito que nem sei como é que os fios ficam neste estado, quero dizer, eu guardo-os quase sempre como deve ser.

Uma vez que chego à rua pouco frequentada e de piso irregular que tinha em mente, suspiro por ainda não ter conseguido aproveitar um pouco da minha solidão e da minha música, visto que os nós dos meus fones estavam-me a dar mais trabalho do que eu calculava. Caminho lentamente pela calçadas, procurando por um lugar meio escondido para que me possa sentar e para desfrutar do meu cigarro. Todavia, o meu corpo acaba por ficar imobilizado ao ver a rapariga com os olhos claros fixos num isqueiro.

O seu cabelo estava apanhado numa bonita trança e ela aparentava-se aborrecida, entediada. Os seus olhos pareciam ganhar uma alma nova todas as vezes que ela acendia a pequena chama ardente e estava tal maneira distraída que nem se apercebera da minha presença.

- Estou a interromper o teu encontro romântico com o isqueiro ou posso ficar?

O seu olhar encontra o meu ainda que por pouco tempo. Os seus lábios raspam desesperadamente um no outro enquanto as suas mãos passam lentamente nas suas calças negras, mostrando o quão nervosa ficara com a minha presença.

- É como quiseres. - Scarlett atira de forma breve e seca.

- O que se passa?

- Nada, porquê? - a morena questiona após arrumar o seu isqueiro na carteira. Dou de ombros, como resposta à sua questão e ajeito o meu cabelo, para o caso de ele ter ficado despenteado pelo caminho.

- Não atendes as minhas chamadas, não respondes às minhas mensagens... - enumero, analisando com atenção as suas ações. - Estou preocupado contigo e gostava de saber o que é que se passa.

- Lá por não prestar grande atenção ao meu telemóvel não significa que se passe algo, Ashton. - Scarlett fala com três pedras na mão, de uma forma mais arrogante e fria do que habitual.

- E não prestaste atenção o fim de semana todo?

- Não és o centro do mundo ou achas que a minha razão de existência é esperar pelas tuas mensagens, chamadas e mais não sei o quê?

Reviro os olhos e retiro um cigarro do meu maço. Após confirmar que o mesmo se encontrava vazio, deixo-o cair do chão e piso-o para que perdesse grande parte do seu volume. Scarlett, que normalmente reclama com esta minha ação, mantem-se aliada ao silêncio sem sequer olhar para mim.

- Não esperaste por mim, na festa... Eu queria-te ter levado a casa.

- Já estavas acompanhado e também não fizeste diferença. - Scarlett afirma, magoando-me com as suas palavras. Consigo, no entanto, perceber que era isso que tanto a incomodava mas, quando tento prosseguir esse assunto, ela muda logo de conversa. - Já agora, o Andrew queria-te convidar para saíres connosco para a semana. A primeira ronda de testes está a acabar, por isso, ele achou que agora seria o tempo ideal para "boas saídas". - ela esclarece, fazendo aspas com os dedos como forma de repetir as palavras que ele usara.

- Claro, porque não... - eu aceito, num tom de voz baixo.

- Ótimo, eu depois digo-lhe que concordaste. - Scarlett declara, após se levantar. A sua mão sacode bruscamente a sua roupa, com a intenção de retirar algumas cinzas do cigarro que pudessem ter caído para a mesma.

- Já vais embora? - questiono, após deixar o fumo toxico e quente sair por entre os meus lábios.

- Sim, vou almoçar.

- Queres que te leve a casa? - inquiro-lhe, fixando o meu olhar no seu, azul claro como o céu num dia quente, como o de hoje. Scarlett nega com a cabeça, com um óbvio sorriso forçado a transparecer no seu rosto e, assim que coloca a sua mala ao ombro, pronuncia de uma forma mais calma e mais baixa do que anteriormente.

- Não, Ashton. Eu fico bem sozinha...

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