O Florescer do Fogo

Oleh millarbastos

255K 20.2K 3K

{Livro Completo} Brianna vive em um mundo onde as histórias de um bom e Grande Rei viraram coisas do passado... Lebih Banyak

Nota de agradecimento
Prólogo
Parte I - Capítulo 1 - O Estranho Aviso
Capítulo 2 - Jantar Com o Desconhecido
Capítulo 3 - Uma Sombra do Passado
Capítulo 4 - Um pouco mais de história
Capítulo 5 - Noite Silenciosa
Capítulo 6 - Verdades Deprimentes
Capítulo 7 - A Visão da Destruição
Capítulo 8 - Informações Perdidas
Capítulo 9 - Rastreados
Capítulo 10 - Na Floresta Grammond
Capítulo 11 - Ceticismo
Capítulo 13 - Um Encontro Com o Inimigo
Capítulo 14 - Obrigada pela sinceridade
Capítulo 15 - Esperados
Capítulo 16 - Velhas Surpresas
Capítulo 17 - Memórias que nunca morrem
Capítulo 18 - Além da Parede-do-nada
Capítulo 19 - Sem Coincidências
Capítulo 20 - O Último Guardião
Capítulo 21 - Nunca Tão Bem
Capítulo 22 - O Novo Começo
Capítulo 23 - Onde Não se Deve Estar
Parte III - Capítulo 24 - Como ser uma péssima companhia
Capítulo 25 - Segundos Encontros
Capítulo 26 - Em Cinzas
Capítulo 27 - O Chamado Real
Capítulo 28 - A Flor em Chamas
Capítulo 29 - Mentira dos Olhos
Capítulo 30 - A Nova Era
Capítulo 31 - A Primeira Consequência
Epílogo
NÓS GANHAMOS O WATTYS!!
Alguns Agradecimentos e Novidades
Eu estou de volta (e nem é clickbait)

Parte II - Capítulo 12 - A Arma Secreta

4.9K 448 55
Oleh millarbastos

MANTER-ME em silêncio nas horas seguintes pareceu ser a melhor opção para mim. O que meus olhos testemunharam fora algo completamente fora da realidade que eu aceitava para mim. Algo que sempre ignorei em toda a minha vida, mas que sempre esteve nas histórias que considerava como apenas lendas inúteis.

Eu estava começando a enxergar o mundo de outra forma. Tentei trazer à memória tudo o que talvez um dia fosse resquícios de alguma magia durante minha vida. Lembrei-me do livro que ganhei de meu pai quando ainda era pequena. Não fora ele mesmo que disse que eram apenas lendas e historias? Tentei lembrar-me das palavras de algumas daquelas histórias, mas nada vinha em mente a não ser o que eu havia visto recentemente.

As imagens da cura instantânea de meus ferimentos ocupavam meus pensamentos. Como pode, uma simples planta fazer o que uma pessoa demoraria semanas para tratar? A magia que ela continha era real. Eu vi isso com meus próprios olhos. Senti isso na própria pele.

Tentei tirar isso da minha cabeça e pensar em outra coisa. Obviamente, não funcionou.

A Floresta Gramond parecia um borrão verde escuro. Eu caminhava agora sem dificuldade, como se nada tivesse acontecido em minhas pernas. Como era possível? Chad tentou algumas vezes puxar alguma conversa, mas eu apenas não respondi. Continuei imitando os passos de Ferghus que ia a minha frente, que para minha felicidade, não fez questão de dizer nada depois que saímos da clareira. Será que Ferghus também estava espantado por ter visto magia? Não fazia sentido. Afinal, ele mesmo que começou com isso tudo, de querer nos dar uma lição de história e ensinar as coisas do passado. Eu me perguntava o tanto que ele sabia.

E o tanto que escondia.

Imaginava também o que talvez meu pai um dia soube. Será que ele havia visto magia alguma vez? Ele nunca mostrara nada a respeito, a não ser do que estava naquele livro. Mas mesmo assim, ainda eram "lendas".

As horas passaram e eu nem percebi. Minha perna estava como nova, o que era uma sensação estranha. O mar de árvores ao meu redor parecia não acabar e não notei quando fizemos uma parada. Despertei quando senti algo gelado e molhado em meu rosto. Ao olhar em volta, vi Chad com seu cantil em suas mãos, e um olhar travesso nos olhos. Passei seus dedos em meu rosto e confirmei minhas suspeitas. Revirei os olhos e encarei Chad, tentando controlar minha raiva.

Ferghus encontrou uma clareira próxima a um desfiladeiro de água corrente. Ele mantinha seu rosto fechado, e seus lábios cerrados. Não tinha dito uma única palavra desde que a magia fora manifesta. Aprontou a fogueira rapidamente e abriu mais uma saca de mantimentos.

- Pensei que não voltaria ao seu estado normal. - provocou Chad. Sorte dele que eu não estava com vontade nenhum para abrir a boca e falar algo. Somente meu olhar gélido foi o suficiente para transmitir o que eu queria dizer: É melhor você ficar quieto.

Chad aparentemente entendeu a mensagem e imediatamente colocar água em seu cantil tornou-se algo interessante para ele. Olhou momentaneamente para mim pelo canto do olho e jogou um pedaço de pão. Eu o segurei com pouca agilidade, deixando-o cair em meu colo.

Somente ao dar a primeira mordida que percebi o quão faminta eu estava. Em menos de um minuto, eu já havia devorado aquele pedaço de pão e já estava em busca de outra coisa para comer. Minha boca estava seca. Parecia que não comia nem bebia há dias.

Afinal, há quanto tempo estávamos caminhando?

Eu já não sabia responder. Havia ficado tão atônita com o ocorrido que não notei o tempo passar. Imaginei se isso não era algum artifício da magia que correra pelo meu corpo. Passei meus olhos pela clareira que estávamos na tentativa de descobrir algum sinal de horário.

Para variar, as árvores gigantescas cobriam o céu. Seus galhos eram tão grandes e espessos que eu não via o céu estrelado de Astafleer há dias. A luz do sol penetrava na floresta fechada com dificuldade, não permitindo saber ao certo se era manhã, tarde ou noite.

Novamente, parei para lembrar-me das histórias que sempre ouvi de minha mãe sobre a Floresta Grammond. Aquele sempre fora um local restrito para todos do vilarejo. Obviamente, por ser um lugar proibido, eu sempre sentia um enorme desejo de explorar a floresta. Agora, depois de tudo o que passei, a ideia de explorar essa floresta a fundo embrulhava-me o estômago.

Gostaria de saber a quanto tempo havíamos saído de Moraiúna. Tentei calcular e vi que eram cerca de quatro dias. Parecia muito mais. Será que pelo menos Abbey sentia minha falta? Eu me perguntava o que minha mãe dizia a ela sobre mim.

Ferghus sentou-se próximo da fogueira e começou a cutuca-la com um galho longo.

- Estão para se completar cinco dias desde que saímos do vilarejo. Quatro dentro da Floresta. - Ele murmurou, me assustando com sua voz. - O que vocês viram não é nem um terço do que há de vir. A floresta é extensa. Os riscos são graves. Os inimigos estão por perto. Acho bom prepará-los para poder sobreviver.

- Quanto tempo ainda temos? - perguntou Chad, que estava sentado com as costas apoiadas em uma árvore.

- Não posso saber ao certo. Acredito que a saída oeste da Floresta, que é onde quero chegar, não está tão longe. Mas, se formos contar com os imprevistos, podemos levar dias até alcançá-la.

- E o que faremos após chegar ao outro lado da Floresta?

- Até eu gostaria de saber - Respondeu Ferghus com um sorriso sarcástico. Seus olhos fixavam um ponto aleatório do solo enquanto seus lábios se moviam lentamente. - Enquanto isso testarei a habilidade de vocês. Devem aprender a sobreviver sozinhos para futuras eventualidades.

Não me senti nem um pouco confortável com o que Ferghus dizia. Confesso que fiquei curiosa para perguntar o que ele estava querendo dizer, mas não sentia que me agradaria da resposta.

Ferghus ergueu-se subitamente. Suas mãos alcançaram sua espada presa ao cinto.

- Levante-se - Ordenou Ferghus para Chad.

Chad ergueu-se um pouco desajeito, sem saber o que esperar. Ferghus desembainhou sua espada e exigiu Chad a fazer o mesmo. Quase não consegui conter um riso ao ver Chad repetir o movimento de forma tão amadora, deixando sua espada cair. Chad a pegou do chão, lançando um olhar bravo para mim, que apenas ignorei. A lâmina dourada reluziu à luz da fogueira quando Chad a segurou. Ele não usara sua espada desde o dia que Ferghus o presenteara, lá na Casa de Ofelia. Por enquanto, era apenas um peso a mais que ele estava carregando.

O primeiro golpe de Ferghus veio de forma totalmente inesperada. Chad deu um pulo para trás, soltando um grito desafinado. Ferghus lançou lhe um olhar desaprovador, e eu, uma gargalhada. Ferghus investiu contra Chad novamente, e este deixou cair a espada no chão após golpear o vento. Seu olhar era uma mistura de medo e frustração. Ferghus o esperou pegar sua espada de volta e continuou investindo.

Chad tinha certo desespero nos olhos. Provavelmente porque se não conseguisse se defender, teria algum dedo arrancado. Ele mantinha seus braços esticados, e sua espada apontada para Ferghus, esperando o próximo golpe. Por outro lado, Ferghus parecia estar se divertindo. Golpeava sua espada como se estivesse oferecendo uma flor a uma moça qualquer.

- Não deixe o braço tão esticado assim. Qualquer golpe que você levar, quebrará seu braço em pedaços. - Ferghus disse enquanto investia novamente em Chad, dando-lhe algumas instruções de como ele deveria defender e atacar.

Meus olhos pesavam enquanto eu assistia tediosamente àquela luta nada empolgante. Ajeitei-me entre as raízes de uma árvore enquanto cobria minhas pernas com a manta de dormir. A exaustão mostrou-se nitidamente no rosto de Chad. Gotas de suor pingavam de seu rosto e sua camisa fina de linho estava agora grudada em seu corpo magrelo. Fiz uma careta de nojo ao notar o suor.

Ferghus desferiu outro golpe, aproximando sua lâmina rente ao de Chad. Ele deixou sua espada voar longe, deixando seu corpo sem defesa alguma. A lâmina de Ferghus passou um segundo mais tarde, abrindo um ferimento no ombro de Chad, que caiu de joelhos, impotente.

Rapidamente sua camisa branca e suada começou a se tornar vermelha. Ele olhou horrorizado para o ombro, e depois para Ferghus.

- Você está querendo acabar comigo? - Ele perguntou com voz falha. Sua respiração estava pesada e irregular.

- Estou querendo lhe mostrar que precisa de muito mais treino. Ou alguém acabará com você facilmente.

- Você me feriu! - Chad, ainda de joelhos, apontava para a camisa sangrenta.

- Faz parte. - Ferghus deu de ombros.

Chad arregaçou a manga do braço direito, revelando o corte gigante. Com a espada, ele cortou fora um pedaço de sua camisa e tentou estancar o sangue. Eu desviei o olhar dele para a fogueira. Só o pouco do que eu vi me deixou enojada.

- Você não está tão ruim quanto eu imaginava. - Ferghus comentou, chutando uma pedra.

- O que?! - Eu não consegui segurar. Um riso irônico, que estava guardado há muito tempo, saiu despercebidamente. - Aquilo foi horrível!

O olhar melancólico e ao mesmo tempo furioso que Chad lançou para mim não me fez mudar de ideia. Ele não percebia que sempre fazia isso comigo? Ele merecia um pouco.

Ferghus fitou seus olhos em mim de forma curiosa, erguendo uma sobrancelha. Senti os pelos dos meus braços se eriçarem quando vi seu olhar gélido em mim.

- Não pense que escapará, Brianna. - A tonalidade da voz de Ferghus fez meus olhos saltarem, e meu coração acelerou instantaneamente. - Levante-se.

Comprimi meus lábios e permaneci onde eu estava. Não me atrevi a cortar o contato visual. Ferghus pareceu que estava pensando no mesmo que eu, pois ele continuava a me encarar. Sentindo-me desconfortável, olhei para os lados, tirei minha manta de sobre mim, levantei-me e caminhei lentamente ao centro da clareira, dando a volta pela fogueira para encará-lo. Chad continuava onde estava, atrás de mim, ainda de joelhos e pressionando o pedaço rasgado de sua camisa no braço, aparentemente ansioso para ver como eu me sairia. A fogueira dava aos seus olhos uma coloração estranha. Sua pele aparentava ser mais bronzeada do que era de fato. Virei-me para encarar Ferghus.

- Eu... - Minha voz não saiu tão corajosa quanto eu esperava. Respirei fundo e limpei minha garganta. - Eu não tenho uma espada.

- Ha! - Gargalhou Ferghus. - Como você é engraçada. Você acha que um inimigo vai deixar de lutar por sentir-se compadecido apenas porque a jovem donzela não possui uma espada para se defender?

Ferghus estava me assustando. Ergui o queixo para mostrar-me confiante, sem sucesso. Apertei minhas mãos, que agora estavam trêmulas, junto ao meu corpo para que nenhum dos dois notassem a tremedeira. Minha respiração tornou-se pesada. Olhei desesperadamente à minha volta. Não sabia o que fazer.

- Aprenda, minha querida, - Ferghus soltou o "querida" com um leve suspiro - que nem sempre você estará com alguma arma em mãos para proteger-se. Acontece! - Ele agora olhava para as lâminas afiadas de sua espada com desdém - Por isso, o improviso é algo que você deve aprender. Deve ser sua arma secreta.

Onde Ferghus queria chegar com aquilo? Estava sendo assustador. Senti uma gota de suor escorrer. Ferghus apontou com seu dedo indicador enluvado para sua testa. - Use sua inteligência! Quero dizer, se você tiver uma.

Naquele momento, tudo aconteceu muito rápido.

- Abaixe-se! - Eu ouvi Chad gritar atrás de mim, lançando seu corpo suado contra o meu e me jogando para o chão.

Eu não tive tempo de olhar. Apenas ouviu um chiado, acompanhado por algo fino aproximando-se rapidamente do espaço em cima de minha cabeça.

Olhei para o meu lado esquerdo.

Uma flecha estava fincada no tronco da árvore ao meu lado. Olhei para minha direita, do outro lado da clareira, e o que consegui ver, escondido entre os arbustos, foi apenas a sombra do seu atirador.

--

Eu tenho um blog! - http://umlivroeumcha.com.br

Eu tenho um instagram do blog! - @abookandatea

O Florescer do Fogo está à venda!!!!!! - www.clubedeautores.com.br

Lanjutkan Membaca

Kamu Akan Menyukai Ini

275K 6.9K 19
Moira era mais do que uma princesa, ela era uma bruxa, a futura rainha de todos os reinos. O que ela não sabia era que habitava dentro dela, além d...
15.2K 2K 59
Adam desperta! Trezentos anos após seus inimigos lhe arrancarem tudo, o vampiro tem finalmente um motivo para retornar: Claire Winnicot. Uma univers...
2.1K 264 10
"Jisung pode viver sem Minho, mas Minho não pode viver sem Jisung." ~ Seungmin
67.9K 2.7K 19
✿︎| 𝙻𝚒𝚟𝚛𝚘 𝚍𝚎𝚍𝚒𝚌𝚊𝚍𝚘 𝚊 𝚒𝚖𝚊𝚐𝚒𝚗𝚎𝚜 𝚙𝚛𝚘𝚝𝚊𝚐𝚘𝚗𝚒𝚣𝚊𝚍𝚘𝚜 𝚙𝚎𝚕𝚘𝚜 𝚙𝚎𝚛𝚜𝚘𝚗𝚊𝚐𝚎𝚗𝚜 𝚍𝚊 𝐬𝐨𝐧𝐬𝐞𝐫𝐢𝐧𝐚. Sᴏɴsᴇʀɪɴᴀ...