A Última Esperança - Os Rene...

Por Panda-Foxy

184 67 0

🥈Segundo lugar no Concurso Dulce Morsum na categoria Fantasia ✨✵⊷⊶⊷❃ː·★•✵•★·ː❃⊶⊷⊶✵✨ Em meio a uma guerra cel... Más

Prologo:
Capítulo 1:
Capítulo 2:
Capítulo 4:
Capítulo 5:
Capítulo 6:
Capítulo 7:
Capítulo 8:
Capítulo 9:
Capítulo 10:
Capítulo 11:
Capítulo 12:
Capítulo 13:

Capítulo 3:

8 5 0
Por Panda-Foxy

Combate mortal

Sam Sadreen seguia com seu mais novo companheiro de viagem, indo em direção a cidade da qual os viajantes mortos falavam, ele seguia cauteloso, sem tirar os olhos da criatura a qual mantinha sob seu encantamento, dada as circunstâncias, Sam não tinha certeza sobre quanto tempo duraria sua hipnose, controlar um ser racional é fácil, dependendo da pessoas a hipnose pode durar até mesmo anos sem precisar de renovação da magia, entretanto, com um animal irracional o feitiço é mais volátil, animais vivem por instintos, então se o instinto for mais forte que o transe, o animal pode se libertar. E aos olhos de Sam, a criatura que o seguia era puramente instinto.

Durante a viagem, Sadreen se pegou olhando para o braço arranhado pela besta, se perguntava porquê ele não havia conseguido matá-la, mesmo agora ele não sentia ódio pelo monstrinho - e ele odiava pessoas e criaturas por bem menos motivos - era como se algo dentro dele o impedisse de sentir qualquer hostilidade contra o bicho que o seguia obediente. Sam costumava ser um soldado cruel e impiedoso, sentia grande satisfação em destruir e matar, poucas coisas lhe davam mais prazer que incendiar uma cidade e torturar seus moradores até a morte. Sam Sadreen nasceu para trazer caos e desespero!

Ou assim ele era antes de seu encontro desastroso com um dos Dragões Primordiais. Agora, o temível Sam Sadreen sente certo remorso até mesmo ao abater seu jantar, embora ele negue e tente ignorar esse sentimento indigno de um demônio de sua casta.

Sam seguia para leste, apesar de não poder ver diretamente o sol, por conta da densa folhagem das árvores, sabia que passava de meio-dia. Começava a sentir fome novamente, mas ele não tinha tempo para caçar agora. A fome, o calor úmido e os mosquitos lhe atormentava como nunca, o demônio tinha certeza de que mataria qualquer criatura azarada que cruzasse seu caminho naquele momento.

Um pouco mais a frente em seu caminho, Sadreen sente algo que não sentia há algum tempo: a presença de outro demônio. Sam esqueceu-se da fome e dos mosquitos, esqueceu-se até mesmo da sua irritação. Agora, em sua mente, só havia espaço para a cautela. Sua cabeça estava à prêmio e nenhuma outra espécie a quer em uma estaca mais que os seus irmãos demônios.

Sadreen olha em volta, ele não sabia o que poderia acontecer quando se encontrasse com o outro demônio, achou melhor manter a criatura a uma distância segura. Ele reforçou o encantamento de hipnose - por precaução - e ordenou que a criatura se escondesse no tronco oco de uma árvore e permanecesse lá até que ele retornasse. Com uma última olhada para o bicho escondido, Sam usa uma habilidade de locomoção que aprendeu com os demônios de castas inferiores, uma técnica de se mover rapidamente sob o solo chamada de caminho abissal. Ao respirar profundamente, Sam Sadreen sente seu corpo afundar, como se estivesse sendo absorvido pela terra, um círculo de cinzas e marcado no ponto onde ele submergiu.

Era como mergulhar num pântano lamacento, denso e escuro. Guiado pela presença do outro demônio, em pouco tempo emerge do chão a uns bons metros de distância. Protegido pela vegetação, Sam se aproxima devagar para ver seu irmão, era um demônio de contrato, umas das castas mais baixas, e estava prestes a fechar mais um acordo desonesto com um homem humano. Porém antes que as mãos fossem apertadas e o contrato selado uma voz os interrompeu.

- Papai!

Era a voz de uma criança, ela estava nos braços de um homem com um rosto familiar, o corpo de Sam congela e seu coração acelera, aquele homem, sem dúvida, é o anjo que poupou sua vida anos atrás. Sam não poderia esquecer o rosto do inimigo que se recusou a desferir o golpe final. Ainda com os músculos tensos, Sam assiste a cena se desenrolar, ele com certeza não iria se envolver.

- Senhor, não aperte a mão desse demônio! - alertou Sorian. - Se fizer isso estará abandonado sua filha e não salvando sua esposa. - O anjo diz com a voz firme.

- Não dê ouvidos a esse tolo renegado pelo papai, - desdenhou o demônio Ti-jinn, ao notar a ausência das asas do anjo. - Ande logo com isso, feche o contrato e finalmente poderá ter sua amada esposa de volta.

O homem hesitava, travava uma guerra interna entre desejo e razão. Olhou para sua filha, Felícia tinha os olhos marejados, ele nunca suportou vê-la chorar, parte do que estava fazendo era por ela, não aguentava mais vê-la chorando pela mãe falecida. Do outro lado, estava a mão estendida do demônio, que parecia estar impaciente.

- Vamos, o que está esperando, humano? Não quer que sua filha reencontre a mãe? Um aperto de mão e você terá de volta a vida feliz que deseja. - Instigou o demônio.

- Não faça isso. -Instruiu Sorian. - Pense em sua filha...

- Calado, anjo bastardo! - Vociferou Ti-jinn.

O demônio, colérico, perdeu o controle de sua transformação e revelava sua verdadeira aparência. O corpo aumentou de tamanho, rasgando o traje de linho de seu disfarce; asas aparecem em suas costas; os olhos escureceram ficando tenebrosos; as unhas se alongaram como garras negras; a pele se avermelhou e endureceu como uma armadura natural. O demônio se aproxima do homem que recua um passo alarmado, mas ainda assim, começou a estende a mão, o contratante sorri satisfeito.

- Senhor, por favor, me escute. - Apelou Sorian, - Este demônio não pode ressuscitar sua esposa, ninguém pode fazer algo assim.

- Não se meta nos assuntos alheios. - Esbravejou o demônio. - Você nem mesmo está mais sob as ordens celestiais. É um renegado como nós

- Eu nunca serei como vocês! - Respondeu sorian com escárnio.

- Papai! Não faz isso, - choraminga Felícia, - a mamãe não vai gostar, ela nunca vai estar no mesmo lugar que esse monstro!

- Calada, criança nojenta, ou irei matá-la de uma vez.

O pai de Felícia fecha a mão e recolhe o braço.

- Não posso fazer um acordo com algo que ameaça a minha filha, ela tem razão, você é só um monstro. Pode ir embora, demônio, não terá mais um acordo comigo.

- Malditos! Vou fazer vocês se arrependerem disso!

O demônio abre as asas e avança em direção a menina que o encara com olhos destemidos. As garras miravam o coração, o demônio o arrancaria e o jogaria aos pés do pai.

- Pai, envio-te mais um à jaula que criaste. - Sorian disse baixo. - Retalhe, Sheron!

Ao seu comando, a espada de Sorian sai da bainha sozinha e decepa a mão do demônio, que recua incrédulo segurando o ferimento.

- Como você ainda possui uma espada da punição?! Parece que terei mais problemas se não levar essa luta a sério.

Ti-jinn se afasta alguns metros de Sorian, segurando firme o membro ferido, recitando um feitiço em língua antiga, e num instante a mão arrancada se regenera em perfeito estado. Do próprio sangue uma lâmina carmesim é criada. Ele sussurra mais alguma coisa em língua antiga e as palavras do encantamento aparecem gravadas na espada.

- Você já era, anjo. Espero que tenha se despedido de seu papaizinho, porque você nunca mais vai vê-lo. - Ameaçou.

O demônio contratante avança na direção de Sorian que ainda tinha a criança no colo, convicto de que o anjo priorizaria a segurança da menina, mirou sua espada na garganta dela, ele tinha certeza de que Sorian se sacrificaria para salvá-la, essa era a fraqueza dos anjos, eles nunca deixaria um inocente morrer sem tentar impedir, e mesmo se caso não o fizesse dessa vez, sua espada atingiria o alvo. No fim, um dos dois estaria morto.

Sorian não se abala com a atitude do demônio, ele sempre esperou por esse tipo de conduta quando lutava contra demônios, não há uma gota de moral ou dignidade em suas veias. Ele estende a mão aberta para frente, instantaneamente a espada atende seu comando indo a seu encontro bem a tempo de bloquear a investida de Ti-jinn. O anjo revida afastando o demônio por tempo o bastante para por Felícia no chão.

- Vá com o seu pai. Não se preocupe, eu darei fim a esse demônio, não permitirei que encoste suas mãos imundas em vocês. - Disse Sorian rápido é com firmeza, Felícia o obedeceu de imediato.

Sorian caminhou alguns passos para que ficasse à frente dos humanos para protegê-los. O demônio não esperou, investiu novamente em uma saraivada de golpes que Sorian defendeu sem dificuldades. O tilintar das espadas se chocando, as vibrações em seus braços a cada impacto, a adrenalina correndo por todo seu corpo. Sorian percebeu que sentia falta dessas coisas, ele nasceu para lutar contra demônios e estava feliz em fazer isso mais uma vez. Ele não conseguiu conter o pequeno sorriso prazeroso que surgiu em seus lábios.

- Ei, Sheron, você sentiu falta disso tanto quanto eu? - Soria disse para sua espada e sentiu uma vibração diferente em resposta. - Ah, é claro que sim.

Sorian se sentia vivo, como há muito tempo não se sentia. Mesmo que ele não estivesse mais sob as ordens celestiais ele ainda era um anjo e seu dever sempre seria erradicar os seres demoníacos.

- Morra, anjo filho da puta! - Grunhiu o demônio entre dentes.

Ti-jinn tenta, sem sucesso, acertar um golpe no anjo, seu inimigo parece ler todos seus movimentos. Sorian consegue desarmar o demônio, ficou óbvio para Ti-jinn que não ganharia pela esgrima e que deveria usar outros meios.

O demônio se afasta e sussurra um novo encantamento, ele sorri começando a desaparecer gradualmente como uma névoa.

- Sabe, anjo, você é bem forte para um bastardo abandonado, mas será que você consegue ser impiedoso como um demônio? - O demônio desaparece por completo, mas logo volta a falar. - Você teria sangue frio o bastante para matar esse homem?

A voz do demônio saia pela boca do pai de Felícia, em um último ato autoconsciente o homem empurra a filha para longe, para protegê-la do que lhe tomava o controle. O que antes tinha uma face apreensiva agora ostentava um sorriso malicioso, os olhos castanhos ficaram negros como a escuridão de uma caverna com destino ao inferno. O demônio havia possuído o corpo do homem humano.

- Papai? O que houve? - Choramingou Felícia, mas ninguém pareceu ouvi-la.

- E agora, anjo, o que vai fazer?

O demônio ria perverso, o som que saia de sua garganta era grotesco. Ele avança para recuperar a espada carmesim que jazia a alguns metros dele. Aquele corpo era mais fraco e lento que o seu original, mas ele tinha certeza de que o seu oponente hesitaria em dar um golpe fatal.

Sorian prosseguiu na defensiva, tentava pensar em qualquer coisa que pudesse ajudar aquele homem, mas ele desconhecia um meio de expulsar um demônio do corpo alheio. Só havia um meio de resolver as coisas, mas era horrível demais. Sorian não queria matá-lo, menos ainda na frente da filha.

- Papai! O que o senhor está fazendo?! Pare com isso! - Felícia suplicava em meio ao choro, apertava o punhal contra o peito como se ele fosse a materialização de sua última esperança.

Sorian prolongou a luta ao máximo, mas o fim que se aproximava era inevitável, Sharon parecia impaciente, ansiava por provar o sangue demoníaco. O anjo lançou um olhar lamentoso para a menina chorosa que permanecia incapaz de se mover, tentava transmitir o quão infeliz sentia-se com o que estava prestes a fazer.

Da encolha, Sam Sadreen observava a cena com certo desdém, o anjo já deveria ter acabado com isso. No fundo ele tentava suprimir o sentimento de desgosto consigo mesmo. Sam poderia fazer algo para salvar o homem da morte, como Ex-demônio de casta superior, ele sabia como executar o processo de expulsão de um demônio de casta inferior - embora não tivesse certeza de que detinha poder o bastante em sua forma atual. Fisicamente, Sadreen não mais poderia ser dado como demônio, mas em sua mente e alma sabia o que realmente era, o que já foi; e demônios não se podem permitir sentir compaixão. Com seus conflitos internos, se negou a fazer qualquer coisa. Se ele amolecesse, aí sim, deixaria de ser um demônio completamente. Ele apenas observou, e por fazer isso sentiu mais remorso do que já havia sentido em toda sua longa existência.

Com um único movimento, rápido e preciso, Sorian desarma seu oponente e o faz ficar de joelhos, aproveitando a oportunidade ele desfere o golpe final. No instante em que a espada da punição perfura a carne, Sam libera um urro gutural que carregava toda a angústia que continha dentro de si. Gritou pois morriam juntos o pai possuído e sua filha inocente.

Seguir leyendo

También te gustarán

54K 5.3K 58
E se Percy Jackson, Annabeth Chase e Grover Underwood aparecessem de repente na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e se encontrassem com o Trio d...
43.1K 3.8K 62
Filha de Anfitrite e Poseidon, criada como uma mera humana adotada por pais ricos. Maya sempre se sentiu diferente, tinha de tudo porém a vida que l...
375 127 7
Um simples conto. Um pequeno romance. Um trágico recomeço.
17.1K 1.6K 14
「𝘚𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘳𝘦𝘦𝘴𝘤𝘳𝘪𝘵𝘢」 Ivy Dorothea O'Brien, abandonada aos doze anos de idade por sua mãe, Morgana O'Brien, e filha perdida de Aro Volturi...