Olhos Brancos

By A-L-G-Costa

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"Sou mais do que a minha habilidade" Uma garota com uma habilidade jamais vista; Um garoto com algo a mais do... More

Introdução
Book Trailer
Dedicatória
Prólogo
Parte 1
Capítulo 1 - Novato
Capítulo 2 - Acomodações
Capítulo 3 - Avaliação
Capítulo 4 - Solitária
Capítulo 5 - Plano
Capítulo 6 - Fuga
Capítulo 7 - Floresta
Capítulo 8 - Caverna
Capítulo 9 - CHE
Capítulo 10 - Decisões
Capítulo 11 - Caçada
Capítulo 12 - Estudo
Capítulo 13 - Mar
Capítulo 14 - Transporte
Parte 2
Capítulo 15 - Chegada
Capítulo 16 - Hotel
Capítulo 17 - Teatro
Capítulo 18 - Descanso
Capítulo 19 - Reporte
Capítulo 20 - Passeio
Capítulo 21 - Diretoria
Capítulo 22 - Conversas
Capítulo 23 - Apartamento
Capítulo 24 - Escuro
Capítulo 25 - Embaçado
Capítulo 27 - Confissão
Capítulo 28 - Missão
Capítulo 29 - Partida
Capítulo 30 - Mergulho
Capítulo 31 - Volta
Personagens
Capítulo 32 - Flutuando
Capítulo 33 - Habilidade
Capítulo 34 - Sentimentos
Capítulo 35 - Passado
Parte 3
Capítulo 36 - Disfarce
Capítulo 37 - Família
Capítulo 38 - Terceiro
Capítulo 39 - Despedida
Capítulo 40 - Capital
Capítulo 41 - Segredos
Capítulo 42 - Corrida
Capítulo 43 - Genética
Capítulo 44 - Bomba
Epílogo

Capítulo 26 - Começo

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By A-L-G-Costa




— Eyder —

Saiu um submarino de dentro da água, menor que o que nós tínhamos vindo. O primeiro que saiu foi o protetor, e logo em seguida, começou a sair as pessoas que seriam as que deveriam ser protegidas. Foi só depois que eles estavam de pé que eu vi, eram eles, aqueles que eu não pude proteger, mas outra pessoa pôde. Três jovens, que tinham tentado tanto se salvar. Nenhum deles tinha sido capturado, eu levei a mão a boca, Reid percebeu e perguntou:

— O que foi?

— Essas são as crianças que eu quis e não pude proteger, porque eu estava fugindo com a sua irmã e um grupo de 50 pessoas — fiz questão de falar de Ayra como a irmã dele, para que menos culpa caísse sobre mim.

— Bom, ainda bem que você não tentou protegê-los, não era sua missão, não cabia a você, e você tinha 50 pessoas, incluindo crianças, sem falar da minha irmã, que você fez questão de enfatizar. Se você tentasse protegê-los teria sido um desastre e a missão sem dúvidas teria sido um fracasso.

— No fim das contas você e sua irmã se parecem — eu resmunguei.

— Por que diz isso?

— Bom é que, ela me disse quase a mesma coisa, quando eu contei para ela que me senti mal de não ter ido lá e os protegido, de não ter ajudado.

— Ela disse como? — seus olhos brilhavam, ele realmente estava empolgado.

— Que eu não podia achar que só eu conseguiria salvá-los, que eles mesmos poderiam se salvar por conta própria e que eu tinha que parar de achar que sempre precisavam de mim.

— Ela tem razão, você tem que entender que você pode ser poderoso, mas um dia isso pode não ser o suficiente. Vocês, pessoas que tem habilidades especiais, não podem achar, que só porque são diferentes e tem poderes, são invencíveis. Pode não parecer, mas pessoas com habilidades especiais são de menor número no mundo, quem sabe um dia isso inverta, mas no momento essa é a nossa realidade.

Eu revirei os olhos, com total consciência que ele estava certo, mas eu poderia até levar um sermão da Ayra sobre isso, mas dele eu não queria aceitar de maneira alguma.

Eles se aproximaram de nós e Reid começou sua apresentação, a mesma de sempre, fiquei vagando, pensando no mundo da lua, Ayra parecia a deusa do inverno, mas também poderia ser a rainha da lua, ou deusa. Sua beleza era fora deste mundo e eu tinha completa consciência que ela não sabia de nada disso.

Quando ele acabou de falar fomos juntos levando-os para o hotel. A razão pela qual acompanhei Reid, e sempre um protetor com habilidade o acompanhava, era por causa de haver um problema ou quem estar dentro do submarino seja um dos CHEs. Eles podem até se disfarçar. Isso me fez pensar que Lina seria ótima para o trabalho de conferir às pessoas, porque ela pode ler os pensamentos, mesmo que sejam só os superficiais, seria de grande ajuda. Eu conseguia imaginar Lina e Reid trabalhando juntos. Então eu me perguntei quantos anos Lina tinha, porque Reid era uns bons anos mais velho que nós, mas Lina parecia só um pouco mais velha que eu. Será que ela tinha perto da idade de Reid. Eu imaginava que ela tinha uns 3 ou mais anos velha que eu.

Eu tinha que sumir com aquele pensamento antes de vê-la novamente, apesar de eu ser ótimo em esconder pensamentos, esse eu tinha medo de que escapasse. Muita gente não gosta que perguntem a idade, então vai saber, melhor nem perguntar. Mesmo que ela seja realmente mais velha isso não interfere em nada.

— Ayra —

Como Eyder e Reid tinham compromisso eu fiquei conversando com Lina, apesar de nosso pouco tempo eu já a considerava uma grande amiga e ficava feliz de tê-la por perto. Ela me contou que sentiu minha falta no hotel, e eu contei para ela sobre como era meu quarto.

— Estou vendo que você não sentiu nem um pouco a minha falta — ela disse enquanto fazia bico.

— Senti falta da sua companhia, mas admito que o quarto ajuda a não pensar muito — eu disse rindo. Ela fez careta e então riu.

— Você tem que me mostrar seu quarto depois, estou curiosíssima para vê-lo — ela sorriu.

— Vou mostrar sim — eu sorri de volta.

Lina era uma boa pessoa, e eu gostava de ter ela como amiga.

***

Foi depois de um tempo conversando com Lina e caminhando fora do hotel que Reid reapareceu com Eyder. Eu olhei para Eyder, eu sentia que Lina e eu era diferente de Eyder e eu, eu gostava do Eyder de outro jeito.

Eyder me olhou e foi até mim, deixando Reid para trás, ele carregava um tipo de necessaire.

— Lembra daquele dia que eu disse que tive que escolher entre salvar três adolescentes ou não e você disse que eu estava sendo egocêntrico? — ele me perguntou.

— Lembro.

— Você estava mais certa aquele dia do que jamais poderia ter imaginado.

— Por quê?

— Porque eles estão aqui, outro protetor os achou, eles provavelmente conseguiram sair daquela situação sozinhos. Você estava completamente certa.

— Obrigada... — era uma sensação nova estar completamente certa. — Nossa que sensação boa.

— De estar certa?

— É.

Ele sorriu para mim.

— Olha eu me sinto completamente deixada de lado com vocês, me sinto uma vela ambulante — Lina disse melancólica, olhando para o céu.

— Desculpa — nós dois dissemos ao mesmo tempo.

— Sem problemas, já estou me acostumando a ficar no meio dos pombinhos.

Nós olhamos um para o outro.

— Então, Lina, você já decidiu a sua profissão? — Perguntou Eyder.

— Não, mas estou pensando com calma, e ainda é possível eu querer ajudar em alguém com as missões, mas sabem eu gosto de falar com as pessoas, eu queria ir para alguma coisa que fizesse isso.

— Você vai achar algo, tem um lugar aqui perto que explica todas as profissões, eu realmente recomendo, você pode pegar o endereço com os atendentes do hotel, eles têm um panfleto — ele disse.

— Farei isso, e você Ayra? Já escolheu uma profissão? — Lina olhou em meus olhos.

— Já, eu quero ser uma protetora, eu gostaria de salvar pessoas desafortunadas como eu, para que não sofram o que sofremos.

— Eu imaginei. Bom, então vou ter que ir lá sozinha, vou falar com uns grupos para ver se querem ir junto. Nos vemos mais tarde — Lina disse e saiu andando acenando para gente. Nós acenamos de volta.

— Agora, venha comigo — ele me ofereceu a mão e eu a peguei.

— Aonde vamos?

— Você logo vai saber.

***

Fomos caminhando juntos para uma outra construção na frente da prefeitura, entramos no lugar e fomos passando, então subimos alguns andares do prédio. O prédio era praticamente a mesma coisa que o da prefeitura, mas tinha alguns detalhes em metal, era muito bonito.

Chegamos em algum lugar, e ele pegou algo, parecia ser uma daquelas chaves, e seguimos em frente. De vez em quando alguém dava oi para Eyder e diziam que fazia um tempo que não o via. Daí ele falava que acabara de voltar de uma missão, por isso ainda não tinha aparecido ali.

Então subimos no elevador e ele apertou o último andar, pensei: "pronto mais um lugar escondido", mas eu havia pensado errado. Quando chegamos lá saímos numa porta e demos de cara com o ar livre, era um lugar lindo, dava para ver tudo de cima e sem vidro. Incrível, eu fiquei maravilhada, que visão maravilhosa.

— Aqui é o nosso centro de treinamento, centro de treinamento para protetores, achei que você iria gostar de treinar aqui, onde a visão é melhor — ele disse.

— Achou certo, que lugar maravilhoso. Quase tão incrível quanto meu quarto — eu ri, então lembrei que a janela escurecia. Acho que ele percebeu algo na minha expressão porque ele disse:

— O que houve?

Eu deveria contar a ele? Eu não sabia, mas ele já conhecia os meus medos, minhas limitações, para quem mais eu poderia contar? Então eu disse:

— Hoje de manhã eu acordei e estava tudo escuro... eu me desesperei, até achei que pudesse estar cega de vez... finalmente quando tinha conseguido me livrar daquela venda... Mas era o blecaute da janela...

Ele foi até mim e me abraçou. Foi um abraço apertado, mas consolador.

— Está tudo bem, você não precisa ficar com medo, estou aqui.

Senti que meus olhos queriam me trair, foi só então que eu percebi que abraçando ele, eu não tinha medo de fechar os olhos, e era um sentimento bom, não conseguir deixar de sorrir e então contei a ele o resto, que bati em algo e soltei sem querer um grito por levar um susto, pois eu já estava muito assustada por estar escuro. Depois de eu contar ele me abraçou mais forte ainda, eu queria ficar ali em seus braços.

Depois de um bom tempo ele me soltou e eu o soltei e perguntei:

— Então, por que me trouxe aqui?

— Porque seu irmão permitiu que você treinasse, claro se você quiser, só estou te oferecendo um lugar caso queira fazê-lo.

— Obrigada. Eu imagino que deve ser importante treinar para um dia me tornar uma protetora. Mas o que eu faço?

— Eu vou te explicar tudo, por hora temos que tentar compreender sua habilidade especial, eu tenho uma sugestão, gostaria de ouvir?

— Claro.

— Eu pensei em chamar pessoas diversas para elas te mostrarem seus poderes e explicarem sobre como a descobriram e, talvez, você comece a desvendar o seu ao entender o dos outros.

— Gostei, quando podemos começar?

— Agora mesmo.

— Mas você já tem alguém?

— Como você já sabe qual é a minha habilidade, vou chamar alguém que esteja livre e já volto, fique aqui ok?

— Ok.

Ele foi e eu fiquei pensando, achei que sim, aquele era um ótimo plano, algo que nunca tentaram comigo.

— Eyder —

Ela tinha gostado da minha ideia, agora era hora de agir, comecei a procurar as pessoas uma por uma, até achar alguém que estava livre, não me importava se a habilidade especial era interessante ou de alguma maneira poderosa. O que me importava era que alguém viesse, alguém que pudesse ficar ali um tempo, por mais que ela pudesse pegar a habilidade das pessoas em segundos.

Eu encontrei alguém que estava disposta e a levei para onde Ayra estava, quando subimos Ayra estava quieta olhando para paisagem, eu sabia que esse era o lugar perfeito. Não queria que ela se sentisse presa de maneira alguma, então procurei um lugar livre para ela poder voar.

— Olá, tudo bem? Meu nome é Gate.

Ayra olhou para ele surpresa e então olhou para mim, depois voltou a olhar para Gate, que tinha um corpo escultural, forte e pele negra, um sucesso com as mulheres da central de treinamento.

— Olá Gate, prazer em conhecê-lo, meu nome é Ayra.

— O prazer é meu, Eyder me pediu para vim aqui te ajudar a entender a sua habilidade. Achei estranho, mas vim porque fiquei curioso.

Eu só esperava, orando para que ele não pensasse nada de rude ou de surpresa sobre a fisionomia de Ayra, e muito menos falasse. Por sorte nada aconteceu.

— Bom, antes de mais nada, Eyder disse que você pode ver a habilidade dos outros, então qual é a minha?

— Você pode dar choque nas pessoas, que interessante, você pode dar no seu corpo ou só fora dele? Eu iria querer que fosse no corpo também, assim seria bem mais seguro.

Gate a olhou completamente surpreso, eu sabia que ele não tinha acreditado em mim.

— E ele também disse que você consegue pegar essa habilidade, é verdade?

— Sim — e ela ergueu uma mão e um raio bateu na mão dela.

— Isso é incrível! Magnífico, respondendo sua pergunta eu consigo dar choque só se eu tocar na pessoa com a palma da mão, ou do jeito que você fez agora.

— Uou, eu gostei dessa habilidade — ela disse.

— Oh, muito obrigado, mas eu já acho a sua muito mais interessante. O que mais você consegue fazer com a minha habilidade, quer tentar dar choque com outra parte do corpo?

— Eu quero. Mas como fazemos isso sem ferir ninguém?

— Bom o Eyder que me chamou, ele que assuma a responsabilidade sendo a cobaia.

— Ok, por mim não tem problema — eu disse.

— Então vamos fazer o seguinte, Ayra você tenta manter seu corpo elétrico e Eyder você toca em alguma parte do corpo dela.

Nos dois assentimos.

Olá pessoal, como estão? Eu espero que estejam gostando da leitura até o momento! Eu peço desculpas se acharem mais erros no capítulo dessa semana, mas é porque eu estou doente e não estou confiante de que corrigi bem, então se tiver mais erros que os outros eu peço desculpas!

O que vocês acham que vai acontecer? Será que o Eyder será eletrocutado? Me contem o que acham nos comentários!

Não se esqueçam de curtir e comentar se gostaram do capítulo, isso faz toda a diferença para mim!

Desejo a vocês um ótimo final de semana e até semana que vem!

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