Capítulo 24 - Escuro

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— Eyder —

— Espera, como assim? — eu perguntei.

— Ele precisava olhar bem nos olhos das pessoas e conseguia ver a sua habilidade.

— Como você sabe disso? — eu perguntei.

— Ele me contou.

— Por quê? — eu perguntei mais uma vez.

— Porque eu contei que não entendia a minha habilidade, afinal, eu não sei se você percebeu, mas eu tenho várias.

— Sim... e isso não deveria ser possível. Cada um só pode ter uma habilidade especial, que normalmente ela se desenvolve até seus 7 anos. Os casos mais raros são de pessoas que só desenvolvem aos 15, acontece, dizem que é o máximo. Mas normalmente é até os 7 anos de idade — eu disse.

— Eu desenvolvi a minha com 4 anos de idade, e eu nem me lembro como foi. Mas sei que aconteceu, e sempre foi assim, quando eu percebi já tinha mais de quatro, talvez a minha habilidade seja de roubar a habilidade dos outros e aperfeiçoar, não poderia ser isso?

— Poderia, mas como você rouba essas habilidades? — perguntou Reid.

— Com os olhos?

— Vamos manter essa hipótese viva, mas vamos pensar em outras possibilidades. Outra coisa estranha, normalmente até os 13 anos de idade nós entendemos a nossa habilidade. Damos um nome para ela — eu comentei.

— Desculpa desapontá-lo, mas eu ainda não entendo minha habilidade e já passei os 13 anos faz tempo, acho que as regras normais não se aplicam a mim.

— Bom isso nós temos certeza — disse Reid. — Porque antes de você ser mandada para o domo você já tinha mais de uma habilidade.

Minha cabeça estava para entrar em combustão. A parte de ela roubar a habilidade fazia mais sentido até agora, só que eu ainda tinha a minha habilidade, então não seria dividir? Eu não compreendia. Eu esperava que no futuro conseguíssemos descobrir.

— Eu acho que não vamos chegar mais a lugar nenhum, o que acham de irmos jantar? — Reid perguntou.

— Vamos — eu e Ayra dissemos juntos.

— Vou pegar minhas chaves — ela disse e foi em direção ao seu quarto.

— O poder da minha irmã com certeza não é algo tão simples assim — ele me disse com o cenho cerrado. Ele não queria dizer isso a irmã, era isso que eu sentia, talvez ele achasse que ela saber que o poder dela é muito mais que isso fosse ruim para ela. Ou vai saber, só Deus sabe o que ele estava pensando naquele momento, até porque nem Lina nem Ayra estavam ali para dizer.

— Eu também acho que não. Na verdade, acho que é muito mais que isso — eu disse, também vincando entre minhas sobrancelhas. Eu sabia na verdade que tinha que ser muito mais.

Ayra surgiu e nós sorrimos imediatamente, como se nada tivesse acontecido na ausência dela. Então eu me perguntei se ela estaria lendo nossos pensamentos naquele momento. Ela não me respondeu então, talvez, não. Fomos descendo e no elevador, segundo elevador que levava a todos os outros andares e não consegui mais aguentar e perguntei o que me incomodava:

— Ayra você lê os pensamentos com Lina?

Reid me olhou espantado, sua expressão me perguntava o que eu estava a perguntando, mas era uma dúvida válida.

— Eu posso, se é isso que quer saber, mas no momento não estou. Eu não acho que ler o pensamento das pessoas uma habilidade muito legal, então prefiro não a usar, somente em casos emergenciais ou curiosidade extrema, ou seja, raramente.

Olhos BrancosWhere stories live. Discover now