Capítulo 31 - Volta

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— Eyder —

Finalmente era hora de ir, eu estava um tanto ansioso para começar a viagem de volta, tinha curiosidade para saber o que Ayra estava fazendo, apesar de ter uma boa ideia do que poderia ser. E queria saber se ela tinha avançado mais alguma coisa, ela era forte e eu tinha certeza que uma hora chegaria a uma conclusão.

Olhei para o relógio, bateu exatamente o tempo que eu achava ideal e disse para eles:

— Está na hora, estão prontos?

Eles foram conferir mais algumas coisas e em 5 minutos estávamos todos prontos na porta para ir a nossa jornada à ilha.

Como eu precisava ser cuidadoso, tomei mais cuidado do que o normal, resolvi não agir exatamente como um protetor sempre age, resolvi agir diferente. Tentei parecer mais com o que eles queriam, com o que o governo acreditava que pessoas com habilidades especiais devessem ser associadas ao governo.

A minha sensação ruim ainda não tinha passado, era melhor tomar todos os cuidados por precaução, nunca se sabe. E minha sensação de inquietude não passava.

— Vamos — eu os chamei e começou nossa jornada clandestina para a ilha. Eles me seguiram sem reclamar, o que me surpreendeu e eu não sei se foi de um jeito bom.

Sem a barreira de Ayra tive que voltar ao modo normal, mas resolvi ir pela cidade, mesmo sabendo do risco. Eu estava basicamente seguindo a minha intuição, não era a melhor ideia, mas eu continuei mesmo assim. Porém não pudemos evitar de acampar na floresta já que tínhamos saído da cidade. A mulher perguntou estranhando:

— Vocês costumam a ir a pé? E acampar?

— Não, só estamos fazendo isso porque mandaram alguém que está sendo procurado, e não é uma boa ideia brincar com a sorte, no meu caso. Eu já estive no domo, e não desejo isso para ninguém, isso que fiquei pouco tempo.

— Por que você ficou pouco tempo? — perguntou o menino.

— Porque logo que eu cheguei uma garota que estava bem trancafiada e não ficava com o resto, planejou algo para fugirmos e chamou todos nós para irmos com ela. Eu me lembro de todos se levantando e seguindo ela imediatamente, afinal ela deu a chance que ninguém esperava ter, ela nos deu a chance de fugir.

— Você fala dela com brilho nos olhos — disse o garotinho com um sorriso. Até ele percebia o quanto eu gostava dela.

— Ele tem razão, você fala dela com gosto, até parece que gosta dela mais do que uma simples amiga — disse a mulher.

— Eu me entreguei — dei uma risada como se estivesse nervoso, mas eu só estava um pouco envergonhado, quantas pessoas sabiam que eu gostava dela se estava tão óbvio assim.

— Então você gosta mesmo dela, moço? — perguntou o menino com os olhos brilhantes.

— Bem óbvio, não é garoto? — disse o homem.

— Gosto — eu respondi mesmo assim, sorrindo para ele. Foi aí que eu percebi que eu não tinha vergonha do meu sentimento, como se isso fosse algo para ter vergonha.

— E vocês estão namorando? — perguntou o menino ainda mais animado.

— Ainda não, eu ainda não pedi — eu respondi.

— Não teve coragem, né garoto? — o homem falou para mim agora.

— Não é isso, no dia que me declarei me mandaram na missão, e basicamente fui obrigado a vir imediatamente, normalmente não sou do tipo que lida com famílias — eu disse apesar de não saber se eu deveria ter dado essas informações.

Olhos BrancosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora