Capítulo 36 - Disfarce

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— Eyder —

Ela tinha sumido, desaparecido, completamente esvanecido. Eu corria por todo canto a procura dela, já tinha a procurado nos lugares de sempre. Mas eu só conseguia orar para que ela ficasse bem, mesmo sabendo que não era nada simples a situação, a pessoa mais poderosa do planeta tinha desaparecido.

Foi só depois de rodar a cidade pela terceira vez que eu ouvi um som de helicópteros, detalhe nós não os usávamos por causa do barulho, não podíamos nos permitir fazer barulho demais. Mas lá estavam eles, três helicópteros. Uma multidão se formava em volta de todos, então eu vi, ela estava lá, perto dos helicópteros, com uma venda em seus olhos. Era assim que a pessoa mais poderosa do mundo ficava quase que impotente.

Eles a pegaram e eu estava muito longe para alcançá-la, eu queria salvá-la. O amor da minha vida estava sendo preso e eu não podia fazer nada. Eu corri o mais rápido que eu conseguia, mas as pessoas assustadas me impediam. Foi quando eles estavam a levando para mais longe que eu percebi, ela tinha um leve sorriso nos lábios, foi aí que eu entendi, ela já tinha algo planejado.

Em segundos algo aconteceu, a venda em seus olhos começou a corroer e se esfarelar. Seus olhos se viram livres e ela pode escapar.

Eu continuava a correr o mais rápido possível para chegar perto dela pelo meio da multidão, e assim que chegamos perto o suficiente eu a puxei e a abracei como se não houvesse amanhã. Foi neste momento que eu percebi mais uma vez que a amava mais do que qualquer coisa no mundo. É engraçado que quando sentimos que perdemos, mesmo sem termos realmente perdido algo, percebemos o quanto valorizamos e nos importamos ou até mesmo o quanto amamos. Eu já sabia que eu a amava, mas talvez eu ainda não soubesse a profundidade disso em meu coração, era muito, muito, maior do que eu lembrava a algumas horas atrás.

Eu nunca pensei que poderia amar alguém assim.

— Ayra —

Eyder estava lá, pronto para me socorrer, mas ele não precisou. Eu não iria deixar aquela venda ser uma fraqueza, então no momento que eu caí, eu fingi todo resto, deixei eles acreditarem que eu não poderia usar minha habilidade com a venda, bom eles até poderiam estar certos, mas isso foi antigamente, antes de eu ter a habilidade do Eyder e descobrir o que é a minha habilidade.

Mas foi ver ele, Eyder, com aquela cara de desespero que até me arrependi do que fiz, foi ali que eu percebi, eu não gostava do Eyder, eu amava o Eyder. Quando ele me alcançou e me puxou para um abraço, eu não resisti, não depois de ver sua expressão, estava perfeito, mas a situação não permitia que ficássemos assim por muito tempo. Eu tinha que agir.

Eu me virei para os helicópteros, olhei para eles e sem o menor esforço os fiz pousarem, liguei minha telepatia e avisei meu irmão "eles estão pousando porque eu os fiz pousar, prendi todos eles dentro do helicóptero, agora é só prendê-los". Depois que eu entendi minha habilidade eu podia fazer tudo que eu quisesse, por mais simples ou difícil que fosse.

— Você que fez isso? — perguntou Eyder.

— Mas é claro, agora podemos investigá-los, quero entender a razão de tudo e quero informações — eu respondi.

— Você é muito incrível.

Eu sorri.

— Mas como eles conseguiram chegar aqui? — eu perguntei.

— Eu quero saber a mesma coisa — respondeu Eyder.

Ele me deu a mão e seguimos para prefeitura, onde acreditávamos que poderiam ter respostas, ainda não tínhamos ideias do choque que essas informações nos dariam. Mas não fomos correndo, afinal meu irmão ainda estava terminando o processo de tirar os invasores dos helicópteros.

Olhos BrancosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant