INTERE$$EIRA ━ palmeiras

Galing kay ellimaac

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━━━━━ ❝Puta, vagabunda, interesseira, sem talento, forçada, sem graça.❞ 𝐈𝐒𝐀𝐁... Higit pa

𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐂𝐀𝐒𝐓
𝟎𝟎 | 𝐏𝐑𝐎́𝐋𝐎𝐆𝐎
𝟎𝟏 | 𝐏𝐀𝐂𝐈𝐄̂𝐍𝐂𝐈𝐀
𝟎𝟐 | 𝐂𝐇𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟑 | 𝐀𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟓 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐎𝐋𝐓𝐀 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐒𝐒𝐀𝐃𝐎
𝟎𝟔 | 𝐁𝐄̂𝐁𝐀𝐃𝐀
𝟎𝟕 | 𝐀𝐇𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐎𝐘 𝐏𝐀𝐏𝐈
𝟎𝟖 | 𝐒𝐔𝐀 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟎𝟗 | 𝐂𝐎𝐌 𝐎 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀?
𝟏𝟎 | 𝐅𝐄𝐋𝐈𝐙? 𝐀𝐍𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟏𝟏 | 𝐔𝐌 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟏𝟐 | 𝐔𝐌𝐀 𝐌𝐀̃𝐄
𝟏𝟑 | 𝐋𝐈́𝐑𝐈𝐎𝐒 𝐁𝐑𝐀𝐍𝐂𝐎𝐒
𝟏𝟒 | 𝐀𝐆𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟏𝟓 | 𝐃𝐎𝐑 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀
𝟏𝟔 | 𝐓𝐈𝐍𝐈, 𝐓𝐈𝐍𝐈
𝟏𝟕 | 𝐔𝐌 𝐃𝐈𝐀 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐆𝐎
𝟏𝟖 | 𝐆𝐈𝐍𝐄𝐂𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐒𝐓𝐀
𝟏𝟗 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐉𝐔𝐍𝐈𝐍𝐀
𝟐𝟎 | 𝐁𝐀𝐑𝐂𝐄𝐋𝐎𝐍𝐀
𝟐𝟏 | 𝐅𝐔𝐒𝐎 𝐇𝐎𝐑𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟐𝟐 | 𝐃𝐄 𝐕𝐄𝐑𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟑 | 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐁𝐄́𝐍𝐒
𝟐𝟒 | 𝐃𝐄𝐂𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍𝐄𝐒
𝟐𝟓 | 𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒
𝟐𝟔 | 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀
𝟐𝟕 | 𝐍𝐎𝐕𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄
𝟐𝟖 | 𝐄𝐌 𝐂𝐀𝐒𝐀
𝐛𝐨̂𝐧𝐮𝐬 (𝐢𝐧𝐬𝐭𝐚 𝐞 𝐭𝐭)
𝟐𝟗 | 𝐆𝐎𝐒𝐒𝐈𝐏?
𝟑𝟎 | 𝐌𝐄 𝐒𝐈𝐍𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐀𝐈́𝐃𝐎
𝟑𝟏 | 𝐔𝐌𝐀 𝐂𝐔𝐑𝐓𝐀 𝐕𝐈𝐀𝐆𝐄𝐌
𝟑𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐌𝐎𝐑𝐎𝐍𝐀𝐍𝐃𝐎
𝟑𝟑 | 𝐑𝐄𝐂𝐎𝐌𝐏𝐄𝐍𝐒𝐀
𝟑𝟒 | 𝐄𝐑𝐑𝐎𝐒
𝟑𝟓 | 𝐅𝐀𝐂̧𝐀 𝐌𝐄𝐋𝐇𝐎𝐑
𝟑𝟔 | 𝐀𝐋𝐋𝐈́ 𝐄𝐒𝐓𝐀́
𝟑𝟕 | 𝐒𝐄𝐔 𝐅𝐀𝐕𝐎𝐑𝐈𝐓𝐎
𝟑𝟖 | 𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎
𝟑𝟗 | 𝐃𝐎𝐈𝐒 𝐅𝐈𝐋𝐇𝐎𝐒
𝟒𝟎 | 𝐃𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆𝐎
𝟒𝟏 | 𝐓𝐈𝐌𝐄 𝐃𝐀 𝐕𝐈𝐑𝐀𝐃𝐀
𝟒𝟐 | 𝐒𝐄𝐔 𝐈𝐃𝐈𝐎𝐓𝐀
𝟒𝟑 | 𝐄𝐒 𝐋𝐎𝐂𝐎
𝟒𝟒 | 𝐏𝐀𝐏𝐀𝐈𝐒
𝟒𝟓 | 𝐓𝐇𝐎𝐌𝐀𝐒 𝐂𝐑𝐀𝐐𝐔𝐄 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀
𝟒𝟔 | 𝐔𝐌𝐀 𝐕𝐀𝐆𝐀𝐁𝐔𝐍𝐃𝐀
𝟒𝟕 | "𝐏𝐎𝐑 𝐕𝐎𝐂𝐄̂"
𝟒𝟖 | 𝐍𝐎𝐕𝐎 𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎
𝟒𝟗 | 𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐓𝐑𝐈𝐊𝐀𝐒
𝟓𝟎 | 𝐏𝐑𝐄𝐂𝐈𝐒𝐎 𝐃𝐀 𝐒𝐔𝐀 𝐀𝐉𝐔𝐃𝐀
𝟓𝟏 | 𝐀 𝐏𝐄𝐒𝐒𝐎𝐀 𝐈𝐃𝐄𝐀𝐋
𝟓𝟐 | 𝐄 𝐀 𝐂𝐀𝐍𝐉𝐈𝐂𝐀
𝟓𝟑 | 𝐍𝐀𝐓𝐔𝐑𝐀𝐋𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄
𝟓𝟒 | 𝐏𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓𝐀𝐑 𝐂𝐎𝐌 𝐄𝐋𝐀
𝟓𝟓 | 𝐅𝐈𝐍𝐆𝐈𝐑
𝟓𝟔 | 𝐍𝐄𝐒𝐒𝐀 𝐅𝐀𝐑𝐒𝐀
𝟓𝟕 | 𝐒𝐄 𝐅𝐎𝐑 𝐍𝐄𝐂𝐄𝐒𝐒𝐀́𝐑𝐈𝐎
𝟓𝟖 | 𝐍𝐔𝐍𝐂𝐀 𝐄𝐕𝐎𝐋𝐔𝐈𝐑
𝟓𝟗 | 𝐍𝐎 𝐏𝐔𝐄𝐃𝐎 𝐌𝐀́𝐒
𝟔𝟎 | 𝐂𝐀𝐁𝐄𝐂̧𝐀 𝐍𝐎 𝐋𝐔𝐆𝐀𝐑
𝟔𝟏 | 𝐅𝐀𝐌𝐈́𝐋𝐈𝐀
𝟔𝟐 | 𝐃𝐄𝐒𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐀 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐋𝐓𝐄𝐈𝐑𝐀
𝟔𝟑 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟏
𝟔𝟒 | 𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 𝐅𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐏𝐓𝟐

𝟎𝟒 | 𝐒𝐎𝐙𝐈𝐍𝐇𝐎𝐒

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no caminho até a festa
ISABELLA
(espanhol levemente alterado para facilitar o entendimento de todos sem precisar de tradução)

CHEGO NO MEU CARRO totalmente sozinha já que meu filho decidiu me abandonar. Ele, assim como toda criança, não conseguiu fazer essa escolha difícil entre papai e mamãe, optando pela mãe. Acho que todo mundo, tendo essa opção, sempre acaba escolhendo o pai.

Minha mãe que me perdoe, mas até quando se casou com meu padrasto, eu sempre escolhia ficar com ele porque era muito mais divertido passar um tempo qualquer com ele do que ficar em casa com ela. Eu me aventurava com meu pai, e passei a me aventurar com meu padrasto também.

Com Tom não devia ser tão difícil assim. Na verdade, é completamente diferente. Eu quando criança não gostava de ficar em casa com minha mãe, porque eu queria me divertir na rua e somente a figura paterna me proporcionava tal alegria. Essa é a diferença. Tom não tem esse problema comigo.

Eu me esforço muito, muito mesmo, para ser uma mãe divertida. Aventureira. Que gosta de sair e brincar. E ir em tudo quanto é brinquedo só para tirar um sorriso do rosto do meu filho.

Não sou chata ao ponto de ser aquela mãe que odeia sair de casa. Posso ser chata para outras coisas, as quais irão moldar o ser humano decente que estou criando Tom para ser. Até aí tudo bem.

Mas não sou chata, ou careta, para não ser escolhida.

Só que a grande questão de hoje nem foi essa. E sim o fato do pai do Thomas ser jogador de futebol e acabar de voltar de uma partida. Tom é fissurado por esse esporte e eu não tenho o talento do Veiga para dar graça a meu filho. Então entre escolher ficar com o jogador e com a mãe atriz, a escolha é simples.

E o pai dele é o Raphael Veiga, né? Acho que deve ser muito difícil resistir aos encantos desse aí. Todo mundo gosta desse cara. Admiram-o. E os elogios sobre o futebol dele também não ficam muito atrás.

Até minhas amigas têm desvio de caráter quando o assunto é esse homem aí. Um grandíssimo cavaleiro. Prestativo. Engraçado. É muito fácil se esconder em suas maravilhosas qualidades.

Mas eu o conheci em seu pior momento. Como pessoa. Eu sei quem ele foi comigo. E isso eu não vou perdoar, por mais qualidades que ele tenha hoje em dia. Por mais que seja alguém totalmente diferente de cinco anos atrás. Não quero um contato a mais com ele, falar sobre Tom já é assunto suficiente para nós dois.

Contudo, minha indiferença não pode, e nem vai, interferir nos sentimentos do meu filho pelo pai.

Não quero que Tom odeie o Veiga.

Eu sei que Veiga ama o filho como ele nunca amou mais ninguém em toda a vida. Ele é um bom pai. Se tem uma coisa que eu posso elogiar no Veiga é que ele é um pai foda. E não só porque tem dinheiro de sobra e pode dar tudo do melhor para o filho. Mas porque faz questão de estar por perto, de estar com Tom, de bater um papo, de ensinar, de aprender. Veiga ama a paternidade.

Ele não foi aquele tipo de homem que sonha em ter filho, depois abandona pra mãe se virar pra criar a criança, e foda-se. Não. Veiga é participativo. É presente. Sou grata por isso.

Apenas isso. Porque de resto, quero que ele vá se foder.

Mi Rubia! — Um uruguaio todo felizinho se apoia no vidro do meu carro assim que abro a porta e olha diretamente pra mim. — Dame una carona?

No tienes carro, Joaco? — Pergunto de volta, em espanhol porque meu cérebro só conseguiu associar uma resposta nesse idioma.

Joaco abre um sorrisão assim que falo em seu idioma natal. Ele se empolga, afinal, prefere muito mais falar em espanhol do que em português comigo. Na verdade, com todo mundo, mas aqui no Brasil é meio difícil.

Lo tengo, pero prefiero viajar en tu carro, contigo.

Reviro os olhos. Claro que ele prefere vir no meu. Esse safado não sai do meu pé por nada mesmo. Piquerez é o tipo de amigo que se aproveita o máximo da boa vontade dos outros. E por nós dois termos praticamente crescido juntos, temos uma relação quase que de irmãos. Opa. Espera aí. Irmãos que se pegam não é legal, né? Porra, vou ter que pensar em outro tipo de relação que nos define bem.

— E... — ele continua falando, sorrindo de canto. Um maldito sorrisinho malicioso. — Me debes.

— Não te devo, não — falo em português porque minha indignação é mais rápida do que meu raciocínio em espanhol. — Não sou uma mulher de dívidas. E você sabe disso, mi bien

Com dinheiro, não mesmo. Prefiro muito mais guardar o dinheiro que preciso para fazer a compra à vista. Esse negócio de cartão de crédito é a maior loucura de todos os tempos. Se eu começar nessa vida, eu não saio mais. Odeio ficar devendo.

Agora em outros quesitos da minha vida pode até se dizer que sim. Endrick que o diga. Ainda preciso falar com a mãe dele e limpar de vez a minha barra.

Eres una mujer de palabra entón? — Piquerez se aproxima mais de mim até conseguir, de repente, tocar em meu queixo e erguer minha cabeça na altura dele. — Me debes una foda.

Meu corpo esquenta com o poder que a proximidade do jogador tem sobre mim. Sinto um arrepio descer pela minha espinha, minha respiração falhar e minhas pernas se fecharem em busca de atrito.

Hijo de puta, sabe como me possuir com apenas um toque e um maldito olhar.

— Devo é? — Passo a língua pelos lábios, para umedecê-los e atrair a atenção de Joaco para lá. — Não me lembro de ter aceitado nada naquele depósito.

Su cuerpo dizia mucho más que palabras. — Sinto sua mão subir pela minha cintura e fico ainda mais arrepiada. Jesus, estou no estacionamento do Allianz, isso aqui é muito ousado da nossa parte. — Assim como estás diciendo ahora.

Sorrio, contente de sua ousadia e nada resistente a suas palavras tentadoras ou seus toques convidativos.

Por que, Joaco?? Por que tinha que ser tão bonito?

É difícil resistir a esse homem gostoso desse jeito. É difícil dizer "não quero transar com você, tenha respeito, estamos num estacionamento". Minha mente me trai muito nessas horas. Ela é minha pior inimiga. Porque a única coisa que consigo pensar é em Joaco tirando minhas roupas. Aqui e agora. Foda-se o lugar.

Cadê minha sanidade? Cadê?

E vou te falar, o que começamos naquele depósito deixou o gostinho de quero mais, afinal fomos interrompidos. Claramente se tornou um dever terminar o que começamos.

E o qué vas a hacer? — Provoco, usufruindo de meu espanhol mais puro e belo enquanto uso minhas mãos para subirem pelo abdômen definido do uruguaio. Sim, por debaixo da camisa. Gosto de sentir os gominhos e gosto de ouvir sua respiração falhar, exatamente como está falhando agora. — Te atreverías a me foder en este estacionamiento?

Joaco me responde agarrando ainda mais forte meu queixo, me empurrando até que minhas costas pressionem na lataria do carro e seu corpo se choque contra o meu junto de seus lábios. Mas ele não me beija, muito menos fecha os olhos para mostrar o que irá fazer. Joaco permanece com os olhos abertos e atentos a minha reação enquanto morde meu lábio inferior e aperta minha bunda.

Meu pai do céu. Que pecado.

Arfo quando agarra minha coxa e ergue minha perna na altura de sua cintura, se colocando bem ali no meio enquanto sua cabeça se afunda agora em meu pescoço. Eu não sei o que me faz soltar aquele gemido necessitado, a respiração quente de Joaco em minha pele ou sua língua deslizando pela extensão de meu pescoço. Fico tão arrepiada e quente que eu já sei o quanto estou molhada. Puta merda.

Que diabos estou fazendo? Que diabos estou permitindo que aconteça? E por que caralhos eu quero tanto que isso continue?

Ah, bom, é meio óbvio. Tente resistir a um homem gostoso te pegando desse jeito. Tente, só tente. Ele nem me beijou, mas apenas suas mãos e sua lingua em minha pele, ou sua boca me chupando, já é suficiente para que eu queira (e muito!) que ele me foda.

Digas que no tengo coraje — vez dele me provocar, erguendo a cabeça para me encarar enquanto pressiona o jeans de minha calça, bem ali naquele bendito centro, na costura que provoca um tentador atrito desejado. — Digas.

No tienes coraje — digo só para que ele se possua de toda sua excitação e vontade e faça exatamente o que eu quero (mas não devia querer tanto), mesmo estando num estacionamento.

Joaco abre um sorriso feliz e motivado e passa o olho em volta, para o lugar que nos cerca. Está tarde. A maioria dos torcedores que se espremeram pra assistir o jogo e colocaram seus carros aqui já foram embora.

Contudo ainda há um carro aqui, outro ali. Ainda podemos ser pegos. E por que essa adrenalina está mexendo comigo ao ponto de realmente querer que uma foda aconteça?

Como queiras, mi rubia.

Eu amo quando ele me chama de mi rubia. "Minha loira". Faz parecer que realmente sou dele. Não temos nada concreto a não ser nossa maravilhosa amizade. Mesmo assim, gosto de elogios, de termos, de apelidos, de definição. Gosto do que temos, mesmo sem ser algo oficial e aceitável. O que importa é que nós dois aceitamos e gostamos, foda-se o resto.

Dito isso, ele finalmente me beija. Um beijo daqueles ferozes. Intenso. Devorador. Faz com que eu perca o fôlego com muita rapidez, talvez a ansiedade e toda adrenalina do momento não estejam ajudando muito.

Quando Joaco afasta a boca de mim para também respirar, sinto a ardência em meus lábios.

Joaco, determinado em selar a dívida, me vira bruscamente contra o carro, abre a porta e me derruba sobre o banco traseiro. Sim, eu caí. Estou deitada de bruços agora, com as pernas pra fora e sendo agarrada pelo quadril.

— Será uma rapidinha, então? — Pergunto a ele, me apoiando nos antebraços, sentindo minha calça sendo abaixada até metade das minhas coxas, apenas. Deixando à mostra somente o que é necessário.

Joaco pensa para me responder.

Devia ter feito a pergunta em espanhol. Ele já tem lá suas dificuldades com nosso idioma, quando está possuido pela luxuria então, mal consegue usar o cérebro para outra coisa que não esteja relacionada a sexo.

— É... — ele responde, sem responder, pois pareceu mais um resmungo do que qualquer outra coisa.

Ele me puxa e nossos corpos se chocam. Quadril com quadril. Pele com pele. Ele foi rapido em abaixar a própria calça. Nem vi.

Não perco a sanidade ao ponto de me esquecer do mais importante. Por isso pego uma caixinha muito bem escondida dentro do compartimento de apoio de braço e retiro uma camisinha dali de dentro, logo me virando brevemente e entregando a Joaco.

Una rapidinha, rubia. — Ele parece cair na real ao pegar aquela embalagem e abri-la. — Pero terminemos en casa.

Mi casa ou su casa?

Ele se posiciona em minha entrada e me alisa calmamente, se aproveitando de toda umidade e me torturando. Meu corpo se contorce, querendo mais e meus punhos se fecham. Porra. Que isso? Estou sedenta.

Nuestra casa.

Me corrige e com um único impulso me penetra. A facilidade absurda para deslizar para dentro de mim o faz rir orgulhoso de si mesmo em me deixar tão molhada a esse nível. Mas quando está lá dentro, enterrado em mim, Joaco perde suas forças e aí é minha vez de rir, orgulhosa.

Mas o momento de orgulho entre nós dois finaliza quando ambos nos concentramos no que deve ser concentrado. Não podemos nos dar ao luxo de ficar de gracinha nesse estacionamento onde qualquer pessoa, desde a mais importante do Palmeiras até um torcedor desconhecido, possa no achar nessa situação (transando). Estamos rindo na cara do perigo. Já é errado demais sair por ai transando em lugares públicos. Ainda mais quando você transa com alguém que não é nada seu e muito pior, é amigo de trabalho do pai do seu filho.

Joaco me aperta mais forte e seu quadril começa a se chocar contra o meu numa velocidade tão rápida que é difícil respirar. Ele está com pressa. É uma rapidinha, temos mesmo que ter pressa, principalmente num lugar como esse. Mas essa pressa é nova para mim.

Sinto meu corpo estremecer, minha coluna arquear e tudo em mim se encolher.

Demoro pra entender o que está acontecendo comigo. E só entendo quando meu coração palpita mais forte em meu peito e meus ombros relaxam.

Porra. Eu estou gozando. Gozando com só algumas estocadas rápidas. Como assim? Talvez tenha sida o ângulo ou a forma como Joaco está me fodendo. Não sei. Só sei que está sendo bom demais.

Principalmente quando ele puxa meu cabelo, me fazendo ficar com a coluna ereta e juntinha dele. Sua cabeça está ao lado da minha e sua respiração tão próxima que não sei qual de nós dois está mais ofegante.

Estou tentando me conter com os gemidos para não chamar a atenção, mas é dificil ter qualquer tipo de resistência com esse homem atrás de mim me dominando desse jeito. Sua mão desliza de meu quadril para o meio de minhas pernas e ele agora está acariciando meu clitóris em círculos, estimulando meu orgasmo pela segunda vez.

E o que acontece? Isso mesmo. Eu gozo de novo. Mais forte. Tão forte que eu preciso morder a língua para não gritar.

Dios, Rubia! — Joaco geme também, um pouco mais alto do que devia. Com um tapa em minha bunda, ele também goza. Uma última estocada, forte e intensa dentro de mim e nós dois caímos sobre o banco. — Dios mio!

Rio de sua reação e tento inutilmente me recuperar desse sexo rápido e feroz.

Caralho, quem me vê assim, transando que nem uma maluca em lugares extremamente públicos nem imagina que sou uma mulher comportada e mãe. Porque eu sou sim uma mulher comportada. Joaco Piquerez que mexe com meus miolos e me faz cometer burrices.

E uma burrice boa demais. Meu corpo está fraco e trêmulo. Estou saciada e ofegante. Porra. Foi muito bom. Que ódio. Eu não devia ter gostado tanto de uma coisa errada como essa.

Mierda — bufa Joaco, de repente, enquanto o sinto retirar o pau semimeio duro de dentro de mim. — Santa Madre.

— O que foi? — Aproveito que ele não está mais dentro de mim e me viro em sua direção, vendo sua cara de desespero enquanto segura o próprio pau.

Joaco começa a balbuciar um monte de xingamentos e palavras em espanhol que nem o meu conhecimento no idioma é eficaz o suficiente para conseguir entendê-lo. Nunca vi Joaco tão preocupado assim, parece até que... Ah, não. Puta que pariu, era só o que me faltava.

— Não me fala que a camisinha estava furada???

Yo no había visto, Isabella.

— Porra! — Por impulso passo a mão pelo meio das minhas pernas e verifico se há esperma. Não tem nada, mesmo assim não significa que não tenha vazado dentro de mim. Porra. Ele gozou dentro de mim e tinha um furo na camisinha. — Isso não pode ser real.

Ergo minha calcinha e minha calça e empurro o jogador para longe, me possibilitando a passagem, onde saio daquele carro e respiro ar puro. Oxigênio. Oxigênio. Preciso de oxigênio nos pulmões.

Dios mio, Isabella. Me perdonas. — Piquerez já bem apresentado com a calça em seu devido lugar, vem até mim e fica de frente, podendo me olhar nos olhos enquanto transparece seu completo desespero. — Realmente no lo vi, parecía completo cuando me lo puse. Porra. Disculpame. Carajo, qué diablos. ¿Qué vamos a hacer?

Respiro fundo de novo e coloco minha cabeça no lugar. Não adianta entrar em desespero, né? Eu posso resolver isso, assim como eu sempre resolvo tudo na minha vida. Vou dar um jeito. E isso aqui não é o fim do mundo. Se vazou, foi bem pouco, as chances são mínimas. Bem mínimas. O que me preocupa de fato são as IST's. Ai, merda, por que diabos inventei de transar com esse jogador? Sou amiga dele, mas nunca sequer perguntei se ele é limpo.

— Nós não vamos fazer nada — garanto a ele com firmeza e segurança nas palavras. — Eu que vou fazer. Eu que vou resolver.

— Como?? — Indo numa ginecologista, primeiramente.

Sorrio para ele e deixo que meus dotes de atriz transparecem em minhas reações, principalmente por ofuscar perfeitamente os sentimentos de preocupação que me possuem, deixando falar apenas a segurança e confiança que eu claramente não estou sentindo agora. Mas estou fingindo.

— Relaxa — dou umas batidinhas em seu ombro. — Agora entra no carro que nós temos uma festa para curtir.

já na festa

NÃO SEI PORQUE fui inventar de colocar meu nome no Twitter. Caralho. Eu fiquei tão preocupada de ter sido pega transando com o Piquerez naquele estacionamento que aquilo me encheu de paranoia e eu estou, desde a hora que pisei na casa do Luan, vendo o que falam de mim na rede do passarinho.

Não é como se eu não soubesse dos haters. Sou uma atriz, uma artista, as pessoas estão sujeitas a me amarem ou a me odiarem. Ou a nem saberem quem eu sou. E está tudo bem.

Eu só não sabia que existiam perfis, grandes, que estavam dispostos a disseminar ódio em cima da minha imagem. E a maioria desses perfis são do tipo "fulana do Veiga". Sou odiada por ser a mãe do filho do Raphael, mas não a esposa dele.

Maria chuteira. Puta. Sem talento. Forçada. Interesseira.

Eu já devia ter me acostumado com os xingamentos, eu os escuto desde 2017, mas fazia mais de anos que eles haviam se acalmado. Tinha até me esquecido da sensação ruim que eles me proporcionaram.

O aperto no peito e a culpa por ser irresponsável e por não me esforçar para ter o talento que faça com que me reconheçam como atriz e não como a ex de jogador.

Não encontrei fofocas recentes sobre mim no twitter, mas encontrei algo tão ruim quanto que acaba de destruir a minha noite. Me sinto tão mal que se eu piscar eu vou chorar.

Tom hablou qué quería descansar e capotou. Em mi colo, Isabella. Me ayuda!! — alguém diz atraindo minha atenção com suas palavras apressadas e mistas em idiomas.

Olho para o lado, me despertando totalmente dos meus piores pensamentos, e encaro um homem forte segurando meu pequeno Thomas o qual está muito bem adormecido no ombro do jogador uruguaio. Meu filho está até com a boca aberta, o que prova que ele está muito cansado. Também, deve ter esgotado todas as suas energias correndo de um lado para o outro com a Cecília.

Piquerez, por outro lado, me olha meio desesperado por estar segurando uma criança. O uruguaio não tem dons especiais com os pequeninos. É muito raro vê-lo tão à vontade com uma criança. De bebês então, ele sempre está fugindo. Não é em vão que ainda não fez um filho por aí.

A grande questão é que Tom ama esse tio idiota que não leva jeito com pequenos seres humanos da idade do menino. E se sente seguro para deitar no colo do Joaco e dormir, principalmente por não ter encontrado seus pais. Tenho quase certeza que Tom não fez muito esforço para nos procurar se encontrou seu tio logo de cara.

— É... — organizo os pensamentos. — Relaxa — tiro a franjinha do meu filho da testa dele e o admiro brevemente enquanto noto seu sono profundo. Tom não vai acordar nem tão cedo. — É... acho que...

Porra, minha cabeça não está boa. Que ódio, deixei mesmo aqueles comentários ofensivos me afetarem.

Qué faço, Isabella? — Ele me pergunta de novo quando não acho uma solução para ele. — No sé cómo cuidar a los niños. Estoy segurando al chico correcto?

— A camisinha estourou e você já 'tá agindo como papai? — Não pude deixar de fazer a piada.

— Idiota. Lo digo en serio.

— Fica de boa. Vamos levá-lo pro carro e ir embora, então. É o melhor.

Principalmente para minha cabeça cansada de tudo que li por duas horas seguidas.

Solto um suspiro cansado que Piquerez não deixa de notar, mudando rapidamente a expressão de Bobão do Humor para melhor amigo preocupado.

Estás bien? — Ele segura meu filho com um braço só e usa a mão livre para tocar levemente em meu ombro.

— Sim. — Balanço bem a cabeça para encenar o que digo e enfatizo com um amplo sorriso amarelo. — 'Tô bem. É só o sono... vamos colocá-lo no carro, fechou?

Rubia, que sucedió?

— Nada — minto, passando a língua pelos lábios secos. — Nada mesmo. 'Tá tarde, a gente devia ir embora. Só isso. Você vai comigo, né?

Si, estoy sem carro.

Ele veio comigo de qualquer forma, é meio óbvio que ele volte comigo também.

— Então vamos? O Tom dormiu, eu... eu preciso dormir também — preciso fechar os olhos e esquecer que existe pessoas que me odeiam por uma coisa que eu não poderei reverter. — A chave do meu carro 'tá aqui.

Pego a chave do bolso e entrego a Piquerez.

— Você dirige — informo a ele. — Não estou com cabeça pra prestar atenção na estrada.

Que pasó, rubia? Habla conmigo.

— Eu só... — suspiro fundo e evito olhar em seus olhos ou vou acabar desabafando e não é um bom momento pra isso. — Só quero ir embora.

— Ah, não, não! — Uma linda morena se projeta a minha frente e agarra meus braços, olhando direto e reto para meus olhos com seu olhar castanho marcante. — Nada de ir embora da minha casa antes do parabéns. Acabei de colocar Cecília e Murillo na cama, pode colocar o Tom com eles. A maioria das crianças já capotou mesmo e estão nos quartos de hóspedes. Mas Tom, ah esse querido pode ficar com meus filhos. Sabe onde fica, né?

A salvação chegou. A dona da casa veio nos livrar da saída. Mesmo que eu ainda queira ir embora. Não vou dar essa mancada a minha amiga, ir embora antes do parabéns é realmente falta de respeito.

— Tem certeza, Clarisse?

Piquerez me olha com uma careta do tipo: mana, você ainda pergunta? Não é você que 'tá segurando a criança, né?

— Claro que eu tenho, Bella. Não viaja. As crianças dormem, os pais se divertem, essa é a regra. Agora leve Tom lá pra cima e desça porque vai ter karaokê e depois o bolo.

Nem tenho tempo de concordar quando Joaco já está andando em direção a escada e subindo os degraus.

Sorrio de sua reação e o sigo. Piquerez não é nada bobo nessas horas e rapidamente deita meu filho em um dos colchões do quarto das crianças. Tom resmunga, mas se ajeita no lençol e na coberta que o tio coloca sobre ele.

— Excelente — ele se auto elogia ao olhar para a criança muito bem quietinha. — Ahora podemos ir.

— Bom trabalho — elogio e continuo na porta, o esperando sair.

— Rubia? — Olho para ele quando me chama, as mãos na cintura e ainda parado no mesmo lugar. — No estás afim de terminar o que lo começamos en el carro?

— Piquerez??? — Arregalo os olhos, sem acreditar que sugeriu algo assim. — Pelo amor de Deus, né? Se esqueceu do que aconteceu lá?

— Como esquecer?

— Pois então, não via...

— Tio Piquerez? — Uma voz infantil chama nossa atenção e nós dois olhamos para a criança loira acordada. Tom olha diretamente para o jogador. — Fica comigo?

— Ficar??? — Piquerez me lança um olhar de pânico. — Qué hago?

— Canta — rindo, dou de ombros. — Conta uma história. Sei lá.

Isabella, no tengo hijos, no sé cómo funciona.

— É só contar uma história, Joaco. Simples. Tom vai pegar no sono rapidinho, não é, filho?

— Pode ser uma história em espanhol, tio — Tom sugere, numa falha tentativa engraçada de salvar a situação. — Eu sei que você não fala muito bem o português. Minha mãe me ensinou espanhol, eu vou conseguir te entender. Yo hablo español.

— Viu, só? — Sorrio para o jogador. — Vou deixar vocês sozinhos.

Piquerez continua me olhando em pânico enquanto fecho a porta e dou esse voto de confiança ao jogador. Eu sei que no fundo ele sabe sim como lidar com uma criança e vai saber exatamente o que fazer para deixar meu filho cheio de sono de novo.

Caminho de volta a festa, respirando fundo e, é como dizem, mente vazia é oficina do diabo, e foi eu ficar só alguns segundos sozinha para meus pensamentos ruins voltarem com força.

Me recordo dos tweets. Puta, vagabunda, interesseira, forçada, sem talento, sem graça.

Minha cabeça dói e meu coração se aperta. Que porra. Eu preciso me livrar dessa sensação. Nem que seja por só algumas horas. E eu estou numa festa, que lugar melhor do que esse?

Tom provavelmente já deve ter pegado no sono, Piquerez está com a chave do carro e sabe que será o motorista de volta para casa. Então estou livre dessa responsabilidade. Só não estou livre dos meus pensamentos. Da culpa e daquele terrível aperto no peito. Eu preciso urgentemente espairecer e se não vou voltar pra casa o que me resta é buscar alívio por aqui mesmo.

Capítulo maravilhoso, né, minhas queridas? Tudo que a gente gosta, putaria e confusão.

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