Olhos Brancos

By A-L-G-Costa

8.9K 1.9K 6.1K

"Sou mais do que a minha habilidade" Uma garota com uma habilidade jamais vista; Um garoto com algo a mais do... More

Introdução
Book Trailer
Dedicatória
Prólogo
Parte 1
Capítulo 1 - Novato
Capítulo 2 - Acomodações
Capítulo 3 - Avaliação
Capítulo 4 - Solitária
Capítulo 5 - Plano
Capítulo 6 - Fuga
Capítulo 7 - Floresta
Capítulo 8 - Caverna
Capítulo 9 - CHE
Capítulo 10 - Decisões
Capítulo 11 - Caçada
Capítulo 12 - Estudo
Capítulo 13 - Mar
Capítulo 14 - Transporte
Parte 2
Capítulo 15 - Chegada
Capítulo 16 - Hotel
Capítulo 17 - Teatro
Capítulo 18 - Descanso
Capítulo 19 - Reporte
Capítulo 20 - Passeio
Capítulo 21 - Diretoria
Capítulo 22 - Conversas
Capítulo 23 - Apartamento
Capítulo 25 - Embaçado
Capítulo 26 - Começo
Capítulo 27 - Confissão
Capítulo 28 - Missão
Capítulo 29 - Partida
Capítulo 30 - Mergulho
Capítulo 31 - Volta
Personagens
Capítulo 32 - Flutuando
Capítulo 33 - Habilidade
Capítulo 34 - Sentimentos
Capítulo 35 - Passado
Parte 3
Capítulo 36 - Disfarce
Capítulo 37 - Família
Capítulo 38 - Terceiro
Capítulo 39 - Despedida
Capítulo 40 - Capital
Capítulo 41 - Segredos
Capítulo 42 - Corrida
Capítulo 43 - Genética
Capítulo 44 - Bomba
Epílogo

Capítulo 24 - Escuro

89 19 150
By A-L-G-Costa




— Eyder —

— Espera, como assim? — eu perguntei.

— Ele precisava olhar bem nos olhos das pessoas e conseguia ver a sua habilidade.

— Como você sabe disso? — eu perguntei.

— Ele me contou.

— Por quê? — eu perguntei mais uma vez.

— Porque eu contei que não entendia a minha habilidade, afinal, eu não sei se você percebeu, mas eu tenho várias.

— Sim... e isso não deveria ser possível. Cada um só pode ter uma habilidade especial, que normalmente ela se desenvolve até seus 7 anos. Os casos mais raros são de pessoas que só desenvolvem aos 15, acontece, dizem que é o máximo. Mas normalmente é até os 7 anos de idade — eu disse.

— Eu desenvolvi a minha com 4 anos de idade, e eu nem me lembro como foi. Mas sei que aconteceu, e sempre foi assim, quando eu percebi já tinha mais de quatro, talvez a minha habilidade seja de roubar a habilidade dos outros e aperfeiçoar, não poderia ser isso?

— Poderia, mas como você rouba essas habilidades? — perguntou Reid.

— Com os olhos?

— Vamos manter essa hipótese viva, mas vamos pensar em outras possibilidades. Outra coisa estranha, normalmente até os 13 anos de idade nós entendemos a nossa habilidade. Damos um nome para ela — eu comentei.

— Desculpa desapontá-lo, mas eu ainda não entendo minha habilidade e já passei os 13 anos faz tempo, acho que as regras normais não se aplicam a mim.

— Bom isso nós temos certeza — disse Reid. — Porque antes de você ser mandada para o domo você já tinha mais de uma habilidade.

Minha cabeça estava para entrar em combustão. A parte de ela roubar a habilidade fazia mais sentido até agora, só que eu ainda tinha a minha habilidade, então não seria dividir? Eu não compreendia. Eu esperava que no futuro conseguíssemos descobrir.

— Eu acho que não vamos chegar mais a lugar nenhum, o que acham de irmos jantar? — Reid perguntou.

— Vamos — eu e Ayra dissemos juntos.

— Vou pegar minhas chaves — ela disse e foi em direção ao seu quarto.

— O poder da minha irmã com certeza não é algo tão simples assim — ele me disse com o cenho cerrado. Ele não queria dizer isso a irmã, era isso que eu sentia, talvez ele achasse que ela saber que o poder dela é muito mais que isso fosse ruim para ela. Ou vai saber, só Deus sabe o que ele estava pensando naquele momento, até porque nem Lina nem Ayra estavam ali para dizer.

— Eu também acho que não. Na verdade, acho que é muito mais que isso — eu disse, também vincando entre minhas sobrancelhas. Eu sabia na verdade que tinha que ser muito mais.

Ayra surgiu e nós sorrimos imediatamente, como se nada tivesse acontecido na ausência dela. Então eu me perguntei se ela estaria lendo nossos pensamentos naquele momento. Ela não me respondeu então, talvez, não. Fomos descendo e no elevador, segundo elevador que levava a todos os outros andares e não consegui mais aguentar e perguntei o que me incomodava:

— Ayra você lê os pensamentos com Lina?

Reid me olhou espantado, sua expressão me perguntava o que eu estava a perguntando, mas era uma dúvida válida.

— Eu posso, se é isso que quer saber, mas no momento não estou. Eu não acho que ler o pensamento das pessoas uma habilidade muito legal, então prefiro não a usar, somente em casos emergenciais ou curiosidade extrema, ou seja, raramente.

— Como você consegue simplesmente desligar? — eu perguntei.

— Não é nenhuma arte — ela riu — você não para de usar suas habilidades, eu vejo a minha da mesma forma. Quando eu não quero usá-la eu simplesmente não uso, ela só existe lá. E quando eu preciso eu a uso.

— Certo, perguntei porque não acho que a Lina possa desligar a dela.

— Faz sentido, vou perguntar a ela para saber se ela consegue.

Aquilo parecia uma dica, uma dica muito boa, se me perguntam, pois talvez isso fosse uma parte, ou não, da habilidade dela. Porque o que ela falou não era tão simples assim de se fazer. Quem dera desligar as habilidades, será que ela passaria pelo detector de habilidades sem apitar se as desligasse, ou talvez o desligamento também fosse uma habilidade e ela não sabia. Minha mente estava parando de funcionar, eu não estava entendendo mais nada.

— Ayra —

Eu sempre quis entender a minha habilidade, mas eu nunca a compreendi exatamente, eu não queria ser uma aberração maior do que eu já era, mas eu tinha certeza de que minha habilidade era muito mais do que só aquilo. Lógico, eu não queria contar a eles para eles não se preocuparem.

Fomos andando para o lugar, que chamarei de refeitório do hotel, apesar que eu acho que deveria chamá-lo de restaurante, só que não tínhamos gente demais para um restaurante de hotel? Então resolvi que ficaria com o nome refeitório, longe de ser perfeito, mas estava ótimo, não iríamos usar aquilo lá sempre.

Entrando no refeitório Lina se levantou e chamou a gente para nos sentar com ela, ela tinha guardado um lugar para cada um, nem mesmo Reid ficou de fora.

— Senti falta de vocês hoje — disse Lina.

— Peço desculpas — eu disse.

— Foi mal — disse Eyder.

— Desculpe — disse Reid.

— Tudo bem, mas terão que jantar comigo como minha cobrança.

Todos nós sorrimos e concordamos com a cabeça. Pegamos a comida e nos sentamos, conversamos agora sobre coisas fúteis, para relaxar um pouco. Eu ainda queria perguntar a ela e todos ali sobre o que estava me deixando pensativa, mas eu deveria esperar aquele momento feliz passar antes de perguntar isso é arruinar o tempo de todos.

Eu esperei e esperei, e esperei mais, quando já estamos na sobremesa, eu pensei: "é agora", mas minha voz para esse assunto não saiu. Acabou que tínhamos conversado só sobre coisas boas, mas nada que pudesse ser colocado na categoria de importante. Só que foi muito engraçado, principalmente o meu irmão que ficou bravo com Lina.

— Mas como você não pode ver que eles formam um ótimo casal? — disse Lina para Reid.

— Ela é minha irmã.

— E daí que ela é sua irmã?

— E daí que eu não vou deixar qualquer um se aproximar dela.

— Desde quando Eyder é qualquer um. Você mesmo disse que ele é um dos melhores Ps, como pode dizer isso dele?

— Você não entende.

— Como não entendo, se nem um dos melhores você deixa namorar sua irmã, quem você vai deixar? E outra por que ela precisaria de sua permissão?

— Gente...

— Eu sou irmão mais velho dela, então óbvio que eu tenho que deixar — meu próprio irmão me cortou.

Eu olhei para Eyder que também parecia um tanto assustado com a conversa, e vendo que eu estava olhando para ele, ele me olhou de volta. Ele fez um sinal com o olhar apontando a porta, entendi ele queria que a gente saísse dali. Assenti e nos dois saímos de fininho da mesa, ninguém percebeu. E fomos para os sofás que os hotéis têm na entrada.

— O que foi isso? — ele disse.

— Ele não me deixou falar, me cortou, depois diz que tem algum direito sobre minhas escolhas.

— Mas eu nunca pensei que aqueles dois iriam discutir daquele jeito.

— Nem eu.

— Desculpa dizer isso, mas estou do lado da Lina na discussão.

— Então somos dois — eu disse. — Não tem como eu ficar do lado do meu irmão nisso. Ele está colocando a nossa ligação sangüínea na opinião dele sobre você.

Ele me olhou com os olhos arregalados, será que eu tinha dito algo estranho?

— Obrigado — ele disse com um sorriso de orelha a orelha, era um sorriso que me fazia deixar um batimento cardíaco escapar diferente. — Quanto tempo você acha que vai demorar até eles perceberem que não estamos mais na mesa?

— Está aí uma boa pergunta, não tenho ideia, mas se eles continuarem a discutir como estavam vai ser algo um tanto demorado.

— Acho que você tem razão — ele encarou no fundo dos meus olhos. Desviei o olhar, mas ele continuou me encarando.

— Por que você me encara tanto? — a pergunta saiu da minha boca antes mesmo que eu pudesse pensar em impedi-la.

— Porque você é a pessoa mais bela que eu já vi em toda a minha vida, é como se eu olhasse a pintura de uma deusa pendurada na parede, mas ao invés de uma pintura é como se a própria deusa tivesse decido dos céus para conversar comigo — ele desviou os olhos e tampou a boca, acho que ele também soltou sem querer. Mas não consegui deixar de sentir o calor subir em minhas bochechas, estava esquentando, nessa hora eu sabia eu parecia um pimentão. Mas quando olhei para ele percebi que não era só eu.

Foi neste momento que Lina e Reid apareceram na porta e perguntaram juntos:

— O que aconteceu com vocês?

Lina não conseguia esconder um sorriso safado em seu rosto, já Reid parecia horrorizado com a cena. Isso que não tinha nada demais, eram duas pessoas sentadas afastadas e com um único problema os rostos como pimentões. Ainda que eu estivesse muito feliz pelo que ele tinha falado, mesmo que tivesse sido da boca para fora, ainda que não parecesse.

— Vamos para o quarto, já passa das nove da noite — disse meu irmão, ele estava com uma voz autoritária. — Eyder, amanhã de manhã quero que venha comigo — vi Eyder engolir em seco — mais pessoas com habilidades especiais estarão chegando e quero que me ajude já que ainda está neste hotel.

— Sim, senhor.

— Agora vá dormir, e Lina você também, a partir de hoje você dorme sozinha no quarto, Ayra já foi realocada.

— Ok, mas nossa discussão não acabou.

Lina não parecia tão abalada pela voz de Reid quanto Eyder ficou.

— Vamos Ayra — disse Reid.

Eu fui com ele, mas acenei para os meus amigos, Lina e Eyder que acenaram de volta.

***

Entrei no meu quarto, sem dúvidas ele era simplesmente maravilhoso, mas o que eu mais amava nele era a janela que ia até o teto, nunca tive o privilégio de ver as belas coisas. E agora parecia que estava tendo privilégios demais, mas eu estava feliz com isso, fazia muito tempo que eu não me sentia assim. Tomei um banho demorado, depois me deitei na cama, eu não tinha sono, mas isso não era um problema, porque agora eu podia assistir ao céu até eu me cansar de ver as estrelas.

E foi isso que fiz até meus olhos se fecharem por conta própria.

— Eyder —

Eu ainda não acreditava que eu tinha dito aquilo para ela, lógico que nada daquilo era mentira, mas eu estava morrendo de vergonha, e Lina tinha tentado tirar de mim o que aconteceu o caminho inteiro do elevador. Por sorte consegui me livrar dela sem dizer nada, o que achei que não conseguiria de maneira alguma.

Ela tinha ficado tão vermelha, mas o que ela disse antes me deixou em choque, fiquei muito feliz por isso, aquele momento eu já tinha total consciência de que eu realmente gostava de Ayra. Me deitei na cama e tentei fechar os olhos, mas hoje quem não estava cansado era eu, a insônia era minha, e eu sabia que se descesse ela não estaria lá, isso eu tinha certeza.

— Se eu descer lá vou encontrar tudo quase vazio — eu disse para mim. Como se fosse uma forma de me segurar na cama — ela não vai estar lá.

Ela ficaria lá, onde pode ver as estrelas e ainda sim ter o conforto de uma cama. Queria estar lá com ela, principalmente para saber como ela estava, mesmo que estávamos juntos a pouco tempo atrás.

Meus olhos se fecharam sem problemas, não conseguia nem imaginar o quão difícil é para Ayra só tentar fechar os olhos, esperava que um dia ela não tivesse mais esse problema.

— Ayra —

Eu abri meus olhos e... estava escuro, pânico se instaurou no fundo de meu peito, eu não conseguia pensar direito, eu tinha medo, medo de voltar a não poder enxergar de novo, medo de perder a única coisa que eu sabia que conseguiria me proteger, a minha habilidade. Se eu não podia ver a minha habilidade não poderia funcionar, isso era óbvio, afinal eles me mantinham vendada. Eu precisava abrir meus olhos. Achava que era um pesadelo.

Não era.

Olá pessoal, como estão? Trouxe mais um capítulo fresquinho para vocês!

Quais são suas teorias sobre as habilidades da Ayra? O que vocês acham que é? Vocês acham que eles estão certos? Acham que pode ser mais coisa do que só isso?

O que acharam da briga de Lina e Reid? Em qual time vocês estavam? E o que acharam do final deste capítulo? O que vocês acham que aconteceu com a Ayra?

Não esqueçam de curtir e comentar para eu saber o que estão achando! Esse feedback faz toda a diferença para mim!

Como prometido aqui está a curiosidade!
"Você sabia que no começo Ayra não teria a mudança para o cabelo branco, somente os olhos dela iriam ser brancos e seu cabelo seria castanho"! Gostaram da curiosidade?

Bom final de semana e até sexta-feira que vem!

Continue Reading

You'll Also Like

80.4K 6.7K 22
8 cientistas descobriram uma forma de tornar os seres humanos diferentes . Mas,para saberem se a experiência daria certo, eles teriam de sacrificar...
3.6K 603 21
Dizem que a beleza modesta, longe dos olhos de qualquer um, é aquela mais linda. Um pensamento que não se encaixa no Reino de Âmbar. Um reino onde o...
469K 54.4K 38
• Livro 1 da Trilogia Escarlate Quando dois dos quatro grande impérios entram em guerra, as coisas tendem a mudar drasticamente. Haylock, a brilhant...
15.1K 9.7K 48
Lizlee Deskran é uma garota que nasceu e viveu em Leeland - a capital do novo mundo, conhecido como Lizma - até o ano 6240 (4.180 anos após um fenôme...