SOS 7053

By imbigoXxX

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Decreto nº 7.053 de 23 de Dezembro de 2009 Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e... More

1- Situação de Rua
2- Ninho
3- Senhor Morgado
4- Filhinha
5- Pai dos meus filhos
6- Bicho do Mato
7- Tutela
8- Semente de Melancia
9- Diaba
10- Os dez mandamentos
11- Sushi
12- Piu Piu
13- A curiosidade matou o gato
14- Sapecada
15- Mamães
16- Tortura
17- Se prepara
18- Casamento de fachada?
19- Capoeira
20- Nossa Casa
21- Coisa Feia
22-Desencontros
23- Picolé
24- Provocação
25- Mount Everest
26- Incêndio
27- Segredos
28- Confiança
29- Nós
30- Você achou sua mãe!!!
31- Dez Pragas do Egito
32- Sinto na barriga
33 - Abandono
34- Kate???
35 - Química!!!
36- Diógenes
37- Pessoa certa na hora certa
38- Estresse
39 - Explodir
40- In another life
41 - Vou estar aqui
42 - Surpresa
43 - Ame sua família
44 - Meu Sol
45 - Perfeita
46 - Cara de .....
47 - Acrobacias
48 - Quero ela
49- Perder Tudo
50 - O fim
Epílogo

BÔNUS - Meninos catarrentos

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By imbigoXxX

HEEEEEY

Ok, eu tive um pouquinho de vontade de chorar só de abrir a página de edição de SOS hahaha

Esse bônus é um presente, mas também é uma forma de agradecer o marco de um milhão de visualizações na fanfic, é um número tão grande que eu nem sei mensurar, um milhão de vezes que alguém decidiu abrir um desses capítulos, que loucura, obrigada!!!

Espero que gostem e que matem um pouco da saudade das minhas filhas.

Talvez os que têm a memória muito boa acabem percebendo que existe uma parte de safadeza que eu já tinha postado na estória normal e depois apaguei, mas alguém reclamou muito então está de volta aqui. Não se preocupem, também tem safadeza inédita e eu vou tentar não apagar mais, é que eu fico com vergonha HAHAHAHAHA

Boa leitura, beijinhos da Imbigo!!!

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Camila Cabello 22 de Junho de 1825 – Hampshire (perfeitamente satisfeita. ps: eu sei que vocês sentiram saudades)

Olá, queridos leitores. Eu perguntaria como vocês estão depois de tanto tempo, mas como sou uma mulher misericordiosa, não vou entrar nesse assunto já que nas próximas páginas vou discorrer sobre minha vida perfeita com meu lorde delicioso e isso vai gerar certas comparações nada vantajosas para alguns de vocês.

Naquela manhã acordei com vários beijinhos sendo distribuídos por meu pescoço e braços fortes me puxando da cama até estar deitada no peito de Lawrence. Era incrível que ele sempre acordasse estupidamente lindo. Eu era a pessoa que pelas manhãs estava completamente amassada e de olhos inchados remelentos, enquanto ele acordava com todo o charme do mundo e apenas se tornava mais belo ainda com aqueles cabelos bagunçados caindo pela testa.

-Bom dia, minha linda esposa. – Ele desejou sorridente, beijando meu rosto com carinho. Seu amor tão intenso quando eu parecia um animal atropelado realmente fazia com que minha confiança atingisse picos inimagináveis.

-Bom dia, meu marido. Algum motivo especial para me acordar tão cedo? – Perguntei com um sorriso sugestivo, levantando as mãos até conseguir segurar seus seios nas palmas que não chegavam a ser suficientes para tê-los por inteiro. Meu marido peitudo era um deleite e tanto.

Suas sobrancelhas escuras subiram e um sorrisinho envergonhado tomou seu rosto perfeito. Ele era tão lindo, às vezes eu queria morrer de beijá-lo.

-Sua ideia parece ótima, mas nós prometemos que levaríamos Rebeca para o condado, ela quer participar das festas. – Oh, como é bom ser uma mãe....

-Festas tão cedo?

-Sim, minha esposa, as festas de garotinhas de cinco anos de idade são bem cedo. – Ele devolveu me apertando em um abraço esmagador. Seus braços fortes ao meu redor daquela forma me deixavam animada de uma maneira que não era muito indicada se precisávamos levantar e nos arrumar.

-Sabe, quero ver o mar. Podemos ver o mar? – Perguntei repentinamente, mudando completamente de assunto.

Lawrence piscou algumas vezes, seus cílios longos e escuros fazendo todo um show em minha frente ao beijar sua pele leitosa. Como eu disse, delicioso.

-É claro que podemos, minha vida. Nós podemos fazer tudo o que você quiser. – Ele confirmou. Seus olhos verdes chegavam a brilhar, ele gostava muito de quando eu tinha vontade de fazer coisas, talvez pelos anos que eu tinha passado doente. É claro que eu já havia explicado que as coisas não estavam mais daquela forma e que ele não precisava mais agir como se fosse um milagre e uma necessidade urgente que eu tivesse tudo o que eu queria, mas ele sempre me ignorava e continuava a me mimar.

Eu adorava, é claro.

Sentia-me adorável ao ter todas as minhas vontades sendo atendidas. Um marido apetitoso disposto a atender meus desejos mais endiabrados era tudo que eu não merecia, mas ainda assim tinha pedido aos céus e felizmente havia ganhado.

O mundo nem sempre é justo e eu adorava quando ele era injusto a meu favor.

Por favor, querida leitora, não faça essa cara de inveja tão crua, lembre-se que teoricamente você tem certa preferência por mulheres, deixe meu lorde em paz.

-Vou conversar com Bruno para que faça todos os preparativos. Apenas precisamos voltar para Londres no próximo mês, então podemos ficar uma semana ou duas, o que você quiser.

Sorri, o beijando nos lábios de leve.

-Vou perguntar se Helena tem interesse em levar as crianças e então te informo quanto tempo vamos ficar. Você vai entrar na água comigo? Quero ficar agarradinha com você!

-É claro que vou, sabe que adoro ficar agarrado com você em qualquer lugar. Porém, não nesse momento, vamos levantar antes que Rebeca venha aqui nos tirar da cama, aposto uma carroça que ela a essas horas já se encontra totalmente pronta e ansiosa, parece ter a mesma paciência que você.

-Que mentira, sabe que nem é possível que ela puxe coisas de mim.

-Acho muito interessante que quando eu menciono que ela possui algum defeito seu, você me responde com isso, mas quando se trata das qualidades elas são todas milagrosamente puxadas do seu sangue.

-É claro que sim, meu marido. Todo mundo sabe que ela apenas deixou de ser tão horrivelmente feia e se tornou uma menininha linda quando começou a se parecer mais comigo. O mesmo se repete para todas as qualidades, inclusive a inteligência, se ela dependesse de você eu teria dó da pobrezinha... – Soltei, observando Lawrence arregalar os lindos olhos verdes, completamente ofendido.

-Camila??? Está me chamando de burro? – Perguntou com um biquinho chateado, franzindo as sobrancelhas pretas.

Ohh, ele era definitivamente bobinho e lindo do jeito que o diabo e eu gostamos.

-É claro que não, meu amor. Você é tão inteligente que se casou comigo, acontece que eu sou mais e inteligência é algo que todos desejam em abundância.

Eu o beijei uma outra vez e finalmente levantei da cama, sorrindo para forma como meu marido ficou me encarando com a maior cara de bobo, ele poderia até achar ruim, mas não havia como mentir, em questão de inteligência eu dava sete voltas enquanto ele estava na primeira.

Como teríamos que ir ao condado, minha arrumação me custou mais tempo que a de Lawrence. Há muito havia aprendido que se eu me vestisse de uma maneira altiva o suficiente, as pessoas se tornavam mais propícias a perdoar minhas falas inadequadas. Havia algo na aparência de riqueza e poder que tornava as pessoas milagrosamente mais dispostas a aceitar meu temperamento.

Quando desci as escadas, Lawrence e Rebeca estavam prontos e a minha espera. Minha menininha como sempre estava linda, com um vestido de tom rosa cheio de rendados e camadas que a deixavam parecida com um bolo.

-MAMÃE, MANDE O PAPAI PARAR COM AS CÓCEGAS, VAI AMASSAR MINHA ROUPA!!! – Sua voz fininha gritava em desespero enquanto meu Lorde a perseguia pela sala. Quando eu cheguei perto o suficiente ele conseguiu pegá-la no colo a jogando para o alto e enchendo de beijos enquanto a pequena protestava entre risadas escandalosas.

-PAPAI!!!

-Lawrence, você está desfazendo o penteado dela.

-Eu faço um mais bonito em segundos. – Ele respondeu desdenhoso, sem nunca parar de beijar o pescocinho gordo de Rebeca.

Bastardinho safado, sempre se aproveitava de seu talento para arrumar Rebeca em segundos. Enquanto eu tinha que lutar até mesmo para fazer um penteado simples, ele conseguia habilidosamente juntar os cabelinhos escuros nos mais lindos arranjos que nunca falhavam em tirar suspiros admirados das pessoas.

-PAPAAAI. – Rebeca voltou a protestar quando ele a segurou de cabeça para baixo, pelos tornozelos gordinhos.

-O que disse, meu amor? Não estou conseguindo entender aí de baixo, precisa falar mais alto.

-O senhor vai amassar o meu vestido, Lorde Reece vai perceber.

-E o que tem aquele melequento perceber? – Eu perguntei, abaixando até conseguir encarar minha filha de sua posição de cabeça para baixo. Suas bochechinhas generosas coraram mais ainda e um sorriso envergonhado surgiu no rostinho perfeito.

-Temos que estar lindas perto dos meninos. – Ela respondeu sem hesitação me causando dores inimagináveis no coração. Arregalei os olhos olhando daquela pestinha para meu marido, ele apenas negou com a cabeça com um sorriso tranquilo no rosto, parecia não se importar. Como nossa pequena filha de cinco anos já falava sobre agradar meninos horríveis e ele não ligava nem um pouco?

-Quem anda te ensinando essas maluquices? – Eu perguntei incomodada, a resgatando das mãos de Lawrence para finalmente colocá-la de pé. Para meu horror ela passou segundos ajeitando o vestido no corpo além de tocar delicadamente o cabelo escuro tendo certeza de deixá-lo o mais arrumado possível.

-Tia Helena. – Finalmente respondeu. Helena era um demônio, ela não superava o fato de apenas ter colocado meninos no mundo e estava empenhada em transformar minha filha em sua bonequinha pessoal. Tudo bem que eu não media esforços no sentido de transformar os filhos dela em verdadeiros demônios, mas não era justo que ela achasse que apenas por eu me juntar a eles para fazer danações, que ela podia simplesmente transformar minha menininha em mais uma desmiolada em busca de aprovação masculina.

-Pois tia Helena está doida, o certo é tratar todos os meninos muito mal e apenas vestir o que for da sua própria vontade. – Eu orientei, mantendo a expressão séria o suficiente para ela pensar que eu estava dando uma orientação real. Lawrence me olhou com um sorriso suspeito e negou com a cabeça. É claro que o ameacei com o olhar conseguindo que ele se afastasse sem estragar meus planos.

-A senhora tem certeza, mamãe? – Rebeca perguntou confusa, piscando lentamente.

-Tenho sim, querida. Trate todos eles como se fossem uma praga indesejada.

-Mas a titia Helena disse para ser gentil e graciosa perto dos meninos.

-Titia Helena não sabe de nada. Confie na mamãe.

-Mas um dia quero me casar. – Ela devolveu com aquela expressão decidida que com toda certeza tinha aprendido comigo, mas com melhoras, é claro, o que em mim soava como impertinência e teimosia, ela conseguia fazer com doçura, mantinha suas opiniões com uma vontade ferrenha sem realmente incomodar ninguém, como um bichinho manhoso que convence com maciez.

-Então confie na sua mãe, afinal, eu consegui encontrar um marido perfeito. Não acha seu pai absolutamente impecável em todos os aspectos?

Ela arregalou os olhos, assentindo com a cabeça várias vezes.

-Pois então faça exatamente como a mamãe está ensinando, é a forma correta de tratar os meninos.

Rebeca ainda me encarava desconfiada, seus olhinhos verdes brilhando em minha direção em perfeita harmonia com os cabelos escuros ao redor de seu rostinho rosado.

-Falo sério, sua tia Helena não sabe de nada, precisa seguir os meus conselhos afinal eu consegui casar com seu pai que é absolutamente lindo e um Duque, seu tio é um homem muito bom, mas se olhar para ele e para seu pai vai entender que a mamãe entende muito mais sobre conquistar meninos.

Rebeca abriu a boquinha com os olhos arregalados, seus olhinhos não demorando a procurar o pai pela grande sala. Por segundos ela o encarou enquanto ele sorria ao conversar com Bruno e então ela voltou a se focar em mim.

-A senhora está certa, mamãe. Vou fazer do seu jeito. – Ela garantiu, apertando a boquinha de um jeito que sempre fazia quando estava convicta sobre algo. Eu sorri largo o suficiente para iluminar toda a sala, adorava ser mãe para enganar minha filhinha.

-Camila, eu sei que sempre está com fome então pedi que separassem alguma comida para seu café da manhã, precisará comer na carruagem ou vamos nos atrasar ainda mais.

Eu resmunguei um pouco, apenas para não perder o costume, mas me apressei para a carruagem. É claro que comi o suficiente para que todo o sangue do meu corpo se concentrasse na digestão de forma que ficasse mais tragável a convivência com todos aqueles insuportáveis da alta sociedade. Com o meu cérebro lento demais para me importar com o que eles diziam, eu podia simplesmente me agarrar ao braço de Lawrence e sorrir ocasionalmente quando alguém falava qualquer barbaridade ao meu redor.

-O que foi que você fez com o meu anjinho? – Helena já apareceu reclamando, segurando a mãozinha gorda do meu sobrinho mais novo. William havia acabado de completar um ano e era a coisinha loira mais linda do universo.

-Ele parece perfeitamente bem, não é titia? – Me fiz de desentendida, mesmo sabendo que ela falava de Rebeca.

-Estou falando de Rebeca, seu demônio. Até ontem ela era a menininha mais educada e graciosa de todo o condado e agora acabo de testemunhar ela socando duas vezes o filho do conde.

-Ohhh, que orgulho do meu bebê. Ela puxou a mim.

-O que é uma tragédia.

-Minha filha tem cinco anos, Helena. Não quero ela preocupada com a opinião de garotos.

-Você quer que ela os soque, eu sei.

-Parece mais adequado. – Respondi na lata, pegando William no colo. Ele não entendia o que discutíamos, mas parecia muito animado ao acompanhar a conversa, sorria e batia palminhas entre eu e a mãe. Quando o peguei e segurei em meus braços fui agraciada com um beijinho molhado na bochecha e uma risadinha animada.

A babá parecia aflita ao nosso redor, eu sabia que ela deveria ficar horrorizada com meus modos e de minha irmã por sempre fazermos questão de realmente participar da criação dos pequenos, mas quem poderia nos julgar, aquelas eram coisinhas muito amáveis, eu tinha que segurá-los perto do coração.

-Quer ir a praia conosco? Eu e Lawrence decidimos passar uma ou duas semanas no litoral, fale com meu cunhado e me dê notícias. – Helena pareceu confusa com a mudança brusca de assunto, mas acabou assentindo em concordância. Ela também apreciava passar alguns dias no mar. Apreciava tanto que uma semana depois estava com os três filhos e o marido se juntando a Lawrence, Rebeca e eu na pequena viagem.

-Papai, é verdade que mamãe o conquistou o maltratando? O filho do conde não pareceu muito feliz quando eu o soquei na barriga. – Rebeca falava tão delicadamente enquanto estava sentada no colo de Lawrence que nem parecia discorrer sobre socar meninos.

Meu marido olhou para a filha com desconfiança e depois olhou para mim com os olhos levemente cerrados, eu apenas sorri descarada, balançando as sobrancelhas.

-Bom, de certa forma sim. – Ele começou, movendo os cachos de Rebeca para trás das orelhinhas pequenas com carinho. – Mas o que sua mãe provavelmente quis dizer é que quando chegar o momento, você não vai precisar se esforçar tanto para chamar a atenção dos garotos, basta que seja você mesma, o homem certo vai perceber que é uma jóia preciosa e ficará ansioso para cortejá-la e se casar com você.

-De verdade, papai? – Rebeca perguntou com emoção, suas bochechinhas rosadas queimando.

-É claro, meu amor. Você é uma mocinha linda e educada e quando for mais velha será uma mulher incomparável, os rapazes vão brigar pela sua atenção. Não precisa se preocupar em ser ou fazer coisas para agradá-los, eles é que vão precisar se preocupar em fazer o contrário, precisa saber desde agora seu próprio valor, é muito preciosa, a mais preciosa de todas, você merece todo amor do mundo e merece um homem que entenda isso, certo?

-Certo, papai. – Rebeca concordou, deitando a cabecinha no peito de Lawrence com um sorriso bobo nos lábios.

-Quando essa pessoa certa aparecer, será natural para você isso de agradá-lo. Veja sua mãe, ela é uma mulher um tanto bruta, mas sempre está me mimando, isso é por ela me amar, quando você amar alguém vai querer ver essa pessoa feliz sem que isso pareça uma tarefa chata a se cumprir.

Rebeca soltou uma risadinha, concordando com a cabeça.

-A mamãe sempre dá beijinhos no senhor que o deixam vermelhinho. – Ela soltou animada, fazendo Lawrence sorrir, beijando-a na cabeça.

-Sim, eu a amo e ela também me ama, um dia você achará alguém assim e será tão feliz quanto eu e sua mãe.

Eu quase chorei.

Tudo bem, meus olhos encheram de lágrimas e algumas derramaram um pouquinho. Ele era realmente um ótimo pai e sabia falar as coisas certas para nossa pequena, era difícil não se emocionar diante de tal cena.

Rebeca se deu por satisfeita e acabou cochilando nos braços de Lawrence e eu aproveitei para deitar a cabeça no ombro do meu marido, recebendo beijinhos ocasionais até que o cocheiro avisou que tínhamos chegado.

Lawrence fez questão de alugar uma casa enorme que pertencia a um de seus conhecidos, era grande o suficiente para nós e para a família de Helena que vinha na carruagem logo atrás. Quando eu desci, seus pestinhas já corriam pelo quintal, com exceção de William que ainda era muito novinho e dormia no colo de minha irmã.

-TITIA. – Dois demoniozinhos loiros gritavam, pulando ao meu redor. Obviamente eu comecei a pular com eles pegando um de cada vez para jogar para cima. A primeira vez que o fiz Helena quase desmaiou, mas meu cunhado a tranquilizou enquanto eu me mantinha ocupada maltratando aquelas coisinhas irritantemente lindas.

-Vamos brincar de espadas.

-Não, vamos brincar de corrida de cavalos.

-Que tal se formos para a praia? – Sugeri com um sorriso, os dois gritaram alto e Helena resmungou, mas não disse nada. Dois quartos de hora depois estávamos todos caminhando pela areia com os pestinhas correndo enlouquecidamente e até mesmo William tão pequeno parecia querer se juntar a bagunça. Seu rostinho inchado de sono se animava ao ver os irmãos se divertindo.

Eles amaram tanto que nos próximos cinco dias brincar na praia foi tudo o que fizemos e em nenhum deles eles pareceram perto de perder as energias, estavam sempre correndo e pulando.

-Por que meus filhos não podem ser assim? – Helena perguntou desanimada, observando Rebeca andar cuidadosamente, segurando a mão de Lawrence enquanto ria dos primos. Ela era sempre tão tranquila que eu tinha preguiça.

-Porque se fossem não seriam meus sobrinhos, é claro. – Respondi sorridente, rindo quando um animalzinho loiro capotou na areia com direito a perninhas gordinhas para o ar e tudo.

-Ohh, Edward, tome cuidado! – Helena exclamou, correndo em socorro do filho que nem se deu ao trabalho de chorar, ele gargalhava com a testa vermelha e os cabelos cheios de areia.

Meu cunhado não dizia nada, mas eu via como ele parecia orgulhoso de seus filhos tão energéticos, havia algum orgulho masculino em ter garotinhos fortes e ativos. Helena não entendia, mas eu via que apesar de todo o trabalho, aquilo era o que deixava o pai realmente cheio de alegria.

-Vou entrar na água com ela enquanto ainda há um pouco de sol. – Lawrence me avisou, segurando Rebeca no colo.

-Não fique muito se estiver muito gelada. – Orientei com preocupação. Rebeca adorava água gelada, vivia enfiada no lago de casa com o pai, mas mesmo assim eu temia que acabasse doente, então sempre dava o mesmo conselho aos dois que me olhavam com travessura e risinhos teatrais.

Fiquei de longe observando meus dois amores e os três mini amores que os seguiram para a água. William ia no colo de Lawrence por ser muito pequeno e os outros dois estavam agarrados as mãos de Rebeca enquanto Helena gritava como uma louca próxima ao limite da água.

Lawrence e as crianças brincaram por vários minutos e até me chamaram para participar, o que neguei, depois de tantos dias de água gelada e ventania eu estava muito feliz em continuar sentada na areia apenas observando. Quando eles voltaram, tremendo um pouco, eu orientei que os pequenos fossem embora com as cuidadoras para tomarem banho e trocarem de roupa e Helena e o marido decidiram ir também.

Lawrence e eu ficamos, adorávamos o por do sol na praia e faltava muito pouco para que conseguíssemos assisti-lo aquele dia.

-Tem certeza que não vai congelar de frio? – Perguntei com preocupação, encarando meu marido em suas roupas molhadas. Ele negou com a cabeça e até deu uma corridinha ao meu redor alegando que aquilo era o suficiente para se aquecer.

Eu ria de sua bobagem quando percebi um casal a alguns metros também o observando, meus olhos foram rápidos em detectar cada detalhe do corpo do meu marido procurando qualquer coisa que pudesse denunciar sua condição. Por mais que usasse uma camiseta grossa de mangas e um calção que ia abaixo dos joelhos, o fato de estar molhado me preocupou.

Entretanto, não havia nada que o denunciasse, seus peitinhos estavam bem escondidos e por mais que fosse um grande gostoso, ninguém podia o acusar apenas por isso.

Lawrence percebeu meu olhar preocupado e parou sua brincadeira, olhando em volta com preocupação. Seus dedos passaram pelos cabelos molhados que iam até os ombros e logo percebi seu corpo encolher por inteiro. Odiava aquilo, odiava que ele tivesse que ser tão amedrontado por algo natural que tinha nascido com ele.

-Algo errado? – Ele perguntou com as sobrancelhas franzidas, vindo sentar ao meu lado.

Neguei com a cabeça, passando os braços por seu corpo sem me importar que estivesse molhado, o beijei na bochecha com carinho, tentando tranquilizar sua preocupação.

-Nada, é só aquele casal que está olhando demais para você, principalmente o homem, fiquei com medo que houvesse algo aparecendo, mas não se preocupe, não há nada.

Lawrence assentiu, buscando o homem com os olhos que ao ser notado acabou corando e desviando o olhar. Minhas sobrancelhas levantaram e eu pisquei lentamente.

-Ohhh. – Falei baixinho. Lawrence me encarou em dúvida e eu sorri, evitando olhar naquela direção outra vez.

-Acho que ele está atraído por você. – Sussurrei, segurando o rosto de Lawrence que arregalou os olhos verdes e até tentou olhar outra vez, mas eu não deixei, precisava disfarçar.

-Isso é absurdo.

-Não acho, se existem mulheres que gostam de mulheres também devem existir homens que gostam de homens. Eu conheço aquele olhar, eu tenho aquele olhar quando te vejo.

-Mas Camila, isso é loucura. – Lawrence murmurou todo eriçado.

-Você é lindo, não deveria ficar tão surpreso. – Falei dando de ombros, arriscando olhar para o homem de antes. Ele queimava Lawrence com os olhos e eu tive que sorrir, era engraçada aquela situação. Sem qualquer vergonha fiz questão de puxar o rosto do meu marido o beijando com mais vontade do que deveria em público, sua mão apertando minha cintura e meus dedos se perdendo em seus fios molhados.

Não ousei olhar na direção do desconhecido outra vez, esperava que aquela demonstração fosse o suficiente para que entendesse que o meu lorde era lindo e apetitoso, mas era apenas meu.

Quando um convite misterioso em papel preto chegou a nossa casa aquela noite pelas mãos de um mensageiro que não quis se identificar e assinado como "observador da praia" percebi que ele tinha entendido algo completamente diferente do que o que eu quis dizer.

-O que diz aí? – Lawrence perguntou todo desconfiado, ele ficava tão fofo quando bravo.

"O belo Adonis e sua amada Afrodite estão convidados a conhecer o submundo e seus deliciosos pecados.

A senha é passion, tudo que acontece no submundo, fica no submundo"

Li para Lawrence, mostrando o verso do pequeno papel com um endereço e a data de dois dias a partir dali.

-O que diabos isso significa? – Lawrence resmungou. Eu mordi os lábios com um sorriso. Eu podia ver claramente seu incomodo com tudo aquilo, mas não conseguia deixar de achar engraçado. O homem havia ficado tão encantado com meu marido que tinha se arriscado a enviar um bilhete.

-Que ele está querendo e está sabendo como pedir. – Respondi com um sorriso que fez Lawrence franzir o rosto com uma careta.

-Impossível. – Ele estava tão bravo que as bochechas tomavam um tom vermelho.

-Isso me faz questionar como se dá os encontros amorosos entre homens, consigo visualizar a coisa entre mulheres afinal é possível usar as mãos e a boca, dedos são perfeitamente suficientes. Mas o que acontece com os homens? Também podem usar a boca, porém, além disso, eles batem os membros um no outro? Isso não parece muito fácil e prazeroso.

Depois de cinco anos de casados, Lawrence ainda se escandalizava com minhas perguntas. Seus olhos verdes estavam a ponto de cair do rosto.

-Camila.....

-O que foi? Estou curiosa sobre essa briga de espadas.

-Bom....suponho....suponho que é possível....você sabe.....usar.....a parte de trás....

Meus olhos arregalaram e a realização brilhou em minha mente, é claro que era aquilo, Lawrence às vezes era muito esperto, ou talvez apenas tivesse acesso a conversas que eu não tinha como mulher.

-É daí que tira essas ideias? Fique sabendo que nunca vou deixar você fazer isso comigo. – Reclamei de olhos cerrados. Lawrence tossiu envergonhado, parecia querer fugir, se fazia de santo como se não fosse o mesmo que quando estava todo animado me pedia coisas absurdas como aquela.

-Há muito que entendi isso. – Ela soltou com as bochechas vermelhas.

-Certo, certo. Mas voltando ao assunto, preciso admitir que estou muito curiosa. – Meus olhos provavelmente brilhavam de um jeito perigoso. Quando Lawrence se arrepiava e chegava a afastar assustado, era porque eu o olhava daquele jeito que ele descrevia como "maníaco".

-Você não está pensando em ir, não é? – Ele parecia preocupado e acabou estremecendo quando torci a cabeça para um lado com um sorriso endiabrado.

-Vai dizer que não está nem um pouco curioso para saber o que é o submundo e os seus pecados? – Perguntei animada. Havia um selo e eu percebi que o mensageiro carregava mais de um convite em seu pacote. Aquele não era um evento pessoal, era quase uma organização e eu estava curiosa para saber o que acontecia.

-Não, Camila.

-Podemos ir apenas para ver como é, não precisa fazer nada, apenas estou curiosa.

-Não adianta, não vou.

Dois dias depois eu e Lawrence parávamos com uma carruagem alugada, para não sermos identificados, bem em frente ao endereço no papel. Meu marido murmurava e grunhia dizendo que não era uma boa ideia e eu tinha meus olhos ampliados observando as pessoas entrarem discretamente no local. Homens, mulheres, casais, todo tipo de gente ia entrando, todos com roupas discretas e os rostos praticamente cobertos.

Eu havia enfiado máscaras no rosto de Lawrence e no meu e estava feliz ao perceber que isso não seria um problema, com grande animação puxei meu marido para fora e caminhamos até a entrada que estava guardada por dois homens enormes.

-Senha? – Um deles murmurou com a voz grossa, sem olhar em nossa direção. Busquei o papel rapidamente e me surpreendi que as palavras antes ali tivessem simplesmente sumido. Eles eram bons em manter segredos, adorei.

-Passion. – Falei baixo, por sorte ainda lembrava, apenas queria ler para ter certeza.

O homem abriu caminho, então caminhamos por um corredor preto e escuro de alguns metros até acabarmos em um salão amplo bem iluminado. Uma banda de instrumentos de cordas tocava em um palco ao lado, havia mesas espalhadas por todo lugar, pessoas uniformizadas distribuindo bebidas e comidas, e o mais chocante, havia homens se beijando pelos cantos, mulheres sentadas no colo de outras mulheres e até mesmo grupinhos de três pessoas trocando carícias em público sem se importarem com as pessoas ao redor. Até tirei minha máscara para enxergar melhor.

Era chocante.....e empolgante.

Havia muita gente por aí com desejos ocultos e isso me fazia sentir menos diferente.

Talvez funcionasse para Lawrence também, seus olhos verdes estavam arregalados totalmente focados em uma figura tão distinta. Era talvez um homem, seus cabelos curtos e peito masculino o indicavam, mas ele se vestia com roupas femininas, peças minúsculas, com meias rendadas subindo por toda coxa e maquiagem forte no rosto para suavizar seus traços masculinos.

A pessoa ria e se insinuava, rebolando para um homem que parecia muito interessado em tocar e beijar sua pele.

Eu superaqueci, escondendo o rosto no peito de Lawrence sem saber ao certo como reagir a tudo aquilo. Nós andamos um pouco mais, tomando um lugar em um banco vazio, ocasionalmente alguém se aproximava tentando iniciar conversas que nós dávamos um jeito de dissuadir, ninguém ali parecia realmente interessado em apenas conversar e eu não estava interessada em dividir meu lindo marido.

-Isso é inesperado. – Eu disse baixinho, observando um casal alguns metros adiante trocando beijos. Eram dois lordes conhecidos por Lawrence que eu nunca teria imaginado em tal situação. Meu marido também parecia chocado, sua boca rosada aberta e as bochechas vermelhas ao extremo.

Aquelas eram as mesmas pessoas da alta sociedade que sempre estavam interessadas em julgar a vida alheia e acusar jovens solteiras por apenas conversarem com rapazes. Era insano pensar que faziam isso de dia e durante a noite se enfiavam em lugares como aqueles para praticar atos inimagináveis.

-Lawrence... – Sussurrei de olhos arregalados, apontando para salas no andar superior. As pessoas subiam aos casais e pelo que pude ver até em grupos. Dava para imaginar o que fariam ali, eu apenas não entendia como era possível que subissem aos montes, o que se faz com um grupo tão grande de pessoas em apenas um quarto?

Cada homem só possui uma coisa feia e cada mulher só possui uma intimidade para abrigar uma coisa feia, o que as outras pessoas ficavam fazendo enquanto isso? Talvez beijos? Talvez eles se ocupassem com as outras pessoas? Mas o que acontecia se estavam em um número ímpar? Alguém apenas observava? Isso não parecia muito divertido.

-Acho que quero ir embora. – Meu marido falou baixinho, eu sorri de seu rosto assustado e estava para concordar, afinal tinha saciado minha curiosidade, quando um homem avisou que estavam nos esperando em uma sala privada.

Eu e Lawrence nos olhamos e eu sabia que ele queria negar e ir embora, mas me vi caminhando atrás do homem em questão.

-Camila....

-Amanhã estamos indo embora da cidade, meu amor. Não custa nada ver o que é que eles tanto fazem por aqui.

-Já sabemos o que eles fazem. – Ele respondeu rígido, passando os braços ao meu redor quando uma mulher aleatória deslizou os dedos por meu ombro, sorrindo sedutora.

-Só precisamos ouvir o que vão falar, ainda tenho algumas dúvidas. – Eu respondi, subindo as escadas com animação. Fomos até o terceiro andar que parecia muito mais tranquilo e sofisticado que os outros dois. As salas privadas possuíam uma decoração elegante, eu olhava tudo admirada quando nosso guia parou em frente a uma porta e a abriu, indicando que entrássemos.

Eu soltei um gritinho assustado quando demos de cara com um quarto enorme e uma cama de dossel com uma mulher completamente despida deitada bem no meio. Ela sorriu do meu susto e se sustentou nos cotovelos, mordendo os lábios ao encarar eu e Lawrence. Sem qualquer pressa procurou algo para vestir, passando pelos ombros a grande capa que foi amarrada em sua cintura fina.

Quando eu pensei que não poderia ficar mais estranho, uma risada masculina chamou minha atenção para o canto do quarto onde um homem parecia muito a vontade sentado em sua poltrona. Não usava blusa, mas pelo menos mantinha as calças

-Vejo que o submundo assustou um pouco vocês. – Ele murmurou com sua voz forte e grave. Lawrence mantinha o braço ao redor da minha cintura de maneira protetora e foi apenas quando o homem o olhou com tanto desejo que eu percebi que se tratava do mesmo que tínhamos visto na praia.

O homem vestiu uma camisa de botões deixando alguns abertos e nos chamou para sentar a mesa ao canto que estava repleta de comida e bebidas variadas.

-Olá, nós somos..... – Comecei a me apresentar ainda sem jeito quando o homem me interrompeu.

-Não é necessário apresentações, nós preferimos assim, aqui nossos nomes não importam, os títulos não importam, nenhuma das regras da sociedade valem algo no submundo. – Ele comentou com um sorriso misterioso enquanto eu tomava um lugar a mesa e Lawrence continuava em pé atrás de mim. Ele não parecia disposto a baixar a guarda.

-Certo, e do que se trata esse convite? – Perguntei o óbvio, levantando o pequeno bilhete em mãos. As sobrancelhas do homem levantaram e ele pareceu um tanto agitado, jogando um olhar preocupado para a mulher que se cobriu um pouco mais de maneira instintiva.

-Nunca estiveram em um encontro do submundo? – Ela perguntou em dúvida, com certa aflição. Eu e Lawrence negamos, os dois ao nosso redor escureceram a expressão, nos olhando com preocupação.

-Peço perdão pelo engano, a forma como reagiu na praia me fez pensar que talvez já conhecessem nossos costumes de outra cidade, pareceu um convite. – Ele explicou, fazendo a mulher sorrir sem jeito, ela era muito bonita, o tipo de beleza que atrai olhares com facilidade. E tinha seios enormes, eles ainda piscavam em minha memória de momentos antes.

-Convite? – Lawrence perguntou desconfiado, ele nem ligava para a mulher linda bem em nossa frente, isso me deixava um pouco envergonhada, meu marido era menos pervertido que eu.

-Sim, um convite, sua esposa nos olhou e depois trocou carícias pouco usuais para algo sendo feito em público, nós pensamos que talvez ela quisesse fazer um pouco mais em um local privado como esse. – A mulher explicou, recebendo os olhos de Lawrence pela primeira vez. Mas os verdes eram tão frios que ela franziu o cenho, não deveria estar acostumada a receber tão pouca atenção de um homem, ainda mais depois de aparecer nua para ele.

-Eu entendi que você ficou interessado em meu marido, não estava fazendo um convite, estava mostrando que ele é meu. – Expliquei com um sorrisinho que fez o homem de capelos pretos espessos me encarar com uma expressão diferente. Estava desconfiado, mas não abandonava o sorriso no canto dos lábios.

-Nós não temos dúvidas de que ele é seu, nem temos intenção de mudar isso. Apenas achamos que uma noite de diversão seria bem vinda, eu e minha esposa não ficamos interessados apenas nele, ficamos interessados em vocês, queremos os dois. – Ele respondeu com segurança, me queimando com os olhos escuros. Mãos seguras apertaram com mais força meus ombros e eu olhei para cima percebendo a tensão no corpo do meu marido.

Lawrence ficava mais incomodado a cada segundo e eu sabia que era hora de ir embora.

-Desculpe, acho que foi tudo um mal entendido. – Ele respondeu com segurança, começando a me puxar para fora. A mulher franziu ainda mais o cenho, fazendo um biquinho ao lançar um olhar desapontado para o marido.

-Agora que vocês estão aqui, por que não experimentar? Eu posso dizer que sua esposa parece curiosa. – O homem tentou com uma expressão um pouco urgente, a mulher pegando a deixa, levantou de seu lugar aproximando de mim como um animal felino em busca de uma presa em potencial.

As costas de Lawrence estavam tensas, mas ele parou sua caminhada, me olhando em dúvida.

-É isso o que quer? – Ele perguntou com seriedade, eu estava prestes a responder que não quando a mulher de antes aproximou, passando as mãos pelas costas de Lawrence e eu apenas encarei aquilo tentando entender como me sentia. Ela se virou para mim e tocou os próprios seios por cima do tecido fino e eu entortei a cabeça em dúvida.

Era uma visão bela, mas eu não sentia muita coisa, apenas certa curiosidade. O fato de que ela tocava Lawrence sem tirar os olhos de mim fazia com que eu não me sentisse muito ciumenta, apenas um pouco, era diferente, eu não sabia ao certo como reagir, não estava esperando algo como aquilo, não com tanta pressa. Pensei que em um primeiro momento eles apenas iriam querer conversar para nos conhecer melhor, era um pensamento um tanto inocente, considerando o ambiente ao nosso redor, mas era o que eu conhecia do mundo. Em minha cabeça era necessário um período de cortejo antes de tentarem alguma liberdade. Eu estava preparada para vê-los cortejando Lawrence, apenas por diversão, aquilo de tocar e partir para a ação era outra história.

Olhei para meu marido procurando algum indício do que ele sentia em seus olhos, estavam sérios e vazios e eu podia dizer que ele não estava gostando, quando abri minha boca para dizer que iríamos embora vi os verdes queimarem em ira e me assustei com mãos grosseiras puxando minha cintura por trás em um tranco que me tirou um gritinho.

Lawrence avançou no homem o empurrando para longe de mim e ele pareceu se assustar e ficar confuso, mas os olhos estranhamente olhavam com mais desejo ainda para meu marido.

-Você gosta de um pouco de brutalidade? Minha esposa não aprecia muito isso, mas nós podemos deixar as garotas se divertindo enquanto tentamos do nosso jeito. – Ele ofereceu, fazendo Lawrence bufar em confusão enquanto eu tentava prender o riso.

Sem esperar por uma resposta o homem baixou as calças se revelando horrivelmente nu. Repito, querida leitora, HORRIVELMENTE NU.

Eu acabava de descobrir que o membro de Lawrence era a coisa mais linda do mundo, aquilo sim era horrível, tão feio que eu senti o jantar voltar por meu tubo digestivo ameaçando sair em forma de vômito. Quando ele andou na direção de Lawrence, percebi que meu marido compartilhava da minha opinião, o homem deu dois pulos para trás, horrorizado ao extremo com a visão.

-VISTA SUA ROUPA, SEU DEMÔNIO. – Gritou bravo, fazendo o animadinho finalmente se encolher para longe, subindo as calças.

Eu definitivamente precisava intervir e nos tirar daquela situação.

-Vocês dois precisam me perdoar, mas acho que meu marido não está se sentindo muito bem, vamos precisar ir para casa apesar da oferta generosa de vocês.

-Agora que estava ficando divertido? – A mulher perguntou com um biquinho, me encarando com desejo. Eu ri sem graça e assenti, puxando Lawrence pela mão.

-Esperem, vocês precisam prometer que nunca vão falar sobre nada do que aconteceu aqui ou sobre o clube, nós os convidamos por pensar que já entendiam as regras, não podemos arriscar que vire uma fofoca, sabemos quem são e podemos tomar medidas caso abram a boca. – O homem ameaçou, se recompondo. Eu podia ver que ele estava desapontado e preocupado em grandes medidas e entendia seu caso, eu também tinha um segredo que poderia complicar muito minha vida e seria capaz de defendê-lo com unhas e dentes.

Lawrence, por outro lado, franziu as sobrancelhas, seu rosto tomando um tom forte de vermelho. Estava irado.

-Está ameaçando minha família? – Perguntou baixinho, sua voz perigosa. Depois do que tinha acontecido com seu pai ninguém realmente podia chegar ao meu redor ou de Rebeca sem que ele se assemelhasse a um garanhão selvagem. Havia virado um homem superprotetor e eu precisava garantir que ele não sairia atirando em qualquer um que me olhasse de lado.

-Ora meu amor, ele apenas quer manter o segredo. – Falei para meu bravinho, voltando a encarar o casal antes de continuar. – Eu posso garantir que não falaremos nada, estivemos aqui também, afinal. Não seria bom para nossa reputação que alguém soubesse, podem ficar tranquilos, desculpem o mal entendido.

Fui rápida em tirar Lawrence da sala e depois puxá-lo até a saída do local, desconfiava que ele tinha tido o suficiente para o mês. Estava todo calado e de expressão fechada.

-Você queria ter ficado com eles?...ter....feito..... – Ele nem mesmo conseguia falar e eu o olhava preocupada.

-Não, querido, estive o tempo inteiro tentando dizer para irmos embora. – Garanti, tentando o tocar quando entramos na carruagem, mas ele apenas se esquivou desconfiado.

-Mas você ficou apenas olhando quando aquela mulher me tocou! – Devolveu com o cenho franzido.

-Eu fiquei um pouco sem reação, não era o que eu esperava, sabia que estavam interessados em você, mas não pensei que já estariam esperando com tais intenções, é uma realidade muito diferente da nossa, me assustou um pouco e me deixou intrigada ver a situação se desenrolar. Você também deixou, ficou totalmente parado.

-Eles não ficaram interessados apenas em mim, queriam você também e te desejavam, pare de falar como se fosse só comigo. E se eu não reagi é por que eu estava esperando sua resposta, estava esperando que dissesse que não queria. – Ele devolveu frustrado. – Mas quando aquele homem te tocou não consegui ter tal paciência e força de vontade, agora imagino que você talvez tivesse permitido que isso fosse até o fim e não sei o que pensar sobre isso.

-É claro que não, Lawrence. Você está supondo coisas.

-Estou, mas baseado em fatos, eu vi em seus olhos que não estava totalmente incomodada com a situação, não esteve em momento algum, você diz que alguém me olha com desejo e acha de bom tom aceitar o convite da pessoa e depois aceitar ir a um quarto privado tudo em nome da curiosidade, talvez não seja apenas isso, talvez fosse desejo, é isso? Queria estar com outras pessoas?

Pisquei em confusão, não havia pensado daquela forma em momento algum, estava genuinamente curiosa. Talvez tivesse ido longe demais por ser imprudente e agir conforme meus instintos nada regrados, mas aquilo não tinha a ver com desejar outras pessoas, parecia até estranho em minha cabeça que ele pensasse assim, apesar de entender o que estava o fazendo ter tais ideias.

-Você é um homem com seios e eu sou uma mulher que gosta disso, eu queria ver o que há além de nós, o quão diferente as pessoas podem ser em privado, queria ter certeza que não estamos tão sozinhos nesse mundo. Hoje nós vimos homens beijando homens, mulheres beijando mulheres, pessoas com roupas diferentes, casais que desejam estar com outros casais, talvez para você não faça tanta diferença, mas para mim faz, e eu não sei o motivo, a única pessoa que eu conhecia que é um pouco como nós é Normani e agora eu sei que existem muitas, uma organização inteira. Eu não desejo outras pessoas, não assim, mas gosto da ideia de saber que existem outras por aí além de nós. Desculpe se demorei demais para nos tirar daquele quarto.

Expliquei sem jeito, percebendo que Lawrence não tinha engolido muito bem minha explicação, mas pelo menos parecia um pouco mais tranquilo.

Aquela noite ele dormiu no canto da cama e quando acordamos pela manhã ele ficou muito calado, apenas arrumando o necessário para nossa viagem de volta. Até Rebeca percebeu seu comportamento estranho, perguntando o que tinha acontecido com o papai e eu não pude explicar, escolhi dizer que ele não tinha conseguido dormir direito, não era uma total mentira, ele ficou rolando pela cama a noite inteira.

Lawrence fez toda a viagem muito calado, não deixou de receber nossa filha em seu colo, até tentou brincar com ela, mas não foi como na viagem de ida, seu humor era completamente diferente.

Meu coração apertava no peito tão forte que eu tinha um pouco de vontade de chorar, estava com raiva de mim mesma, por qual motivo eu precisava ser tão absolutamente curiosa? O que diabos eu queria aceitando aquele convite bobo? Eu tinha um marido perfeito e uma filha mais que perfeita, deveria estar perfeitamente satisfeita com tudo, mas ao invés de pensar nisso eu havia insistido em ir para aquele evento idiota e agora Lawrence não conseguia nem mesmo olhar em meu rosto.

Quando chegamos em casa ele me ajudou a descer da carruagem com Rebeca, mas não demorou a sumir em passadas rápidas nas escadas da entrada depois de avisar que precisava de um banho, nem mesmo me chamou para o acompanhar, eu adorava estar aconchegada em seu colo dentro de uma banheira.

Suspirei com um biquinho, dando atenção a Rebeca que não parava de tagarelar sobre como tinha sentido falta de seu quarto e seus brinquedos. Subi para o quarto da minha filha, dispensando sua cuidadora para que eu mesma a ajudasse com o banho.

Ela sempre adorava quando eu a ajudava com o banho então exibiu seu lindo sorriso de dentes miúdos e se jogou em meus braços com animação. Estava na fase falante, não fechou sua boquinha um segundo sequer, o que normalmente me enlouquecia, mas naquele caso foi providencial, pois evitava que eu pensasse em seu pai e em como ele estava bravo e magoado comigo.

-Mamãe, por que não posso participar dos bailes ainda?

-Porque é muito nova, meu amor. Bailes são para adultos chatos que nos obrigam a acabar com a graça de dançar por termos que usar aqueles vestidos enormes e desconfortáveis, difíceis de respirar. – Rebeca riu da minha fala, seus olhinhos brilhantes levando a sério tudo que eu falava.

-Eu gosto de vestidos enormes.

-É claro que gosta. – Respondi, revirando os olhos.

-Será que podemos fazer um baile de crianças com meus primos, titia Helena, o titio e o papai, então vou poder usar um vestido enorme e dançar valsa. – Sorri de sua empolgação, chegava a ter as bochechas rosadas ao pensar nas possibilidades. Como ela podia gostar tanto de tudo que eu tinha odiado quando mais nova, começando por meninos?

-É claro que podemos, seu pai vai adorar organizar isso e sua tia Helena também. – Respondi rendida, negando com a cabeça ao vê-la bater palminhas animadas.

-Oh, será esplêndido.

Sorri toda derretida, beijando minha filha nas bochechas. A sem vergonha aproveitou que eu me inclinava para a banheira e acabou me puxando para dentro, fazendo com que eu caísse com roupa e tudo, gargalhando alto do meu rosto indignado.

-A senhora precisa tomar banho comigo, mamãe. – Explicou com inocência fingida quando a encarei com seriedade.

Sem mais o que fazer, acabei assentindo. Ela não era tão impertinente, acontece que eu e Lawrence dávamos liberdade para aquele tipo de brincadeira e ela não os enxergava como desrespeito, então achava que estava tudo bem.

E bom, a verdade é que estava, eu adorava brincar com meu pedacinho de amor.

Livrei-me das roupas molhadas e pedi a minha acompanhante que fosse em meu quarto buscar novas. Depois disso nós duas tomamos banho juntas, rindo como bobas. É claro que eu afundei o rosto de Rebeca na água uma porção de vezes, nada que fosse afogá-la, apenas o suficiente para me vingar de sua brincadeirinha.

Ela adorava ser judiada, gargalhava alto com sua risada de bebê sempre que voltava sem ar com seu rostinho vermelho e molhado.

Não demorei muito mais com o banho a ajudando a se vestir e a essa altura já haviam preparado uma refeição para ela na mesa em seu quarto. A acompanhei, saciando a fome que eu nem sabia que estava. Era engraçado que os modos de Rebeca fossem mais polidos que os meus, ela comia como um Lady, com seus pequenos dedinhos segurando os talhares cuidadosamente e sua coluna reta não vacilando um centímetro. Enquanto isso eu estava sentada na cadeira com a coluna torta, os pés para cima em um outro móvel, usando as mãos para comer o pão quentinho que provavelmente tinha sido assado ainda aquele dia.

Logo após terminarmos e ela fazer sua higiene, a ajeitei em sua caminha, estava cansada da viagem então sugeri que dormisse cedo aquele dia para que pudesse acordar cedo no dia seguinte para começar a organizar seu baile de crianças. Ela aceitou com entusiasmo e me beijou carinhosamente antes de deitar e pedir que eu a abraçasse e deitasse um pouquinho com ela.

Assim eu o fiz, abraçando seu pequeno corpinho com carinho, meu peito aquecido ao segurar meu pequeno mundo em meus braços, totalmente segura. Muitas vezes eu me pegava pensando no quanto foi complicado todo o processo até chegarmos aquele ponto.

Rebeca havia sido concebida de maneira cruel, há anos luz de distância da minha realidade e mesmo assim de alguma forma havia acabado se tornando minha filha, nós tínhamos conseguido nos encontrar mesmo diante de tantas dificuldades porque ela era minha, eu precisava dela e ela de mim.

Pensando nisso eu a apertei mais forte e antes que pudesse perceber acabei adormecendo, acordando horas depois no meio da noite sem saber ao certo onde me encontrava.

O resmungar baixinho da minha pequena quando me mexi me fez recordar que estava com ela, em seu quarto. Deixei um beijo carinhoso em sua bochecha e cuidadosamente me afastei, quase gritando de susto quando olhei ao redor do quarto e dei de cara com Lawrence sentado em uma cadeira bem ao lado da cama.

-Que susto, Lawrence. – Resmunguei, enxergando apenas as sombras do seu rosto no quarto escuro.

-Desculpe, não era a intenção. – Ele respondeu sério, fazendo meu cenho franzir em confusão. Não demorei a lembrar das circunstâncias, recordando que ele estava chateado comigo. Engoli em seco, pendendo a cabeça para o lado sem saber ao certo o que falar.

-Fui colocar ela para dormir e acabei cochilando. – Sussurrei, explicando o motivo para não ter voltado para nosso quarto.

-Percebi. – Lawrence respondeu ainda muito quieto. Eu quis gemer de frustração, não gostava de vê-lo daquela forma, mas não sabia ao certo o que fazer para melhorar seu humor, eu tinha pedido desculpas e tentado explicar minha curiosidade, não sabia o que ele precisava, talvez fosse apenas tempo, acontece que eu não era das pessoas mais pacientes.

Sem dizer nada, ele aproximou, passando os braços por baixo de minhas pernas e costas, levantando-me em seu colo sem cerimônias e sem uma palavra. Sem mais o que fazer em me agarrei em seu pescoço, observando ele fazer seu caminho para fora do quarto de Rebeca e depois pelo corredor até a escada, descendo até nosso andar e indo diretamente para nosso quarto.

A expressão no rosto de Lawrence era tão séria que eu sentia arrepios por toda coluna ao olhá-lo de lado. Meus lábios chegavam a arder tamanha a intensidade que eu os mordia com ansiedade, queria saber o que ele estava pensando, só não achava muito seguro perguntar diante de sua expressão quase brava.

Lawrence entrou em nosso quarto e me levou diretamente para cama, me colocando no meio dos lençóis com cuidado antes de se levantar e começar a tirar as próprias botas dos pés, ao lado da cama.

Eu o achava estranhamente irresistível descalço, não sei se fazia muito sentido, era apenas um homem sem calçados, mas ficava tão sensual que eu me apertava toda o olhando.

-Você é minha esposa, dorme comigo. – Falou com seriedade, me mastigando com seus olhos verdes enquanto puxava as botas com certa brutalidade. Eu levantei uma sobrancelha, ficando apoiada nos cotovelos. – Se quiser dormir com Rebeca traga ela para cá.

Ele estava com ciúmes da nossa filha ou apenas ainda estava com ciúmes no geral?

-Eu sei, não queria dormir longe de você, apenas acabei cochilando sem perceber. – Expliquei com cuidado, mordendo os lábios ao vê-lo puxar as calças para fora do corpo deixando as cochas grossas a mostra para mim.

-Tudo bem, eu entendi, apenas estou avisando para que saiba. Não gosto de dormir longe de você. – Resmungou, puxando a casaca pelos ombros em um movimento rápido. Os músculos de seus braços ficando a mostra enquanto tinha os braços para cima desfazendo o rabo de cavalo que prendia seus cabelos.

Aquilo começava a me deixar completamente desperta. Seus seios não estavam presos como normalmente, provavelmente por ter tomado banho depois de chegar de viagem e ter trocado de roupa sem necessidade de escondê-los, considerando que não sairia mais de casa aquele dia. De qualquer forma, o importante é que eles estavam bem visíveis por baixo da blusa fina interior, era a única que ele ainda usava na parte de cima e era de um tecido branco, quase transparente, que deixava em evidência o contorno dos seios generosos e redondinhos, os mamilos intumescidos apontando quase a ponto de furar o tecido, o que enchia minha boca de água.

Delicioso, meu marido era delicioso.

Meu olhar descarado chamou sua atenção, em um segundo ele tirava suas roupas com seriedade e no outro grunhia baixinho arrepiando minha pele quando me olhou com tanto desejo cru e direto.

-Oh, Lawrence... – Suspirei satisfeita quando ele avançou em mim, segurando minha cabeça com as duas mãos para me beijar profundamente. Sua língua exigente invadiu minha boca com vontade, deslizando na minha e acordando cada terminação nervosa do meu corpo para suas vontades tão exigentes.

Seus braços rodearam minha cintura em um abraço exigente e sua língua se enrolava na minha naquele beijo profundo de revirar a alma.

Ele me queria com força e meu corpo parecia plenamente pronto para dar tudo que ele pedisse. Era uma resposta automática, quase instintiva, minhas pernas se abriram para receber seu corpo e meus músculos tensos pareciam totalmente prontos para seu toque.

-Você não precisa de mais ninguém, Camila. Não precisa ser tocada por ninguém além de mim. – Ele sussurrou em desespero quando afastou a boca da minha.

Então era aquilo? Lawrence realmente pensava que eu desejava outra pessoa além dele? Pensei que minha explicação tinha sido o suficiente para perceber que minha curiosidade não chegava ao ponto de querer ser tocada por outros ou até mesmo outras, mas a forma desesperada como Lawrence envolveu minha cintura e beijou meu pescoço, afastando as roupas sem se importar em abrir os botões que estouravam diante de seus puxões, deixava claro que ele ainda estava inseguro.

-Ora, meu amor, eu não..... – Minhas palavras se perderam totalmente em um gemido baixinho quando Lawrence liberou meu seio e o envolveu com a boca chupando com grande pressão enquanto apertava o outro com os dedos.

A dor de seus dedos me apertando somada ao prazer avassalador de sua língua experiente e molhada, me envolvia em uma sensação inexplicável. Minha coluna envergava fora da cama e eu me derretia embaixo de Lawrence, totalmente entregue ao seu toque exigente e desesperado.

Entretanto, quando gemi baixinho, roçando minha intimidade em sua barriga da forma que podia, ele pareceu perceber que as coisas estavam rápidas demais, já que afastou, fazendo um som de sucção muito forte quando soltou meu seio.

-Não, Lawrence... – Reclamei sem fôlego, tentando puxá-lo de volta para mim.

-Shhhh, tenha paciência. – Ele falou baixinho, beijando meu colo com mais delicadeza, uma mão sua segurava meu quadril com força impedindo que eu me movesse enquanto com a outra se apoiava em cima de mim sem me tocar com nada além dos lábios suaves.

Eu queria de volta o toque bruto e a urgência, queria que me tomasse com pressa que calasse o incêndio que me consumia por dentro.

-Você vai ter o que quer, apenas tenha paciência. – Ele disse em uma voz irritantemente controlada, beijando o espaço entre meus seios. Parecia inútil que ele adivinhasse meus desejos se não iria atendê-los.

Eu queria que ele voltasse a ser urgente, então o toquei em seus próprios seios enchendo as mãos com a pele suave e rosada. Seus olhos verdes voaram para os meus, eu sabia como tocá-lo, sabia provocar quando queria e mordi os lábios ao observar que atingia o objetivo ao ver suas pupilas tão dilatadas e entregues.

Lawrence subiu com o corpo até sua boca alcançar minha orelha, eu rodeava seus mamilos com o polegar e ouvia sua respiração acelerada bem em meu pescoço.

-Gosto quando me toca assim. – Ele disse com a voz rouca, me fazendo grunhir.

Eu o apertei mais forte e ele simplesmente roçou em mim me fazendo sentir seu membro rígido em minha coxa enquanto ele gemia baixinho em meu ouvido.

Aquilo era demais, meu cérebro chegava a estar nublado ao ouvi-lo daquela forma tão entregue a tirar prazer do meu corpo. Ele continuava a me tocar apenas com a boca e o movimento do quadril em minha coxa e eu sentia meu ventre apertar a cada vez que ele gemia baixinho só para mim.

Minhas mãos perderam as forças e Lawrence riu sexy, beijando o lóbulo da minha orelha.

Logo sua mão alcançou a minha puxando até colocar meu braço esticado ao lado da cabeça, Lawrence beijou meu braço até chegar ao pulso onde deslizou a língua com delicadeza lambendo com devoção, de primeira o assisti em confusão, mas logo a área sensível começou a gerar resultados, Lawrence lambia e mordia de leve deslizando os dentes pela pele fininha como se meu pulso fosse a coisa mais apetitosa que ele já havia tocado e eu me perdia em confusão ao sentir tanto prazer com seus beijos em uma área tão diferente.

Quando eu já gemia e me contorcia, Lawrence parou, passando por cima de mim e deixando um beijinho em meus lábios, indo até o outro lado de minha cabeça onde segurou o pulso da outra mão na intenção de fazer a mesma coisa que fez com o primeiro.

E eu me derreti e grunhi, perdida em observar seus lábios rosados beijando e fazendo sons que me acendiam enquanto beijava e mordia minha pele. Quando se deu por satisfeito, desceu até o fim da cama e fez o mesmo com meus tornozelos e a parte de trás dos meus joelhos.

Havia algo de muito erótico em ver suas mãos grandes e claras segurando minha coxa com tanta posse enquanto mantinha meu pé em seu ombro para ter livre acesso a parte de trás do meu joelho e o interior das minhas coxas por onde descia beijos ocasionais até me ter implorando por mais contato ao rebolar contra o nada.

-É tão linda. – Ele murmurava perdido, beijando minha coxa, sua língua arrepiando minha coluna enquanto eu me esforçava para manter os olhos abertos.

Eu sempre tentava manter os olhos abertos ao fazer amor com Lawrence, seu corpo me fascinava ao extremo, era uma parte considerável do meu prazer, além dos seus toques, eu simplesmente gostava de ver seus músculos flexionando com o esforço, sua pele marfim tomando tons de rosa, seus seios redondinhos se mexendo levemente de acordo com seu movimento.

Era deliciosamente ambíguo.

Tinha braços fortes com músculo evidentes, ombros largos e um colo delicado que dava dicas sobre os seios redondos e rosados tão cheios e suaves, o aspecto leitoso fazia com que eles atraíssem com força, como se tivessem sido feitos para estarem em sua boca e a isso se seguia sua cintura fininha e barriga atrativa com entradas fortes em formato de V que levavam diretamente para seu membro sempre tão pronto para mim.

Ele era espetacular e eu sempre estava interessada em devorá-lo com os olhos.

Por sorte ele parecia sentir o mesmo, sempre me olhava como se eu fosse impossível de desviar o olhar, me desejava ardentemente e beijava como quem queria me engolir e me desfazer em suas mãos exigentes.

Era fervente ser encarada com tanto desejo, me molhava apenas com seu olhar.

Lawrence finalmente subiu para meu seio e ele se encontrava tão sensível que seu beijinho casto quase foi o suficiente para me levar ao auge do prazer.

-Respire, querida. – Provocou, soprando o biquinho levemente. Enviava arrepios por todo meu corpo apenas com seu hálito quente e provocador.

-Oh, Lawrence, por favor. – Pedi em desespero, tentando empurrar seu rosto. Ele apenas ria, passando os dentes por minha barriga, sem pressa. Esperou que eu me acalmasse até voltar para meus seios que chupou com vontade, deslizando a língua em círculos pelo mamilo sensível, primeiro em um, depois no outro, mas sempre com delicadeza o suficiente para me manter na borda, sem nunca ultrapassar.

Ele já havia me feito chegar ao ápice dando atenção apenas aos meus seios antes, então sabia perfeitamente até onde ir sem deixar com que eu me perdesse.

Suas mãos faziam carinhos gostosos por meu quadril, às vezes descendo por baixo do meu corpo o suficiente para apertar minha bunda com vontade.

Meu corpo suado tinha vontade própria, sempre se contorcendo, tentando aliviar a pressão que Lawrence, o maldito, não parecia se importar.

-Lawrence, por favor....quero você dentro de mim. – Pedi em uma voz manhosa que o fez grunhir, finalmente cedendo.

Quase chorei de felicidade quando ele se ajoelhou entre minhas pernas levantando meu quadril o suficiente para o encostar em seu colo e em seu membro rígido.

Quase chorei de tristeza quando ele entrou lentamente demais me levando a loucura, ele sabia que se investisse forte isso seria o suficiente para me fazer explodir e eu odiava o fato de que ele sabia.

A posição era muito boa, eu sentia sua invasão roçando em minhas paredes internas alcançando os pontos mais sensíveis, o problema é que ele fazia questão de entrar e sair devagar, me dando prazer em parcelas desesperadoras. O fato de que segurava meu quadril o suspendendo no ar tornava difícil que eu fizesse algo a respeito.

Lawrence segurava meu quadril fora da cama e investia dentro de mim parecendo maior que o normal e a cada vez que ele entrava completamente eu acabava grunhindo baixinho de prazer.

Foi assim até que a pressão forte em meu ventre começou a ceder me fazendo tremer em suas mãos, sentindo meus dedos formigarem e meu cérebro esvaziar com o clímax lento, quase torturante. Eu soltava sons baixinhos, chamando por Lawrence, mas mesmo enquanto minhas paredes internas o mastigavam ele continuava a investir devagar.

Minhas mãos ardiam de apertar os lençóis e meu corpo todo suava enquanto os espasmos continuavam por vários segundos até que meu corpo desfaleceu na cama. Minha garganta ardia enquanto eu puxava golfadas grandes de ar tentando recuperar o fôlego que tinha perdido, aquilo tinha sido tão intenso que eu havia me esquecido de respirar.

-Preciso de mais. – Sussurrei quando finalmente consegui falar, eu estava a ponto de morrer, mas ainda assim me via desesperadamente ansiando por mais.

Lawrence não me negou aquela vez, suas mãos soltaram meus quadris na cama e seu corpo quase deitou em cima do meu quando ele se apoio nos cotovelos sem nunca sair de dentro de mim. Apenas aquele movimento me fez gemer manhosamente, quase em estado líquido para ele.

Meu marido sorriu safado, puxando uma das minhas coxas para cima de suas costas a fim de facilitar o movimento e depois realmente investiu dentro de mim com força. Eu revirei os olhos e tremi de corpo inteiro sentindo ele me tocar profundamente com movimentos precisos.

Não era rápido como eu queria, mas pelo menos era firme, forte o suficiente para me fazer ver estrelas, adorando o roçar dentro de mim.

Naquela posição sua virilha roçava em minha intimidade, massageando meu ponto de prazer enquanto seu membro o fazia por dentro. Seus seios também se amassavam nos meus, os mamilos se encontrando deliciosamente, e isso me saciava aos poucos.

Lawrence olhava bem em meus olhos, a testa grudada na minha, o peso do seu corpo confortavelmente fazendo pressão no meu. Sentia-me completamente vulnerável à força dele e isso não era ruim, era tão gostoso que eu me perdia em prazer adorando suas investidas que ganhavam mais velocidade a cada vez que ele entrava e saia.

A cama se movia levemente com nosso movimento e nossas respirações pareciam cada vez mais difíceis. Eu não me importava, não estava interessada em respirar quando sentia tanto prazer.

Puxava mais do quadril de Lawrence, incentivando seu movimento rápido enquanto eu mesma não parava de rebolar e investir para cima. Meus olhos queriam se fechar e o calor do meu corpo era quase insuportável.

-Mais rápido. – Pedi baixinho, antes de enfiar a língua em sua boca em um beijo desesperado que ele pareceu feliz em corresponder. Explorava minha boca com precisão, chupando meus lábios e me deixando ainda mais perdida em nossa intensidade.

Sua pele suave também estava suada e deslizava com facilidade pela minha enquanto ele se movia e eu o acompanhava com meus quadris investindo para cima cada vez mais rápido. Nós tínhamos um ritmo só nosso, um encaixe perfeito, de movimentos rápidos que se encontravam em sincronia. Até nossos gemidos baixos eram sincronizados e talvez nosso tempo também, quando minhas paredes internas começaram a se fechar com mais força ao redor dele, também o senti mais rígido e grosso o que intensificava o roçar a um ponto que me deixava derretida e em êxtase.

Explodi mais uma vez em um orgasmo intenso, deslizando as unhas por suas costas amplas enquanto Lawrence me beijava, engolindo meus gemidos.

Ele continuou a se mover enquanto eu me perdia em prazer, ouvi seu próprio gemido mais alto e as investidas rápidas de ritmo incerto até que ele se derramou dentro de mim, apertando meu corpo com força por alguns segundos, até normalizar a respiração e sair de dentro do meu corpo, sentando ao meu lado.

Meus olhos estavam fechados e eu estava jogada na cama, sem forças por alguns minutos. Até que algo me fez abrir os olhos com curiosidade, Lawrence voltou a me tocar e não era de maneira carinhosa como fazia depois de terminarmos, ele na verdade parecia decidido a me acender outra vez.

-Você ainda quer mais? – Perguntei chocada, o olhando. Ele assentiu levemente com a cabeça, apertando meu seio.

-Quero você. – Respondeu com a voz rouca, me queimando com seus olhos verdes. De repente todo o cansaço e esgotamento de segundos antes saiu do meu corpo, aquele homem ainda me mataria.

O puxei para um beijo e ele deixou seu corpo voltar a estar sobre o meu.

Lawrence desceu seus beijos pelo meu pescoço e colo, até passar pela barriga e logo se posicionar entre minhas pernas. Eu o observava com os cabelos selvagens pairando entre minhas coxas, era o homem mais lindo do mundo.

-Adoro seu cheiro e adoro ainda mais seu gosto. – Ele afirmou com intensidade, ameaçando me tocar ao chegar bem próximo de onde eu o queria.

Eu tremia de antecipação e tive que segurar a madeira da cama com força quando sua língua deslizou por minha carne sensível.

Não satisfeito, Lawrence usou os dedos para me expor ainda mais deixando cada terminação sensível ao alcance de sua língua. Ele soprou, beijou levemente, ainda me segurando totalmente aberta, e logo deslizou a língua em movimentos circulares.

Eu não conseguia dosar minhas reações, logo tentei fechar minhas coxas, mas seus braços fortes as abraçaram, mantendo minhas pernas abertas e quadris imóveis, totalmente dependente dele e de suas vontades.

Eu apenas perdia os dedos em seus cabelos pretos espessos, observando de cima seus lábios rosados deslizando por toda minha intimidade. As vezes ele descia me invadindo com a língua, às vezes subia massageando o pequeno ponto inchado que vibrava a cada vez que ele fazia pressão ou apenas chupava com vontade.

Quando ele entrava em mim com a língua era uma sensação tão intensa que eu temia acabar arrancando os cabelos de sua cabeça, pois não conseguia evitar puxá-los com força, mas ele não reclamava, apenas afundava mais o rosto entre minhas pernas movendo a língua com maestria.

O rosto de Lawrence já estava todo molhado quando eu grunhi, sentindo minhas coxas tremerem como nunca, antes do clímax forte que fez meu corpo inteiro sofrer espasmos impossíveis de conter.

Meu marido continuou com seus esforços, tomando cada gotinha de mim que deslizava para fora ao alcance de sua boca. Eu gemia baixinho, com os olhos fechados e o corpo em chamas quando senti seus dedos me invadirem investindo uma e outra vez nos pontos mais sensíveis do meu interior enquanto seus lábios continuavam seu trabalho na parte exterior.

Eu termia e o apertava internamente, delirando de prazer.

Quando tudo terminou, Lawrence continuou entre minhas pernas, beijando minhas coxas moles com carinho. Ele fez aquilo por vários minutos, enquanto eu estava esgotada, jogada na cama, o único indício de que eu ainda estava acordada eram minhas mãos passando levemente por sua cabeça e cabelos macios.

Passamos vários minutos naquilo, nossos toques preguiçosos, ele as vezes falando em voz baixinha o quanto eu era linda. Isso se estendeu tanto que em algum momento seus beijos em minhas coxas deixaram de ser carinhosos, meus quadris começaram a se mover e eu tive que abrir os olhos para o chamar para cima.

Quando Lawrence veio eu beijei seus lábios com vontade e logo o empurrei na cama para o ver sentado. Seu membro já estava gloriosamente rígido e eu sorri animada, o tocando com delicadeza que eu sabia que o mataria aos poucos. Meu polegar deslizando pela ponta e logo a mão inteira descendo pela extensão dura, fazendo Lawrence jogar a cabeça para trás grunhindo.

Também fiz questão de capturar seu seio com a boca, o mamilo suave deslizando em minha língua era tão gostoso que eu gemia apenas por poder chupá-lo daquela forma. Eu adorava aqueles seios, apertei com a mão que não estava ocupada e afundei mais o rosto na pele tão suave.

Era como seda em minha língua e quando eu chupava puxando com meus lábios eles assumiam uma cor rosada que me fazia querer mais ainda. Voltando a tê-los na boca repetidamente. Eu amava tanto aqueles seios, poderia passar um dia inteiro dando atenção a eles.

-Ohh, Camila... – Lawrence suspirava baixinho, perdido em sensações. Sua voz tão necessitada que me enlouquecia. – Quero você.

-Eu estou aqui.

-Quero mais, quero estar dentro de você. – Ele pediu, mesmo que apertasse minha cabeça em seu seio.

Eu afastei, o encarando, seu membro pulsando em minha mão sendo convidativo o suficiente para me fazer me fechar contra o nada.

Eu também o queria, desesperadamente.

Antes dele precisar falar mais qualquer palavra, me virei de costas para ele e sem cerimônias usei uma das mãos para posicioná-lo em minha entrada. Não era necessário mais nada, contando que eu já estava molhada o suficiente, dessa forma, apenas desci lentamente, fazendo questão de o olhar por cima do ombro.

-Fique quietinho. – Ordenei assim que o tive por inteiro dentro de mim.

-Tem certeza? – Ele perguntou em tom urgente. Não tirando os olhos de minha bunda que parecia atraí-lo muito quando estávamos naquela posição.

-Sim, eu quero ter você assim. – O avisei, cravando as unhas em suas coxas enquanto descia e subia lentamente.

Se Lawrence tinha alguma objeção, ela se perdeu completamente. Sua cabeça encostou na cabeceira da cama, enquanto ele gemia baixinho, me deixando livre para cavalgá-lo na velocidade que eu quisesse.

Senti-lo dentro de mim era indescritivelmente bom e poder rebolar da forma que eu quisesse e na velocidade que meu desejo pedisse, era muito divertido e prazeroso. Não que ele não deixasse que eu o fizesse, sempre deixava na verdade, o interessante daquilo era a ideia de que eu mandava e ele não podia fazer nada que eu não ordenasse.

Mesmo que as veias em seu pescoço quase explodissem, mesmo que suas mãos se apertassem e suas pernas tremessem de desejo, ele não podia se mexer porque eu disse que não queria que o fizesse. Apenas podia ficar quietinho, pois eu o queria daquela forma.

Ele era todo meu para que eu sentasse da maneira que eu quisesse.

E eu o fiz, lentamente, rápido, rebolando, quicando, tudo que me viesse a mente eu experimentava. Delirava de prazer a cada novo ponto sensível que eu descobria e apenas me deixava me perder nele, com os olhos fechados. Quando ele pedia com desespero para que eu deixasse ele fazer algo, isso me divertia ao extremo, tornando tudo mais gostoso ainda.

Parecia-me que podia passar toda uma vida fazendo aquilo, minha intimidade pulsava e parecia cada vez mais úmida facilitando ainda mais o movimento. Às vezes sentia Lawrence me acariciar pelas costas e bunda, mas ele não passava daquilo, deixando-me totalmente no controle.

-Por deus, Camila. A forma que você faz isso está me enlouquecendo. – Ele murmurou manhoso, segurando em minha cintura enquanto eu continuava a descer e subir incansavelmente.

Meus olhos reviravam e meu ventre parecia vibrar em regozijo. Aquilo era gostoso demais, tão bom que eu desconfiava que já estava arrancando a pele das coxas de Lawrence, tamanha a força que eu o apertava e arranhava, tentando descontar aquelas sensações de alguma forma.

Ele, no entanto, não reclamava. Apenas murmurava palavras de incentivo, gemendo baixinho, só para mim.

Fiquei naquilo até que finalmente comecei a me cansar, por mais que sentisse prazer em cada vez que ele entrava e saia, já me sentia tremendo de ansiedade para me aliviar de toda aquela pressão e fogo que me consumia internamente.

Passei a descer e subir cada vez mais rápido, sentindo o suor descer por minhas costas e os sons de nossas peles se chocando, ficando cada vez mais alto.

Eu sentia cada vez mais prazer, mas o problema é que parecia ficar cada vez mais longe de explodir em definitivo. Meu corpo tremia e minhas paredes internas se fechavam ao redor dele, mas nada parecia suficiente.

-Lawrence!!! – Ofeguei, totalmente fora de controle.

-Sim!!! – Ele respondeu em tom rouco, tão perdido quanto eu.

-Eu quero mais. – Pedi, sem saber ao certo o que mais eu queria. Eu apenas queria, queria tudo.

-Pode ter tudo o que quiser, apenas continue.

Desci e subi mais vezes, revirando os olhos de prazer, chegava a me sentir um pouco fora de orbita. Era tão bom que meu ventre começava a doer pela pressão insuportável e eu já não aguentava mais.

-Não...por favor...Lawrence...eu quero.... – Mesmo que eu não entendesse o que eu mesma queria, ele pareceu entender, pois logo se mexeu na cama sem sair de dentro de mim.

De repente eu não estava mais em seu colo, estava sobre meus joelhos e mãos e ele me segurava pela cintura com força.

-Parece que precisa de mim. – Ele murmurou convencido, rebolando muito lentamente. Inferno de homem, aquele não era o momento para aquilo.

-Lawrence...- Implorei, incapaz de ser minimamente teimosa, apenas queria que ele entrasse em mim com força até me fazer explodir em milhões de pedaços.

-O jeito que você está me apertando dentro de você, por deus, está tão desesperada. Nem com minha mão consigo apertar com tanta força.

Fechei os olhos completamente, deixando a parte dianteira do meu corpo deitar completamente na cama. Por mais que suas palavras me irritassem, elas me deixavam ainda mais desejosa, pois eu sabia que era verdade, eu o queria tanto que estava perdendo o controle do meu próprio corpo.

-Oh, meu amor, assim você parece tão rendida a mim. Seu corpo está implorando para me ter.

-Lawrence, vou te matar. – Murmurei raivosa, usando minhas ultimas forças para aquilo.

Meu ódio pareceu convencê-lo, pois saiu quase que completamente e logo entrou em mim de maneira rude e forte, fazendo meu corpo pular para frente. Era tudo que eu queria!!!

-Siiim, isso. – Murmurei baixinho, sentindo suas mãos me agarrarem com força pela cintura enquanto ele entrava e saia rapidamente.

Meu rosto se afundava e arrastava nos lençóis de seda, aquilo poderia me incomodar se eu não me sentisse tão bem. Lawrence entrava e saia do jeito que eu precisava para me satisfazer e eu aproveitava, o sentindo ir bem fundo dentro de mim.

Ele me apertava tão forte e me puxava com tanto vigor que eu não podia evitar de soltar pequenos gritinhos quebrados, adorando tudo aquilo. Era tão bom que meus dedos dos pés se retorciam e os das mãos apertavam os lençóis com todas as forças que eu possuía.

-Assim é bom o suficiente? – Lawrence perguntou entre as investidas fortes, eu apenas assenti com a cabeça e logo resmunguei quando ele parou de se mexer.

Sem que eu pudesse prever, um tapa soou pelo quarto e demorou alguns segundos para que eu me desse conta que havia sido em minha bunda. Não havia sido forte o suficiente para me machucar, ele nunca faria isso, apenas foi na força necessária para arder um pouco.

-Eu fiz uma pergunta. – Ele sussurrou em uma voz malditamente sexy, me fazendo estremecer dos pés a cabeça. O maldito estava me provando que eu era dele e meu corpo só respondia a ele. Para meu profundo desagrado, eu estava adorando.

Logo um segundo estalo se ouviu pelo quarto, do outro lado, deliciosamente ardido. Me fez fechar os olhos com força e gemer. Não queria gostar tanto daquilo, mas gostava, gostava e queria mais.

-Parece que alguém não está ouvindo direito, eu preciso te ajudar com sua audição, meu amor? – O terceiro estalo veio, me fazendo derreter e incendiar mais ainda. Lawrence já havia feito aquilo antes e sabia que eu gostava e me derretia.

-Oh, Lawrence. Está bom, muito bom, continue, por favor. Não ouse parar.

Então ele bateu três vezes em sequência, um pouco mais forte, fazendo meu corpo sacudir e se fechar mais ainda envolta dele. Aquilo era insanamente gostoso.

-Então me responda quando eu perguntar. – Ele falou em voz rude, arrepiando toda minha pele.

-É bom, muito bom. Eu quero mais, mais de você entrando em mim com força.

Meu pedido não demorou a ser atendido, ele voltou a se mover, parecendo mais energético que antes. A quem eu queria enganar, meu corpo era totalmente daquele homem, tudo, cada pequena terminação nervosa respondia a ele sem hesitar. Apenas ele podia me fazer sentir daquela forma.

Lawrence me segurou tão forte a partir dali, que quase erguia meu corpo fora da cama, enquanto continuava a entrar e sair. Eu não conseguia fazer mais nada, até os sons que saiam por minha boca cessaram, minha energia estava completamente focada em como era gostoso ser completamente dele.

Meu orgasmo veio forte e intenso, levando qualquer traço de racionalidade em mim. Ainda tentei me afastar de todas aquelas sensações, mas ele me segurou com força sem nunca deixar de investir forte, enquanto eu o molhava em meio ao prazer dilacerador.

-Eu adoro quando me aperta assim. – Lawrence dizia com dificuldade. Sua mão escorregou por minha cintura, me tocando entre as pernas sem parar de investir e antes que eu conseguisse respirar apropriadamente senti a pressão se construir outra vez.

-Ohh, eu vou ter outro orgasmo. – Falei em meio a um gemido desesperado, sentindo meu corpo inteiro tremer nos braços de Lawrence. Aquilo aconteceu uma e outra vez de um modo glorioso até que finalmente ele pareceu não aguentar mais, deixando de me tocar para apenas segurar em minha cintura investindo em um ritmo incerto que denunciava seu próprio desespero.

Gemi alto o chamando e apertando dentro de mim e logo Lawrence veio comigo, se quebrando em espasmos de prazer.

Nossos corpos cederam na cama, exaustos. Eu sentia como se meus membros não tivessem forças, até estava um pouco dolorida, mas definitivamente estava satisfeita. Meu coração batia ensandecido no peito enquanto eu me aninhava nele, que me abraçava com carinho. Beijando todo meu rosto de forma amorosa.

Lawrence estava deitado de bruços, sua bunda enorme a mostra, o que me fez rir, pensando em como era bom que eu também tivesse uma bunda generosa, bastava que seus seios fossem maiores que os meus, a bunda seria um absurdo.

-O que foi? – Ele perguntou com um sorriso preguiçoso e cansado.

-Estou feliz que sua bunda enorme não é maior que a minha. – Fui sincera, o fazendo gargalhar com força ao meu lado. Eu o encarava feliz, o amava tanto que doía.

-Agora que está mais calmo, quero deixar claro que eu nunca quis ninguém além de você, meu amor. Fiquei curiosa para saber a respeito do convite, mas quando descobri não me vi interessada no que eles tinham a oferecer.

-Não desejou aquela mulher? Eu vi como você a olhou. – Ele murmurou com um biquinho, suas sobrancelhas escuras fazendo uma linha reta.

-Eu a achei bonita e atraente, não vou mentir. Mas foi apenas isso, não queria realmente ter nada com ela, talvez se eu não tivesse você fosse algo que fosse chamar minha atenção, acho que é normal nosso corpo responder a pessoas que nos são atraentes, mas mesmo achando isso eu não queria nada, só quero você.

-De verdade? – Ele perguntou ainda duvidoso. – Meu orgulho me faz muito satisfeito em pensar que você não esteve com ninguém além de mim, mas também me deixa duvidoso, eu sei que nenhuma mulher me faz sentir como você faz, eu tive opções e me deixa doente pensar em estar com alguém que não seja você. O seu caso é diferente, você não teve opções, foi minha sem ser de ninguém e agora precisa continuar comigo.

-Eu não preciso, Lawrence, eu quero. Não precisei estar com ninguém para saber que o que eu tenho é mais do que o que eu poderia pedir, não é possível que ainda tenha dúvidas depois de quase me consumir há poucos minutos.

Lawrence deu de ombros, ainda inseguro. Esse homem só podia ser insano, eu estava sem forças para levantar os braços e ele ainda tinha dúvidas.

-Nunca achei outro homem atraente além de você, consigo perceber quando são bonitos, mas não me atraem. Com as mulheres até consigo ter certa atração agora, mas nada que possa se comparar e de qualquer forma tenho Kate, eu tenho tudo que preciso, não tenha dúvidas.

-De verdade?

-De verdade, meu amor. Eu prometo, você é mais que o suficiente, não se sinta mais inseguro.

Lawrence era muito bobinho, nem percebia que era e sempre seria o amor da minha vida.

-Bom, se quiser....se um dia quiser ir a um lugar como aquele, se for isso que vai te fazer feliz, vá, mas não me deixe saber sobre isso, invente alguma história, eu sou bobo o suficiente para acreditar, vá e faça suas coisas, mas volte para mim.

Eu realmente ri de Lawrence, ele parecia contrariado e mesmo assim me oferecia a opção. Que pedisse que eu fizesse sem que ele soubesse tornava ainda mais engraçado. Levantei a mão até tocar sua testa, deslizando os cabelos para o lado, seu rosto lindo me encarando de pertinho.

-Lawrence, você é um duque perfeito assim como foi um marquês, é ótimo para minha família, é o melhor pai que eu poderia dar para minha filha, é meu melhor amigo em todo o mundo, eu prefiro passar horas em silêncio com você do que estar com outra pessoa fazendo qualquer coisa, eu sou sua, não apenas meu corpo, meu coração é seu, ele quer você, mesmo em minha curiosidade eu estava segura porque você estava lá comigo, é o meu porto seguro, não desejo estar em qualquer lugar que não seja aqui. Eu te amo, homem bobo, não quero mais ninguém, quero apenas ser feliz ao seu lado.

-Eu também te amo tanto, Camila. Quero que sempre esteja feliz.

***

-Pelo menos você não tem esse problema, cariño. Eu dei para muita gente antes de dar para você e agora só quero você e seu pintinho gostoso. – Camila disse alegremente se deliciando com as bochechas rosadas da esposa. A de olhos verdes sempre iria corar diante de suas falas sem vergonha, não importava muito que fossem casadas há tanto tempo.

Ainda rindo, fechou o diário e subiu em cima da mulher que riu mais.

-Não fica com medo que eu fique curiosa sobre outras pessoas? – Ouviu Lauren perguntar cheia de risinhos, ela nem sabia disfarçar quando estava querendo provocar, chegava a ser fofa. É claro que não funcionou, rebolou sem preocupações no colo da esposa a beijando no pescoço, sempre ficava animada com aquele capítulo, mesmo que tivessem o lido dezenas de vezes ao longo dos anos.

-É claro que não, você é muito certinha para me trair e eu sei que sou a melhor, ninguém iria saber tratar esse pintinho como eu faço, vantagens de ser gostosa demais. – Camila respondeu com segurança, Lauren sabia que ela não brincava, estava mesmo falando sério.

O engraçado é que ela estava certa, não precisava experimentar para saber que nada chegaria próximo aquilo que sentia com Camila. A amava demais para ter prazer com outra pessoa e além de tudo sabia que ela era muito boa em fazer amor, Camila sabia como e onde a tocar, sempre sabia.

No outro dia as duas acordaram mais cedo do que seus corpos pediam depois de quase uma noite inteira sem dormir, Camila deu trabalho, resmungando e se escondendo embaixo das cobertas até Lauren falar as palavrinhas mágicas "encontro de Becca", fazendo a engenheira pular fora da cama como um foguete.

-O filha da putinha chega aqui que horas? Preciso amolar minhas facas. – Ela murmurou brava, marchando até o banheiro.

Havia demorado meses até convencê-la que Becca podia ir com o amigo ao cinema, mas mesmo que tivesse aceitado, temia que ela acabasse matando o garoto assim que colocasse os olhos nele. Não que não o conhecesse, é claro que conhecia, Becca e TJ eram amigos há três anos, desde que estudavam na mesma sala, elas conheciam a família do garoto, ele já havia ido a casa delas algumas vezes para fazer trabalhos escolares e mesmo assim Camila agia como se estivesse deixando Becca sair com um desconhecido e potencial traficante humano.

Um dia antes a viu em uma chamada de vídeo avisando a Helena e Bruno que o dia do juízo final tinha chegado e eles precisavam estar em casa para defender o bebê da família. Ela também tinha se juntado a Teresa e os gêmeos repassando as técnicas de tortura não criminosas que poderiam aplicar quando ele chegasse para buscar Becca aquele dia.

Becca tinha 16 anos aquela altura e Camila agia como se ela ainda fosse o bebezinho que um dia a chamou de mamãe pela primeira vez.

-Deus que me livre essas olheiras estão tão fundas que eu pensei que um panda tinha invadido a casa. – Helena debochou quando Camila apareceu na cozinha seguida de Lauren que apesar de não ter dormido tanto quanto ela parecia perfeitamente linda e com a pele brilhante.

-Isso se chama vida sexual ativa. – A engenheira respondeu sem qualquer vergonha, observando a loira fingir vômito enquanto a namorada Isabel ria baixinho ao seu lado.

-Vocês são velhas, parem com isso. – Helena murmurou com um biquinho, fazendo Camila encenar gestos obscenos com uma peta e uma salsicha. A loirinha olhava para aquilo totalmente enojada enquanto a namorada ria ainda mais, Isabel adorava Camila e não se escandalizava nem um pouco com o jeito peculiar da mulher.

-Camila, os meninos já estão descendo. – Lauren avisou para que a esposa parasse antes que as crianças invadissem a cozinha.

Camila escondeu as mãos atrás das costas e encarou a esposa com um sorriso culpado, vendo a de olhos verdes negar com a cabeça, focada em fazer o café. Diante disso, a engenheira se encostou na mesa apenas observando, sua esposa usava um vestido de tecido leve, bem justo na cintura e soltinho nos quadris que deixava sua bunda avantajada ainda mais em evidência enquanto ela se inclinava no fogão.

Ela era tão delicada e atraente que Camila suspirava e se derretia se perguntando se era normal que ainda fosse tão apaixonada. Sabia que amaria Lauren para sempre, mas em sua cabeça em algum momento aquela paixão avassaladora deveria ter passado, era o normal, estava mentalmente preparada. Acontece que nunca realmente aconteceu, é claro que às vezes estava cansada demais ou preocupada demais para pensar em tais coisas, mas bastava que sua mente assentasse um pouco para se ver como uma adolescente se derretendo por aquela mulher linda que tinha o privilégio de chamar de sua.

-Que foi? – Lauren perguntou com um sorriso tímido, coando o café com cuidado, tirava os olhos apenas para olhar em sua direção de vez em quando.

Camila negou com a cabeça a abraçando por trás, deixando um beijinho no cangote cheiroso que arrepiou os pelinhos de Lauren.

-Você é linda. – Falou baixinho, só para ela. Helena e Isabel pareciam preocupadas com o próprio namoro e com os próprios beijos.

Lauren franziu de leve as sobrancelhas e suas bochechas coraram entre vergonha e satisfação e isso apenas motivou Camila a deixar mais beijinhos por sua pele perfumada. As duas apenas se separaram quando a correria e barulheira dos terroristas ficou evidente e eles chegaram se atropelando na cozinha.

Beto e Arthur sempre estavam daquela forma, pareciam ter energia renovável e infinita naqueles corpinhos. Os cabelos escuros, pele caramelo e olhinhos claros davam para eles aspecto de anjinhos, mas bastava alguns minutos para ficar claro que eles seriam responsáveis pela terceira guerra mundial em poucos anos.

Eles tinham o nariz e boca de Camila, olhos e cabelos de Lauren, a engenheira tinha torcido muito para que a personalidade também fosse a da esposa, mas eles eram sua cópia e isso era preocupante, Beto dava alguns indícios de que ia se ajeitar, apesar de ativo era muito responsável e bonzinho com a família, Arthur acabaria com os cabelos que Helena não tinha levado durante o início da adolescência.

-Mamãe eu já sei como fazer ele chorar. – Os dois abraçaram Camila com força e falaram ao mesmo tempo, ocasionalmente faziam isso. Becca veio logo atrás, suas bochechas coradas ao saber exatamente sobre o que os irmãos falavam. O sorriso de sua mãe a deixava muito preocupada, quando Camila sorria daquele jeito nada de bom saía disso.

-Depois do café conversamos sobre isso, terroristas. Agora vão comer tudo. Bom dia, mi amor. – Camila disse, beijando a testa da filha com afeto, analisando-a com cuidado. Odiou o brilho nos olhos verdes, diabo de menino catarrento dos infernos.

Quando a campainha tocou sua atenção foi chamada, ainda estava chegando à sala quando um dos meninos abriu revelando Bruno e sua namorada sem sal. O garoto já era um homem, quase chegava aos 1,90 de altura com seus cabelos loiros espessos e olhos azuis profundos, mas ainda era seu garotinho.

Correu para abraçá-lo quase empurrado a água de cenoura que ele chamava de namorada para longe. Chuchu cozido com água morna tinha mais tempero que aquela menina, não sabia o que Bruno tinha visto nela.

-Oi, como estão as coisas por aqui, meu novo cunhado chegou? – Ele perguntou com sua voz grossa e tão masculina. Camila o empurrou para longe fazendo uma careta e Bruno riu da mulher, divertido com a irritação.

-Cunhado uma ova. – Ela reclamou, torcendo o nariz. Bruno riu mais, sua expressão preocupada para a forma como Camila olhou com desgosto para sua namorada antes de forçar um sorriso, nunca conseguia entender o motivo para a mulher desgostar tanto dela.

-Oi, dona Camila, fiquei sabendo que Becca anda beijando na boca, daqui a pouco vai precisar ter aquela conversa com ela.

Ok, às vezes ela pedia para levar uma cacetada.

Camila riu com rigidez, olhando em seus olhos e Bruno implorou sem palavras para ela deixar passar, o que a mulher fez com dificuldade, abraçando sua namorada sem vontade nenhuma.

Lauren logo puxou a garota para longe iniciando uma conversa para entreter a menina, sabendo que Camila não sabia disfarçar quando não gostava de alguém. Era bom que ela desgostasse de pouca gente ou estariam sempre em apuros.

-Olha, eu também sou bissexual que gosta de mulher e finge que homem não é nem gente, mas eu gostava mais do seu antigo namorado. – Murmurou, fazendo Bruno corar sem jeito.

-Ele não queria nada sério comigo e eu gosto dela. – Justificou todo envergonhado, lembrando de Caio.

-Mas ele era tão gente boa, a gente sempre tomava umas cachaças quando ele vinha aqui com você.

-Camila....

-Tudo bem, tudo bem. – Deu de ombros, queria Bruno feliz, mesmo que fosse com sua biscoito de água e sal vencido.

A engenheira se afastou, dando espaço para todos matarem a saudade de Bruno, aquilo dele morar em outra cidade não estava certo. Nunca falaria em voz alta, mas quando Helena passou no vestibular em uma faculdade próxima sem necessidade de se mudar para longe, chorou de alívio. Quase enlouquecia com seus muito barrigudinhos, mas não estava preparada para deixar nenhum sair do ninho.

Os garotos eram loucos por Bruno, faltavam subir na cabeça do tio, o olhando com toda a admiração que cabia em um olhar. Arthur até mesmo insistia para usar o mesmo corte de cabelo que o mais velho, sempre o atualizando quando via que Bruno tinha mudado.

Beto não imitava a aparência, mas tinha avisado que seria dentista igual ao tio Bruno e até mesmo ficava horas do dia assistindo vídeos nojentos de procedimentos horríveis. Sempre se via sendo torturada quando ele insistia que precisava ver com ele.

-Ele vai vir logo depois do almoço. – Ouviu a voz suave de Becca falar baixinho, respondendo a pergunta de Isabel, namorada de Helena.

-Tomara que tenha dor de barriga. – Soltou sem remorso, imaginando como seria adorável se TJ simplesmente desaparecesse, ele e todos os potenciais namorados de sua bebê linda.

-Mamãe!!! – Becca exclamou, fazendo com que desse de ombros.

-Não gosto desse moleque, não adianta.

-Pois ele acha a senhora muito legal e divertida, ainda disse que é muito bonita. Sempre fica nervoso quando te vê. – A garota revelou com sinceridade, TJ era todo desinibido, mas sempre parecia embasbacado ao ver sua mãe e uma vez tinha o acertado com uma almofada ao percebê-lo olhar demais enquanto ela caminhava para a cozinha.

-Claro que ele me acha bonita, eu sou. – Camila respondeu de olhos arregalados.

-Você se acha tanto. – Helena murmurou com um sorrisinho, é claro que concordava, mas adorava pegar no pé de Camila. Depois que Teresa cansou um pouco da guerra de amor e ódio, havia pegado o lugar para si, amava Camila com todas as forças dentro de si e sempre ficava sentimental ao lembrar como tinham virado uma família, então demonstrava todo o amor pegando no pé da mulher que devolvia na mesma moeda, eram perfeitas uma para a outra.

-Estou mentindo, Isabel? – A engenheira perguntou com segurança, sem qualquer dúvida sobre a resposta, observando as bochechas de Isabel corarem um pouco antes dela sorrir sacana, negando com a cabeça.

-Com todo respeito, tia Lauren, a sua mulher é muito gostosa, mas não se preocupe, a senhora é também. – A garota soltou descarada, é por isso que Camila gostava dela, ela não tinha nenhum pingo de vergonha na cara, era perfeita para a família.

Lauren negou várias vezes com a cabeça, com vergonha das invenções de sua esposa e a namorada de Helena, aquelas três quando se juntavam podiam deteriorar um cérebro sadio em minutos.

-Claro que ela é, além de gostosa também sou esperta. – Camila continuou, mandando beijinhos para a esposa envergonhada. A amava tanto que não conseguia lidar com aquelas bochechas rosadas.

-Mais esperto é o molequinho que vai dar uns beijos na sua filha. – Foi Teresa quem disse, surgindo com lentidão do corredor onde ficava seu quarto (ela estava mais cansada, mas é claro que nunca iria desistir, atormentar Camila era sua alegria diária). Rapidamente Bruno se levantou para ajudar a senhora a chegar ao sofá, recebendo alguns afagos carinhosos.

-Deus, faltou um dinossauro, eu pensei que o senhor tinha decidido que eles seriam extintos. – Camila fingia uma oração, com as mãos e olhos apontados para o céu, que nesse caso era o teto branco da sala, Teresa a acertou na cabeça com a bengala, o que fez todos da sala sorrirem, com exceção da própria Camila.

-Eu vou contar para a Matilde. – Matilde era a nova namorada de Teresa, uma senhorinha muito carinhosa e doce que não gostava quando a outra agia com violência, especialmente com Camila pela qual, para o desgosto de Teresa, ela tinha um apreço especial. Tratava Camila como uma neta.

-Você não vai contar nada, fofoqueira. – A senhora ameaçou, estava velha demais para ficar sem beijinhos e Matilde era dessas que fazia greve de beijos quando batia em Camila.

Todos na sala riram até sair água pelos olhos a medida que as duas continuaram a discutir.

Mais tarde, Jennifer, Zayn e a pequena malikinha chegaram para o almoço, além de Dinah, Normani e os dois filhos, um menino e uma menina. Eram uma grande família, o que tornava comum aquele tipo de encontro. Becca e Isabel tinham muito talento com as crianças, a turma do COD ainda se reunia para jogar e Jennifer e Normani sempre acabavam se juntando a Lauren em conversas mais tranquilas.

Lauren tinha deixado tudo parcialmente pronto no dia anterior, então apenas precisou fazer os últimos detalhes como o arroz e colocar a carne no forno. Havia feito cupim recheado, sabendo que era a comida preferida de Bruno, sempre fazia quando ele estava em casa.

Após o almoço, Camila se grudou a Becca, abraçada a garota como se ela fosse seu filhotinho. Becca apenas deixou, todos diziam que tinha passado da idade, mas ainda gostava de todo aquele dengo com sua mãe. É claro que quando a campainha tocou outra vez, pulou do sofá abandonando Camila em segundos para atender a porta. A mulher ficou resmungando o que fez com que franzisse as sobrancelhas, culpada. Não conseguia evitar, estava tão ansiosa.

-Desculpa, mamãe. – Pediu envergonhada, Camila revirou os olhos.

-Vai atender aquele moleque.

Quando abriu a porta e deu de cara com TJ seu coração estava pulando no peito e as mãos suavam loucamente. Era estranho, eram amigos há tempos, não deveria estar tão nervosa, mas não tinha como evitar. Ele estava com seu sorriso de lado de sempre, criminosamente lindo, os olhos verdes brilhando e os dentes brancos e perfeitamente alinhados fazendo coisas estranhas em seu estômago.

TJ tinha 16 e quase a mesma altura de Bruno, o que fazia com que tivesse que levantar a cabeça para o olhar. Seu corpo era magro, mas tinha ombros largos e fortes e quando ele pendia a cabeça para um lado daquela formava, ficava com vontade de passar a mão em seu cabelo cheio de trancinhas raiz no topo da cabeça. Dos lados os cabelos eram raspados, mas isso não diminuía a vontade de deslizar os dedos.

-Oi. – Ele falou baixinho, sorrindo bem largo.

-Oi. – Becca respondeu nervosa, apenas percebendo naquele momento que ele segurava um buquê de flores, nervosamente. TJ nervoso era algo novo, ele sempre era tão seguro de si, mas naquele momento até mesmo parecia um pouco pálido, sua pele negra tinha um aspecto doentio e os lábios carnudos estavam quase brancos.

-Elas são lindas. – Falou baixinho, o garoto pareceu se renovar com isso, respirando fundo.

-Você disse que gostava de tulipas. – Ele murmurou envergonhado, entregando as flores em suas mãos quando finalmente deu espaço para que entrasse. É claro que sua família estava quase subindo em suas costas com impaciência para ameaçar TJ. Tinha avisado isso a ele por mensagens, para que se preparasse mentalmente. O jeito como ele sorriu largo e seus olhos verdes pareceram mais convictos quando fitou todos os olhares ameaçadores deixou claro que ele tinha se esforçado.

-E aí TÊ JOTA, vamos conversar um pouquinho antes de vocês saírem, enquanto Becca vai colocar em um vaso essas flores que você assassinou. – Camila disse com rigidez, fazendo TJ assentir sem graça. – Se você magoar minha filha eu vou parar na cadeia, espero que você esteja fazendo a associação. – A mulher falou baixinho quando sentou no sofá bem perto do garoto que a olhou aflito.

-Camila, venha aqui. – Lauren chamou da cozinha, sabendo que a esposa estaria aterrorizando o menino. Camila hesitou, mas Lauren moveu as sobrancelhas de uma forma que fez a mulher grunhir e levantar de seu lugar.

TJ respirou com mais alívio, porém, isso durou segundos antes de Helena tomar o lugar que Camila estava.

-Minha irmã é sensível e sem defeitos além do fato de gostar de homens, se fizer algo de errado com ela eu vou saber mesmo que ela esconda e vou fazer questão de destruir sua vida aos poucos. – Helena falava tudo com um sorriso tranquilo, como se comentasse sobre o tempo ou algo assim.

-Helena!!! – Lauren chamou também, a garota a olhou com as sobrancelhas franzidas, mas acabou levantando. TJ queria muito saber o motivo para Becca demorar tanto, o suor descia por sua testa quando encarou o homem alto do outro lado da sala. Tinha conhecido Bruno em uma das vezes que tinha estado ali e o achado muito sério, mas naquele momento ele parecia mais sério ainda, não disse nada, apenas encarou dentro de seus olhos, perfurando sua alma com os olhos azuis intensos.

Ao lado dele outro homem que não conhecia o encarava muito seriamente também, devia ser o tio Zayn de quem Becca falava com frequência, a barba cheia e os olhos escuros tão sérios eram intimidantes o suficiente.

Estava quase desmaiando quando uma bengala bateu com força moderada em sua canela.

-Estou falando com você, garoto. – Teresa resmungou, sorriu para ela, gostava muito de Teresa, a senhora era sempre muito divertida, mas naquele dia ela não sorriu de volta, talvez a mudança que ainda nem era oficial em seus status de relacionamento com Becca tivesse feito a senhora mudar de atitude.

-Meu neto é delegado, se magoar minha menina eu vou plantar drogas nas suas coisas e destruir seu futuro. – A senhora falou muito seriamente, batendo com a bengala no chão antes de voltar a encostar as costas no sofá.

Sua perna já balançava ansiosamente quando finalmente recebeu um sorriso. Uma moça alta e loira, com a pele quase dourada, sorria em sua direção com doçura e simpatia.

-Sou a Dinah, acho que não preciso te ameaçar. – Concordou com ela, sorrindo nervosamente. – Mas aquela negra alta com olhar sério vigiando as crianças é a minha esposa, ela é uma advogada muito boa, vai livrar qualquer um que cumprir as ameaças contra você se pisar na bola, fique sabendo disso.

Becca finalmente voltou, o que fez o garoto suspirar com certo alívio. Beto e Arthur vinham grudados na irmã, chegaram perto com sorrisos alegres e olhares endiabrados, um puxou seu cabelo e o outro jogou uma pedrinha de gelo pela gola da camisa. Isso fez com que pulasse em pé no meio da sala, atraindo olhares de todos, só teve a opção de sorrir sem jeito, voltando a sentar.

-Vocês vão precisar de carona para o cinema? – Camila perguntou desconfiada.

-Meu motorista está lá fora esperando, ele também vai estar disponível para quando voltarmos, vou deixar Becca aqui as seis em ponto como combinado. – TJ explicou, tentando prender o riso quando Camila murmurou "riquinho nojento, tem até motorista".

Não podia negar que era um riquinho nojento, mas era um riquinho nojento que gostava muito de Becca e a trataria com todo o respeito e afeto do mundo.

-Vou só pegar minha bolsa lá em cima. – A menina disse com as bochechas vermelhas, ela era sempre tão fofa que queria a proteger de todo o mundo. Assentiu, percebendo Camila, Lauren e Helena subirem as escadas atrás da sua futura namorada. Se tudo o que ela dizia era verdade, as três iriam soltar discursos enormes e repetitivos sobre os perigos de um encontro com um garoto.

Gostava da família de Becca.

-Ei garoto. – Ouviu alguém falar, cutucando seu braço. Era a namorada de Helena, uma garota tão linda quanto a loira, aquela família era cheia de mulheres bonitas. – Essa família é cheia de gente doida, mas eles não são violentos, talvez a tia Camila e Teresa, mas até elas são influenciadas pela doçura da tia Lauren.

A garota falava com seriedade, roubando a atenção de TJ que assentia com a cabeça.

-Eu sou violenta. – Isabel falou baixinho. – Sou violenta, mau-caráter, mentirosa, manipuladora e perigosa.

TJ piscou várias vezes, Isabel lembrava um pouco sua irmã, lembrava o suficiente para saber que ela não estava mentindo, algo no olhar deixava aquilo claro. Assentiu com um sorriso murcho, entendendo o recado.

-Vamos lá. – Becca apareceu no topo da escada, seus olhos levemente arregalados enquanto descia quase correndo com sua mãe logo atrás seguida de Lauren e Helena. – Tchau, tchau, mamãe, pode deixar que eu lembro de tudo, te amo.

TJ foi puxado pela mão por uma Becca que corria e ainda ouviu Camila gritar que se ele a tocasse onde não devia, deveria usar o spray de pimenta dentro da bolsa. Riu da ideia, as bochechas de Becca corando adoravelmente.

-Desculpe por isso. – Ela falou baixinho quando já estavam dentro do carro, no banco de trás.

-Tudo bem, também tenho minha própria família meio dodói da cabeça. – O garoto respondeu com um sorriso charmoso, fazendo a barriga de Becca dar voltas. Por todo caminho não conseguiu nem mesmo olhar para o amigo e eles ficaram envolvidos em um silêncio estranho, normalmente sempre tinham muito a conversar.

Becca estava tão nervosa que seu cérebro estava em branco e TJ parecia sofrer do mesmo mal. Quando chegaram, a garota estava a ponto de vomitar, talvez aquela tivesse sido uma péssima ideia, era melhor que continuassem amigos, gostava muito de ser amiga de TJ, ele era mesmo bonito demais para si.

Seu cérebro gritava várias coisas aleatórias quando tudo fez silêncio. TJ tinha timidamente segurado em sua mão, bem na pontinha dos dedos, seu rosto virado para o outro lado enquanto Becca o olhava de olhos arregalados. O toque era tímido e quase não passava de alguns centímetros de pele se tocando, mas sentiu o braço inteiro formigar e as bochechas corando.

Não disse nada, apenas começou a se mover sem ousar soltar a mão de TJ, um sorriso enorme surgiu no rosto do garoto que era notável mesmo que ele nem mesmo olhasse em sua direção.

Longe dali, mas não tão longe como deveria, Lauren se esforçava para segurar a esposa que estava a ponto de dar um mortal para trás no meio do estacionamento do shopping.

-Ele está segurando a mão dela!!!!! – Camila grunhia, tentando se livrar da esposa. Lauren sabia que não era uma boa ideia aquilo de seguir Becca, estavam quebrando a confiança que tinham na garota e acabando com a privacidade. A questão é que não teve jeito, Camila viria de qualquer jeito, Helena, Isabel e todos os outros também, até Teresa em seu carrinho de se mover, o melhor que achou para fazer foi acompanhar e evitar que estragassem o encontro dos meninos.

-Meu amor, estão apenas segurando a pontinha dos dedos, não é nada demais. – Argumentou, mantendo Camila perto de si com certa força.

-Acho que deveríamos cortar as pontinhas dos dedos dele. – Isabel sugeriu com um sorrisinho endiabrado. Helena a olhou toda apaixonada e Lauren se preocupou mais uma vez com a possibilidade daquelas duas acabarem presas, eram um casal muito perigoso.

-Não sei do que estão falando, quase na idade deles nós pegamos vocês no quarto fazendo o que não deviam. – Falou para as duas que nem se preocuparam em ter vergonha, apenas riam largo, assentindo com a cabeça. Camila também ria, o que fez com que ficasse em confusão, como ela podia agir com tanta tranquilidade com Helena namorando e surtar com Becca?

-Você não devia tratar as duas de um jeito tão diferente! – Brigou, vendo a esposa dar de ombros.

-Ninguém mandou ela gostar de homem, dedo não engravida ninguém.

-Camila!!!!

-Desculpa, meu amor. Não sei explicar, mas é diferente, Becca é muito inocente, no caso de Helena eu sempre soube que os outros pais que teriam que se preocupar, por sorte Isabel também é um demônio, elas ficam empatadas.

O casal de meninas fingiu um agradecimento e trocou um beijo acalorado que fez as bochechas de Lauren e Bruno tomarem um tom rosado.

-Bom, TJ também é um doce, você precisa aceitar isso. Também precisa saber que não vai poder proteger ela de tudo, apenas a apoiar quando ela precisar. – Lauren disse, enquanto caminhavam dentro do shopping mantendo uma distância segura do casal mais a frente.

-Mas eu quero proteger ela de tudo!!!!

Lauren abriu a boca para responder a esposa quando um outro casal chamou sua atenção, uma mulher esbelta e baixinha se esforçava para segurar uma outra bem alta e de beleza extraordinária, curiosamente parecida com TJ.

Puxou a mão de Camila a puxando para perto das duas quando reconheceu quem eram, estavam mais perto quando conseguiram ouvir as palavras da mais alta.

-É meu irmão, não vou deixar ele segurando a mão de qualquer menininha por aí.

-Becca não é qualquer menininha, ela é perfeita, é quase boa demais para o Júnior e você sabe que eu o acho um príncipe. Acontece que a menina é um anjo, aceite isso. – A mais baixa respondeu, um sorriso afetuoso em seu rosto.

Camila também pareceu ter a atenção chamada, logo as quatro se encararam. A engenheira e a mais alta soltavam fogo pelas ventas, Lauren e a menor sorrindo com as mãos na cintura em uma comunicação muda de "sim, também me casei com uma doida".

-Você acha que precisa vigiar minha menininha? – Camila perguntou com a voz três oitavas acima atingindo um tom tão fino que doeu os ouvidos de Lauren. – Eu que preciso vigiar esse moleque atrevido.

-Você está chamando meu irmão de moleque?

-Gente. – Bruno disse baixinho, mas ninguém o ouviu.

-Eu chamo ele até de rapadura se eu quiser.

-Eu adoro rapadura. – A esposa da irmã de TJ disse, fazendo Lauren sorrir e assentir enquanto as outras duas continuavam a brigar.

-Eles estão se beijando.... – Bruno voltou a dizer com as sobrancelhas levantadas e o olhar focado em um ponto do outro lado do primeiro andar.

Todos de repente fizeram silêncio, procurando o casal com os olhos. Becca e TJ estavam a um braço de distância segurando casquinhas de sorvete em mãos e o garoto se inclinava para frente, abaixando levemente os joelhos e com um biquinho nos lábios que tocava levemente os lábios de Becca que também se inclinava um pouco.

Depois de poucos segundos eles se separaram, sorrindo largo e logo virando para lados opostos, claramente envergonhados.

-Ok, isso foi fofo, meu coração sombrio está todo derretido. – Helena soltou, dando voz a boa parte dos pensamentos.

Depois daquilo todos desistiram de seguir os dois, inclusive a irmã de TJ e a esposa, ao invés disso, eles se juntaram para passear pelo shopping, conhecendo mais as famílias umas das outras, pelo jeito precisariam se acostumar. Aquela bagunça logo ganharia mais membros.

A família ficaria maior e Camila começava a pensar que nem era tão ruim assim, quem diria que um atropelamento encheria sua vida com tanto amor?

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