Querido desconhecido

By oivenus

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Anelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo m... More

Querido Desconhecido
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 19

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By oivenus

Dias atrás..

Quando meu pai me enviou para Monte Campo, eu não relutei tanto como eu gostaria, seria até uma ótima idéia passar um tempo com os meus avós, entretanto, não era como se fosse as mil maravilhas ter um pai que parece gostar de ter controle sobre tudo da sua vida. Entramos em muitas discursões por isso, mas continuei no mesmo barco, na mesma situação, na mesma bolha e no fim, acabei escolhendo por ceder. Até porque, era a coisa mais inteligente a se fazer.

— Amália vai passar uns dias aqui — vovó apareceu com um sorriso nos lábios me entregando um pedaço de bolo de cenoura com cobertura de chocolate junto a um prato de porcelana — Ela parece ser uma boa garota — a de mechas grisalhas se sentou ao meu lado no sofá.

Eu respirei fundo em silêncio por alguns segundos.

— Ela é legal, mas sufocante — dei de ombros peguei o garfo em mãos e retirei um pedaço do bolo, levando-o até a boca. A maciez do bolo estava incrível e a cobertura de chocolate era como um toque quase infantil, mas combinação disso sempre perfeita. Era o bolo que ela fazia quando eu era criança.

— Não acho que ela seja sufocante, mas sim, uma pessoa muito amorosa — ela me olhou, como se insistisse que eu me acostumasse com a idéia de dar uma chance à ela.

— Por mais que tentem, eu não vou ficar com alguém que eu não gosto, já fiz o bastante para o meu pai — a olhei nos olhos.

— Querido, eu o entendo, mas seu pai só quer lhe dar um empurrão, ele só estar pensando no seu bem, faz tempo que você não se relaciona com alguém desde que você e Lavínia terminaram. Se recorda como você ficou depois disso? — ela passou as mãos pela minha testa afastando meus cabelos sobre os meus olhos.

— Eu me lembro bem, mas ele não pode decidir tudo sobre a minha vida.

Ela colocou as mãos sobre os joelhos e respirou bem fundo. Vovó sabe que no fundo eu estava certo, não precisava ser sempre uma marionete nas mãos dele.

— Deixe ele, Eleonora. Ele está certo, seu pai não pode ter tudo sobre controle — ele se aproximou e se juntou à poltrona da frente — Esse é o mal do meu filho, sempre quer que tudo e todos estejam do seu jeito. 

Diferente da minha avó, meu avô ainda continha um pouco do sotaque italiano.

— Eu só estou tentando amenizar as coisas, Alberto. Quero ver quando a Lavínia chegar para o jantar de hoje — minha avó se levantou desistindo de toda a conversa.

— Lavínia? Como assim? — eu franzi o cenho um pouco surpreso.

— Está vendo? — minha avó olhou para o meu vô com uma face convencida e ele apenas deu de ombros — Seu pai meio que convidou os pais dela e ela para um jantar aqui em casa antes dele partir, já que são muitos amigos, ele adoraria um reencontro.

Eu revirei os olhos demonstrando toda minha impaciência. Não estava acreditando que ele convidou minha ex-namorada para um jantar em família depois de tudo que aconteceu. Já havia começado a questionar se o meu pai realmente me amava, por que eu nem precisava de inimigo pra isso.

— Não acredito — coloquei o prato na pequena mesa à frente — E depois ainda vem com o discurso de pacifista? Não! — eu resmunguei irritado.

— É só ignorar a presença dela, ora! — meu avô se pronunciou — Além do mais, você já disse que não se importa mais com isso — ele se encostou de maneira despreocupada na poltrona.

— Só que é desagradável, meu bem — minha vó falou com um sorriso convencido nos lábios antes de se retirar da sala indo direto para a cozinha.

Minha fala foi logo interrompida por uma cabeleira castanha e par de olhos claros, correndo pela sala com um avião branco em mãos. Meu irmão mais novo veio se direcionou até mim com a boca toda suja de cobertura de chocolate.

— Vem brincar comigo, por favor — ele sorriu para mim sem mostrar os dentes.

— Seu irmão está muito nervoso, Arthur, deixe para outra hora — meu avô falou olhando para o meu irmão que mudou para uma expressão triste.

— Tudo bem, vô. Eu brinco com você — sorri de volta para Arthur.

Meu irmão era um garotinho na maioria das vezes muito solitário, na antiga escola o achavam estranho, o apelidavam disso, mas pelo menos ele tinha Miguel como amigo, que sempre o animava.

— Vem — ele enrolou sua mão pequena em volta da minha e me puxou com toda sua força para fora da sala de estar.

As horas haviam se passado rápido, depois de passar um tempo com Arthur resolvi tomar um banho e me aprontar para o jantar. As visitas não seriam nada agradáveis e eu teria que reunir todo o meu lado pacífico e falso para o jantar ocorrer do jeito que minha família queria. Isso não era meu forte, infelizmente, eu teria que me esforçar mais do que eu havia me esforçado. Entretanto, eu não estava disposto a ultrapassar os meus limites, eu não era como Matteo, sempre tão educado e fingindo simpatia até para as pessoas que não merecem.

— Os portões já estão abertos para eles — vovó falou — Está tudo bem mesmo? — minha avó se aproximou de mim colocando uma de suas mãos em meu ombro.

— Claro — sorri sem mostrar os dentes, minha atenção logo fora tirada quando meu olhar recaiu sobre meu pai e minha madrasta. Ambos de braços dados descendo as escadas como se fossem alguém da realeza, com sorrisos a amostra de maneira exagerada. Eu revirei os olhos em desgosto e tédio.

— Onde estão os outros dois? — meu pai questionou, vendo que só estava meus avós e eu.

— Matteo está ajudando na roupa de Arthur — respondeu minha avó.

— Achei que você não iria nem descer do quarto hoje, Apolo — Cecília falou olhando diretamente para mim.

— E eu tenho escolha por acaso? — falei colocando as mãos no bolso da calça.

Meu pai me olhou em repreensão.

— Não começa com isso — o tom de meu pai era rígido. — Não acredito que uma simples presença de alguém deixe-o tão nervoso.

A campainha então tocou, me impedindo de rebater o meu pai da maneira que eu queria.

— Eu atendo — o mordomo caminhou mantendo a postura e com um rosto sério, aproximou da porta e a abriu, revelando toda a família Bittencourt. — Bem-vindos. Entrem, por favor. — ele abriu caminho e espaço enquanto segurava a porta.

Minha avó foi a primeira a se aproximar do hall da entrada enquanto ajeitava seu colar de pérolas que estava torto seguida logo do meu avô. Nós apenas acompanhamos os mesmos passos. Os anfitriões deram um belo sorriso para os convidados quando eles passaram pela a porta.

— É um prazer revê-los — minha avó apertou a mão do Sr.Bittencourt e da Sra.Bittencourt, depois fez o mesmo com Lavínia, que estava com os seus olhos sobre mim.

Eles estavam bem elegantes e sofisticados, as duas mulheres trajavam vestidos diferentes, enquanto Lívia utilizava um vestido preto e básico próximo aos joelhos, Lavínia trajou um vestido branco de mangas curtas e com pérolas indo até o meio da sua coxa. Apenas Álvaro vestia um terno.

— Você parece bem mais diferente da última vez que o vi — Lavínia disse quase sussurrando próximo à mim, enquanto os outros se cumprimentavam distraídos.

— Todo mundo muda — falei sendo vago e com meu olhar voltado para os meus avós.

— Espero que as coisas estejam bem entres nós — o tom na sua voz era doce demais para ser verdadeiro. Eu a encarei e me deparei com seus olhos azuis, eles estavam brilhando, como cachorro sem dono.

— E por que não estariam? — questionei com suavidade no rosto.

Antes que a mesma pudesse responder, meus dois irmãos apareceram e nos tiraram a atenção, principalmente Arthur que desceu as escadas correndo. Ambos seguiram caminho cumprimentando os convidados e logo nossos avós nos convidaram para a sala de estar.

— O jantar está quase pronto — o mordomo de meus avós falou como se fosse um robô e logo se retirou da sala.

— Por enquanto, vamos colocar um pouco da conversa em dia. Sentem-se por favor, faz tanto tempo que não tínhamos um contato em família — minha vó se sentou na poltrona que havia do lado da poltrona do seu marido e sorriu.

— É verdade, quando nos mudamos para cá não sabíamos que tinham casa por aqui, se não tínhamos feito mais visitas — a mãe de Lavínia se pronunciou após se sentar no sofá junto da sua família.

Tentei não revirar os olhos.

Chatos.

Como vai o trabalho na empresa, Álvaro? — meu avô questionou olhando diretamente para o nosso convidado.

— Ótimo, tudo indo de acordo. — ele sorriu. — E os negócios no restaurante?

— Matteo está cuidando muito bem da parte administrativa. Ele veio justamente para ajudar e quem sabe seguir os passos de nossa família. — meu pai tinha uma postura confiante e convencida.

— Sempre estou tentando o meu melhor — Matteo falou.

— Vejo que Matteo tem muito porte de quem cuidará do legado da família — Álvaro elogiou de maneira que aparentava sincera — E Apolo? Quer seguir os mesmos passos?

— Estou o encaminhando para isso — meu pai sorriu olhando para mim, interrompendo qualquer resposta sincera da minha parte. Eu o olhei sério.

— Bom, e Lavínia? Tem planos para o futuro? — minha madrasta perguntou.

— Sim, tenho muitos planos, mas uma hora vou decidir — ela respondeu colocando as mãos sobre os próprios joelhos — Inclusive minha festa de aniversário é um dos meus planos que já está sendo realizado, quero convida-los para irem. — ela colocou a mão na sua bolsa que combinava com o vestido e revelou-se um convite com detalhes dourados.

Ela entregou na mão de minha vó, que sorriu de volta para mesma.

— Será um enorme satisfação se vocês fossem, de verdade.

— Não sei se eu e Marco vamos comparecer por conta da viagem, mas obrigada — Cecília falou.

— Tudo bem. — ela manteve o sorriso.

— O jantar já vai ser servido, senhoras e senhores — o mordomo apareceu do nada e depois abriu espaço para todos irem até a mesa.

Cada um sentou em uma cadeira, a mesa era grande, minha avó se sentou na cadeira central, como sempre gostou de sentar e meu avô sentou-se ao lado dela. Eu já havia percebido que ele estava esfomeado e tão entediado quanto eu nessa bobagem toda armada pelo o meu pai. Todos se sentaram e alguns empregados ao redor de nós se prepararam para servir a comida. Peguei um pouco de vinho que estava na mesa e coloquei na minha taça, sem me importar.

— Ah, esqueci de lhe contar, Apolo — a loira falou enquanto eu tomava um gole do vinho — Convidei também sua namorada para minha festa. — o rosto de Lavínia era suave e doce.

Quase me engasguei com o vinho quando essas palavras adentraram meus ouvidos, arregalei os olhos e senti os olhares intensos de todos sobre mim ao redor. Mas que porra ela estava falando?

Namorada?!

Namorada? — minha avó franziu o cenho.

— Como assim você está namorando, Apolo? — meu pai lançou um olhar desconfiado.

— Hum, Apolo tá namorando, Apolo tá namorando...— Arthur começou a cantarolar de maneira irritante.

— Você sabia disso, Matteo? — meu pai questionou.

— Eu não — Matteo franziu o cenho despreocupado.

Nem eu.

— Oh, era um namoro secreto? — Lavínia arregalou os olhos piscando várias vezes — Me desculpe, eu realmente não sabia, como vocês conversam por mensagens, eu achei que seria uma boa idéia fazer uma surpresa pra ela.

— Namoro secreto? — meu avô questionou — Já estava na hora.

— Querida, acho que não é apropriado — Lívia falou para sua filha, sendo ignorada logo depois.

— De onde você tirou isso, Lavínia? — questionei franzino o cenho, ainda atônito.

— Vi mensagens suas trocadas com essa garota através do celular de um amigo meu. — ela falou na maior calmaria. — Achei que seria apropriado convida-la também.

— Posso ver? — perguntei.

— Acho melhor nós falarmos sobre isso depois, até então, vamos apenas comer tranquilos. — meu pai foi autoritário e ao mesmo tempo calmo.

Estava me sentindo atônito e perdido com que Lavínia revelou para todo mundo diante daquele jantar. Me perguntei se ela estava ficando louca ou se estava usando drogas. Eu não estava namorando ninguém e muito menos falando com uma garota por mensagens. Comecei a me questionar do que ela estava falando? Que tipo de plano ou jogada Lavínia estava fazendo?

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