Querido desconhecido

By oivenus

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Anelise tem uma paixão platônica desde muito tempo por Theo e decide que irá conquista-lo. Passando o tempo m... More

Querido Desconhecido
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62

Capítulo 04

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By oivenus

— Vocês ao menos já se beijaram? — O olhar de Jade era curioso enquanto caminhávamos para o refeitório. O assunto sobre Theo ainda me cercava como se fosse um imã, quando não era ele que aparecia como fantasma, era alguém que comentava sobre ele.

— Sim, mas não foi um beijo de língua. — Falei meio pensativa.

— Não? — Jade arregalou os olhos.

Eu suspirei alto.

— Foi o primeiro beijo dela. — Lucca respondeu por mim.

Fofoqueiro!

Jade ainda parecia pasma com o que Lucca acabara de dizer.

— Isso é sério? — Ela parou e me olhou ainda incrédula.

— É difícil de acreditar que ela nunca tinha beijado por anos. — Lucca se pronunciou mais uma vez.

— Mas por que? — Franzi a testa — É uma regra agora?

— Porque você é bonita — Lucca passou o braço envolta dos meus ombros, o que fez amassar meus cachos.

— E? — Devolvi.

— E você nunca se interessou por alguém a ponto de beija-lá? — Jade perguntou.

— Já me interessei por alguém a ponto de querer beija-lo, mas as coisas não rolaram.

— Tudo no seu tempo — Meu amigo deu tapinha nas minhas costas.

— Então tá, voltando ao assunto. Como foi que vocês se beijaram? Foi um encontro? — Ela parecia tropeçar nas palavras.

— Foi de repente, estávamos aqui na escola perto das arquibancadas, ele disse que queria conversar comigo e então ele me beijou. Eu não soube como reagir, só que Flora apareceu e meio que interrompeu tudo. — Nos aproximamos das comidas pra colocar em nossas bandejas.

O refeitório estava barulhento, alguns alunos gritavam, outros gargalhavam alto demais, os mais novos derrubavam comida, outros começavam a discutir.

— Não imaginei que estivesse assim, até porque não se deram bem desde que você quase o partiu no meio com a bicicleta. — Jade colocava suco e algumas frutas na sua bandeja.

— Foi o que eu pensei também, mas ele de algum modo conseguiu meu número e pediu desculpas pela grosseria, então nos aproximamos.

— Agora ela vive suspirando como uma donzela apaixonada à espera de seu príncipe encantado reagir e descer do cavalo branco. — Lucca falou piscando os olhos várias vezes e suspirando.

— Idiota. — Eu revirei os olhos.

— É perceptível. — Jade deu um meio sorriso.

Jade era uma amiga legal, fascinava todo mundo com seus grandes olhos castanhos claros e seu jeito descolado, sempre participativa de festas e pegava quase todo mundo. Era aquele tipo de pessoa da galera, topava quase tudo e adorava aproveitar a vida como bem entendesse.

Certamente só pessoas ricas e com pais paparicando podem fazer o que bem entendem.

Depois, carregamos as nossas bandejas até uma mesa vazia e ficamos por lá. Eu coloquei apenas batatas fritas que tinha disponível e suco de caju. Nós três havíamos começado a andar juntos nos últimos tempos — não grudados o tempo todo — e nos acostumamos assim.

— Vocês ainda estão treinando futebol? — Lucca perguntou.

— Na verdade, estamos jogando queimado — Respondi.

— Até que é legal, eu sempre posso descontar a raiva em alguma mocreia daqui — Jade sorriu.

— O ruim é levar uma bolada na cara — Gargalhei ao mesmo tempo que recordava da bolada que Jade levou.

— Eu fiquei tão vermelha que parecia que minha cabeça ia explodir, quase chorei — A de olhos claros sorriu.

Minha atenção foi tirada da conversa quando o meu celular vibrou no cós da minha saia. Eu quase saltei da cadeira de susto. Peguei o celular nas minhas mãos ainda abaixo da mesa e vi pela barra de notificações uma mensagem de Theo.

Theo
Devia sorrir mais vezes.

Franzi a testa, meu olhar varreu quase todo o refeitório e meu coração palpitou quando meus olhos bateram em uma mesa mais a frente da nossa. Theo estava lá, com os seus olhos esverdeados grudados em mim, a sua boca se esticou em um discreto e malicioso sorriso e em seguida, passou a língua por ela. Podia sentir minhas bochechas esquentarem e meu olhar logo se desviou para a tela do celular, disfarçando a vergonha de estar o criando fantasias.

Maldito. O que ele quer com isso?

Anelise
Tá me vigiando?

Theo
Quase. Só não pude deixar de notar a sua risada.

Hum, por que isso soou atraente?

Anelise
Te responderia igual a Flora: Não o culpo, sou irresistível.

— Anny? — A voz grossa soou abafada e longe agora.

— Anelise! — Jade quase gritou ao pé do meu ouvido, isso me fez saltar de susto.

— Garota? — Jade franziu a testa.

— Garota? — Lucca fingiu estar indignado pela minha falta de atenção na conversa.

— Desculpa, me distrai. Do que falavam? — Balancei a perna freneticamente e inutilmente evitava olhares para mesa de Theo, que estava ainda acompanhado da loira que lhe cercava como um urubu na carniça.

— Que você e a Lavínia estão demonstrando muita rivalidade, que daqui a pouco todo mundo vai tonar e...

Meu celular vibrou mais uma vez e automaticamente dei uma olhada na mensagem.

Theo
Mt convincente.

Eu coloquei meus olhos sobre ele novamente, que fez o mesmo. Ao lado dele, Lavínia falava alguma coisa para o grupo na mesa — ela chamava toda a atenção— e todos riam do que ela contava, menos Theo, que parecia concentrado no lado da nossa mesa, ele varreu seu olhar por Jade e Lucca, mas logo se voltou para mim. Mantinha sempre aquela uma postura duvidosa, nunca adivinhava qual seria o eu próximo passo, o que ele queria, o que ele pensava. E a sua postura só me instigava mais.

Por que ele simplesmente não atravessa esse refeitório me puxa pelo braço, me leva pra algum lugar reservado e me beija até eu perder o fôlego?

Mas para meu desânimo, o moreno deu retorno de atenção para seu grupo e consequentemente, para Lavínia. Ele passou os braços por seus ombros e sorriu, exibindo seus dentes brancos e alinhados. A loira ao seu lado estava mais maquiada do que o normal, o que destacou seus olhos azuis.

Talvez Flora estava certa, eu deveria incomodá-lo, provocá-lo.

— Olha só para ela, continua com essa cara de mosca morta — Lucca estalou os dedos próximo aos meus olhos e eu pisquei.

— Claro, ela e você-sabe-quem estavam quase se comendo com os olhos — Jade olhou para mesa onde Theo estava.

Um pouco melhor que isso.

Enterrei o celular discretamente no cós da saia.

— Não.. — Lucca deu uma pausa dramática — Na nossa presença? Com tanto descaramento? — Ele colocou a mão no peito.

Eu fiz uma expressão de tédio para ele e suspirei.

— Como estão as coisas por aí? — Minha mãe perguntou enquanto me encarava do outro lado da tela.

Ela estava com uma aparência abatida, havia algumas orelheiras abaixo de seus olhos, sua boca um pouco ressecada e parecia estar em uma luta contra o sono. Seus cabelos estavam amarrados em um coque e ela estava mais bronzeada. Ela havia me falado que procurava por um emprego, o sol deve ter a castigado muito.

— Bem e por aí? — Me encostei na cadeira do meu quarto.

— Bem, tua avó melhorou mais da febre, ainda tá gripada, mas bem melhor. — Ela me lançou um sorriso reconfortante.

— Posso ver ela? Ou ela ainda tá dormindo?

— Tá dormindo. Esses remédios dão muito sono. — Ela bocejou.

— A senhora parece muito abatida, tenta descansar um pouco.

— Já descansei, tô ótima.

— Mãe, é sério. Da pra ver que a senhora não dorme direito faz um bom tempo. E eu sei que a senhora tá procurando por um emprego de novo, mas noites mal dormidas prejudicam muito a saúde. — Meu tom era sério, segurei o celular com mais força.

— Anelise, fica tranquila. É só por uns dias. — A câmera oscilava um pouco por conta da qualidade do celular — Tu tá indo bem na escola? Como estão as notas?

— Estão ótimas, depois mando as fotos das notas de algumas avaliações e trabalhos.

— Tá se envolvendo com algum menino?

Eu fiz careta.

— Não. Ainda não.

— Não vou te proibir de nada, contanto que isso não atrapalhe seus estudos e que te trate bem.

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