Viola e Rigel - Opostos 1

By NKFloro

1.1M 133K 226K

Se Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a... More

A Cara de Coruja *
A segunda impressão
O pesadelo *
O Pedido
O Presente
O Plano
O Livro
A Carta
O Beijo
A Drums
A Raquetada*
O Queixo Tremulante
Cheiros
Os Pássaros *
O Pequeno Da Vinci
O Mundo era feito de Balas de Cereja
O Dia do Fundador
BOOM! BOOM! BOOM!
A Catedral de Saint Vincent
Ela caminha em beleza
Anne de Green Gables
O Poema
Meu nome é Viola
Cadente
Noite de Reis
Depósitos de Estrelas
70x7
A loucura é relativa
Ó Capitão! Meu capitão!
E se não puder voar, corra.
Darcy
Cupcakes
Capelletti e Montecchi
Ensaio sobre o beijo
100k views
Metamorfose
Perdoar
Natal, sorvete e música
Anabelle
Clair de Lune
Eu prometo acordar os anjos
Red Storm
Purpurina da autora: O que eu te fiz Wattpad?
Palavras
Como dizer adeus
Macaco & Banana
Impulsiva e faladeira
Sobre surpresas e ameixas
Infinito
Como uma nuvem
Sobre Rigel Stantford (Mad Marshall Entrevista)
Sobre Viola Beene (Mad Marshall Entrevista)
Verdades
Rastejar
O Perturbador da Paz
Buraco Negro
O tempo
Show do Prescott
A Promessa
O tempo é relativo
Olá, gafanhoto
Olhos de Safira
O caderno
De volta ao lar
A Missão
A pior noite de todas
Grandes expectativas e frustrações maiores ainda
Histórias de amor e outros desastres
Sobre escuridão e luz
Iguais
Sobre CC e RR
Salvando maçãs e rolando na lama
O infame
PRECISAMOS FALAR SOBRE PLÁGIO
Promessas

O Sr. Olhos Incríveis

70.2K 3.8K 9.6K
By NKFloro

(O Sr. Olhos Incríveis)


Tudo o que eu queria era que Viola Beene me deixasse em paz, sumisse, evaporasse. Porém,  quanto mais o tempo passava, menos disposta a isso ela se mostrava. Não importava o quanto eu fugisse, me esquivasse ou a ignorasse, nada parecia ser suficiente para fazê-la desistir da sua missão de me arrastar para o mais profundo abismo social.

Eu odiava a maneira como ela me olhava, arregalando aqueles olhões de coruja sob as lentes fundo de garrafa, odiava a sua voz medonha e, sobretudo, odiava o sorriso mais que desnecessário que ela teimava em exibir sempre que esbarrava comigo.

Setembro de 2012

Primeiro de Setembro, início do ano letivo.

Meu pai estacionou o Aston Martin e, antes que ele desse início a uma nova sessão de recomendações, saltei do carro rumo à escadaria do prédio georgiano que se elevava diante de nós, um colosso com paredes de tijolos vermelhos e janelas de vidro amparadas por beirais brancos. O lugar onde boa parte da minha adolescência seria desperdiçada.

Não me entenda mal, eu não acho que educação seja um desperdício, mas a vida é curta e me parece ilógico desperdiçar uma parte significativa dela ouvindo professores e cheirando pó de livros. Fora isso, eu gosto da ideia de estudar no Madison: meu avô é um old Madison, meus pais são old Madisons, era meio que natural que eu seguisse o mesmo caminho. E embora o nível de exigência do diretor Prescott no que diz respeito ao corpo discente estivesse em constante declínio - isso foi o que ouvi meu pai comentar com os amigos durante a partida de golfe do fim de semana - a escola permanece sendo sinônimo de aristocracia e privilégio.

Dei uma última olhada para o Aston Martin e me apressei em procurar o auditório, a sola dos sapatos batendo nos degraus da escadaria com força enquanto avançava engolido pelo cacarejo de pais e alunos ao redor.

O saguão da escola não diverge da fachada, é pomposo e extenso, com escadas de mármore levando aos andares superiores, piso xadrez e móveis rústicos dispostos em pontos estratégicos.

Respirei fundo.

De acordo com meu primo, Tommy, todos os anos o Dir. Prescott repete o mesmo discurso idiota, algo sobre Gilbert Chasterton, além de insistir na execução do Madison Anthem. A decoração em preto e dourado, as cores da escola, e a faixa disposta na entrada do auditório pareciam exageradas, ainda assim, parei para estudar o aspecto da coisa antes de adentrar o espaço.

Uma senhora pisou no meu sapato ao contornar um grupo de alunos estacionado no caminho, mas teve a decência de pedir desculpas, coisa que a garota loira que quase arrancou meu ombro não fez.

Depois disso, segui apressado para uma das últimas fileiras, onde esperava permanecer sem ser incomodado, o que julgando pelo número de alunos a transitar pelos arredores não seria fácil.

Cerca de dez minutos depois o burburinho cedeu e uma falsa sensação de calmaria se estabeleceu. Àquela altura praticamente todos haviam se arranjado em suas poltronas, esperando sem o menor ânimo pelo pronunciamento do diretor.

É assustadora e bizarra a maneira como algumas coisas acontecem, como a vida se move e se modifica enquanto estamos distraídos demais para perceber o deslocar das peças. Naquele exato momento eu estava distraído demais para perceber a iminência do perigo, as pontas dos dedos tamborilando Dreams, do Fleetwood Mac, no braço da poltrona azul turquesa, a melodia em minha mente obliterando os sentidos, os pés acompanhando o ritmo, recostado no espaldar de espuma.

─ Eu posso? ─ alguém perguntou. Minhas pálpebras subiram, os dedos paralisaram, e foi quando o pesadelo, que é como eu costumo chamar, começou. - É que esse parece ser o único lugar desocupado e eu quero ouvir direitinho tudo o que o diretor tem a dizer.

Uma magricela como cabelos de fogo e olhos que tomavam metade do rosto estava parada à minha frente, o indicador apontando a poltrona à esquerda.

Pisquei.

Pisquei.

E pisquei de novo.

Ela era esquisita e tinha nariz sardento, sardento e rosado.

Eu ia dizer que o lugar estava ocupado, mas antes que pudesse verbalizar a resposta seu corpo desabou na poltrona.

─ Sou Viola Beene ─ anunciou, a pequena mão estendida à minha frente. Beene? Ela era uma Beene? Excelente. Uma das ratazanas despencando ao meu lado no primeiro dia de aula era mesmo tudo que eu precisava. Pois bem, sem chance de eu apertar asua mão. - Você é Rigel Stantford, não é? Eu te vi ainda há pouco, quando se despedia do seu pai. Vocês são super parecidos.

Se ela sabia quem eu era, qual a necessidade da pergunta? O mundo seria um lugar melhor se as pessoas não falassem tanto, se poupassem umas às outras de comentários desnecessários.

Com um breve assentir estiquei o pescoço e corri os olhos pelos arredores à procura de uma poltrona desocupada, de preferência bem longe da magricela. Ela definitivamente não era o tipo de garota com quem desperdiçaria um só segundo que fosse do meu tempo, parecia uma coruja ruiva e desengonçada. Mas foi em vão, o auditório ficara lotado e todos os lugares etavam ocupados.

Respirei fundo e, me dando por vencido, deixei os ombros caírem.

─ Eles são incríveis ─ a voz da garota voltou a penetrar meus ouvidos. Me virei para ela, só para me deparar com duas esferas azuis cravados no meu rosto.

- O que é incrível?

Ela abaixou a cabeça, as bochechas tão vermelhas quanto os cabelos. Acompanhei seu olhar, torcendo o nariz ante a visão dos seus sapatos lamacentos.

Além de feia, também é porca. Demais.

─ Os-Os... Uni-uniformes  ─ gaguejou. ─ Estes uniformes são incríveis, não acha?

─ Aham ─ assenti, embora tudo em mim gritasse: ESTÁ DE SACANAGEM?

Era hora de pôr fim ao assunto, com um pouco de sorte ela entenderia que eu não estava para conversa e desistiria. Qual a dificuldade de manter a boca fechada e me poupar daquelas observações idiotas? Aqueles uniformes. Incríveis? Sem chance. Eram uma bela porcaria, isso sim.

O diretor avançou pelo púlpito e, após alisar o paletó marrom uma dezena de vezes, tomou o microfone, pigarreando alto para conseguir a nossa atenção.

─ Prezados alunos, é com muito prazer e orgulho que os recebemos para unidos darmos início a mais um ano de muito aprendizado e crescimento, tanto intelectual quanto humano. Por favor, todos a postos para a execução do Madison Anthem.

Instrumentos de sopro e percussão explodiram, ondas sonoras ribombando, começando uma viagem sem fim pelo Cosmos. Aquilo era um mico, mico não, era o próprio King Kong avançando por Madison Place. E enquanto eu abria e fechava a boca sem emitir nada além de sussurros, a menina à minha esquerda cantava o hino a plenos pulmões, devia ser a única, com exceção do corpo docente. Ela era estranha, e usava presilhas com formas animais nos cabelos: gatos, porcos, pandas.

Ao fim da última estrofe, o diretor agradeceu e ordenou que voltássemos a nos sentar, ao tempo que a esquisita esticou os lábios num arremedo se sorriso.

─ Uma bela melodia, não? ─ perguntou.

Não.

─ Muitos de vocês estão conosco há bastante tempo, outros são novatos; a estes peço que dediquem o dobro de atenção às minhas palavras. Esta instituição tem uma extensa lista de preceitos pelos quais todos, sem exceção, devem zelar. A quebra de qualquer destes preceitos poderá implicar tanto em suspensão, quanto em uma expulsão definitiva. Espero sinceramente que não precisemos chegar a nenhum desses extremos. Tenham em mente que nosso objetivo não é meramente abrir as portas das melhores universidades, mas fazer de vocês verdadeiros líderes, cidadãos e cidadãs de conduta e moral ilibada ante a sociedade. Nosso maior objetivo é fazer de cada um de vocês um vencedor, ou vencedora. O grande Gilbert Chesterton uma vez disse: "Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes." Não estamos aqui apenas para fazer com que se sintam grandes, mas para torná-los grandes...

Enquanto o Dir. Prescott nos brindava com o seu entediante discurso de boas vindas a garota ao meu lado revirava sua mochila roxa, já bastante surrada, diga-se de passagem, tirando de lá de dentro uma boa leva de doces e os despejando sobre a saia xadrez. As pessoas ao redor pareciam distraídas demais para perceber a bagunça.

─ Aceita um? ─ chiou ao me estender um saquinho de Skittles.

─ Obrigado, mas é muito cedo para doces.

─ Não sabia que existe um horário específico para se comer doces.

─ Pois devia saber, no Madison existe um horário específico para tudo. Qual é mesmo o seu nome? ─ perguntei, não porque tivesse qualquer interesse nela, e sim, porque havia esquecido.

─ Beene... Viola Beene.

─ Pois bem, Viola Beene, é melhor guardar os seus doces e parar de fazer barulho. Não vai querer burlar as regras e levar uma advertência no primeiro dia de aula, vai?

Ela deu de ombros e sem hesitar despejou metade do saquinho de Skitlles na boca.

─ É uma pena que não queira. Estas coisas são uma delícia. ─ disse após engolir.

Até tentei ignorar, voltando a atenção para o discurso mais monótono que alguma vez já fora feito. Acontece que a esquisita abriu outro e depois mais outro saquinho, parecia uma morta de fome. Era irritante, nem dava para acreditar que alguém pudesse comer naquela velocidade, era humanamente impossível ingerir tanto açúcar de uma só vez. Afinal, ela é uma garota ou um triturador de doces? Tive a resposta assim que a vi abrir o que devia ser o quinto saquinho.

A garota seguiu devorando um doce atrás do outro e fazendo mil-e-uma-caretas sempre que o Sr. Prescott explanava acerca de uma regra com a qual ela parecia não estar de acordo. Suspirando, fixei os olhos no diretor, observar o velhote bigodudo cuspir palavras a esmo ainda parecia mais interessante que o ritual de alimentação da PIppi Meialonga.

Esperei que ela parasse de mastigar, pacientemente esperei que sua boca se fechasse, mas não aconteceu. Já estava de saco cheio daquilo quando decidi esquecer o discurso do diretor e encará-la.

─ Você nunca para de comer?

─ É evidente que paro. ─ falou suavemente. ─ Quando a comida acaba, ou quando estou dormindo. ─ completou com uma mordida na barrinha de Twix.

Meus olhos se estreitaram.

─ Não devia comer tanto.

─ Por que não? Eu tenho um monte de doces e estou com fome, não vejo porque não comê-los. Se não o fizer terminarão estragando, e minha mãe sempre diz que é errado desperdiçar comida. Sabia que a cada 3,6 segundos uma pessoa morre de fome? Que existem milhares de crianças que nunca provaram um doce sequer? ─ disparou feito uma metralhadora, operando sob a equivocada e infeliz ideia de que eu me importava.

─ Veja pelo lado bom, elas não terão cárie. ─ disse com uma ligeira esticada de lábios. E foi a sua vez de fechar a cara.

─ Não é engraçado, é triste. Muito triste. E no mais, meu pai comprou os doces para que eu os comesse, não para que os guardasse.

Triste era não poder fugir para bem longe dela.

─ O seu pai é o proprietário daquela livraria que fica na esquina com a Blooms, não?

Minha avó vivia dizendo que eu era muito curioso e, que isso cedo ou tarde acabaria me trazendo problemas. Ela tinha razão.

─ Na verdade a livraria pertence à minha mãe. Você gosta de livros?

Uma risadinha escapou por entre seu bico de pato enquanto ela arrumava os óculos.

─ Nem um pouco, na minha opinião livros são puro desperdício de matéria-prima.

─ Você não pode estar falando sério. Como pode ter uma opinião tão ruim a respeito dos livros?

─ Para que ler se posso ver o filme?

O queixo dela foi ao chão.

─ Pois eu prefiro os livros, embora também goste de filmes. Sou uma verdadeira devoradora de livros.

─ E de doces.

─ Eu não entendo como alguém pode não gostar de livros. Para mim a única desvantagem deles é que jamais conseguirei ler tantos quanto gostaria. Ainda que pudesse ler todas as obras já publicadas, há os milhares de esboços empoeirados em fundos de gavetas em que nunca porei minhas mãos, que no fim servirão apenas de alimento para as traças. Quantas histórias maravilhosas esperando para serem narradas, para serem lidas. ─ ela arfou, parecia repentinamente triste. - Histórias que provavelmente nunca terei a oportunidade de ler... Palavras ganhando vida em folhas de papel ou em uma tela de computador, essa é a maior prova de que qualquer pessoa pode fazer magia.

Era oficial, além de medonha, ela era completamente doida. Já podia até vê-la em um hospital psiquiátrico, presa a uma camisa de força, recitando trechos de seus adorados livros e recebendo doses cavalares de medicamentos.

─ Quanta bobagem.

─ Eu não esperava mesmo que você entendesse, a maioria das pessoas não entende.  Mas eu amo livros, eles são sempre uma ótima companhia e, diferente das pessoas, quase nunca me decepcionam.

─ Não é por nada não, mas no seu lugar eu pegaria mais leve com os doces, acho que esse açúcar todo não está te fazendo muito bem. - Ela riu revelando dentes assustadoramente tortos e um aparelho ortodôntico ridiculamente colorido, e foi inevitável torcer cada músculo do meu rosto numa careta. ─ Seus dentes...

─ O que tem os meus dentes? ─ interrompeu, a mão voando rápido para a boca, os olhos injetados, prestes a saltarem das órbitas.

- É que... Caramba. Seu sorriso é mais espalhafatoso que os carros alegóricos do Vinte e Nove de Julho. ─ despejei.

Ela encolheu os ombros, constrangida.

─ É só um aparelho ortodôntico, os meus dentes são um pouco tortos, como deve ter percebido, terei que usá-lo por um tempo, até que tudo fique direitinho e meu sorriso esteja perfeito.

Um pouco tortos? Claro! E o Sol é um pouco quente.

Naquele momento eu descobri que Viola Beene era uma otimista.

─ Boa sorte. Vai precisar.

─ Está sendo desagradável.

─ Parece que sim. Quase tão desagradável quanto você, na verdade.

Eu havia sido um tanto hostil, mas qual é. A garota era esquisita, irritante, metida a sabe-tudo e ainda por cima era uma Beene. Não podia ser pior, podia?

Os Beene eram, segundo meu pai, a estirpe mais desprezível de toda a Madison Place. A menina à minha frente não deixava dúvidas quanto a isso: sapatos de qualidade questionável, aparência medíocre, sem classe, educação, ou quaisquer resquícios de bons modos. Ter sua imagem vinculada à dos Beene seria uma vergonha para qualquer família de renome.

Com esse pensamento, levantei o rosto e fiz um esforço para prestar atenção ao pronunciamento do Sr. Prescott, que pelo visto se arrastaria até o próximo inverno.

À minha esquerda, Viola Beene continuava a mordiscar seu Twix, a vasta cabeleira caia sobre o rosto como uma cascata acobreada enquanto ela se distraia com a barra da saia comprida demais para alguém tão pequena. Mas por algum motivo, eu não conseguia parar de olhar. Ela levantou a cabeça, atenta à cacofonia, ao estalido que se alastrara pelo espaço, e percebi que sua boca estava suja de chocolate. Meu primeiro impulso foi avisá-la, não que eu me importasse, mas deixá-la desfilar pela escola como uma palhaça seria maldade.

─ Sua boca ─ disse num tom baixo, apontando a sujeira. ─ ... está suja de chocolate.

Seus olhos se arregalaram enquanto ela arrastava o dorso da mão pelos lábios. Contrariando as expectativas, a mancha marrom se espalhou pelas bochechas coradas.

Viola Beene era um caso perdido. Por um instante me permiti sentir pena dela, e esse foi o meu erro.

Impelido pela estupidez, me inclinei na sua direção. Sabia que deveria recuar, mas não conseguia, estava mais próximo dela do que havia estado de qualquer outra garota, e foi quando as palavras saltaram da minha boca:

─ Deixa que eu faço isso para você.

Os olhos azuis se arregalaram sob as lentes quando meus dedos tocaram sua bochecha, e percebi que seu queixo começou a tremer. Seria engraçado, se não fosse bizarro.

Enquanto meu polegar dançava seu rosto, senti o coração resfriar.

Segundos. Minutos. Não sei ao certo quanto tempo decorreu até ser trazido de volta à realidade por uma voz feminina, que ecoou através dos alto-falantes:

─ Por favor, todos em suas respectivas classes dentro de dez minutos!

Quando o discurso do Sr. Prescott havia acabado? E que merda eu tinha feito?

Recuei, ainda atordoado, assustando com a quantidade de poltronas vazias e o sem fim de alunos a se precipitar porta afora em direção ao corredor.

─ Tudo bem com você? ─ a Cara de Coruja perguntou, olhos fixos no meu rosto, que àquela altura devia estar mais pálido que uma vela.

─ Uhum. ─ Uau! Uma resposta digna de Einstein.

Ela riu.

Sendo bem sincero, eu não estava apenas envergonhado, estava mortificado. E para piorar, Viola Beene resolveu segurar a minha mão.

Recuando um passo, disparei pelo corredor de poltronas e dei o fora do lugar.

Nem em um bilhão de anos trocaria saliva com a Pippi Meialonga. Sem chance.

* Pippi Meialonga é uma personagem do livro de mesmo nome.

Olá, gafanhotas

Para quem está chegando agora, obrigada por ler.

Para quem este relendo, obrigada duplo. Fico feliz de ver que gostaram tanto da história a ponto de reler.

Por que eu voltei aqui para deixar esta nota? Bem, algumas dúvidas precisar ser respondidas logo no início, percebi isso após ler os comentários novamente. Muitas pessoas me perguntam sobre a idade dos personagens, até se chocam, lá pelo terceiro capítulo, ao descobrirem que ambos têm apenas 11 anos. Isso mesmo, 11. O fato é que essas crianças crescem no decorrer da história, amoras.

Por que eu comecei com personagens crianças quando poderia facilmente ter começado com personagens adolescentes? Desculpem se a resposta for decepcionante, mas o mais fácil não é a minha praia. Eu adoro escrever sobre crianças, mostrar a infância dos personagens, é o que eu chamo de "Síndrome de Charles Dickens". Então se você não quer ler sobre pré-adolescentes pode pular alguns capítulos, mas vai acabar perdendo partes importantes da história, referências que farão sentindo ao decorrer dos capítulos, ok. Mas fique à vontade.

Outro ponto: os primeiros capítulos deste livro são baseados no filme Flipped, que foi inspirado na obra homônima de Wendelin Van Draanen. A inspiração maior do livro, no entanto, vem de Romeu e Julieta e da musica Stupid Boy, inclusive era esse o nome da fanfic, porque sim, o livro era uma fanfic antes de ser postado aqui.

Isso é tudo.

Sejam bem-vindas ao mundo de Viola e Rigel.

Continue Reading

You'll Also Like

34.9K 2.8K 39
Imagines de algumas jogadoras de vôlei.
472K 24.6K 99
"Todo mundo tem uma pessoa, aquela pessoa Que te faz esquecer todas as outras".
16.2M 1.2M 93
(CONCLUÍDA) Livro Um "Não é que seja proibido... é porque é real" Até onde você iria pelas coisas que sente em seu coração? Teria coragem de arriscar...
189K 7.1K 48
sn é uma menina de poucas condições,sua mãe morreu sn tinha 5 anos,ela ficou com seu pai que também acabou partindo, então foi morar com uma tia, che...