Aquela Noite

De Caah_Autora

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Quantas vezes você já teve vontade de voltar a um ponto específico da sua vida e evitar o que veio a seguir... Mai multe

Pressentimento ruim
Quer uma cenoura?
A prisão
Sem Lembranças
É assim que termina?
A casa caiu
O início do inferno
Meu protegido
Briga! Briga! Briga!
Eu te amo
Merecia perpétua
Não briguem crianças
Diga a ele que sim
A culpa
Não peça desculpas
Olá, mamãe
A parte dois do inferno
Climão
Igualmente mandona
História mal contada
Confesse!
Não há remorso
Tarde demais
Quadrado amoroso
Ex-amigos
Liberdade!
Crise no paraíso
Tire as câmeras!
Empata foda
Sophia "Interesseira" Abrahão
Acerto de contas
Namorados, amantes ou nada mais?
Nenhum dos três
Cada um pro seu lado
Velhos amigos
Festa de arromba
Ciúme mal disfarçado
Não com o bebê lá!
Fofoquinha
Máscaras cairão
Ameaça
Chegou o Levi!
Primeiro dia com o papai
Hora da verdade - Parte 1
Hora da verdade - Parte 2
Pelo Levi
Será que acabou?
Por bem ou por mal
Somos fortes juntos
Me dá o Levi!
Inveja desde sempre
O fim da injustiça
Fetiche estranho
Programa de amigos
Vamos nos entender?!
Boa notícia
O resgate
Monstro
Momentos de paz
O final feliz

Tudo vai ficar bem

216 21 10
De Caah_Autora

— Oi, filho! — Solange abriu a porta da casa que parecia gigante. Morava em um residencial perto dali. — Oi, Sophia! — Franziu a testa sem entender o que os dois faziam juntos ali. — Você não devia estar descansando?

— Devia. — Sorriu sem graça. — Mas a minha vida virou de ponta cabeça. 

— Meu pai está ai? — Perguntou depois que a mãe lhes deu passagem. Caminhavam pra sala, juntos. Solange ainda muito confusa em relação a eles. — Preciso conversar com ele. 

— Está no escritório, mas eu acho que também preciso de uma explicação, será que um dos dois pode falar pra mim? — Solange pediu e Micael encarou Sophia. — Gente, falem de uma vez, estou ficando nervosa. 

— Sophia vai contar pra você o que aconteceu, e eu vou lá conversar com meu pai, tudo bem? — Voltou o olhar pra mãe. — E torcer pra essa conversa ser razoável. — Ele se afastou de Sophia, deu um beijo na mãe e ia caminhando pra dentro, até se dar conta de que não fazia ideia de onde era o escritório. — Mãe? 

— Sobe a escada, vira à direita e diante do corredor, escolha a terceira porta à esquerda. — Explicou e ele assentiu, subindo as escadas e já se perdendo completamente na imensidão daquela casa. Pra que os dois precisavam disso tudo se eram apenas eles, era o que passava em sua mente o tempo todo. 

.
.
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— Solange... — Sophia tentava escolher bem as palavras, mas era dificil. — O que aconteceu foi... 

— Vocês dois com esse suspense estão me deixando muito preocupada. Diz de uma vez,  só diz. — Pediu alto e com um suspiro, Sophia se aproximou com o bebê e mostrou a ela. 

— Esse é o Levi. — Apresentou a mulher que olhou bem para o bebê e ficou em choque, pelo menos até sorrir, quando se deu conta de que era avó. — Ele é... 

— Filho do Micael! — Completou toda boba. — Eu sou vovó! — Estendeu os braços pra pegar o neto. — Oi, Levi! — Brincou com o netinho. — Como você é lindo, meu amor. — Se sentou no sofá e fez carinho no bebê. — Senta, Sophia. — A loira sentou ao seu lado. — Desde quando vocês sabem disso? 

— Eu sei desde quando o Levi nasceu, é inegavel. Micael descobriu hoje. — Contou mais triste. — Hoje foi um longo dia e agora eu estou aqui, sem teto, sem uma fralda pra colocar no meu filho, não sei bem o que fazer. 

— Augusto não reagiu muito bem?

— Ele fingiu que nem viu semelhança e me convenceu a fingir que não havia. — Contou com pesar. — Eu fiz coisa errada demais com o Micael, Solange. — Estava a ponto de chorar. — Eu não sei como ele ainda olha pra mim. 

— Todo mundo comete erros. — Tentou defender. — Ele com certeza cometeu os dele também.  

— Não tem comparação. — Olhou pro pequeno bebê. — Não sei nem o que dizer a ele quando ficarmos sozinhos. Ele devia me odiar, eu deixei o Guto registrar o Levi.

— Isso aí foi um grande erro mesmo. — A loira se levantou. — Mas tudo se resolve, digo, eu também estava com raiva de você, mas vi o bebê e a raiva passou. Aposto que a dele vai passar também.

— Descobrimos que foi o Augusto que armou pro Micael ser preso. — Contou e viu Solange ficar de pé num pulo, assustando o bebê que tinha no colo. — Calma!

— Isso é algo muito sério pra se dizer! Augusto é meu afilhado! — Estava ainda mais nervosa, devolveu o neto a mãe. — De onde surgiu essa fofoca?!

— Senta aqui que eu te conto tudo o que aconteceu. — Deu batidinhas no sofá e Solange respirou fundo antes de se sentar. — Mas você vai precisar manter a calma.

— Fala de uma vez que eu aguento. — E então Sophia começou a contar o que sabia e Solange ouviu em silêncio, perplexa a cada palavra.

.
.
.

Micael bateu na porta do escritório do pai, pelo menos na que achou que era, aquela já era a quarta porta que batia. Comemorou quando ouviu um "entra" baixinho.

A imagem do pai com seu óculos de leitura e a cara enfiada no computador lhe apareceu. Luiz sempre teve um pouco de dificuldade com aquilo.

O velho homem ergueu a cabeça e a imagem do filho lhe surpreendeu. Tirou o óculos e se recostou na cadeira, pensando no que é que ele poderia ter ido fazer ali.

— Você não é bem vindo aqui. — Quebrou o silêncio atingindo Micael em cheio. — Não sei porque Solange insiste num caso perdido como você.

— Boa noite, pai. — Ignorou o que lhe foi dito, sabia que antes que ele lhe ajudasse, ia ser duro. — Está tudo bem?

— Estava. — Disse no mesmo tom agressivo de antes. — Veio me pedir o quê? Dinheiro? Cansou da vida medíocre que estava levando?

— Será que podemos conversar sem que você me humilhe o tempo inteiro? — Pediu e viu o pai negar com a cabeça. — Eu preciso de ajuda.

— Claro que precisa, ajuda de um psiquiatra. Alguém que faz o que você fez não é normal. — Micael abaixou os ombros e caminhou pra dentro. — É sério, você veio até aqui me pedir o quê? Não sei como tem coragem.

— O senhor não me deixa falar, fica me acusando o tempo inteiro, parece que sente prazer nisso! — Se irritou e Luiz ficou de pé.

— Olha como você fala moleque! — Apontou bravo.

— Pai, o Levi nasceu. — Resolveu falar ao invés de ficar batendo boca com o pai. — Por isso que eu preciso de ajuda.

— Eu sei que nasceu, Cláudio me ligou pra avisar. — Se sentou novamente. — O que o filho do Augusto tem a ver com você?

— Não é filho do Augusto, é meu filho. — Luiz arregalou os olhos e só faltou mudar de cor. — Meu filho com a Sophia.

— Você transou com a esposa do seu melhor amigo? — Disse baixo. — É sério, você não cansa de decepcionar? Como é que está o Augusto com tudo isso? Coitado!

— Pai, o Augusto não é o seu filho. — Disse com paciência. — Eu sou! Será que uma vez pode me ouvir e prestar atenção no que eu tenho pra dizer.

— Não seja insolente, eu sempre te ouvi e te dei o que você quis! — Bateu as mãos na mesa. — Você se afastou de mim e da sua mãe antes mesmo de estragar toda a sua vida!

— Tá legal, eu sei o que eu fiz, mas eu tinha o direito de estar com raiva, vocês sumiram no mundo, venderam nossa casa e eu fiquei sozinho com dezessete anos.

— Você não foi com a gente porque não quis. Ficou aqui por causa da sua namorada, não vem com historinha no meu ouvido.

— Foi o Augusto que armou pra mim. — Contou, já estava cansado das discussões. — O estupro nunca aconteceu.

— Você só pode estar de brincadeira. Ele nunca faria isso. — Defendeu mais uma vez. — O cara é seu amigo desde sempre, vocês dividiam berço enquanto nós quatro estávamos juntos, não é justo você surtar e falar bosta.

— Eu sei disso, talvez por isso que eu demorei tanto a descobrir a verdade. — Parecia triste. — Caroline, a mulher que me acusou, foi lá no apartamento do Arthur e me contou toda a verdade.

— Essa mulher te acusa, faz com que seja preso e então aparece anos depois acusando seu amigo e você acredita?

— É difícil acreditar que ele seja assim, mas é verdade. — Puxou a cadeira e se sentou diante do pai. — Ela contou toda a história, nos mínimos detalhes, tudo se encaixou.

— A troco de quê? Essa mulher pode ser presa por isso.

— A Raquel é amiga dela. — Deu de ombros. — Sabe a Raquel? A mulher que você não fez nem questão de conhecer na festa da Andressa. Tudo uma grande coincidência.

— E cadê essa mulher? Eu quero falar com ela. — Micael percebeu que já tinha conseguido no mínimo o benefício da dúvida.

— Eu vou ligar, mas não sei se ainda estão aqui no Rio. Elas estão morando em Santa Catarina. — Desbloqueou o celular e botou pra discar o número de Raquel.

— Se tiverem lá, eu pago a passagem, mas eu as quero aqui. — Micael rolou os olhos e ligou pra ex-namorada. Que confirmou que só iriam embora no dia seguinte e que podiam passar lá sim.

— Enquanto elas não chegam, não quer ir lá embaixo conhecer seu neto? — O sorriso de Luiz se abriu ao pensar que realmente tinha um neto, mas ele não demorou a disfarçar.

— Você trouxe a Sophia e o Levi pra cá? Ela separou do Augusto?!

— Eu não ia permitir que ela ficasse debaixo do mesmo teto que aquele psicopata. — Voltou a ter raiva. — E foi o que eu vim pedir a você, que deixe a Sophia ficar aqui com Levi.

— Passou pela sua cabeça que eu ia desamparar o meu neto? — Micael deu risada. — Ele não tem culpa do pai que tem.

— O senhor vai morder a língua quando ouvir as duas contando essa história. — Se levantaram e caminharam até a sala. Micael atrás de Luiz, com as mãos nos bolso e uma certa expressão de satisfação.

— Conseguiram se entender? — Solange perguntou ao marido. — Não ouvi gritos, imagino que sim.

— Eu quero ver o meu netinho. — Chegou perto de Sophia, que tinha o bebê adormecido nos braços. — Tudo bem, Sophia?

— Bem mais ou menos. — Forçou um sorriso que foi retribuído por Luiz. — Quer segurar? — O ex-sogro se sentou e Sophia lhe deu o bebezinho.

Em seguida Sophia ficou de pé e Solange sentou ao lado do marido, ambos babando o pequeno Levi. A loira foi pra perto de Micael e ele passou o braço pelos ombros dela.

— Parece até que tudo vai ficar bem. — Sophia sussurrou a Micael.

— E vai, tudo vai ficar bem.

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