Golden Love

By KissMeXBaby

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Manny é um professor de literatura inglesa do ensino médio, bonito, engraçado e amado por muitos. Mas que esc... More

Personagens
Capítulo 2 - Não convencional
Capítulo 3 - Desencontros
Capítulo 4 - Doctor Who
Capítulo 5. Livraria
Capítulo 6 - Pudim e Sorvete
Capítulo 7 - Quem tem um amigo, tem tudo.
Capitulo 8 - Sem inconveniências.
Capítulo 9 - Golden Boy
Capítulo 10 - Laços desfeitos
Capítulo 11 - Pequena Novidade.
Capítulo 12 - Halloween
Capítulo 13 - Namoros e namorados.
Capítulo 14 - Você me prometeu...
Capítulo 15 - Não seja melancólico.
Capítulo 16 - Drama e chaves
Capitulo 17 - Piano Man
Capitulo 18 - Seu colo, meu mundo

Capítulo 1 - A arte em admirar

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By KissMeXBaby

Manny.

Eu suspiro fundo quando escuto o sinal da escola tocar indicando a troca de aula, e para minha sorte de sexta feira essa foi a minha ultima. Chamo a atenção dos meus alunos para que eles não esqueçam de ler o capitulo do livro da semana para a próxima aula. Os alunos saem se despedindo me desejando bom final de semana, e retribuo. Eu tinha uma ótima relação com meus alunos, eles me respeitam e me admiram, não atoa eu recebia o titulo de príncipe daquele colégio. Não nego, eu sou um professor  adorável. Mas confesso que esse titulo era cafona, porém apropriado.

Ser o queridinho tinha seus males, por exemplo levar o dobro de tempo para sair da escola, já que a cada segundo alguém vinha a mim para conversar. Esse era o preço de ser querido, e por Deus, eu amo isso!

Mas ser um professor assumidamente gay em uma escola publica, e ficar conhecido como príncipe me surpreendeu. Nunca duvidei de quem sou, me esconder, esconder minha sexualidade num cubículo não combinava comigo, mas no meio acadêmico isso podia ser visto como um problema. O que foi, por muito tempo tive que aturar comentários e olhares atravessados, mas  aqui nessa escola não foi na proporção que imaginei, cheguei aqui a mais de dois anos e eu fui bem aceito, eu me encaixei. Bem, desde que eu não aparecesse nos vestiários masculinos tudo ficava bem, quer dizer nos femininos também. Na verdade era melhor eu evitar qualquer vestiário, isso era trabalho de professores de educação física e inspetores. Quando se é professor deve-se ter um alto cuidado no tipo de relação que se tem com os alunos para não ocorrerem maus entendidos. 

Apesar de alguns pontos chatos e tediosos, eu amo lecionar, e amo lidar com adolescente. O que muitos acham absurdos por se tratar da pior fase do ser humano, mas eu não. Adolescentes tem todos os melhores traços do ser humano, é uma fase de amadurecimento, descobrimento e conhecimento. Possuem a candura infantil mesclado ao despudor adulto. A força e expectativas necessárias para se viver nesse mundo, uma pequena magia que me traz a esperança do ser jovem e ter o mundo aos seus pés. Mas eu não sou santo, tinha momentos que eu poderia facilmente enforcar cada um deles. Mas não era frequentemente. Eu amo meus alunos e a ideia de poder mudar a vida deles através do conhecimento.

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A noite me arrumo para encontrar alguns amigos da época da faculdade que eu não via a tempos e sempre que nos reuníamos eu não via o tempo passar nem as bebidas entrarem. Entre conversas, fofocas, lamentações, sorrisos, musicas e danças a noite seguiu. Na manhã seguinte eu acordo em um salto, quando me dou conta que talvez eu tenha dormido demais e perdido o horário.  Sinto minha cabeça rodar em confirmação de que eu realmente exagerei na bebida ontem a noite.

- Chá? - Mike pergunta ancorado ao balcão quando me ver sair do quarto, eu ajeito meu cabelo mais uma vez e nego com a cabeça. Olhar para ele me lembrava de realinhar meus fios, Mike possui um cabelo castanho com um loiro escuro desbotado nas pontas que nunca avistou um pente na vida.  -Ah claro, esqueci do seu compromisso sabático. Coitado mal sabe que tem um stalker - ele prende um sorriso sínico nos lábios e eu o queimo com meu olhar enquanto ele leva a xícara a boca eu torço para que ele se queime com o liquido.

- Não estou perseguindo ninguém, eu gosto do croissant de lá.

- É claro. - ele repousa o xícara no balcão e vem até mim depositando a mão esquerda em meu ombro e eu observo sua unhas ridiculamente pintadas em verde e rosa. - Cara, chega nele. Não entendo por que de tanto medo quando você é o segundo cara mais bonito dessa cidade. 

- Segundo? Eu obviamente sou o primeiro. - o afasto com meu braço, e pego meu casaco. 

- Quem vê até acredita nessa sua autoestima inabalável, mas eu conheço o outro lado do principezinho da Alexandria High School. - zomba.- O cara que frequenta a mesma cafeteria no mesmo dia e horário nos últimos 8 meses só para ver um cara qualquer tomando café. Maníaco.

- Você é um idiota, não tem nada a ver. E quer saber? Não vou te trazer muffins hoje. - Saio e bato a porta irritado.

Maníaco.

Eu não sou um maníaco. Mas eu realmente vou todo sábado na Emma's Coffee, não exclusivamente para ver alguém, mas ele tem culpa nisso. A cerca de oito meses eu o vi entrar pedir seu café e se sentar próximo a janela enquanto lia algum livro, ao contrário da maioria das pessoas que desfrutavam de seu tempo com a atenção a telas de celulares ou computares. Ele repousava e lia, ou é o que eu acho que ele fazia já que virava as paginas tão rapidamente que duvido que consiga realmente ler, talvez fosse algum tipo de habilidade ou ele só gostava de folhear. E como se isso por si só já não fosse intrigante, ele nunca repetia um livro, mesmo nos sábados seguidos que ele ia, nunca era o mesmo livro.

Sigo meu percurso a cafeteria e ao abrir a porta escuto o sino típico. Estava consideravelmente vazio como de costume, não era das mais frequentadas da avenida que possuía cerca de outras quatro cafeterias, as pessoas tendem a irem em franquias que se popularizam na internet. Eu gostava do aspecto falido do lugar, era calmo. Me pergunto se era por isso que ele gostava de vir pra cá, as outras pessoas sim, já que a grande maioria dos clientes viam sozinhos e mergulhavam em algo solitário. Eu gostava porque era o lugar mais improvável de encontrar algum aluno meu. E por ele. Mas isso não era legal de se admitir, pelo menos não normal.

Me sento após fazer meu pedido, e me vejo ansioso pelo tocar do sino, será que ele apareceria hoje? Ajeito meu cabelo quando uma mecha cai sobre minha testa, e rio me sentindo estupido. Eu ficava nervoso só em pensar em vê-lo. E fazia dois sábados que ele não vinha. As vezes ele aparecia as vezes não. E quando vinha era sempre por volta desse horário, entre ás sete e oito e meia da manhã.

Eu me pergunto no que ele trabalha, sempre de social, mas nada muito elaborado, all star preto e meias divertidas como de Star Wars e Doctor Who o diferenciava. O que me fez saber que ele gosta desses programas. Ele sempre pedia café preto, e as torradas clássicas acompanhadas de ovos e bacon e...céus. Mike tem razão, eu pareço um maníaco!

Abigail, ou Abi como gostava de ser chamada me entrega meu pedido com um singelo sorriso.

- Bom dia, nunca tarda, não? 

- Bom dia, Abi. Eu amo os croissants daqui, não pode me culpar, me sinto em Paris. - brinco, o que não é exatamente verdade, eu não saberia sequer dizer se aqueles eram fieis croissants franceses, já que nunca pisei na França, mas eu definitivamente amo esses malditos pãezinhos. - E afinal você está belíssima hoje Abi, ainda mais.

- Sempre um galanteador. - ele passa as mãos sobre o cabelo, colocando uma mecha para trás da orelha, eu sabia que esse era meu efeito nas pessoas. Não sei se Abi tem alguma consciência da minha orientação sexual, mas eu causava alguma reação nela. Não que eu ache que ela tenha algum interesse em mim, céus eu não sou tão prepotente, mas ela ficava tímida com elogios de homens bonitos. E eu sou um.

- Como vai Mike? Aquele folgado nunca sai de casa? - Pergunta do meu amigo, e quando penso em respondê-la, ouço o tilintar do sino e a imagem dele se projeta a frente da cafeteria, ele caminha até a mesa habitual na janela e se senta, e Tina, a outra atendente vai até ele.

-Por que não vai falar com ele? - minha atenção volta a Abi em minha frente. - Não faça essa cara de surpresa, toda vez que ele aparece você o fixa tanto que se fosse comigo, eu ficaria com medo.

- Não sei do que está falando. - eu encaro minha xicara, eu sou um idiota, eu não podia estar sendo tão mais obvio a ponto dela perceber.

- Claro, tudo bem isso não tem nada a ver comigo. - Eu a olho sem saber o que responder, qualquer coisa que eu dissesse poderia me comprometer, seria como assumir que eu tenho um certo interesse no cara misterioso, e possivelmente hétero da cafeteria. - Ok, eu vou atender a outra mesa, e a propósito - ela se inclina e sussurra. - O nome dele é Reid. 

Ela sai rindo provavelmente da minha cara de chocado, e eu olho para ele que estava virado para trás e quando cruzo meu olhar com o dele ele se vira. Estranho. Mas sorrio em agora poder dar um nome a um rosto.

Reid.

Bastante comum, mas um sobrenome era melhor do que nada. Eu passo os últimos 27 minutos o observando discretamente. Pela posição de hoje, novamente não vejo o titulo do livro mas pela cor era outro desde da ultima vez. Ele paga deixando gorjeta para Sina, eu sei disso por que por motivos óbvios tenho acesso ao cardápio e sei o valor de sua refeição. Não é algo estranho de se saber.

Saio pouco tempo depois, levando para viagem dois muffins de mirtilo e chocolate branco. Mike é um idiota, mas eu sou um bom amigo.

Meu fim de semana não segue tão animado quanto minha sexta a noite, já que passo o dois dias corrigindo atividades daqueles seres de luz. Ser professor de literatura poderia ser tedioso, eu amava minha profissão, mas na quarta redação sobre Moby Dick, que seguia o mesmo raciocino  de abordagem e escrita eu xingava aqueles pirralhos. Eram estupidamente inocentes em acharem que poderiam me enganar, enquanto eu ria da inocência ou desfeito de meus alunos, alguém lucrava fazendo redações. Eu perderia meu tempo caçando o pequeno infrator, mas não seria divertido, na verdade seria hipocrisia da minha parte, já que no meu ensino médio eu fazia o mesmo. A diferença é que eu costumava ser mais esperto e seguia uma linha de abordagem característica de cada cliente.

Porém se meu domingo foi tedioso, minha segunda de manhã foi o completo oposto, de um jeito que eu jamais desejaria. Mathilde Jones, aluna do segundo ano havia sido assassinada, e o que tornava ainda pior era que há três semanas atrás outra aluna de outro colégio da região, Julianne Robson foi encontrada morta. 

Eu pondero os últimos acontecimentos com uma aflição em meu peito em ver meus alunos abalados andando pela escola, ao me dar conta do quanto eles são vulneráveis, e se os dois assassinatos tivessem alguma relação, isso significaria que estavam correndo ainda mais perigo. Por Deus, Mathilde era uma garota adorável.

- Manny? - Sr. Gomez me chama, me tirando de meu pequeno transe. - Há alguns agentes do FBI aqui. Querem falar com alguns alunos e professores. Sugeri que falassem com você primeiro, os alunos gostam de você e te contam coisas, talvez seja do interesse deles. 

O sigo até a sala onde os agentes estavam, meus pés pesavam toneladas com todo aquele ar mórbido que rodeava a escola. Duas mortes seguidas de alunas abalou a escola em níveis gigantes. Entro na sala com Gomez, e lá estavam três agentes, mas meu olhar se prende em um homem especifico, e sinto um vislumbre de surpresa vindo dele. Ele não se vestia muito diferente de como ia a cafeteria, a diferença é que sobre seu suéter tinha um blazer marrom, e possuía um revolver no quadril, e céus isso o deixava absurdamente mais sexy.

- Olá Sr. Chapman. - com atenção de meu sobrenome eu volto minha atenção ao homem negro em minha frente, era torturante escutar, ninguém me chamava assim.  - Sou Derek Morgan, esses são meus colegas Jeniffer Jareau e o Dr. Spencer Reid.

Spencer Reid. Esse era seu nome, e Doutor...doutor de que? 

- Manuel, ou só Manny, por favor. - eu aperto a mão de Morgan, e os outros agentes acenam com a cabeça. 

- Soubemos que tem uma boa relação com seus alunos, poderia nos contar um pouco sobre Mathilde? - a agente loira, Jareau pergunta.

- Sim, ela era uma boa aluna, era sempre muito simpática. - sorrio lembrando mas me referir a ela no passado me corta. - Não sei se posso ajudar muito, mantínhamos uma relação totalmente professor e aluna. - Eu realmente não entendo o que eu teria para falar de minha aluna poderia ajudar, eles conseguiriam melhor com os amigos dela.

- Tudo pode ser util. As vezes informações pequenas que julgamos ser inúteis podem ajudar, esse é nosso trabalho. - Reid fala tomando minha atenção e tento ignorar o agito em meu estômago em ouvir sua voz diretamente a mim e passo o que sabia em recordava de Mathilde.

- Ela gostava de ler, muito. Era uma das minhas melhores alunas, bastante interessada, não só na literatura inglesa mas na latina americana e africana, ela sempre buscava por indicações de livros de autores latinos.

Eles me fazem mais algumas perguntas, principalmente os agentes Morgan e Jareau, Reid se manteve calado a observar. Ao encerramos saio e eles prosseguiriam com amigos próximos dela. 

A escola optou por dar aos próximos dois dia de luto. E eu implorava internamente para que os agentes fossem capazes de pegar o desgraçado antes dele fazer mal a outra jovem. Era triste e lamentável como a vida delas se encerraram tão precocemente, Mathilde tinhas sonhos e expectativas para sua vida que foi interrompida por algum desgraçado.

Mas mesmo com minha cabeça a milhão em lamentações e aflições eu ainda pensava nele. Spencer, seu nome combinava com ele, sua profissão das muitas que eu cogitei, ser agente federal não passou por minha cabeça, mas ao vê-lo agir como um fazia muito sentido, tanto que parecia estar obvio o tempo todo, afinal Washington D.C é uma cidade  vizinha.

Chego em casa e jogo minha bolsa no chão, me abaixo agarrando meus joelhos tentando conter um grito contra minhas pernas. Mike havia me ligado mais cedo quando viu a reportagem na tv, foi o máximo de preocupação que ele conseguia transmitir.

- Devo te internar? - ergo minha cabeça para a figura de Mike sentado no sofá com o notebook no colo. - Desculpa, insensível da minha parte.

- Você não vai acreditar no que aconteceu hoje? - falo baixo mas acredito que Mike tenha sentido o desespero em minha voz.

- Não sei se quero saber....- eu levanto e pulo para seu lado no sofá o encarando com um olhar desconsolado que eu sei que ele não conseguirá ignorar. - Vai, fala logo.

- Eu o encontrei, hoje. Eu literalmente falei com ele. - eu aperto minha mão tentando me conter e Mike me olha como se eu falasse grego.

- Ele...? Maldições! - meu amigo ergue o queixo chocado e fecha o notebook demostrando pela primeira vez na noite interesse. - O cara do café? Como? 

- Ele foi no colégio com a equipe dele do FBI, e eles quiseram falar comigo, então eu o vi, conversei com ele. Eu sei o nome dele...- eu me calo quando a culpa me atinge. Todo meu entusiasmo em vê-lo era resultado de uma atrocidade. O único motivo de eu ter tocado meia dúzia de palavras com ele foi por causa da morte de uma aluna minha. Aquele sentimento me derruba e tento me acalmar e explico a situação para Mike que me escuta atento.

- Não se sinta culpado por ter encontrado sua obsessão nessa situação. - é a única coisa que ele responde depois de eu ter passado a ultima hora explicando e divagando. 

- Você não vai me perguntar como ele é? 

- Pensei que você antes já tivesse me atualizado sobre os detalhes dos seus sábados de observação. Cabelo brilhoso, olhos misteriosos...

- É diferente agora, e para de falar como se eu agisse mal.

- Você acha isso normal, interessante. - ele age como um maldito psiquiatra me analisando, eu odiava quando ele fazia isso. Idiota prepotente.

- Eu te odeio tanto.

- Tá, olha. O que vai fazer agora? Vai pedir o numero dele? O chamar para sair? Você tem que agir. - ele fala como se fosse tão simples.

- Enquanto ele investiga o caso de minha aluna? Não!

- Então prossiga com sua fantasia e idolatria descabida. 

- Ele provavelmente é hétero. 

- Um agente do FBI hétero, que surpreendente. Só descubra isso, e pare de persegui-lo. Você não é assim. É vergonhoso. - ele se levanta indo para seu quarto, como se eu tivesse esgotado sua energia.

- Eu não o persigo, eu gosto daquela cafeteria.- grito antes dele fechar a porta. 

Que dia terrível.

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