Spark of Fire

By ficsGiKa

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Jung Hoseok está há minutos de morrer quando o seu sangue atrai Min Yoongi, um vampiro que lhe oferece a chan... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100

Capítulo 79

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By ficsGiKa

Jimin beijava o pescoço de Yoongi com intensidade. O filme estava próximo do fim, mas nenhum dos dois prestava muita atenção no que passava na imensa tela na frente deles.

Já passara e muito do horário de fechamento do cinema, porém, Yoongi talvez tenha compelindo uma pessoa ou outra para deixar o filme em repetição por algumas horas.

— O sol 'tá próximo de nascer — Jimin murmurou, retirando sua mão de dentro da calça do namorado. — Vamos voltar ou...?

— Hotel?

— Talvez... — Jimin sorriu afetado, mordiscando o lábio inferior. — Mas...

— Devíamos chamar Hobi?

— Sim, ele já passou tempo demais com os meninos, estou com saudades! — Jimin sorriu, depositando um beijo na bochecha do vampiro. — Ele respondeu aquela mensagem que mandamos?

Yoongi não se recordava de sentir o celular vibrar, mas, ainda assim, olhou o aparelho.

— Não — disse o vampiro, remexendo os lábios.

Jimin buscou o próprio celular para ligar para o namorado, mas tocou algumas vezes e ninguém atendeu.

— Hm... ele deve estar distraído com Tae. Eles esquecem do mundo quando fofocam — comentou Jimin.

Mas, Yoongi começava a sentir ter algo de errado com aquela história.

— É melhor irmos para casa, Minnie. Buscamos Hobi e partimos de lá, okay? — Yoongi proferiu, não demonstrando seu nervosismo, afinal poderia ser apenas sua ansiedade pregando peças.

Jimin estava distraído enquanto seguiam para o estacionamento. O treinador apontava para lojas fechadas e murmurava algo sobre querer uma bota nova, porém, Yoongi não conseguia prestar atenção enquanto tentava buscar Hoseok pelo laço.

— Nossa, aquele perfume parece bom! — murmurou Jimin, ele apontava para um cartaz na parede do quarto andar do shopping. — Talvez possamos comprar depois.

— Hm-hm...

De concreto para Yoongi no momento somente existiam os dedos de Jimin na sua mão, pois, de restante, estava completamente imerso em pensamentos. Nunca era um problema encontrar os sentimentos do namorado pelo Laço. Por vezes era algo bobo, percebia Hoseok chateado porque o personagem favorito morreu na série que ele acompanhava há anos — "Yoongi, eu amava Castiel, tá bom?" —, outras vezes era alegria quando conseguia olhar pela janela, pela manhã, em um momento que tudo ainda estava coberto por nuvens, porém ainda era dia. Até prazer, quando sozinho, Hoseok alcançava durante o banho.

Mas, agora, ele não sentia nada. Era como se Hoseok tivesse completamente parado, sem conversar, sem pensar e sem sentir. Ou, a alternativa era que Hoseok estava o bloqueando. Porém, por que ele faria isso?

— Aquela bolsa que comprei ainda não chegou, o correio 'tá uma lerdeza, né? Olha que a caixinha nem fica no sítio e sim no bairro. Ai... — Jimin fitou o celular e estalou a língua. — Tae não me responde, que saco! Hoseok e ele devem estar mesmo na fofocaiada. Oh, vampiros para serem fofoqueiros!

Jimin fitou Yoongi e então viu. A falta de resposta, as meias-respostas e a distração. O que acontecia estava sendo praticamente esfregado em seu rosto, porém, não queria pensar naquilo, queria ficar no mundo da fantasia por um tempo a mais.

— Aconteceu alguma coisa, não é? — Jimin perguntou, sua voz perdendo a animação de antes.

— Acho que sim — Yoongi respondeu, um tanto sério. A estrada estava vazia e ele agradeceu por isso. — Liga para Jin, Joon... para todo mundo.

O professor então começou as ligações. Dos mais velhos aos mais novos, porém, ninguém atendeu, muitas das ligações nem ao menos foram completas.

Jimin não falou, mas Yoongi sabia a resposta, sabia o que dividiam agora em seus pensamentos, podiam ver no rosto um do outro o fantasma da culpa. Algo ocorrera enquanto eles estavam se divertindo.

Os dois focaram em encarar a estrada enquanto pediam ao universo para que tudo estivesse bem.


══════ † ══════


Após a explosão, tudo se tornou silencioso por alguns minutos. Pelo menos até as vozes dos caçadores voltarem a soar alta:

— O chefe vai nos estraçalhar! — resmungou um dos caçadores, fitando o grande buraco coberto por terra e pedaços de Obsidiana Negra. — Matamos o dragão dele!

Outro caçador se aproximou da borda, estalando a língua e sacudindo os ombros. Ele passou a mão na testa, secando seu suor enquanto com a outra segurava o celular que estava em seu ouvido.

— São fatalidades de uma guerra — disse o caçador que ainda segurava o celular. — Era eles ou a gente de qualquer maneira.

— Temos que resgatar os corpos? — o primeiro caçador perguntou.

O outro voltou a olhar o buraco antes de olhar para os camburões e os caminhões que já partiam com caçadores e seus corpos. Os capturados já estavam longe dali há muito tempo.

— Vamos embora, eles estão mortos. — Ele guardou o celular no bolso, voltando a secar sua testa. — O irmão desse cara e o outro dragão-vampiro devem servir.

Com uma concordância, o outro se virou, seguindo em direção ao caminhão ainda aberto. O caçador que ficou para trás secou sua testa outra vez, puxando saliva do fundo da sua garganta e cuspindo no buraco.

— O bem sempre vence, monstros.

Dito isso, ele seguiu para o caminhão; era hora de voltar a Sede.


══════ † ══════


A montanha ficou para trás quando o carro passou por ela, já próximo de onde moravam. Yoongi estava em uma velocidade alta demais; Jimin se segurava no apoio acima da porta de passageiros, em silêncio.

— Isso são marcas de pneus? — Yoongi perguntou quando se aproximavam da estrada de terra que dava para o sítio.

— Parece um carro pesado, talvez a picape de Jin?

Yoongi acelerou, a luz do farol iluminando o caminho, mesmo que ele não precisasse, conseguia enxergar perfeitamente na escuridão total. Ele viu Jimin abrir a janela ao seu lado e colocar parte do corpo para fora.

— O que você vê?

Jimin tentou distinguir entre as marcas, mas eram muitas ao ponto de deixar a lama revirada em certos pontos. Não eram pneus comuns de picape, eram pneus de algo mais pesado. O professor voltou a colocar o corpo para dentro do carro, os olhos já arregalados em sua face.

— Caminhões! — disse Jimin, arfando. — Yoon, são muitos caminhões.

— Merda! — o vampiro meteu o pé no acelerador, chegando ao máximo do carro. — Não temos tempo a perder.

Foram momentos de tensão. Nenhum dos dois proferia algo e somente a respiração de Jimin era escutada no automóvel.

O portão escancarado foi a primeira coisa que encontraram, mas Yoongi não parou, somente adentrou o sítio em alta velocidade, parando poucos metros antes das casas, com seus olhos sem conseguirem acreditar no que via.

O piso não existia mais, duas das casas estavam destruídas na frente, com vidros quebrados e varandas queimadas. A outra casa estava alvejada, com furos tão grandes que podiam ver parte da mobília do lado de dentro.

Jimin e Yoongi saíram do carro com suas bocas escancaradas, fitando tudo aquilo sem reação. Suas mãos se uniram e eles começaram a procurar pela sua família.


══════ † ══════


Quando Yoongi sentiu o cheiro do sangue de Taehyung, ele chorou. O vampiro tentou se controlar, mas o aperto em seu peito foi demais para aguentar. Os braços de Jimin foram o seu amparo.

— Ei, ei, nossos meninos são fortes, Yoon — garantiu Jimin. Ele olhou para o sangue ainda fresco, a mancha já se misturando à terra do caminho. — Eles fugiram, Yoonie. Se não fugiram, vamos resgatá-los.

Yoongi fitou o namorado e seu rosto estava repleto de dúvidas. Queria acreditar, claro que queria, mas a destruição do sítio que tinham como lar era algo que não sabia colocar em palavras de tão apavorante. Sabia que parte daquilo era feitio de Namjoon, que o dragão levou todos os fenômenos naturais possíveis para salvar a todos, mas a falta de vida do lugar não parecia promissora.

— Eles estão bem, Yoonie. Confia em mim.

Yoongi resolveu se agarrar naquela certeza.

Eles começaram a procura pelas casas, mas não encontraram sinais de quem havia alguém por ali. Então, fizeram o que realmente não queriam, pois, o temor era imenso nos seus corações: eles começaram a seguir as trilhas de sangue.

Yoongi tinha certeza que nunca esqueceria aquele dia, não quando estava usando o seu olfato para identificar de quais pessoas eram as marcas de sangue pelo chão.

— Okay, Taehyung e Seokjin parecem ter sido feridos — Jimin disse, registrando tudo no aplicativo de notas do seu celular. — Você sente algum rastro de Jungkook, mas não tem sangue, o que é bom.

— Tae foi o mais ferido — Yoongi comentou, puxando o ar com força. — Não tem sinal de Yeonjun e Hoseok.

— E Soobin?

— Ele ficou um tempo na sala de artesanato, parece que empurrou algo contra a porta, mas, além disso, não consigo mais identificar nada.

— Eles quebraram as câmeras de segurança e levaram os HDs — explicou Jimin, suspirando. Ele levou a mão a cabeça, esfregando com força a testa, apertando os olhos com força. — Yoon, o que faremos?

Yoongi olhou para o céu. O sol nasceria em pouco tempo e seria impossível procurar por alguém daquela maneira. Ele sentia como se todas as suas opções tivessem sido podadas ao ponto de nada mais restar.

Pela falta de resposta de Yoongi, Jimin propôs:

— Vamos para um hotel, eu te deixo lá e começo a procurar — disse Jimin. — Talvez a senhora Sunmi possa ajudar...

— Não iremos nos separar, Jimin — alertou o vampiro.

Jimin suspirou.

— Yoon, qual outra opção nós temos? Tento meu ex... ele é um babacão, mas talvez com jeito consiga tirar algo dele, alguma informação.

O professor voltou a digitar no celular, já buscando o número de Jinyoung na agenda. Yoongi odiava aquela opção, mas realmente não tinham alternativa além daquela. Ele grunhiu, afastando-se de Jimin, sem querer ouvir a tal ligação e o que falariam — por mais que fosse impossível realmente evitar escutar uma coisa ou outra.

Yoongi seguiu para a parte mais bagunçada do sítio, onde o solo estava toda revirada, árvores arrancadas de suas raízes e a maioria do sangue se concentrava — esse ao menos era de pessoas que não conhecia, mas não via nenhum corpo. Ficaram tanto tempo fora que os caçadores puderam recolher seus mortos e feridos.

Ali, Yoongi ouviu um batucar baixo. Uma fagulha de esperança.

Um coração que batia.

Ele se concentrou, buscando de onde vinha aquela batida conhecida quando percebeu vir da terra. O vampiro nem pensou, somente se agachou e começou a cavar com as mãos.

O som era baixo e devagar, mas estava ali e Yoongi não se importava em como parecia uma situação que já vivenciara antes: quando Hoseok morreu e o enterrara no meio da floresta para escapar de Jimin e Jungkook.

Um palmo de terra já estava escavado quando Yoongi sentiu Jimin ao seu lado, o namorado nada perguntou, somente se ajoelhou na terra remexida e igual ao vampiro, começou a cavar com os dedos.

Demorou um pouco mais de dois minutos para pararem.

Jimin arfou e engoliu a seco, já Yoongi fitou encarando o buraco, sem reação.

Uma camada alaranjada fazia o contorno dos dois corpos ali caídos. Seokjin estava no fundo do buraco, em uma posição estranha, enquanto por cima dele, abraçando-o de forma protetora, estava Namjoon, que era a fonte da luz laranja.

— Jin? Joon? — Jimin foi o primeiro a chamar o nome dos dois. — Vocês estão...?

O professor não completou sua fala, mas Yoongi não precisou disso para saber que o seu namorado queria perguntar se eles estavam vivos.

A pergunta adiantou de alguma forma, pois, Seokjin remexeu as pálpebras lentamente até as abrir, tendo em seu olhar pura confusão.

— Jinnie! — Yoongi gritou, a visão do seu melhor amigo de olhos abertos sendo o que o acordara do seu transe. — Fique parado, vou tirá-los daí.

Seokjin fitou Yoongi, mas logo seus olhos foram para Namjoon. O dragão estava desacordado, abraçando-o e os fatos clicaram na mente do vampiro. Quando tudo a volta deles explodiu, Namjoon se jogou contra o seu corpo e os protegeu com a sua força natural.

— Joon?

Agora, Namjoon não respondia, mas o som baixo do coração dele estava ali — o dragão o protegeu até a exaustão.

Não demorou para Yoongi e Jimin tirar Namjoon e Seokjin do buraco.

O vampiro estava com uma perna quebrada, explicando a posição estranha que tinha no buraco. Yoongi olhou para dentro de uma das casas, mas Jimin negou com a cabeça.

— Eles levaram todo o sangue — explicou Jimin. Ele levantou a manga da sua jaqueta, estendendo o punho para Seokjin. — Está tudo bem, é uma emergência.

Seokjin olhou para Yoongi, porém, não esperou nenhum tipo de autorização — Jimin sabia o que fazia e o que oferecia no momento —, somente fincando suas presas na macia pele do antigo caçador. Todo o processo foi silencioso e não demorou para Jimin escutar os sons do osso do vampiro se regenerando.

Tudo levou alguns minutos, quando saciado, Seokjin depositou um beijo na testa de Jimin. Ele suspirou, fitando Namjoon, que estava desmaiado ao seu lado, não conseguindo evitar afagar seu cabelo com carinho.

— Eu achei que ia morrer — disse Seokjin. — Namjoon é realmente incrível.

— Jinnie, o que aconteceu? — Yoongi perguntou, sua voz delicada.

Seokjin suspirou, olhando para o seu sítio, agora em pedaços. Não conseguia mais se lembrar das risadas que deu ali, dos beijos que trocou, do amor que sentira por toda a sua família.

— Eles nos destruíram, Yoon — disse Seokjin. — Acabaram com nossa família.

Os namorados fitaram um ao outro, sem saber o que dizer. As palavras de Seokjin eram sombrias e o local onde estavam não ajudavam em mudar aquela sensação ruim que ponderou seus sentidos.

— Temos que sair daqui — Jimin murmurou, apressado. — O sol nascerá logo. Vamos para um hotel e lá... pensamos no resto.

Novamente, o casal se encarou, pois, esperavam que Seokjin reclamasse, que dissesse que sairia no sol de qualquer maneira, porém, a primeira ação do outro foi a de pegar Namjoon em seu colo e começar a caminhar em silêncio para frente do sítio.

Yoongi já havia visto Seokjin assim antes, há umas décadas e o pensamento do que isso significava, era apavorante. Ainda assim, Yoongi ficou de pé, ajudando Jimin a fazer o mesmo enquanto também seguiam para o automóvel.

Daquela maneira, os dois vampiros, o ex-caçador e o dragão, ainda desmaiado, seguiram para um futuro que começava com muitas dores e incertezas.


══════ † ══════


Hoseok e Yeonjun estavam sozinhos em uma cela há horas. Os dois pouco falavam, não sabiam realmente o que dizer um para o outro naquela situação, não quando um sentia ser o culpado pelo outro estar ali.

O médico pensou em como ele deveria ter percebido antes que o humano estava tentando os enganar; arrependia-se muito de somente seguir cegamente para ajudar aqueles que seriam os primeiros a o jogarem em um calabouço — o que era deveras irônico pensar no momento.

Lembrou-se dos dias que ficara preso à mercê dos vampiros e por algum acaso do destino, agora estava nas mãos de caçadores. Quem seriam os próximos? Dragões? Quis rir da própria desgraça, porém, não tinha de fato algo para rir naquilo tudo.

— Pelo menos não tem janela.

A voz de Yeonjun foi uma surpresa para Hoseok. O silêncio entre eles era tão grande que não pensou que escutaria novamente aquela voz — talvez fosse morto antes de realmente proferirem algo.

— Realmente — Hoseok disse. Ele voltou a fitar o cubículo fechado e de alguma maneira percebeu estar feliz por estar ali com Yeonjun, ao menos veria uma pessoa conhecida antes de morrer. — Yeon...

— Não fale — disse o outro vampiro. — Está tudo bem.

Novamente, caíram no silêncio. Nenhum dos dois queria falar sobre a morte aparente que enfrentavam a frente.

As horas se passaram daquela maneira e Hoseok começou a sentir aquilo que mais temia. Iniciou com um tremor na perna e enquanto se concentrava em contar as pedrinhas da parede, foi passando para o braço. Sua garganta gradualmente ressecava e evitava olhar para Yeonjun; conseguia se controlar por mais um tempo, porém, não sabia quanto tempo isso seria.

— Você precisa alimentar, hyung? — perguntou Yeonjun, o tom de voz baixo. — Você pode... talvez assim tenhamos uma chance.

Hoseok levou a mão a testa. Se ele estava com sede, Yeonjun também estava, a diferença é que o outro vampiro sabia disfarçar e muito bem, desde o dia que renasceu.

— Vocês dois, contra a parede!

Os vampiros encararam a porta e ali viram um par de olhos pela frestinha. Eles seriam tirados da cela e Hoseok temia pelo que aconteceria em seguida. Mas, ainda assim, Yeonjun e ele ficaram contra a parede, afastados.

Ambos ouviram a porta sendo aberta e trancada em seguida. Pelos passos, tinham cinco caçadores ali, todos em prontidão para atirar caso um dos dois tentassem algo.

Hoseok sentiu seus braços sendo puxados para trás e em seguida a queimação em seus punhos e nas pernas. Prendiam-no com correntes de Obsidiana Negra.

Yeonjun, ao lado, reclamou verbalmente, mas, não reagiu.

— Vamos, vamos. Sem gracinhas!

Hoseok não imagina para onde estavam indo, mas não tinha um bom pressentimento.

Ele foi na frente, empurrado sempre que dava um passo a menos, tentando entender onde estavam e para aonde iam.

Após passarem as celas — Hoseok não ouviu sons, mas, poderia ter outros vampiros por ali —, seguiram por um longo corredor. Era frio, com suas paredes de pedra escuras, pouco iluminado e extenso. Ele calculou estarem no subsolo, como imaginou desde que entrara ali com os vendados.

No fim do corredor, havia luz.

Hoseok se retraiu, lutando para ficar no lugar. Era assim que iriam os matar? Colocando-os ao sol para queimarem? Seria esse o final deles? Yeonjun não merecia uma morte tão horrível.

— Anda logo! — reclamou o caçador que estava atrás dele. — Entrem logo!

O médico quis se despedir de Yoongi e Jimin, pelo menos falar que os amava uma última vez. Morreria de maneira tão terrível, com tanta dor. Acreditava não merecer tanto sofrimento.

— Porra, entrem logo!

Hoseok encarou Yeonjun, que estava ao seu lado. O rapaz estava silencioso de uma maneira que diferia de sua personalidade. Ele enfrentaria a morte com orgulho, sem dar o gostinho de demonstrar medo ou dor.

O médico quase sorriu. Tinha muito para aprender com Yeonjun e começaria — e provavelmente terminaria —, com aquela atitude.

Assim, mesmo que pensasse em todos que amava e a percepção de que morreria pela segunda vez — e dessa vez em definitivo —, ele levantou o queixo e junto de Yeonjun, deu um passo em direção à luz.


══════ † ══════

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