Spark of Fire

By ficsGiKa

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Jung Hoseok está há minutos de morrer quando o seu sangue atrai Min Yoongi, um vampiro que lhe oferece a chan... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100

Capítulo 71

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By ficsGiKa

Era tudo incrível aos olhos de Jungkook. O lugar, as cores e todos os vampiros que conseguia identificar por todos os lados.

O local ficava próximo à montanha e essa foi a primeira coisa que Jungkook pôde ver pela porta aberta que dava para uma grande sacada. Era lindo! Sentia que podia encostar nos pedaços de neve que ficavam no topo.

Quando deu por si, Jungkook notou que todos olhavam para eles. Não, todos olhavam para Seokjin e Taehyung.

Ainda era estranho pensar que o noivo era poderoso daquela maneira, que seus setecentos anos o faziam tão invejado, tão importante. Jungkook, por vezes, não conseguia imaginar que o homem que fazia piadas para ele ou que preparava seu kimchi, era um vampiro tão temido. Quando estavam juntos, na cama, eram iguais, tanto em sentimentos quanto no resto que envolvia um relacionamento.

Não demorou para Jungkook ter vários vampiros perto dele. Seokjin e Taehyung não participavam de eventos como aquele há um tempo, o que significava que todos queriam um pedacinho do seu noivo. Ainda se recordava quando perguntara sobre aquilo, sobre existirem vampiros mais velhos e poderosos como ele — tirando a mãe de Namjoon, não conhecia nenhum outro além dos seus amigos. O escritor respondeu que provavelmente esses vampiros estavam cansados de socializar e viviam isolados, passando um dia de cada vez.

Era uma ideia interessante para Jungkook: tornar-se tão poderoso ao ponto de não querer mais ter envolvimento com o resto do mundo.

As falas começaram a se misturar na mente de Jungkook. Eram muitos vampiros o ignorando e interessados em falar com Seokjin e Taehyung. Não se importava com isso, então, deu espaço para o noivo, seguindo para a mesa de petiscos. Por terem mais humanos no local, alguns como ele, envolvidos com vampiros, a comida naquela mesa era real.

Ele tocou no que parecia algum salgadinho europeu, mas sua mão foi coberta por outra, os dedos finos e as unhas pintadas de vermelho. Jungkook se assustou, dando um pulo no lugar e pronto para lutar, até ver Moonbyul, a mestre de Seokjin.

— Oh, olá, senhora Byul.

Ela estalou a língua.

— Não me chame de senhora. Mas, pode me chamar de mommy, se desejar — disse, piscando um dos olhos.

Jungkook sentiu as orelhas esquentarem. A vampira era ousada e conseguia ver muito de Seokjin com ela; talvez fosse verdade sobre os pupilos serem parecidos com seus mestres.

Ele focou em outra coisa para não demonstrar estar envergonhado. Então, olhou para a roupa da vampira, notando que ela vestia um conjunto de terno em tom roxo, com uma sandália de salto preta, repleta de cristais.

— Você está muito bonita — Jungkook disse.

— Gostou? Comprei de algum desses designs famosos.

— Yeonjun gostaria de ver o modelo, ele está se tornando um estilista incrível — comentou Jungkook, displicentemente.

— Ah, o outro pupilo de Jin? Ainda não o conheci — disse a vampira, segurando Jungkook pelos ombros. — Jin acha que estragarei todos os pupilos dele!

Jungkook sorriu, voltando a olhar a mesa para pegar um salgado.

— Bem, ele é protetor — explicou o pintor.

— Ele é um chato! — A moça brincou, entrelaçando seu braço ao de Jungkook. — Gostaria de conhecer minha esposa? Você já está há muito tempo sozinho aqui.

— Claro...

O pintor logo percebeu que não tinha como dizer "Não" a Moonbyul, ela fazia o que queria e restava a você segui-la pelos lugares. Ele não se importava, pois, gostava da ideia de ter amizade com a mestra do seu noivo; queria ser amigo de todos os amigos de Seokjin, pois, sabia como era importante para ele estar sempre cercado de pessoas que amava.

— Solar, amor. Eu trouxe nosso genro para te conhecer! — Moonbyul riu com todo o corpo do próprio comentário. — Jungkook, essa é Kim Yongsun, mas ela também gosta de ser chamada de Solar.

Jungkook encarou a mulher à sua frente. "Bela" seria um eufemismo para descrever a esposa de Moonbyul. A pele vampiresca contrastava com os lábios pequenos, porém fartos e pintados de vermelho. Os olhos pequenos e com cílios longos sumiam por crescentes enquanto ela sorria contente. A vampira era pequena em estatura mesmo usando um salto alto. O tronco delineado em um vestido preto bem colado ao corpo.

— Oh, que jovem adorável! É um prazer finalmente conhecê-lo, Jungkook.

— O pra-prazer é meu, senhora.

Moonbyul riu novamente, disparando em seguida:

— Solar, querida, alguém tem uma crush em você!

Pela segunda vez no dia, Jungkook sentiu seu rosto esquentar.

— N-não! Que isso! — Jungkook se embolou nas palavras, engolindo a seco. — T-tenho respeito às senhoras!

Yongsun sorriu, colocando a mão no ombro do rapaz.

— Não fique nervoso, Jin tem uma crush imensa na minha Byul. — Ela piscou um dos olhos. — Digamos que estamos empatados agora.

— V-vocês são muito bonitas e sabem disso — Jungkook proferiu rindo em puro nervosismo, mas as duas apenas riam com ele, então parecia estar tudo bem.

— Você também é um jovem extremamente bonito, Jungkook. — Yongsun deixou a taça que tinha nas mãos em cima da mesa e os olhos dele foram com o movimento; era sangue, óbvio, mas por vezes se esquecia estar no meio de vampiros que definidamente eram muito mais fortes que ele, contudo, confiava tanto em Seokjin que nem medo sentia. — Acho adorável como Seokjin sempre ama humanos.

Jungkook sorriu um tanto sem graça com o comentário, mas sabia que a vampira não falava por maldade ou algo do tipo.

— Jinnie apenas ama com sinceridade. Não é incomum encontrarmos vampiros egocêntricos e ele não tem paciência para tal coisa, nunca teve — Moonbyul proferiu defendendo o pupilo rapidamente. — Mas, sobre amar humanos, ele realmente é uma das poucas exceções à regra.

— Como assim? — Jungkook perguntou, mordendo o lábio inferior.

— É muito mais fácil amarmos vampiros, rapaz. Ou então, transformarmos o humano em poucos dias... Isso sem contar o descontrole. Não é fácil conviver com um aroma tão saboroso se você não tem controle. — Moonbyul sacudiu os ombros. — Você não está percebendo os olhares? Eu te trouxe para cá porque ninguém irá ousar se aproximar de você. Jin sabe que eu te protegeria.

De fato, os olhares eram intensos. Jungkook pensara de início que era o fato de estar acompanhando vampiros poderosos, mas, eles não pararam em nenhum momento. Era estranho pensar que poderia ser petisco, contudo, ainda não sentia medo.

— Oh, céus! Aquele é Kim Taehyung?! — Yongsun proferiu, levando a mão a boca. — Ele melhorou das crises de pânico?!

Jungkook sorriu orgulhoso do amigo. Taehyung realmente estava se comportando muito tranquilamente naquela noite, até mesmo trocar palavras com outros participantes da festa havia feito, apesar de não ter tido a coragem de se separar de seu mestre e apenas o seguia para todos os lados.

— Sim, há alguns meses. Tae melhora a cada dia, estamos muito felizes por ele.

— Isso é tão bom — Moonbyul comentou, sorrindo para a esposa. — Agora ele pode ser o nosso padrinho.

— Oh, pensei que vocês fossem casadas — confessou Jungkook.

Yongsun riu.

— Nós somos. Mas renovamos os votos uma vez a cada século.

Jungkook estava encantando com as mulheres. Era bonito observar como elas realmente gostavam uma da outra, o que o levou a pensar se no futuro poderia ser assim com o noivou, renovando o casamento deles a cada século. Ele riu sozinho. Século! Era tanta coisa! Contudo, não se via amando Seokjin menos do que aquilo.

As vampiras começaram a trocar beijos e Jungkook desviou o olhar. Ele fitou o local. Alguns vampiros dançavam com seus pares, há algumas mesas da onde estavam, um se alimentava de um humano — o que o fez lembrar da sua época no mesmo emprego. Passou seus olhos para outro ponto que pudesse ser interessante e foi então que viu Kim Soohyun, o ex-caçador que Seokjin e ele interrogaram no parque de diversões.

— O que ele faz aqui?! — Jungkook disparou entre os dentes. Ele olhou para as vampiras, mas elas ainda estavam perdidas uma na outra. — Já volto.

Sem esperar uma resposta, Jungkook foi até Soohyun.

— Soohyun?! O que faz aqui?! — Jungkook questionou apressado.

Assim que o reconhecimento chegou à face do homem, ele deu passos para trás, os olhos arregalados. Jungkook tensionou o corpo.

— Espera... você está aqui a mando dos caçadores?! — Jungkook perguntou, seu tom de voz aumentando gravemente. — Você nos enganou?!

Shh! Quer matar a nós dois?!

Jungkook olhou em volta. Não tinha muito onde conversar naquele lugar, porém, tinha um corredor escuro próximo a eles. Vampiros, como sempre não se importando com luzes!

Sem pensar muito, Jungkook puxou Soohyun para o local escuro, prensando-o contra a parede.

— O que você faz aqui?!

— Eu poderia lhe fazer a mesma pergunta, não?

— Estou aqui com o meu noivo — disse Jungkook, orgulhoso.

Soohyun riu.

— Estou aqui pelo mesmo motivo — disse o homem. — Não pelo o seu noivo, mas... minha namorada.

— Oh... E-então, me desculpa. E-eu me assustei. — Jungkook deu espaço para o outro somente para o pressionar outra vez na parede. — Você pensa que acredito na mesma história que acabei de contar?!

— Ai, porra. Você mentiu por acaso?! — Soohyun revirou os olhos. — Para de ser maluco, posso te mostrar minha namorada... Não tenho mais direito de me apaixonar?

— Jungkook!

A voz de Seokjin chegou e em poucos segundos, as mãos do vampiro estavam o segurando de forma protetora e o afastando de Soohyun.

— Céus, como vocês são exagerados. — Soohyun suspirou, ajeitando o seu terno. — Não estou aqui para arranjar confusão. Como eu disse, estou apaixonado e só.

— Hyunie! — Uma voz feminina chamou, e assim como Seokjin, a vampira ela logo se colocou a frente do namorado. — O que está acontecendo aqui?

A vampira tinha baixa estatura, o cabelo curto levemente cacheado emoldurava seu rosto pequenino e redondo. Os olhos arregalados em tensão, enquanto as mãos seguravam firmemente o namorado atrás de si.

— Amor, está tudo bem. Eles são apenas conhecidos. — Soohyun disse, sorrindo e fitando Jungkook — Está tudo bem, certo?

A tensão era palpável até Jungkook concordar com o outro humano.

Seokjin relaxou e a vampira também, ambos ainda se encarando por alguns longos segundos.

— O senhor é bem famoso — disse a vampira para Seokjin.

— A senhorita não é uma desconhecida, Park Boyoung. — Seokjin foi cavalheiro. Ele fez uma reverência a moça e em seguida encarou o humano que a acompanhava. — Não imaginei revê-lo por aqui.

— Me desculpe por te acusar de qualquer jeito... — Jungkook murmurou, segurando a manga do terno de Seokjin, enquanto encarava Soohyun, arrependido.

Seokjin segurou Jungkook ainda mais parto de si, beijando-lhe o topo da cabeça com cuidado.

— Por que não voltamos para a festa e sentamos todos? Acredito que aqui não seja o melhor lugar para ficarmos.

— Claro, vamos voltar — Soohyun respondeu, segurando a mão da namorada com carinho, tentando transmitir que tudo estava realmente bem.

Jungkook estava envergonhado, não deveria ter acusado o homem daquela maneira, porém, Seokjin o manteve perto e quando se sentaram na mesa com Moonbyul, Yongsun e Taehyung.

— Mestre, está tudo bem? — Taehyung perguntou preocupado, ainda mais por ver a face um tanto triste de Jungkook.

— Está sim, apenas um leve mal-entendido.

Taehyung se moveu com rapidez, sentando-se ao lado de Jungkook. Ele estendeu a mão e afagou as costas do pintor, que sorriu docemente para o amigo.

— Não fiques triste, amigo.

Jungkook sorriu para o amigo, encostando a cabeça no ombro do mesmo.

— Ai, que torta de climão! — Moonbyul praticamente gritou. Ela se levantou e estendeu a mão para a esposa. — Vem, querida. Vamos dançar.

Yongsun riu, segurando a mão da esposa e abanando a cabeça para o demais, logo seguindo Moonbyul pelo salão.

— Jin, deverias levar Jungkook para dançar — Taehyung comentou.

— Seria falta de educação com nossos convidados para a mesa — Seokjin disse para o pupilo.

— Não nos importamos, de verdade. Fiquem à vontade — a vampira proferiu sorrindo com educação.

— Acredito que podemos conversar um pouco — insistiu Seokjin.

Novamente, o clima pesado tomou conta da mesa. Jungkook se sentiu culpado e resolveu falar antes que as coisas piorassem:

— Sinto muito pelo ataque. Imagino que a senhorita saiba do passado do seu namorado e... ele divide o mesmo passado do que eu. Por isso, ao vê-lo aqui na festa, fiquei nervoso e com medo de ser alguma armadilha.

— Suponho ser compreensível, tendo em vista de quem você é filho. Se estivermos todos mais tranquilos agora, não guardaremos nenhuma mágoa — avisou a vampira. — De fato, não encontrei algum vampiro mais velho que pudesse retirar a compulsão dele, mas foi sem sucesso. Até a sua mestra... tentamos há uns meses. Sem sucesso.

Seokjin suspirou. Naquela altura, Rain parecia uma lenda, de tão inalcançável que era.

Frustração não chegava a descrever tudo o que sentia sempre que ouvia o nome do homem por aí, mas sabia que um dia ele o encontraria. Ninguém sumia daquela maneira e agora estava disposto a persegui-lo. Nada de deixar tudo para depois, de viver sua vida e esquecer de uma pessoa que estava pronta para machucá-los. Aquele era somente era o início das batalhas e em algum momento, o homem erraria; quando isso acontecesse, estaria lá para acabar com ele.

— Acredito que como tudo está bem agora, vocês podem se divertir — disse a vampira, com um sorriso. Novamente, Jungkook viu os olhos dela se fechando enquanto falava e achou adorável. — Também quero levar meu namorado para dançar, então, permitam-me...

Boyoung se levantou, estendendo a mão para Soohyun e não demorou para eles seguirem para a pista de dança.

A música do momento era animada e os casais exibiam passos rápidos. Seokjin observou sua mestra com a esposa gargalhando enquanto rodopiavam várias e várias vezes.

— Mestre, leve seu noivo para se divertir...

A fala de Taehyung fez Seokjin sorrir enquanto estendia a mão para Jungkook, piscando um dos olhos.

— Permita-me o prazer dessa dança, querido noivo?

Jungkook sorriu, aceitando segurar a mão do vampiro, rindo para Taehyung enquanto seguiam para a pista de dança. Comentara mais cedo com o amigo como queria poder dançar com Seokjin outra vez, mas não sabia se teria a oportunidade.

Agora, ele tinha.

— Querido noivo, você está muito bonito — disse Seokjin, já no meio da pista, com o corpo de Jungkook contra o seu.

— Estou? Pois, você que rouba todos os olhares — brincou Jungkook, fechando os olhos e apoiando a cabeça no ombro do vampiro.

A música era rápida, mas Jungkook não se importava, não quando estava com o homem que amava em seus braços. Como era bom se sentir daquela maneira.

Ainda de olhos fechados, ouviu os últimos acordes da música. Ele sorriu, voltando a encarar Seokjin, imaginando se a música seguinte seria uma vagarosa.

Não foi.

Segundos depois, o casal de noivos escutou o início de uma música conhecida por eles. O início da música deles.

A voz de Whitney Houston, bastante característica quando I Wanna Dance with Somebody embalou seus ouvidos.

Era coincidência demais, mas pelo olhar de Seokjin, ele estava tão surpreso quanto Jungkook, então o rapaz olhou na direção da mesa que antes estavam e viu Taehyung piscando um dos olhos em sua direção.

Rindo, Jungkook jogou a cabeça para trás e deixou que Seokjin o conduzisse, como na primeira vez, quando soube que estava completamente apaixonado por aquele vampiro.

Seokjin segurou com força em seu noivo e fez a festa deles. Todos pararam e observaram o casal completamente apaixonado; era atração principal do show.

Como na primeira vez, Jungkook sentiu seu coração acelerado e sua mente completamente entregue ao vampiro; o que quisesse dele, Seokjin teria, como fosse, era dele.

Sua mente então voou por todos aqueles meses, como passou de uma criatura ferida e apavorada para alguém confiante, que tinha toda a certeza ser amado. Enfrentara muito, mas não faria diferente, apesar dos momentos difíceis. Seokjin havia lhe mostrado um mundo de puro amor e sempre mergulharia naquelas sensações.

Ele sentiu seu corpo sendo rodopiado e riu outra vez, pois diferente da primeira vez, tinha certeza que estava dançando com alguém que o amava.

Jungkook, por alguns minutos, foi o homem mais feliz do mundo.


══════ † ══════


Taehyung observava os amigos dançando com pura diversão em seus olhos e teve certeza que fez certo em compelir o humano que estava responsável pelas músicas. Era engraçado usar seus poderes para algo tão banal após tanto tempo.

Ele olhou em volta, vendo todas aquelas pessoas felizes — ou ao menos fingindo estarem —, e percebeu estar contente ali. Porém, não era feliz.

Seu coração por vezes se acelerava e momentos antes olhara o celular, com medo de ter alguma mensagem perdida dos amigos, pois, algo de grave acontecera. Mas, não era o caso, somente sua mente tentando sabotá-lo. Respirou fundo algumas vezes e agora se sentia bem outra vez.

Seus olhos correram para Jungkook e Seokjin; ele os fitou e sentiu saudades de ter o mesmo. De ter Namjoon ao seu lado.

O que fizera de errado? Sempre se perguntou, mas a resposta para a sua pergunta era igual: nada fizera de errado, por mais que sentisse que tinha.

Ele suspirou e buscou o celular para conferi-lo novamente. Foi então que sentiu o aroma que tanto conhecia, que fazia parte dele em um nível molecular, que fora gravado em seu coração a ferro quente, de maneira que ninguém poderia retirar.

Namjoon.

Ele estava ali.

Seu coração falhou uma batida enquanto procurava aquele que amava por entre os rostos. Eram muitos, a felicidade inundava a festa, mas agora somente conseguia focar no fato de que o homem que quebrou seu coração estava no mesmo local que ele.

Por dois meses, aquele se tornou o sonho de Taehyung. Um dia acordar e sentir o aroma de Namjoon inundando seu olfato, mas sonhar de olhos abertos nunca tinha o mesmo conforto que durante o sono. Há séculos não era um humano, mas se lembrava da sensação, de sentir todo o seu corpo entregue a uma ideia que por vezes se esvaía quando desperto.

Contudo, não era um sonho, nem dos que tinha durante o sono, nem dos que tinha olhando para o teto frio do seu quarto.

Era a realidade, pois, segundos depois, Namjoon adentrou o salão, de braços dados com a sua mãe.

Taehyung não soube o que fazer, nem o que sentir. Ali estava o que desejava, ali estava o homem que amava. Mas, era apavorante. E se todas aquelas palavras que Namjoon proferira fossem verdadeiras? E se nada tivesse mudado?

O vampiro viu Namjoon olhar por todo o salão. Será que ele procurava por algo? Ou somente estava observando todas as pessoas do local? Taehyung se viu desesperado para ter todas aquelas respostas, mas não conseguiu se mexer, não conseguia nem proferir uma mísera palavra.

Sonhara tanto para morrer nadando na praia.

Namjoon continuou a olhar tudo, até que os olhos dele pararam em Seokjin e Jungkook. Seu corpo tencionou no mesmo instante.

Jungkook viu Namjoon e os olhos do pintor foram até Taehyung, preocupados. Namjoon fez o mesmo movimento e arfou.

Taehyung observava tudo ainda sentado na cadeira.

Os segundos se tornaram eternos. Um choro de ajuda cortou a mente de Taehyung e ele pediu desesperadamente para que Namjoon não o deixasse, não daquela vez. Poderia perdoar, poderia viver com o fato de que dividia o amor dele com Seokjin; estaria tudo bem, daria um jeito em sua insegurança. Mas, não queria se despedir dele outra vez.

Namjoon sacudiu a cabeça em negação e se virou, mas sua mãe o segurou no lugar.

— Não, mãe! Vamos embora!

Taehyung escutou, mesmo com todos os outros sons do lugar, mesmo com todas as outras conversas e risadas. Escutou como Namjoon não queria ficar no mesmo lugar que ele.

Foi o suficiente para o vampiro. Levantando-se, partiu do salão para a sacada, para o local mais aberto que podia ir, mas não longe o suficiente. Estava fraco, não conseguiria ficar distante do seu mestre.

A dor voltou a tomar conta dele e as lágrimas de sangue cobriram sua visão de vermelho.

A montanha a sua frente era tão bonita, uma visão que há tempos somente tinha pela tela de algum aparelho eletrônico. Queria tanto aproveitar a festa, sentir-se outra vez feliz, mas seu coração não deixava.

Não quando outra vez estava quebrado.

Taehyung se segurou na beirada, feliz por ser o único naquele espaço, ainda sem acreditar que o destino lhe dera Namjoon novamente somente para retirar de maneira cruel, somente para ser estraçalhado novamente.

Estava sozinho em sua mente, preso em sua solidão, com o ar rarefeito batendo em seu rosto com a lembrança de que não havia ninguém ao seu lado, que no momento em que encarasse a realidade outra vez, somente haveria escuridão. Tentava encaixar outra vez em um mundo que não tinha o encaixe perfeito para si.

Ele chorou. Sozinho em um local lotado, preso em uma realidade onde a felicidade não estava ao lado.

De fato, o amor da sua vida fora Seojoon e só. Vivera tão feliz até quando pudera, agora era o momento de encontrar conforto em sua família e aceitar seus dias dessa maneira.

Taehyung ouviu passos e em seguida se braços em volta da sua cintura.

— Qual o problema, meu floco de neve? Quer ir para casa?

A voz do seu mestre era acolhedora e mesmo em posição estranha, deitou sua cabeça no peitoral de Seokjin. Sabia que o outro não falara o nome de Namjoon para não o magoar, mas não importava realmente, pois, com nome ou sem nome, era uma pessoa triste, que perdera o controle da própria felicidade.

— Não... — Taehyung engoliu a seco, ainda de olhos fechados; o corpo do mestre sendo o que lhe segurava no lugar. — Estás a se divertir com Koo. Estou bem, só quero permanecer só.

— Não quero que você fique sozinho, Tae.

— Desculpe, mestre. — Taehyung abriu os olhos, encarando a montanha a sua frente. — Estou bem aqui. Por favor, não me faça pisar em outro cômodo.

Não me faça olhar para ele. Não me faça ouvir sua voz e seu coração. Não me faça perceber que mesmo com tudo, ainda sou completamente apaixonado por ele.

— Posso ficar aqui com você, Tae.

— Por favor, fique com Jungkook. Por favor.

Seokjin suspirou, beijando o topo da cabeça do seu pupilo.

— Você sabe que eu te amo, não é?

Taehyung sabia e era uma das únicas coisas que o mantinham forte em toda aquela situação. A dor recente tinha revivido em seu corpo e como odiava se sentir daquela maneira, tão vulnerável, tão entregue a um amor unilateral.

— Eu sei, mestre. Eu sei. Eu também o amo e, por isso, estou pedindo para que vá se divertir e também cumprir com a razão pela qual estamos aqui. — Taehyung abraçou o outro vampiro com força, respirando fundo, para que em sua mente ficasse apenas o aroma securitário que o mestre podia lhe oferecer. — Ficarei bem.

O artista repetiu aquelas palavras em sua mente, pois era isso. Precisava ficar bem de uma vez por todas.


══════ † ══════


Seokjin demorou para deixar o pupilo sozinho outra vez, seu coração apertado em fazer tal ação, mas não poderia negar o pedido de Taehyung daquela maneira.

Assim que voltou ao salão, os olhos do vampiro correram todo o local, procurando pela pessoa que precisava ter uma conversa.

— Ele está no banheiro.

O vampiro fitou Jungkook, que sem perceber estava ao lado da porta que dava para a sacada. O noivo sorriu fracamente, sacudindo os ombros.

— O que você disse, amor?

— Namjoon está no banheiro — explicou o pintor. — Não é ele que você procura?

— Como você sabia?

— Conheço o instinto assassino. Jin, não é hora disso. Joon... Joon não está bem. — Jungkook lembrou-se da face de puro terror e das lágrimas no rosto de Namjoon quando ele se desvencilhou de Sunmi e correu. — Mas, eu sei que você vai atrás dele de qualquer maneira. Então, só...

Jungkook parou de falar e suspirou fundo. Seokjin o fitou com a testa franzida, puxando-o delicadamente pela cintura, colocando os braços do humano em volta do seu pescoço.

— Você está com ciúmes?

— Quê?! Não! — Jungkook sorriu, sacudindo a cabeça negativamente. — Só acho que tem algo mais grave acontecendo e sei como você pode ser protetor demais com sua ninhada. Então, só não o maltrate.

— Ninhada?!

— Tae e Junie. Você fica cego quando se trata dos dois e o resto perde um pouco de foco — Jungkook explicou dando de ombros. Não era ciúmes, ele apenas queria lembrar Seokjin que antes de tudo, ele e Namjoon eram amigos. — Você é quem conhece Namjoon há mais tempo, lembre-se disso, okay?

Seokjin resmungou, mas concordou com um gesto rápido. Jungkook não levou muita fé, mas queria acreditar que estava noivo de um homem que faria suas decisões pensando nas consequências. Assim, quando Seokjin o levou até a mesa onde Moonbyul e Yongsun estavam, ele recostou no estofado, pensando em como até o momento não fizeram nada do que pretendiam quando resolveram ir até aquela festa.

Naquele ritmo, as coisas não ficariam boas.


══════ † ══════

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