Your flowers - simone e soray...

By I4YEAJI

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Não é engraçado como as coisas podem mudar rapidamente? Com uma pessoa pode mudar outra? Por exemplo, você te... More

início.
1ㅡ Girassóis.
2 ㅡ Não me esqueça.
3 ㅡ Violeta
4 ㅡ Cravos.
5 ㅡ A flor da vida.
6 ㅡ Sol.
7 ㅡ Sim, eu senti.
8 ㅡ Seu lírio.
9 ㅡ Normal é chato.
10 ㅡ Quase o Havaí.
11ㅡ Segredos, jasmins e anêmonas.
12 ㅡ Universo dentro de mim.
13 ㅡ Pequena coragem.
14 ㅡ Detetive.
15 ㅡ Pertencer.
16 ㅡ Rosa musk.
17 ㅡ Azeleia.
18 ㅡ Rosas da decisão.
19 ㅡ Conflitos.
20 ㅡ Ela sabe?
21 ㅡ Me deixa entrar?
22 ㅡ A primeira semana.
23 ㅡ Diego.
24 ㅡ Uma assassina?
25 ㅡ Stella.
26 ㅡ Stella pt II.
27 ㅡ Ela me ama.
28 ㅡ Indo fundo.
29 ㅡ Cyclamen e adeus?
30 ㅡ Conversa, chá e amor
31 ㅡ Não fuja.
32 ㅡ Do lado dela.
33 ㅡ Conserte isto.
34 ㅡ No mês seguinte.
36 ㅡ O plano.
37 ㅡ Quarenta segundos.
38 ㅡ Uma última flor.
39 ㅡ Girassóis part ll
40 ㅡ Sentindo-se completa.

35 ㅡ A carta.

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By I4YEAJI

Simone.

Já se passara mais de meia hora que eu tinha a irmã de Soraya deitada em meu sofá. A esse ponto nem sabíamos mais se ela estava dormindo ou desmaiada, porém ninguém se atrevera a encostar um dedo na garota.

As coisas haviam sido confusas desde que ela chegou, tudo que consigo lembrar-me bem é de tê-la desmaiada aos meus pés após pedir ajuda e agora cá estava ela, estirada em meu sofá parecendo que havia saído de uma guerra; se não fosse pelo seu estado ela estaria bem vestida, calça jeans escura e uma camiseta que me aparentava ser uniforme escolar porém toda a vestimenta estava suja e um dos joelhos de sua calça estava até rasgado. Junto disso, ela tinha uma mochila nas costas que aparentava estar praticamente vazia. Ela não utilizava nada nos pés além de meias, que estavam bem sujas.

Me pergunto se ela andou até aqui, e de onde veio.

ㅡ Okay. - Diego quebrou o silencio. - Não podemos deixar essa garota em modo vegetativo no seu sofá.

ㅡ Nem sei se ela está respirando. - Disse André.

ㅡ O que querem que eu faça?

ㅡ Vamos leva-la até o hospital.

ㅡ Já disse que não, se ela quisesse um tinha se arrastado até lá.

ㅡ Uma pergunta simples Simone.

ㅡ Hum?

ㅡ Porque diabos ela se arrastaria até aqui e pediria ajuda logo para você?

ㅡ Você viu que ela desmaiou, certo? Não adianta me perguntar essas coisas, não tenho ideia do porque ela veio até mim pedir ajuda.

ㅡ Será que Soraya está bem? - Perguntou Diego.

Essa pergunta me fez tremer por dentro. Não queria pensar nisso mas ter Eduarda desse jeito em minha sala de estar só poderia significar que Soraya estava com problemas. E seria minha culpa, eu havia a pressionado para dar um jeito em sua vida. Burrice minha, devíamos ter fugido para o Caribe ou coisa do tipo... Quem sabe Londres.

ㅡ Ela por acaso já tinha vindo aqui antes? - A pergunta de André tirou-me do transe, eu apenas neguei.

ㅡ Nunca. - Neguei novamente respirando fundo. - Talvez Soraya tenha dito a ela meu endereço ou sei lá também. - Passei a mão pelos cabelos. - Estou mais perdida que rato em tiroteio. - Ouvimos a garota se mexendo.

ㅡ Óh, acho que ela está acordando. - Disse Diego.

Nós três nos levantamos ficando mais próximas de Eduarda que realmente despertava de seu desmaio ou sei lá o que.

A garota abriu os olhos em susto sentando-se em meu sofá em um pulo só, assustando-nos um pouco. Ela olhou confusa para todas nós e depois para todo apartamento como se procurasse um lugar para fugir, então ela saltou até a bancada de minha cozinha pegando uma das facas do faqueiro que estava ali.

ㅡ Meu senhor! - Disse Diego.

ㅡ Quem são vocês? - A garota perguntou, percebi que não falava comigo mas sim com meus amigos.

ㅡ Calma Eduarda, eles são meus amigos. - Disse o mais tranquila possível. - Largue a faca.

ㅡ Não! Soraya me disse para.... pra não confiar... não... - Ela estava confusa e nitidamente com medo.

ㅡ Tudo bem, tudo bem... Larga a faca e a gente conversa sobre o que a Soraya te disse, okay? - Fui me aproximando para tentar retirar-lhe a faca mas ela a segurou mais firme ainda.

ㅡ NÃO! Só você. - Ela disse olhando para os meus amigos.

ㅡ Tudo bem. - Olhei para os meninos também.

ㅡ O que? Nem a pau que vamos te deixar sozinha com essa maluca. - Disse André.

ㅡ Eu vou ficar bem.

ㅡ Simone, ela está literalmente com uma faca apontada pra você.

ㅡ Teoricamente, é pra vocês. - Disse. - Mas isso não importa, vou ficar bem.

ㅡ Tem certeza? - Perguntou Diego e eu assenti. - Está bem, vamos André.

ㅡ Que? Pirou?

ㅡ Cala boca e vem.

Levei eles até a porta enquanto Eduarda permanecia em minha sala com a faca em mãos. Eu não sentia medo em permanecer sozinha com ela naquele estado pois pude ver que ela não me faria mal algum e muito menos para os meninos, no momento ela era apenas uma criança amedrontada.

Retornei a sala e ela estava sentada em meu sofá, segurando a faca ainda.

ㅡ Agora, será que pode me dar isso? - Estiquei a mão pedindo a faca e como imaginei, ela nem pensou entes de me entregar. Coloquei de volta no faqueiro e sentei-me ao seu lado. - Eduarda, o que faz aqui? - Ela respirou fundo.

ㅡ Eu queria ir até a policia mas Soraya me fez prometer que não iria, ela...

ㅡ Onde ela está, o que aconteceu?

ㅡ A mais ou menos um mês atrás Soraya me mandou uma mensagem pra encontrar ela atrás do meu colégio, na saída. Ela estava com essa ideia fixa de que iria enfrentar os caras que estão atrás dela, de que tinha que resolver isso, que não podia de esconder para sempre.

ㅡ Talvez eu tenha colocado essa ideia na cabeça dela... - Falei sentindo-me culpada.

ㅡ Bem, não importa agora, o caso é que eu não consegui tirar essa ideia da cabeça dela. Ela foi até mim para se despedir, queria me passar o número de uma conta em sei lá que banco para que eu pudesse ter dinheiro para a faculdade.

flashback on [n/on]

ㅡ Soraya? - Eduarda chamou nos fundos de sua escola, surpreendeu-se a ser puxada pera irmã para atrás de uma árvore. - Que susto sua louca. - Disse rindo.

ㅡ Du, não temos muito tempo, sabe que não gosto de falar com você em público. É...

ㅡ É perigoso demais, eu sei. - Completou a mais nova como se já tivesse escutado aquela frase muitas vezes, e de fato tinha.

ㅡ Ainda bem que sabe.

ㅡ Se é tão perigoso, porque veio?

ㅡ Precisava lhe entregar isso. - Soraya deu a irmã uma fina pasta preta.

ㅡ Que isso? - Perguntou pegando a pasta em mãos.

ㅡ Preciso que preste bem atenção Du.

ㅡ Soraya...

ㅡ Escuta. - Interrompeu a irmã. - Aqui tem os documentos e tudo que vai precisar para retirar o dinheiro daquela conta que já conversamos.

ㅡ Soraya, porque está me dando isso? - A mais velha demorou a responder. - Soraya?

ㅡ Prometa que não vai dar o dinheiro para Helena, prometa que vai usar para algo que queira fazer.

ㅡ Para com isso e me explica porque você está me dando isso. - Soraya não respondeu. - Soraya pelo amor de Deus, porque eu preciso dessas informações? A conta é sua, disse que quando eu precisasse você mesma me daria o dinheiro.

ㅡ Mudança de planos.

ㅡ O que mudou? - Perguntou a mais nova; brava pois já entendia o rumo da conversa. - Para de bobagem. - Tentou entregar a pasta de volta a mais velha que se recusou em pegar.

ㅡ Eu vou resolver os meus problemas Du, não posso mais fugir.

ㅡ O que pretende fazer?

ㅡ Não sei direito mas... - Respirou fundo deixando a frase sem um final.

ㅡ Você não pode fazer isso Soraya, não pode.

ㅡ Eu quero que saiba que eu amo vo...

ㅡ Cala a boca. - Disse Eduarda frustrada. - Você não... Você não pode fazer isso.

ㅡ Eu preciso.

ㅡ Eles vão te matar Soraya, eles vão.

Soraya não disse nada pois sabia que aquele de fato poderia acontecer mas ela não estava se importando, apenas queria terminar logo com tudo isso e se sua morte era o único jeito então ela iria em paz. A mulher já estava certa de que não queria passar o resto da vida a se esconder, com medo de que alguma coisa fosse acontecer com ela ou com as pessoas que amava.

Ela queria ter uma vida, uma de verdade. Queria ver sua irmã indo para a faculdade, queria abrir sua floricultura, queria Simone e qualquer futuro que viesse com ela mas sabia que nada disso teria se não tentasse mudar seu estado de vida atual. Não poderia ter nada disso se continuasse a se esconder; a mulher não tinha plano algum mas qualquer coisa que lhe desse pelo menos um por cento de chance de ter o futuro que queria, valia a tentativa, mesmo que os outros noventa e nove por cento lhe indicasse o pior.

ㅡ Não vou te convencer a esquecer essa burrada, não é mesmo? - Eduarda cortou o silencio e Soraya apenas negou.

ㅡ Cansei de fugir. - Ambas respiraram fundo.

Eduarda abraçou a irmã como se o mundo fosse acabar e Soraya a abraçou de volta o mais forte que conseguiu, e assim elas ficaram por um bom tempo.

ㅡ Promete que vai se cuidar? - Eduarda assentiu sem dizer uma palavra e sem sair do abraço.

ㅡ Promete que vai ficar bem? - Soraya saiu do abraço e apenas se esticou para dar um beijo na testa da irmā.

ㅡ Eu te amo, okay? - A mais nova tremeu o queixo ao ver que sua irmã não havia the prometido o que pedira.

ㅡ Eu também te amo.

ㅡ Tem uma coisa nessa pasta, uma carta e eu preciso que entregue no endereço que está atrás do envelope.

ㅡ Tudo bem.

ㅡ É melhor eu ir agora, não quero correr o risco de alguém me ver com você. - Abraçou a irmã novamente. - Se cuida.

Essas foram as últimas palavras que a mais nova ouviu de Soraya.

flashback off [n/off]

ㅡ E posso saber como você ficou nesse estado? - Perguntei.

ㅡ Alguém me viu conversando com Soraya aquele dia ou bem, talvez porque eu fui teimosa demais para deixa-la ir.

ㅡ Como assim?

ㅡ Eu a segui por um bom tempo. - Admitiu. - Por vários dias vi Soraya fazer as mesmas coisas. Ela ia ao parque, entregava flores e depois voltava para casa, cheguei até achar que ela tinha desistido de toda essa loucura e que tinha voltado a sua vida normal.

ㅡ Mas...?

ㅡ Ontem ela foi até o bar do Gustavo e eu achei que estava tudo bem, eu estava indo até o bar quando eles me pegaram. Eles... - Ela parou.

ㅡ Eduarda...

ㅡ Eles não foram muito amigáveis, digamos assim. - Estava explicado as marcas de machucados em seu rosto e braços. - Soraya apareceu lá e fez uma troca.

ㅡ Você por ela. - Simone disse mais para si do que para a garota ao seu lado, enquanto apoiava as costas no sofá.

ㅡ Eu não sabia o que fazer, eu queria ir a policia mas Soraya me fez prometer que não iria. Tentei ir até o bar pedir ajuda de Gustavo mas estava fechado e eu procurei na pasta alguma coisa que talvez me levasse até ela mas só tinham os papeis do banco e a carta. Então vim até o endereço da carta. - Eduarda começou a mexer na mochila e tirou a tal pasta de lá, entregando-me a carta que estava dentro da mesma. - Creio que seja para você.

Peguei a carta em mãos porém não abri, tinha medo de ser uma despedida de Soraya. Não queria ter mais nenhum adeus vindo dela, não aguentaria.

ㅡ Tudo bem, hã... - Falei enquanto tentava pensar. - Porque você não toma uma banho, se limpa? Vem, vou te levar até o banheiro.

ㅡ Okay.

Eu deixei a garota em meu banheiro junto de uma muda de roupa minha para que ela vestisse; enquanto estava sozinha, sentei-me em meu sofá encarando a carta em mãos. Eu não queria ler porque no fundo sabia o que haveria ali e não queria mais uma despedida, estava cansadas delas; porém sabia que era o necessário. Talvez fosse a única forma de ajudar Soraya.

Então eu abri a carta.

"Querida Simone,

Honestamente, eu não sei o que dizer.

Sempre que comecei uma carta ou cartão pra você eu já sabia exatamente o que iria escrever, cada palavrinha já estava planejada em minha mente mas agora? Sei lá. Passei horas encarando essa porcaria de folha em branco, talvez porque tudo em mim queria que ela continuasse assim: Em branco. Não queria ter de escreve-la mas vamos lá, tem de ser feito.

Sabe Simone, eu nunca me senti viva e isso pode parecer irônico para você já que passei esse tempo todo tentando lhe ensinar como sentir-se viva mas vou lhe contar um segredo: na verdade quem queria se sentir assim era eu. Um dos motivos de eu sempre entregar flores as pessoas era isso, não porque me fazia sentir viva mas porque todos que me olhavam acabavam criando histórias em suas mentes sobre essa jovem senhora alegre, feliz e viva. Eu gostava de acreditar que pelo menos na mente de alguém, eu era assim. Tudo em mim sempre foi uma casca, tudo de ruim e bom que já fiz foi enquanto eu tentava encontrar algo que me fizesse sentir viva; ah se eu soubesse que era simplesmente encontrar você, teria te procurado mais cedo ao invés de fazer tanta burrada.

Mas eu não lhe encontrei mais cedo e aqui estamos agora. Eu não sei se vou voltar, provavelmente não, mas eu quero que saiba que eu agradeço do fundo do meu coração por ter me dado o que eu busquei a vida toda. Por ter me dado vida, e mais que isso, por ter me dado um motivo para querer estar viva. E eu sinto muito por não termos podido viver esta vida juntas, quem sabe na próxima, não é mesmo?

ps: nunca se esqueça, o girassol aprendeu a sorrir com o sol e por isso é forte; seja o sol de alguém Simone mas também seja girassol, assim como foi os dois pra mim.

sem flores e com amor, Soraya."

Eu pude ouvir a voz de Soraya a cada palavra que lia como se a mulher estivesse sussurrando em meu ouvido com sua voz delicada e rouca; só dei por mim das lágrimas que escorriam em meu rosto quando ouvi o barulho do chuveiro de meu banheiro sendo desligado e então voltei a realidade.

Soraya estava se despedindo mais uma vez, e assim como em todas as outras vezes, eu não a deixaria ir embora tão facilmente.

__________________________________________________
Como estão por aí? acho que de todos os caps esse foi o que mais me tocou 🥲

Passando aqui pra desejar um feliz ano novo pra vocês meu amores! que vocês tenham um 2023 lindíssimo cheio de paz amor, saúde e muita fanfic na vida de vocês, Obrigada por tudo. até a próxima att 🤍

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💕CONCLUÍDA💕 ⚠️ADAPTAÇÃO⚠️ Todos os créditos a @Babitanaticos O que você faria se encontrasse a pessoa que você gostou no passado?