★ Volteiii, para a surpresa de todos, com um capítulo mais "leve".
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Capítulo Trinta e Cinco: BEIJOS E MOMENTOS
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Vega Katherine Black Potter
Atualmente
BILL CANTAROLAVA ALGUMA MÚSICA QUE EU não conhecia enquanto preparava o nosso café da manhã, parecia estranhamente doméstico a nossa manhã de sábado. Eu não estava reclamando.
Ele estava sem camisa e usando apenas uma calça de moletom velha, seu cabelo estava preso em coque.
Era lindo.
— Panquecas de morango e mel saindo!
O ruivo colocou um enorme prato de panquecas com mel e pedaços de morango em cima, não consegui evitar um sorriso quando ele se inclinou e me deu um rápido beijo.
— Obrigado.
— De nada, amor — cantarolou, animado — O que quer fazer hoje? Podemos ficar em casa sem fazer nada ou podemos sair.
Dei a primeira garfada nas panquecas e gemi com o quão maravilhosa estava.
— Isso aqui está divino! Respondendo sua pergunta, que tal apenas nós dois aqui sem fazer absolutamente nada? Parece tentador para mim.
Bill sorriu, parecendo se divertir.
— Ficar o dia inteiro sem fazer nada com a minha namorada, apenas nós dois abraçados matando as saudades depois de uma semana sem nos vermos? Eu definitivamente gosto de como isso soa.
Ele sentou-se na minha frente com o seu próprio prato de panquecas.
A semana havia sido totalmente infernal para mim, presa com Natasha Avery em uma missão ridícula no meio do nada, um inferno total. Estive ao ponto de quase assassinar a garota mais vezes do que me orgulhava.
Comi minhas panquecas alegremente e logo me enrolei no sofá junto com Bill.
Os dedos dele faziam carinho lentamente nos meus cabelos, meu coração estava em paz, transbordando amor. Nada no mundo se comparava a estar em casa, aprendi muito cedo que "casa" não era um local específico, como moradia e sim, o lugar em que você se sentia bem, o local para qual seu coração sempre queria voltar.
O meu sempre iria voltar para Bill.
Era como se todos os meus problemas simplesmente desaparecessem.
— Você parece pensativa.
Me virei no sofá, de forma que pudesse olhar em seus olhos.
— É bom estar aqui.
Bill tirou uma mecha do meu cabelo que havia caído no meu rosto, ele franziu um pouco a testa, parecendo pensar nas suas próximas palavras.
— Tem algum assunto que queira conversar?
— É complicado.
— Eu tenho tempo.
Suspirei baixinho.
— Você tem alguma noção do quão perigoso é ficar comigo? Se algum Comensal descobrisse sobre a gente, você seria machucado, torturado e sei lá mais o que, seria minha culpa.
Ele não parecia surpreso.
— Então é isso que está ocupando a sua mente nos últimos dias?
— Talvez.
Seus lábios tocaram a minha testa, em um beijo suave.
— Eu sempre fui apaixonado por perigo, então, quem se importa? Tinha dias no Egito que não sabia se conseguiria ver a minha família mais uma vez, que não sabia se ia conseguir sair vivo daquela pirâmide... Não vou deixar de amar você por medo.
— Mas...
Um resmungo frustrado saiu dos seus lábios.
— Amor, podem vir atrás de mim apenas por descobrirem que faço parte da Ordem, então nem tudo é sobre você, Katherine.
Apenas aquelas palavras conseguiram aliviar um peso enorme nos meus ombros, que eu nem sabia que tinha. Respirei aliviada e apenas me aconcheguei mais nele, Bill me abraçou apertado.
— Você se sente melhor agora?
— Sim.
— Fico feliz.
O clima voltou a ficar leve depois daquilo, era bom ter momentos de tranquilidade daquela forma.
As horas passaram mais rapidamente do que eu gostaria e quando percebi, o sol já havia sumido do horizonte, dando lugar a uma enorme lua cheia. Fiz uma careta, imediatamente lembrando de Remus, que deveria estar sofrendo com outra transformação dolorosa.
Me despedi de Bill e fui para a casa da família Black onde normalmente as transformações aconteciam, ao chegar, imediatamente me transformei na minha forma animaga.
Não demorou muito para encontrar Sirius e Remus, os dois estavam no velho celeiro, entrei facilmente por um dos buracos. Encarar o enorme lobisomem não era assustador, pulei nas costas do enorme cão negro, que resmungou e me jogou no chão, sem delicadeza alguma.
A noite estava apenas começando.
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PREPAREI O CAFÉ DA MANHÃ COM A AJUDA DE de Monstro, que parecia estar aliviado por finalmente ter oportunidade de se afastar da casa que estava cheia de "mestiços, traidores de sangue e principalmente, sangue-ruins".
Sirius foi o primeiro a aparecer, se sentando na bancada e pegando uma enorme fatia de torta.
— Houve uma época, quando estávamos todos na escola, que as noites de lua cheia eram as minhas favoritas do mês — murmurou — Era a noite que a gente tinha liberdade e saia por aí, sem regras, apenas nós.
Olhei para ele.
— Não é mais a mesma coisa?
— Faz tempo que não é mais a mesma coisa. Lembro que as noites de lua cheia na prisão, sempre foram as piores. Me lembrava tudo o que havia perdido e também ficava imaginando o que Moony estava passando...
Coloquei a mão em seu ombro.
— Mas agora estão juntos novamente.
Ele forçou um sorriso.
— Sabe, estrelinha, o que eu mais temia, está acontecendo.
O encarei, me preparando psicologicamente para o que viria a seguir.
— O que, tio?
— Eu estou ficando velho.
Revirei os olhos com o drama e finalmente me sentei na mesa, me servindo com café.
— Que você está ficando velho, é óbvio.
Ele bufou.
— Você deveria dizer: "Não tio, você não está ficando velho".
— Me ensinaram que mentir é feio.
Remus surgiu, seus novos machucados já haviam sido devidamente tratados, ele parecia terrivelmente exausto quando se sentou ao lado de Sirius, apoiando a cabeça no ombro dele.
— O que vocês dois já estão discutindo?
— Tio Sirius está ficando velho e não aceita isso como uma pessoa comum.
— Na verdade, minha sobrinha não me ama.
Um suspiro cansado escapou dos seus lábios e ele olhou para nós dois.
— Acabei de decidir que não quero saber.
— Escolha inteligente, tio Moony.
Sirius serviu o café da manhã para eles e eu fiquei os observando atentamente, meu coração ficando quentinho da forma como o amor e carinho parecia emanar deles. Os dois já haviam passado por tanta coisa e perdido muito, mas continuavam ali, se segurando no amor que sentiam um pelo outro.
Era lindo ver.
— Você está bem, querida?
Olhei para Remus, que me olhava preocupado.
— Apenas estou com sono — admiti baixinho — podemos descansar depois do café e mais tarde fazer um piquenique, acho que a Ordem sobrevive algumas horas sem a gente.
Remus sorriu.
— Parece um bom plano.
O café da manhã passou tranquilamente, Moony acabou dormindo ali mesmo e Sirius resmungou algo que não entendi, então pegou o outro homem no colo e o levou para o quarto, para poderem descansar um pouco depois da noite extremamente longa que tivemos.