Conqueror G!P

By jiminightlace

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Quando se é jovem, você deseja algumas coisas. A maioria das garotas da minha idade gostariam de namorados br... More

Reversível
A Festa.
O Acordo.
A Primeira Aula.
Probelmas familiares... Ou não.
Segundas-feiras.
Conquistadora parte 1
Gentil.
Tipo um encontro?
Eu nunca beijei ninguém de verdade.
Oi Lauren.
Coca-Cola.
Lauren merece mais.
Plaquinhas.
Deixe Ir.
Boas cobras.
Eu ainda estou aqui.
Você e Eu.
Eu conheço você.
Perdão.
O Jantar.
A sua melhor versão.
Camila Cabello
Fera.
O Fim?
Sua mãe é uma boa pessoa.
Você se importa se eu te tocar lá?
Ela não gosta de garotos.
O banheiro.
Serendipidade.
Segredo.
Eu acho que estou amando a gente.
Euforia.
Michael Jauregui.
Me acostumar com isso.
Ciúme é o primeiro passo para um relacionamento abusivo.
Taylor & Chris
Tudo ficou preto.
Dia 0
Que ela esteja bem.
Em casa
Feliz Natal
Debaixo do Visco

Animador!

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By jiminightlace

— Então, você e Lauren já decidiram pra qual universidade vão?

Allyson e eu estávamos escolhendo vestidos de formatura num ateliê bem conhecido na cidade.

Nós saímos depois da última aula, e a formatura seria em dois dias. Lauren, Dinah e Alexa haviam nos dado perdido porquê já tinham "outro compromisso." Eu não sabia bem o que aquilo significava, e estava curiosa. Mas também estava disfarçando meu interesse muito bem.

Allyson era uma grande fã de vestidos brilhantes e cor-de-rosa.

— Eu já disse, não me inscrevi em muitas universidades. — Repeti mais uma vez.

Era verdade, mas também era cansativo dizer o tempo todo.

Na época dos vestibulares eu não prestava muita atenção nas aulas e também não me preocupava tanto com o futuro. Parece burrice agora.

— Eu sei. Mas você foi aceita em alguma? — Ela perguntou novamente, enquanto tirava mais um vestido do cabide e juntava à pilha de vestidos sobre um divã.

Eu fiquei em silêncio por um momento.

— Na Columbia. — Disse, baixo o suficiente pra ela ouvir.

Ally parou de vasculhar os vestidos, voltando o olhar pra mim com as sobrancelhas erguidas.

— E pra quê esse suspense todo? — Ela quase rosnou, dando um tapa no meu braço. — A Columbia é uma ótima faculdade.

Eu suspirei, fechando os olhos.

— Mas não está nos planos de Lauren. — Ela completou meu pensamento, com pesar na voz.

— Exatamente. — Eu virei as costas, indo procurar algo mais interessante no outro ambiente da loja.

— Vocês passaram por muita coisa. E a faculdade é o menor dos obstáculos. — Ally disse, me seguindo. — Ouvi minha mãe conversando com Clara noite passada, Lauren ainda não decidiu pra onde vai e ela foi aceita em todas as universidades que se candidatou.

Todas. Não seria surpresa nenhuma, já que Lauren era muito mais inteligente e dedicada do que eu.

— Nós não falamos sobre isso. E eu não quero que Lauren se sinta pressionada por minha causa. — Mordi a bochecha do lado de dentro, fechando os olhos com força.

Desde que voltei para casa Lauren havia se tornado superprotetora e cuidadosa, não é algo ruim, longe disso. Mas eu não quero ser uma responsabilidade para ela.

— Nós vamos para o baile de formatura, e vocês vão ter que falar sobre isso depois. Até porquê vocês vão pra Nova Iorque depois da festa, não é?

Assenti respirando fundo.

— Agora, o que acha de sair um pouco do óbvio? — Ally sorriu maliciosamente, puxando um cabide preto da seção de roupas sociais.

[...]

As coisas estavam indo bem dentro de casa, pelo menos todos nós fingíamos que sim. Minha mãe sorria o tempo todo e demonstrava todo e qualquer tipo de afeto pelo meu pai. Ela não era estúpida, e sabia que ficaríamos sem ele em breve. As investigações não demoram para acabar quando se tem todas as provas e a custódia de todos os acusados.

Meu pai já havia dito para a polícia federal que iria se entregar, pois reconhecia o erro dele.

Sofia era a única que não entendia muito das coisas, e ela ainda tinha pesadelos. Sobre gritos, tiroteios e lugares escuros.

Ela ainda estava na terapia, porquê obviamente as sequelas haviam sido mais profundas nela.

— Karla, chame Sofia para o jantar.

Estávamos na cozinha, ela, meu pai e eu. Observávamos ela cozinhar enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. Porquê agora parecia importante ter qualquer tipo de assunto que fosse, só para nos mantermos próximos.

— Claro. — Concordei, deixando o celular sobre a mesa enquanto ia atrás de Sofia no quarto.

Ela estava sentada sobre a escrivaninha, com o caderno de lições aberto e uma expressão de frustração.

— Matemática continua difícil? — Toquei seu ombro, abrindo um sorriso.

Sofia virou-se relaxando, logo depois fazendo uma careta.

— É muito chato. — Ela disse, fechando o caderno.

— O jantar está pronto. — Avisei, sentando-me em sua cama. — Lave as mãos, estou esperando.

Sofia fez um biquinho, correndo para dentro do banheiro. Seu quarto estava sempre organizado, em parte porquê minha mãe sempre pegou no nosso pé para mantermos as coisas arrumadas. Mas o quarto de Sofia era muito melhor que o meu.

As bonecas bem organizadas nas prateleiras. Os livros separados por cores e até os sapatos dentro da sapateira pareciam limpos e alinhados.

Quando ela voltou para o quarto, secando os cantos da boca, reparei em sua aparência. Sofia havia ganhado peso e estava maior do que eu me lembrava.

— Ei, você cresceu. — Comentei, abrindo um sorriso.

— É, eu vou para a quarta série. — Ela deu de ombros.

Assenti, levantando-me e guiando-a pelos ombros até as escadas.

— Eu estava pensando. Nós podemos pedir ajuda de Lauren com aquele dever de matemática, ela é muito boa nisso. — Comentei.

Sofia sorriu assentindo.

— Você acha que ela ajudaria?

— Com certeza. Lauren já me ajudou várias vezes na escola. — Toquei sua bochecha antes de entrarmos na cozinha.

A mesa estava posta e bem arrumada, como não víamos a muito tempo.

Nós jantamos enquanto Sofia contava seus planos para o próximo ano escolar. Ela queria jogar futebol, o que me chocou um pouco porquê eu sempre achei que ela também fosse gostar de nadar. Mas Sofia não é nenhum pouco parecia comigo.

— É uma ótima ideia. Os esportes contribuem muito para uma vaga na faculdade. — Meu pai comentou com um sorriso para minha irmã.

— Isso me lembra que alguém ainda não respondeu a faculdade. — Minha mãe disse, olhando-me por baixo.

Eu revirei os olhos.

— Eu vou fazer isso, mãe. — Resmunguei, me contendo para não revirar os olhos.

— A Columbia é ótima. E você pode nadar lá também, eles tem um ótimo programa de esportes. Não tanto quanto Darthmouth, mas bem parecido. — Meu pai completou, me encarando com cuidado.

Ele era formado pela Darthmouth, então obviamente gostaria que eu tivesse entrado. Mas minha nota havia sido baixa demais.

— Pra onde Lauren vai? Clara me disse que ela ainda não se decidiu. — Minha mãe perguntou novamente, enquanto comia um pouco da salada.

Sofia e eu estávamos alternando o olhar entre os dois.

— Eu ainda não sei. — Disse, porquê era verdade. — Não falamos sobre isso.

Minha mãe bateu os talhes no prato.

— Vocês duas estão obcecadas uma pela outra, a ponto de não conseguir decidir algo que interessa ao seu futuro? Vai ter tempo pra namorar à vontade depois da faculdade. E a distância não vai matar ninguém. — Ela rosnou, perdendo a calma. — Além do mais, Clara me contou que Lauren foi aceita em Harvard. E eu não estou comparando vocês, mas até onde eu sei você não se inscreveu em Harvard, filha.

Quase engasguei. Harvard? Puta merda.

— Se me dão licença... — Levantei-me, deixando meu prato ainda cheio.

Encolhi os ombros, estressada demais com todo aquele assunto. Caminhei para fora de casa, até a porta da enorme casa branca das Jauregui.

Talvez elas ainda estivessem jantando, e seria uma tremenda falta de educação interromper assim...

— Grande merda. — Chutei uma pedrinha de volta ao gramado, enquanto apertava o botão da campainha.

Levou alguns segundos para Lauren aparecer usando shorts de algodão lilás, camiseta e óculos.

— Oi amor. — Ela sorriu, puxando minha mão para dentro. — Tudo bem? Achei que tinha dito que ia jantar com seus pais. — Ela me encarou confusa, subindo os óculos para o alto da cabeça, deixando algumas mechas de cabelo presas pela haste.

Linda demais pra morar longe de mim.

— Vocês estão jantando? Eu posso voltar depois. — Perguntei, apontando para a sala de jantar.

Lauren negou com a cabeça.

— Minha mãe ainda não voltou. Então eu já comi. — Ela disse. — Vem.

Sentamos no sofá e Lauren ligou a TV.

— Laur, vamos resolver isso antes do baile. — Falei com a cabeça baixa, enquanto tocava sua mão.

Resolver o assunto como se estivesse tirando um curativo da ferida. Rápido e indolor.

— Resolver? Como assim? — Suas mãos me puxaram para mais perto, fazendo com que nossos rostos ficassem de frente.

— Eu fui aceita na Columbia. Eu me inscrevi em três universidades na época, e só uma me aceitou. E eu sei que não está nos seus planos estudar na Columbia. Também sei que você foi aceita em todas as universidades que se inscreveu. — Fechei os olhos, falando rapidamente. — E eu sei, eu também não quero ficar longe de você, mas talvez nós possamos dar um jeito. Eu sei que você vai pra Harvard, e Cambridge não é tão longe de trem.

Lauren estava em silêncio, respirando pesadamente.

— Mas eu não vou pra Harvard. — Ela disse, e eu abri os olhos.

Lauren estava me encarando seriamente.

— N-não vai? — Prendi a respiração.

Tem faculdade melhor que Harvard?????

— Não, eu acho. Quero dizer, eu fui aceita. Mas eu não quero ir. — Ela abaixou a cabeça.

— O quê? Por quê não? — Arregalei os olhos, incrédula demais. — Você tem que ir, aquele lugar provavelmente foi feito pra você.

Lauren saltou do sofá, sumindo entre o hall de entrada, voltando em seguida com uma caixa de papelão.

Ela jogou em meu colo. Eu abri, observando as cartas pesadas e acompanhadas de envelopes.

Lauren foi aceita em todas as universidades em que se inscreveu. Ally já havia me contado, mas ainda era muito impressionante.

— Eu nunca vi tantos aceites. — Sorri para ela, pegando as cartas na mão. — Isso é muito legal. Você é a melhor.

Inclinei o rosto em sua direção, beijando meus lábios rapidamente.

— Obrigada, Camz. — Ela sorriu timidamente. — Todas essas universidades me querem para estudar Direito.

— E não é o que você quer fazer? — Franzi o cenho.

Eu nunca havia pensando muito sobre o curso que faria na faculdade. Mas Lauren, aparentemente, sim. E eu sempre achei que nós faríamos aquilo porquê nossos pais já faziam, então seria a escolha mais óbvia.

— Eu também fui aceita no MIT. Eu quero estudar engenharia de software. — Lauren afirmou.

— Puta merda. — Xinguei, boquiaberta.

Lauren não parava de me surpreender. Harvard, tudo bem, era pra onde todas as pessoas inteligentes iam. Mas o MIT? Era muito fora da curva, claro, precisava ser muito inteligente para ser aceito, até mais do que para Harvard. E era pra lá que Lauren iria.

Ela me encarou confusa.

— Não, é que eu estava me perguntando se existe uma escola melhor que Harvard, e aí você me vem com o MIT. Puta merda! — Empurrei a caixa para o lado, pulando no colo de Lauren para abraçá-la.

Ela riu enquanto acariciava minhas costas.

— Tenho certeza de que você vai gostar muito mais. — Disse. — Eu tenho muito orgulho de você, Jauregui.

Lauren beijou meu pescoço.

— Eu também tenho muito orgulho de você, Camz. Muito mesmo! — Ela tocou meu rosto com a ponta do dedo. Os olhos verdes brilhando intensamente.

— Então, huh? Viagem de trem todo fim de semana? — Arqueei as sobrancelhas para ela.

Lauren riu.

— Eu iria até de bicicleta se fosse preciso. — Ela disse, fazendo meu coração doer um pouco por ficar tão longe dela.

Mas as coisas são assim.

— Até parece. — Revirei os olhos, apertando mais meus braços ao redor do seu pescoço.

[...]

Quando voltei para casa, ainda rindo e balançando a cabeça de todas as bobagens que Lauren dizia. Meus pais estavam sentados sobre o sofá com uma garrafa aberta de vinho e expressões duras.

— Vocês estão brigando de novo? — Perguntei, estranhando o som da minha própria voz.

Era a primeira vez que eu os confrontava sobre todas aquelas brigas.

— Sente-se um pouco Karla. — Minha mãe disse calma, apontando para o lugar vazio.

Respirei fundo indo até lá, cansada demais para ouvir algum sermão.

— Depois da sua formatura eu vou me entregar. — Meu pai disse de uma vez.

Eu o encarei, incerta sobre o que dizer. Gostaria de implorar para ele não fazer isso, gostaria que houvesse outro jeito. Gostaria que pudéssemos fugir.

— Sofia e eu vamos para o México. Para morar com a vovó por um tempo. — Minha mãe disse de uma vez.

Eu congelei. Incerta sobre o que pensar e sentindo o medo de atingir.

— O quê? — Arregalei os olhos, incrédula. — E toda aquela história dela entrar no time de futebol no colégio? Eu não posso ficar tanto tempo sem ver Sofia!

Meus pais se entreolharam.

— Camila, nós estamos falidos. A vovó concordou em pagar sua faculdade, você não abriu o presente de natal? — Minha mãe continuou, estranhamente calma. E me chamando pelo segundo nome.

Então aquele era o presente?

— Não temos mais escritório na cidade. Sei que conseguiria emprego onde quisesse, mas eu não quero. Nós merecemos um recomeço. E não é como se fôssemos embora, só vamos passar um tempo...

De cinco à  trinta anos. Era o tempo pelo qual meu pai poderia pagar pelos crimes que cometeu.

— Pai, o que você acha de tudo isso? — Olhei para ele, procurando algum sinal de reprovação.

Ele apenas balançou a cabeça.

— Já está decidido. — Minha disse com um suspiro, levantando-se do sofá com a taça vazia.

Eu queria brigar com ela. Mas minha mãe tinha razão, e eu sou adulta o suficiente pra entender.

Logo o inquérito seria encerrado e o julgamento começaria. Os repórteres ficariam dias no nosso quintal e as pessoas na cidade começariam a nos olhar feio. Isso poderia durar a vida toda.

Seria bom para minha mãe escapar de tudo isso. Seria bom para Sofia crescer sem que as pessoas falassem de seu pai o tempo todo.

— Tente entender sua mãe, hija. Tem sido tudo difícil, e eu reconheço que não facilitei para vocês. Na verdade, foi ao contrário. — Meu pai disse, sentando-se ao meu lado.

Sua expressão era de cansaço e medo. Um misto que deixava suas linhas profundas e escuras.

— Eu sei. Eu juro que entendo. — Concordei, deitando minha cabeça em seu ombro.

Meu pai sempre foi do conversar, dos conselhos e afetos. Ao contrário da minha mãe. Era difícil pensar nele como uma pessoa que havia fodido com a sua vida e deixado sua família na merda. Mas se eu me esforçasse conseguia enxergar. Não conseguia entender, mas foi fácil aceitar.

— Eu amo vocês. Nunca vou me perdoar por tê-las colocado nessa situação. O arrependimento é corrosivo. — Ele disse, a voz trêmula.

Fiquei em silêncio. Imaginando como seria para ele estar na prisão, como seria para nós. 

— Nós também te amamos, papai. — Disse, sentindo a letargia me atingir, como uma criança indefesa.

[...]

Quando acordei, no dia seguinte, a luz do sol adentrava as cortinas finas da sala. Eu estava encolhida no sofá, com uma manta sobre mim.

Mal me lembrava da última vez que havia dormido na sala de estar. Espreguicei-me lentamente, ouvindo os passos pesados sobre a escada de mármore.

Minha mãe surgiu, arrumada em um vestido azul escuro e salto alto, Sofia estava ao lado dela, saltitando com o uniforme escolar.

— Último dia de aula! A mamãe vai fazer quesadilla. — Sofia disse animada.

Eu sorri para ela. Sentiria muito sua falta depois que fosse para a faculdade.

— A minha com muito queijo. — Pedi, levantando-me.

— Claro que sim. — Minha mãe revirou os olhos, mas soltou um sorriso e um olhar em minha direção. Só para checar se eu não estava sendo apenas rebelde como sempre.

Eu não estava. Havia me convencido que sua partida seria o melhor no momento.

— Melhor eu ir me aprontar então. — Soltei uma piscadela para Sofia, subindo para o meu quarto.

Depois de me arrumar e tomar o café da manhã com a minha família — o que ainda é muito estranho de se dizer —, eu fui para fora, esperar Lauren para irmos ao colégio.
Nosso último dia de aula.

Quando adentramos o corredor, as pessoas pareciam animadas, mas afetadas. Todos emocionados com o último dia de aula.

Sendo sincera, eu havia pensado muito pouco sobre como seria minha vida depois do ensino médio. Agora, no entanto, as coisas parecem fazer sentido do jeito que são. Ir embora da Califórnia, morar longe da minha família e até longe da minha linda namorada. É doloroso, mas faz sentido.

— Bom dia vacas. Último dia da pior época das nossas vidas? — Dinah disse com um sorriso debochado, enquanto tirava os óculos de sol.

— A pior época? Você sempre amou o ensino médio. — Lauren arqueou as sobrancelhas para ela, enquanto soltava minha mão para abrir seu armário.

— É verdade. A pior época da sua vida. — Dinah suspirou, encostando-se no armário ao lado de Lauren.

Lauren riu, balançando a cabeça negativamente.

— Não é a pior. Felizmente, fiz tudo o que queria e tinha para fazer. Mesmo tendo alguns momentos ruins, a maioria foram bons. — Ela disse, olhando para o além, como se revivesse as memórias.

Dinah arqueou as sobrancelhas, e estava prestes a contestar, quando Ally e Alexa surgiram.

— Ugh, estou estressada. — Alexa disse, encolhendo os ombros.

— Estamos todas. — Ally completou, olhando para mim e depois para Lauren.

Eu havia esquecido de mencionar que nós já havíamos resolvido a questão da faculdade.

— Menos a Lauren. Ela está agradecida pelo ano incrível que ela teve. — Dinah provocou.

Lauren bateu a porta do armário, ajeitando todos os seus pertences dentro da mochila.

— Estou feliz que tenha acabado. — Falei, finalmente.

Ganhando a atenção de todas.

— Tá, vocês estão estranhamente calmas. — Alexa quem disse, olhando para Lauren e eu com atenção.

Dinah e Ally compartilhavam o mesmo olhar curioso.

— Por quê não estaríamos? — Lauren deu de ombros.

As três ficaram em silêncio, se entreolhando.

— Ah! É por causa daquilo, não é? — Sorri maliciosamente para Lauren.

Ela me encarou sem entender nada.

Apontei com a cabeça para as três garotas que nos encaravam.

— Suas curiosas! Querem saber se Camila e eu vamos nos separar? — Lauren cruzou os braços, semicerrando os olhos.

As três arregalaram os olhos. Não aguentei, soltando uma gargalhada.

— Ah, qual é! — Ally resmungou.

— A gente sabe que você vai pra Harvard, e você provavelmente vai morar com a abuelita e tomar tequila todos os dias no México. — Dinah apontou, revirando os olhos. — A gente quer saber se vamos poder convidar as duas para o nosso reencontro daqui a seis meses!

Alexa soltou um tapa no braço de Dinah.

— O quê? É verdade!

— Sua insensível! — Ally acusou, balançando a cabeça.

— Ei! — Lauren chamou, respirando fundo. — Eu não vou pra Harvard.

As três ficaram em silêncio, completamente chocadas.

— Como não? Tá usando droga forte? — Dinah fez uma careta, chacoalhando os ombros de Lauren.

Ela estava incrédula, do mesmo jeito que eu havia ficado.

— Não. Nós vamos ficar aqui e morar juntas na casa da Lauren. Vamos nos casar em breve e começar nossa família. — Interrompi, falando seriamente.

Ally engasgou com a própria saliva, emitindo um ruído alto. Alexa rapidamente se prontificou em em socorrê-la, e Dinah nos encarava como se estivéssemos loucas.

Seria mesmo uma loucura se fosse verdade. Mas eu estava adorando o fato que elas pareciam cada vez mais assustadas. Até Lauren me encarava, como se eu realmente estivesse pensando naquela ideia. Os olhos verdes estavam um pouco arregalados, mostrando o quanto ela estava chocada.

— Sério? — Ela disse, piscando lentamente.

Estapeei seu braço.

— Claro que não! A Lauren vai pro MIT, e eu vou pra Columbia. Vamos continuar namorando, até porquê a gente pode se ver todo fim de semana. E, por mais tentador que seja tomar tequila todos os dias, só minha mãe e Sofia vão se mudar para o México. — Avisei, respirando fundo.

— Porra, o MIT? — Ally disse, ainda mais chocada.

— Tipo, O Instituto de Tecnologia de Massachusetts? — Alexa perguntou, parecendo impossível de acreditar.

Lauren apenas assentiu com a cabeça, parecendo estranhamente tímida.

— Filha da puta inteligente pra caralho! — Dinah socou o ombro de Lauren levemente.

— É bem impressionante né. — Eu comecei a rir, pulando de satisfação.

Logo todas nós envolvemos Lauren num abraço, enquanto pulávamos ao redor, comemorando.

— Espera! — Dinah parou de repente, nos separando.

A morena me encarou com cuidado, sua expressão mudando de alegria para preocupação.

— Sua família vai mesmo embora?

— É, que história é essa, Camz? — Lauren franziu o cenho, segurando minha mão com cuidado.

Fechei os olhos, respirando fundo.

— Meus pais decidiram que será melhor assim. — Sorri, triste. — Meu pai vai se entregar depois da formatura. A gente sabe que não tem a menor chance dele ser absolvido.

— Sinto muito. — Dinah disse, fazendo uma careta triste.

Lauren continuava me encarando, tentando ler minhas expressões.

— Tá tudo bem, ou vai ficar, pelo menos. — Dei de ombros, espantando minha chateação.

As coisas eram como tinham que ser. Meu pai pagaria pelos crimes que cometeu, e minha mãe estava livre daquele relacionamento conturbado e cheio de mentiras e segredos, livre para finalmente cuidar de Sofia do jeito certo.

E pela primeira vez na vida, eu viveria por mim mesma. Sem manter nenhuma aparência mesquinha, sem me sentir vazia. Dessa vez, tenho amigas de verdade. Uma mulher linda e inteligente que me ama do jeito que eu sou, mesmo que em alguns quilômetros de distância, sei que ela jamais me deixará sozinha.

Parece aterrorizante, mas é animador!

-

Olá!

Eu sei, eu demorei!

O próximo capítulo será o último 🥹

O que vocês esperam para o final da fic?

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