Spark of Fire

By ficsGiKa

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Jung Hoseok está há minutos de morrer quando o seu sangue atrai Min Yoongi, um vampiro que lhe oferece a chan... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100

Capítulo 55

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By ficsGiKa


Seokjin sentia que sucumbiria a qualquer momento. Yoongi não respondeu durante a maior parte do dia e somente à noite descobrira por Jungkook o que acontecera. A sua primeira reação foi de choque, não pelo ato, pois uma coisa que fazia parte da personalidade de Yoongi era ser desprendido de orgulho — ele daria a vida por qualquer um que precisasse. Assim, Seokjin encarou a janela, sem reação, seu melhor amigo estava nas mãos da pessoa que mais havia lhe feito mal no mundo. E ele não fizera nada.

Depois do choque inicial, sentiu-se enjoado. Yoongi e seu belo sorriso, um pouco quadrado e um pouco gengival, uma característica humana que ainda levava com ele, não estaria mais ao seu lado; não poderia dividir seus medos e alegrias com ele porque Jieun o tiraria dali o mais rápido possível, tinha certeza daquilo.

O que faria sem Yoongi ao seu lado? Como viveria seus dias sem a presença que há séculos estava ali, um tanto solitário, pelo menos até o último ano, mas sempre ali. Transformar Hoseok transformara Yoongi, pois o vampiro arisco e sem autoestima tinha finalmente florescido; ele sorria, brincava e amava. Seokjin deu um sorriso triste, pois, seu melhor amigo permitiu a entrada do amor em sua vida ao ponto de amar duas pessoas com todo o coração e, pela primeira vez em muito tempo, ser feliz. Agora, ele não estaria ali e não sabia o que poderia fazer para mudar, não quando Jieun tinha quase duzentos anos a mais que ele — seria muito poder para se lutar —, contudo, não significava que não tentaria.

— Nossa arma é você, Joon — disse Seokjin, apontando para a planta em cima da mesa. — Ninguém espera um dragão do lado de um vampiro.

Namjoon observou a planta da catedral, olhando todas as entradas conhecidas e secretas, mas seu olhar não era confiante como Seokjin desejaria ver.

— O que foi? — perguntou o vampiro. — Por que dessa cara?

— Bem... Acho que não conseguiremos — Namjoon respondeu, sincero.

Seokjin cerrou os punhos com força, pois não tinha nem como rebater a fala de Namjoon. Eles falhariam, era quase uma certeza. Estariam em menor número, em um local extremamente protegido, a poucas horas do nascer do sol.

— Mas temos que tentar!

O dragão suspirou pesado, passando os dedos nos olhos com força. Ele engoliu a seco e falou o que estava em sua mente há várias horas — pelo menos desde que ligou para Wonho e pediu por um conselho:

— E se eu chamar a minha mãe? — Namjoon propôs.

— Mas... você não quer ter contato com ela e se o deixarmos em perigo também? — Seokjin ponderou, seu coração não aguentaria perder mais algum dos seus.

— É, mas ela é a primeira! Aposto que ela fala um "ai" e todo mundo lá deve se cagar!

— Joon.

— Qual a alternativa?! — disparou o dragão. Ele voltou a esfregar o rosto, suspirando. — Yoongi 'tá nas mãos de uma doida tóxica e Hoseok pode ser morto!

— Eu não sei! Eu não sei de nada! E-eu... E-eu n—

Seokjin bateu com a testa na mesa se sentindo completamente derrotado. O que fazer? Como poderia resolver aquilo?! Era a sua obrigação mantê-los juntos e seguros! Era seu único propósito.

— Jin... — Namjoon falou em tom baixo, afagando o cabelo do outro enquanto ele se lamentava; também estava arrasado daquela maneira, somente estava reagindo de outra forma. — Jin, ligarei para ela, é a nossa única saída.

— Terei que concordar com ele, Seokjin.

O vampiro mais velho levantou o olhar, vendo Taehyung adentrar a sala. Seu pupilo se sentou ao lado do namorado e ele se viu com os dois o encarando, mas estava claro que ainda deixavam a decisão final em suas mãos. Confiança transbordou dentre os três.

— Eu não sei o que farei se não os mantiver protegidos — disse Seokjin. Seu coração estava em frangalhos desde que assistira sem nada poder fazer, Hoseok sendo levado algemado, com os punhos ganhando coloração avermelhada por conta do cristal tóxico aos vampiros. — Vocês são a minha família.

— Lutaremos juntos, Jin. Não se cobre tanto, nós o queremos protegido da mesma maneira. É uma via de mão dupla — Namjoon garantiu, segurando a mão do vampiro. — Temos que ter esperança de que as coisas irão se resolver.

O peso do mundo ainda estava nos ombros de Seokjin, mas ele ficava feliz por poder dividi-lo, pelo menos um pouco.

— Ligue para a sua mãe, Namjoon, que farei os preparativos para a minha partida.

A frase logo chamou atenção tanto de Seokjin quanto de Namjoon, que se encararam rapidamente antes de fitarem Taehyung outra vez.

— Partida? — Namjoon foi o primeiro a perguntar. — Que partida?

— Encontraremos sua mãe para explicar a situação, Joonie.

Namjoon continuava sem entender, então disse com clareza:

— Ela deixou o telefone comigo naquele dia, eu achei depois nas minhas coisas.

— Ah! — Taehyung sacudiu a cabeça. — Melhor ainda, poderemos ter uma conversa e depois partiremos para o julgamento.

— Mas, amor... Você quer ir? Tem certeza? — Namjoon somente conseguia pensar em como o local estaria cheio e como toda a movimentação repentina poderia deixar o namorado em crise. — Talvez não seja uma boa ideia.

Seokjin pediu licença e eles ficaram sozinhos. Taehyung aproveitou para deslizar seu corpo na cadeira de madeira e beijar os lábios de Namjoon.

— Não se preocupe, ficarei bem.

— Confio em você, Tae. Mas, não quero que você pule nenhuma etapa, você está indo tão bem, amor...

Os dedos de Taehyung eram calmos quando tocaram a face do dragão. As pontas encontraram os lugares certos, os pontos que deixavam o dragão sempre calmo, sentindo-se bem por ser tocado. O vampiro sorriu, o polegar roçando no lábio inferior do namorado, uma brincadeira inocente entre o casal.

— Sem preocupações quanto a mim — disse Taehyung, uma das suas mãos buscando a do vampiro para repousar a sua. — Não arriscarei a vida de ninguém.

— Eu não quero soar egoísta e cruel, mas... eu não estou preocupado com isso — Namjoon garantiu, puxando o namorado para este se sentar em seu colo, bem próximo a si. — Estou preocupado com você e só você, amor...

Um sorriso bonito cresceu no rosto do vampiro, que outra vez beijou o namorado. Estava grato por ter ao menos um momento como aquele, mesmo que o cenário ainda fosse uma situação ruim.

— Sei o que faço, meu dragão — afirmou Taehyung e cruzou seus braços atrás do pescoço de Namjoon.

— Tudo bem. — Namjoon foi quem sorriu dessa vez. — Estou orgulhoso de você, amor.

Taehyung ficou de pé e sumiu do escritório, voltando com o celular de Namjoon nas mãos; o dragão nem percebeu que deixou o aparelho longe de si.

Namjoon olhou para o celular, segurou-o nas mãos e em seguida o deixou na mesa. Por mais que o plano parecesse perfeito em sua mente, pedir ajuda do nada após ser rude com a mãe parecia uma péssima ideia.

— Joonie?

— Parece errado ligar e pedir ajuda depois da conversa que tivemos.

O vampiro esfregou uma mão na outra, voltando a ocupar o lugar ao lado de Namjoon, sua mão novamente na dele.

— As etiquetas somem quando a situação é grave, amor — disse Taehyung. — Esqueça do seu medo por dois minutos.

Namjoon concordou com a cabeça. Ele discou o número e colocou no viva-voz, o que seria dito, Taehyung necessitava ouvir.

— Namjoon?

A voz da mulher era incerta, mas forte. Namjoon pensou outra vez em tudo que a mãe viveu, mas não se via descobrindo tudo, pelo menos não em um futuro presente.

— Sunmi, oi. — Namjoon mordeu o lábio inferior, o gosto metálico alcançou sua boca. Taehyung passou a ponta do indicador na gota de sangue antes de a levar a boca. — Oh!

— Filho? — Sunmi se movimentou, o som alto reverberou pelas paredes. — Está tudo bem?

— Na verdade, não muito. — O legista suspirou pesado, sentindo-se culpado por buscar ajuda, mesmo sendo sua mãe. Se ela colocasse a vida das pessoas que amava em risco, não a perdoaria. — Eu... Olha, sinceramente, eu não queria te ligar, mas não tenho escolha, me desculpa.

— Você está com problemas, Namjoon? Meu filho, eu posso ajudar.

Er... — Namjoon apertou as mãos. Ele levou a unha a uma pele solta no canto do polegar, empurrando com força ela para baixo, tentando a retirar em poucos segundos da resposta. — Meu amigo, Hoseok, está preso e o julgamento dele é hoje mais tarde. Não está bom para o nosso lado, Sunmi.

Era melhor arrancar o curativo da ferida de uma só vez.

— E o que quer exatamente?

— Precisamos de ajuda para resgatá-lo. Hoseok não é culpado, mas uma vampira muito antiga prendeu Hoseok para usá-lo como moeda de troca para que ela pudesse ter Yoongi outra vez.

— E esse Yoongi, quem é?

Namjoon não gostava de tantas perguntas. A mãe já falara antes sobre Seokjin e sobre Taehyung, então havia calculado que ela sabia quem eram todos que estavam à sua volta.

— Min Yoongi. Ele é um amigo.

Um barulho suave de água caindo em pedras pode ser escutado pelo telefone e o filho se perguntou onde a mãe estava no momento.

— Ah! — A voz dela saiu um tom mais alto, mas não desconcentrou Namjoon. — Min Yoongi, sei quem é agora, o da cicatriz.

— É. A vampira antiga que o está chantageando é a mestra dele, Lee Jieun.

Sunmi fez um som de reprovação.

— Uma vaca interesseira. Já ouvi falar.

— E isso não é nem o início de toda a história...

Namjoon contou tudo que pôde se lembrar e era bastante coisa, mas o que mais repetiu foi o fato dos amigos precisarem da ajuda para resgatar Hoseok, não importando se precisasse infringir as leis para isso.

— Namjoon.

Depois de quase um monólogo, foi estranho para o dragão ouvir a voz da vampira do nada.

— Sim?

— Você não precisa me convencer a te ajudar. — Sunmi fez uma breve pausa e continuou: — Estou indo aí, aguarde-me.

— Oh! O-okay. Obrigado.

Minutos depois, Namjoon se viu encarando a porta, ansioso pela chegada imediata de Sunmi. Ainda não sabia como deveria a chamar, se era errado não a cumprimentar como "mãe", porém, não sabia se seria capaz de usar as palavras tão recentemente, ainda mais quando seus pensamentos estavam com seus pais humanos e forma como eles foram mortos.

— Estás ansioso — comentou Taehyung, afagando a base da coluna do dragão. — Por favor, não fique assim.

— É difícil — disse Namjoon, olhando para a própria perna que balançava sem parar. — Só imagino Sunmi entrando aqui e matando todo mundo.

— Se fosse assim ela já teria feito, amor. Sunmi é mais poderosa que todos nós aqui — Taehyung ponderou. — Ficará tudo bem. Ela só quer conhecê-lo.

— E ajudar? — Namjoon pigarreou, apertando os dedos em seu joelho. — Sou o mais ansioso de nós dois hoje — comentou com um riso.

Taehyung sorriu com os olhos, movendo-se com gracejo até beijar o namorado. Queria acalmá-lo e o deixar focado na verdadeira missão, pois, essa seria perigosa.

Os dois ainda estavam próximos quando a campainha tocou. Brevemente, Namjoon esperou que Soobin aparecesse da cozinha, oferecendo para atender o portão já que ainda era dia. Não ver os mais novos por ali, rindo alto e se beijando em lugares impróprios, ainda era estranho.

Enquanto seguia pelo caminho de pedras para o portão, Namjoon pensou em tudo o que poderia dar errado e odiou tal coisa, preferia quando era mais livre de seus próprios pensamentos, quando deixava sua natureza simplesmente o levar. Era um dragão! E, talvez, um dos mais fortes! Poderia lutar com quem aparecesse na sua frente querendo confusão ou com quem machucava as pessoas que amava.

Poderia fazer tudo, não precisava de todo aquele medo.

— Olá, filho.

— O-oi! Entra... — proferiu sem jeito, envergonhando-se quando a mulher sorriu.

Namjoon indicou o caminho até a casa, agarrando-se a mão de Taehyung assim que pôde.

— É uma casa muito bonita — Sunmi proferiu calmamente. Olhando em volta antes de focar sua atenção em Taehyung.

— Olá, senhora.

Taehyung fez uma longa e exagerada reverência, Namjoon logo notou. O namorado dispusera biscoitos e sucos na mesa de centro da sala, sabendo que a vampira podia se alimentar; e por vias das dúvidas, também pôs uma taça com sangue. Taehyung apresentou a tudo com o braço estendido em direção aos alimentos e um sorriso no rosto.

— Por favor, sinta-se em casa, senhora Sunmi.

Ela riu com uma das mãos na boca, fitando Namjoon em seguida. Sabia reconhecer quando alguém queria impressionar e não se surpreendia se Taehyung perguntasse se ela queria uma massagem — ele era de fato adorável, não podia negar.

— Se eu soubesse que teria tanta comida, viria antes — disse Sunmi.

A frase da vampira quebrou o clima de tensão que Taehyung estava carregando. Os três sorriram e não demoraram a se sentar no sofá.

— Onde está o dono da casa? — Sunmi quis saber.

— Dando-me espaço para agradá-la senhora — Taehyung respondeu mais relaxado.

— Sem necessidade alguma, de longe é fácil notar que você é um jovem adorável. Namjoon felizmente herdou o meu bom gosto para homem — Sunmi brincou, buscando um biscoito na bandeja e o levando aos lábios com um sorriso agradável.

Taehyung e Sunmi se deram bem. Ele fazia os comentários certos e ela sempre sorria, completando com algo. Era uma conversa de fato agradável, estavam evitando o elefante na sala. Namjoon sentiu algo diferente em seu peito. Umas bolhas estouravam em seu coração e não conseguia evitar o sorriso, pois sua mãe e seu namorado estavam se dando bem.

Talvez desse para encontrar momentos de felicidades mesmo em situações ruins.

Como Taehyung explicara, Seokjin estava dando espaço e isso significava meia hora.

Seokjin desceu as escadas com calma e se apresentou a Sunmi com uma reverência. Ela sorriu, educada.

— Kim Seokjin — disse a vampira. Sua língua saiu um pouco dos lábios com o ato, Namjoon observou. Ela pareceu estrangeira usando aquelas palavras, coisa que deixou o dragão confuso, até ver a expressão no rosto de Seokjin. — Acertei?

— Pronúncia britânica do meu nome. Estou surpreso — Seokjin comentou, mas seu rosto não transmitia tanta alegria quanto suas palavras tentaram transparecer. — Há muitos séculos não vivo por lá.

Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, a colher de chá tintilando contra a borda da xícara antes de ser depositada no pires.

— Todos os livros de história da Inglaterra têm a sua face — comentou a vampira.

— Oh? É um exagero. Nem todos — Seokjin arriscou um sorriso, sentando-se no sofá.

— Claro, claro. Acredito que esteja na hora de vocês me contarem os planos, certo? Pelo que meu Yong disse, não temos muito tempo.

O plano era simples. Talvez simples demais, Namjoon novamente pensou. Seokjin falou por alguns minutos tudo o que pensaram, quais entradas e saídas tinham para utilizar. No final da sua fala, Sunmi disse:

— Bem, nada disso terá resultado. — A fala dela fez os três ficarem em alerta. Eles sabiam de tal coisa, mas ouvir de uma pessoa de fora dava mais medo. — Deixem comigo — mandou a vampira. — Vocês estão indo assistir o julgamento de um amigo e só. Cuido do resto.

Namjoon buscou Seokjin com o olhar, mas antes disso, sabia que o amigo não gostaria daquele plano, não quando ele queria fazer tudo, se possível. Por isso, não foi surpresa quando o vampiro negou veementemente.

— Se a senhora não quer participar do plano, está tudo bem, mas não ficaremos sentados fazendo nada.

Taehyung foi o próximo a falar:

— Tenho que concordar com meu mestre. Não ficaremos parados e sem um plano.

Sunmi suspirou alto. A conversa a entediava, como Namjoon percebeu.

— Sem querer ofendê-los, posso entrar matando a todos, sem quebrar uma unha — disse ela. — Eu não preciso de plano algum.

— Mas ainda não seria o suficiente? Pois, se não provarmos que Hobi é inocente eles continuarão a nos perseguir sem sossego... — Taehyung ponderou calmamente, ainda que estivesse apavorado com o desfecho daquela situação. — Não me importo de tirarmos Hoseok ilegalmente, mas, mesmo assim...

Taehyung não completou a frase, mas todos entenderam o que o vampiro queria dizer. O foco era tentar legalmente, seria melhor para o próprio Hoseok que o que mais gostava de fazer era sair com os namorados, usufruir de sua liberdade, liberdade essa que perderia se a situação fosse diferente.

— Meu namorado ligou — Seokjin anunciou, sem expor o nome de Jungkook a mulher; talvez fosse paranoia da sua parte, mas não confiava totalmente na vampira. — Ele falou que conseguiu provas, que os caçadores são os culpados.

Namjoon e Taehyung fitaram Seokjin. Ele estivera ocultando aquela informação pelo maior tempo que conseguiu, o que não era de seu feitio. De fato, Seokjin não queria mostrar todas as suas armas para uma pessoa que ainda não tinha certeza de qual lado era amiga.

— Então, vamos com o meu plano — disse Sunmi. Ela percebera a troca de olhares e também entendera bem o que significava, mas nada comentou sobre isso quando voltou a falar: — Fico no fundo, e se aquela escrota fizer algo, arranco o coração dela.

Aquele era o plano mais absurdo que escutou na vida, Seokjin não pode deixar de pensar, mas as circunstâncias eram igualmente sem sentido. Não havia outra saída.

— Tudo bem — disse Seokjin, seus dedos contornaram o nariz, esfregando de leve a ponta. — Faremos como a senhora preferir.

Sunmi sorriu e suas presas ficaram aparentes, as pontas afiadas fincadas no lábio fino, mas não parecia incomodar a vampira. Ela bateu as mãos e olhou diretamente para o filho:

— Hoje, seu amigo volta para casa.

O legista se permitiu sorrir.


══════ † ══════


O gotejar era eterno na cela que Hoseok ocupava. Ele olhava as gotas que faziam o som em uma pequena poça que se formava bem próximo aos seus pés. O vampiro poderia se afastar, talvez se deitar para o outro lado, contudo, era o mais próximo de alguma ação que tinha naquele local. Brincava tentando imaginar se algum respingo de água bateria em seu corpo.

Horas se passaram com o jogo sendo a única coisa que deixava os pensamentos de Hoseok longe do medo.

Medo era uma reação química essencial para a sobrevivência humana. Com ele, nós evitamos entrar naquela rua escura e estranha, ou então de pular de um prédio somente para saber como é atingir o chão. Medo era bom, de fato, mas não significava que Hoseok queria sentir, pelo menos não antes de um julgamento que decidiria se deveria ou não morrer.

Sua vida estava nas mãos de antigos vampiros e, mesmo que a sentença fosse a sua morte, queria seguir com o queixo em pé e não com as pernas bambas.

— Olá, querido.

Hoseok apenas levantou o olhar, pois ele reconhecia a voz, apesar de apenas tê-la escutado uma única vez.

Jieun sorria cinicamente, olhando-o de cima. Sua roupa impecável em todos os sentidos a deixava com um ar de extrema superioridade, o que enojava o médico. Porém, ela não lhe era importante, então apenas voltou sua atenção para a poça d'água.

— Seu julgamento é em algumas horas... — Jieun arrastou suas unhas contra a grade de obsidiana, o som foi estridente e mesmo incomodando Hoseok, ele fingiu não perceber. — Como você está se sentindo, fofo?

Ele não respondeu. Não valia a pena perder tempo com aquela mulher.

— Eu não entendo o que Yoongi viu em um ser patético como você. Felizmente meu pupilo retomou o juízo.

Hoseok continuou a fitar a goteira. De fato, era mais interessante.

— Está se fazendo de desentendido? — Jieun perguntou, voltando a deixar suas unhas chocarem contra as grades. — Pois falarei mesmo assim: Yoongi é meu outra vez.

O vampiro continuou sem encarar a mulher, pois não via como seu Yoongi pudesse retornar para as garras de Jieun.

— Yoongi veio até mim, implorando por um acordo pela sua vida miserável. Então, eu aceitei, pois, apenas assim para o meu pequeno pupilo retomar os sentidos.

Aquilo fez Hoseok a encarar, mas ainda não compreendia ao certo o que aquela mulher estava falando. Seria algum esquema para o deixar com raiva e tentar atacar? Ou...? Não! Não era possível!

— Oh! Seus olhos são lindos daqui! — disse a mulher, dando uma risadinha. — Parece um animal machucado. Yoongi sempre teve um fraco por rostinhos necessitados.

Ele então pode ver a forma como ela sorria e o brilho maldoso em seu olhar. A mulher estava ali para jogar na sua cara a sua conquista.

— Você... Sua nojenta — Hoseok murmurou, fechando os olhos tentando respirar fundo e se acalmar, pois ainda sentia Yoongi através da ligação que tinham.

— Patético.

— Não importa o acordo que você fez com Yoongi. Não desistirei dele — Hoseok garantiu, finalmente se sentando ereto e encarando os olhos frios de Jieun.

— Oh! Sei disso, querido. — A vampira riu. — Enquanto você viver, certo? Bem... Não será muito.

Hoseok sorriu, sacudindo os ombros.

— Você realmente acredita que Yoongi sente algo além de nojo por você? — Hoseok sacudiu a cabeça negativamente. — A única patética aqui é você.

— Yoongi me amou uma vez e amará de novo, pois serei a única na vida dele depois que você queimar no sol.

— Você é tão egocêntrica que chega a ser burra.

Hoseok riu com todo o corpo. Jieun não poderia estar mais enganada; Yoongi tinha outro além dele. Yoongi tinha toda uma família que nunca desistiria dele e principalmente, seu mestre tinha outro amor.

— Você 'tá rindo por quê?!

O vampiro passou o dedo abaixo dos olhos, dramatizando a retirada de uma lágrima dali, ainda dando risadas.

— Estou rindo porque seu cérebro virou pó com o tempo. — Hoseok a fitou sem desviar, o riso ainda nos lábios e então fez beicinho. — Vovó ficou gagá.

— Seu insolente!

Hoseok fez um som infantilizado de choro, projetando ainda mais o lábio para frente. Se morreria ao menos que pudesse deixar aquela louca de raiva.

— Não importa o que você faça ou diga, o amor do meu Yoongi não é mais seu e você sabe disso. Você o perdeu há muito tempo, vovó — Hoseok proferiu, um sorriso afetado nos lábios.

Ela jogou o cabelo para trás em um movimento exagerado, virando-se e então parando para olhar Hoseok por cima dos ombros.

— Suas palavras não me afetam. Amanhã estarei viva e você, não.

Hoseok escutou o som alto dos saltos reverberando pelo ambiente enquanto a mulher deixava o subsolo.

Ele suspirou, sentou-se no banco de pedra e voltou a encarar os pingos de água que caíam próximos ao seu pé.


══════ † ══════


Quando Jungkook e Jimin saíam do apartamento de Yugyeom, Jimin desmaiou.

Jungkook sentia que deveria estar mais assustado, porém era de se esperar. O amigo estava ferido e sob muito estresse. Então às pressas ele pegou Jimin no colo e se moveu o mais rápido que pode para o carro.

Apertando um botão no volante, disse o nome do namorado para a voz artificial. No segundo toque, Seokjin atendeu.

— Jungkook?

— Jin, Jimin desmaiou!

— Desmaiou como?! Onde vocês estão?!

O caçador então se lembrou que não contara ao namorado exatamente como conseguiram as provas que inocentavam Hoseok.

— Tivemos que lutar — disse o caçador. Uma meia verdade, estava bom por enquanto. — Jimin foi ferido na cabeça, mas depois da ligação de Yoongi... ele ficou muito estressado...

— Okay... Onde vocês estão? Irei buscá-los.

— Não, amor. Eu já 'tô indo para a mansão, agora que somos traidores, foda-se qualquer disfarce.

A voz de Seokjin soou preocupada:

— Traidores?

— É uma longa história, conto quando chegar. Já estou a caminho.

— Tudo bem. Venha com cuidado, meu amor. Se você demorar mais de vinte minutos, irei atrás de você!

O caçador quis falar para ele não fazer aquilo, que ainda estava claro do lado de fora, mas conhecia Seokjin bem o suficiente para saber que ele se queimaria para salvá-lo. Jungkook sorriu.

— Tudo bem. Até. Te amo.

— Te amo mais.

Jungkook olhou para Jimin quando não ouviu mais a voz de Seokjin, porém, o parceiro ainda estava desacordado. Estava preocupado com ele, com tudo, em geral, o que acontecera. Para salvar Hoseok, Jimin fez de tudo, o problema era que Yoongi fizera o mesmo. Sabia que o amigo se sentia encurralado agora, com documentos em mãos que inocentariam Hoseok, mas que talvez não servisse de nada — isso tudo ainda dependia de um conselho decrépito de vampiros.

— Daremos um jeito, Minnie — murmurou.

O caçador seguiu pelas ruas que já conhecia, era fácil chegar na mansão dali, todos os caminhos sempre levavam para a parte mais rica da cidade.

Hm...

Ele quase bateu o carro com o gemido de Jimin. Quando pararam em um sinal vermelho, aproveitou para olhar para o parceiro.

— Jimin? Como se sente?

— O que aconteceu?

— Você desmaiou, né? Eu te falei para se cuidar!

— Para onde estamos indo? — Jimin proferiu ignorando a fala do amigo. Estava enjoado. — Hoseok?

Jungkook só percebeu que o sinal se tornou verde quando alguém buzinou. Ele deu partida no carro antes de responder:

— Estamos indo para a mansão.

— Não! E Hoseok?! Precisamos levar as provas para o advogado!

— Seokjin cuidará disso, Minnie. Você está ferido! De que adianta chegarmos lá e você morrer no caminho?!

Jimin tinha muito para falar, inclusive rebateria que não se importava de morrer, mas estava cansado. Ele apoiou a cabeça no banco e de repente, seu corpo estava contra o de Jungkook.

Demorou alguns segundos para Jimin perceber que outro automóvel tinha se chocado contra eles.

— Inferno! Como ele já mandou caçadores atrás da gente?!

Até a visão de Jimin focar outra vez, ele não viu o que Jungkook queria dizer. No outro carro que atingiu o do deles estavam dois caçadores, Jungkook sabia disso, pois os conheciam da Sede.

— Jimin, eu saio, você fica aí!

Jungkook segurou a porta do carro por uns segundos antes de deslizar do banco para a rua, seu pé doendo assim que tocou no asfalto. Merda! Uma luxação era tudo o que não precisava naquele minuto.

— Jungkook!

Não houve resposta a não ser os sons de luta. Jimin olhou em volta, tentando se situar. A rua para a casa de Seokjin estava distante, mas já se tinha um relapso da tranquilidade de deixar a grande cidade para um local arborizado. Mas, mesmo sendo um lugar tranquilo, logo olhares curiosos estariam neles.

— Jungkook! — repetiu Jimin, mas sem respostas do parceiro. — Porra!

Jimin pulou do carro e foi para a luta.


══════ † ══════


Taehyung terminou de se arrumar com cuidado. Ele pegou a melhor gravata e o melhor terno que tinha, suas golas jabô em renda dando um toque especial ao seu conjunto.

Focar na roupa deixava a mente de Taehyung longe do julgamento e do fato de que depois de séculos, sairia de sua casa. A última vez havia saído foi quando se mudaram para aquela mansão, há cinco anos, mas nem contava como deslocamento, afinal, entrou no carro e ficou lendo durante todos os instantes para não olhar a estrada, quando a mudança terminou, enfiou-se no seu quarto e não saíra de lá por um dia inteiro. Não era igual ao que aconteceria naquele dia. Pela primeira vez Taehyung encararia o mundo exterior de cabeça erguida.

— Entendi o seu plano... — Namjoon começou a falar, seu corpo apoiado na soleira da porta. — Você irá seduzir os decrépitos para soltarem Hobi.

Taehyung sorriu envergonhado, virando-se para Namjoon e lembrou-se do porquê se sentia confiante em realmente pisar do lado de fora da casa. Tinha o apoio do namorado e por si só já se sentia um vencedor.

— Acredita ser um bom plano? — proferiu, entrando na brincadeira. — Pensei em desabotoar os três primeiros botões, quando for dar meu depoimento.

Namjoon começou a se abanar com a mão, murmurando "Ui!" Taehyung riu outra vez, chamando o namorado com o dedo indicador.

O legista seguiu a passos firmes, logo segurando na cintura de Taehyung enquanto o vampiro colocava os braços em seu pescoço.

— Tenho tanto orgulho de você, baby — murmurou Namjoon, contra os lábios de Taehyung.

— Não diga isso. Ainda não coloquei meus pés lá fora. Posso não conseguir e estragar tudo...

— Não importa, Tae. Você quer ir, apesar de tudo e mesmo que você desista, isso já é um passo imenso. Quando eu te conheci, você nem pensava em sair da mansão — explicou Namjoon, sorrindo. — Viu o quanto você percorreu?

Por vezes, Taehyung ainda se via desacreditado na sorte de ter o amor de Namjoon. Da sorte de, mesmo com todas as dificuldades e limitações, poder amar alguém de uma maneira tão intensa outra vez.

— Tem algo no meu rosto? — Namjoon perguntou, passando a mão perto da boca. — Estava comendo biscoitos...

Taehyung segurou na gola da camisa de Namjoon e o beijou. O calor do corpo do dragão contra o seu corpo, o aroma que tanto conhecia do xampu dele e o sabor do chocolate em sua língua — ainda se lembrava do sabor, o que era quase engraçado, sempre tinha o legista para o recordar de certas coisas mundanas.

Wow... — Namjoon murmurou ao fim do beijo. Sentia-se renovado e tão, tão precioso para Taehyung naquele momento.

— Meu doce dragão...

Pronto para ganhar mais beijos, Namjoon se inclinou para frente, mas ouviu do andar de baixo de onde estavam, um grito de ajuda.

Sem pensar muito, os dois correram em direção ao som em busca da origem dos pedidos de socorro.

A primeira coisa que captaram ao chegar ao andar térreo foi o sangue pisado no piso de mármore. Namjoon arfou, sua mente voltando diretamente para Taehyung, mas o namorado não apresentou reação ao sangue — séculos o tinham prevenido de ataques por conta de um pouco de sangue.

Jungkook estava com a mão na cabeça, disparando um monte de palavras para Seokjin enquanto o sangue escorria e pingava no chão. O braço de Jimin estava coberto de líquido escarlate e um corte profundo cobria do ombro até metade do braço do caçador.

— Eles nos atacaram do nada! Jimin ainda estava grogue! E-eu deveria ter feito diferente!

— Meu amor, meu amor se calma! — Seokjin pedia, tentando conter a agitação do namorado para que ele pudesse ter uma noção do que fazer para estancar o sangue.

Em dois segundos Taehyung tinha Jimin em seus braços carregando o melhor amigo até o sofá e o deitando com cuidado para também entender onde estavam os ferimentos e como resolver.

— Estou bem, é só um cortezinho.

— Cala a boca! — Jungkook gritou, apontando para o parceiro. — Cala a boca, te odeio, Jimin. Eles ainda estão lá, caídos no meio da rua, inferno!

Seokjin segurou o namorado pelos ombros, fazendo-o fitar em seus olhos.

— Jungkook, calma!

Os olhos do caçador ficaram desfocados antes de voltarem ao normal. Ele respirou fundo e abraçou o namorado com força.

— Desculpa, eu 'tô com medo — disse Jungkook, escondendo o rosto no ombro do vampiro.

Jimin observou a cena entristecido. Insistiu em lutar e agora estava machucado. Não deveria ter feito tal coisa, mas não podia deixar Jungkook se ferir em uma luta contra dois caçadores.

— Ai!

Os dedos de Taehyung o seguravam no lugar enquanto Namjoon cuidava do ferimento. O legista grunhiu ao retirar a jaqueta do outro, pois estava óbvio que necessitaria de pontos. Ele fitou o namorado e o vampiro logo entendeu.

O vento atingiu o rosto de Jimin em seguida.

— Muito ruim? — Jimin perguntou, olhando para Namjoon.

— Muito — respondeu o legista. — Como isso aconteceu?

Jimin levou a mão livre ao rosto, grunhindo.

— Lutei e estava tudo bem, até eu me sentir tonto e em seguida tinha essa espada quase me decepando o braço fora.

O tom de Jimin era cheio de graça, mas quando olhou para Jungkook, o parceiro estava sério. Voltou a Namjoon, mas esse também não achara graça alguma.

— Já está escurecendo, vou atrás desses caçadores para apagar a mente deles — disse Seokjin. Ele segurou o rosto do namorado e lhe beijou a testa. — Coma algo, 'tá legal? Eu já volto.

Jungkook se sentiu sozinho quando Seokjin partiu, por mais louco que fosse. Ele suspirou e se sentou ao lado de Jimin, segurando sua mão livre.

— Desculpa — murmurou Jungkook, beijando a mão do outro caçador. — Eu não queria gritar com você.

— Sei disso, Kookie — disse o outro, oferecendo um sorriso ao amigo. — Está tudo bem.

Em silêncio, Namjoon estava concentrado no ferimento. Ele segurou o braço de Jimin, jogando água limpa de uma garrafa no ferimento, o que fez o caçador gemer.

— Terei que dar pontos — avisou Namjoon.

Os olhos de Jimin mostraram pela primeira surpresa e quando viu Taehyung de volta com uma maleta, entendeu o porquê do melhor amigo sumir. Ele suspirou e somente sacudiu a cabeça. O que poderia fazer, certo?

— Posso segurar a sua mão — disse Jungkook. — Não precisa ter medo, Jimin.

As palavras de Jungkook somente deixaram claro para Jimin que a pessoa com medo ali era o próprio Jungkook, mas não teve coragem de apontar isso, somente sorriu, agradecendo em um tom baixo pelos cuidados.

— Ficarás bem, Minnie — disse Taehyung. — Não se preocupe.

— Não estou preocupado.

Nada mais foi comentado e somente ficaram em silêncio enquanto Namjoon fazia o trabalho.

Quando Seokjin voltou, o braço de Jimin já estava enfaixado e ele tomara um remédio para dor.

— Você está com uma concussão — disse Namjoon. Seu tom era sério e Jimin se sentiu criança outra vez em um consultório médico, sendo repreendido por quebrar o braço. — Jimin, você precisa de repouso agora.

Jimin finalmente entendeu o que aquelas palavras significavam.

— Quê?! — Jimin grunhiu, sacudindo a cabeça com força. — Claro que não! Eu preciso ir para o julgamento!

Taehyung se apressou para tocar o braço do amigo, parando-o no lugar.

— Concordo com Namjoon, Jimin. Não podes sair daqui.

Jimin quis gritar naquele momento e mandar todos os amigos se foderem. Como eles podiam falar algo assim para ele?! Como podiam o negar de ir ao julgamento do seu namorado?! Era uma brincadeira de mau-gosto.

— Jimin, eu fico com você — Jungkook disse com cuidado, tocando no joelho do outro caçador, que estava estendido no sofá. — Podemos ver um filme para passar o tempo.

— Façam o que quiserem — murmurou Jimin, virando o rosto para a direção oposta dos outros enquanto se agarrava aos próprios braços.

Aquilo era um pesadelo!

Soulmate. — Taehyung chamou atenção do amigo, segurando seu rosto com delicadeza. — Acredite em mim, sei o que você está sentindo, mas não irá resolver com você se colocar em perigo outra vez. Não é o que Hoseok ou Yoongi desejariam, okay? Você já fez o impossível, Minnie. Você trouxe as provas, agora deixe para terminarmos o resto, okay?

— E-eu preciso vê-los, Tae. Eu preciso!

— Você os verá quando os trouxemos para casa mais tarde.

Jimin percebeu estar discutindo com o nada, ninguém ali o ouviria ou concordaria com ele. Para todos da sala, o repouso era a sua única alternativa. Desanimou-se de imediato, voltando a fitar a parede oposta.

Com o silêncio, Seokjin falou:

— Já resolvi o problema com os caçadores, eles foram para casa e não se lembram de nada. Vamos para o julgamento agora. — Ele parou, olhando para Namjoon. — Sua mãe vai nos encontrar lá?

Namjoon respondeu:

— Foi o que ela disse.

Seokjin então se aproximou de Jimin.

— Não demoraremos, okay? Farei o impossível para trazê-los de volta.

Jimin não respondeu e ficou assim até estar sozinho com Jungkook, que ainda segurava a sua mão.

— A casa fica silenciosa sem ninguém — comentou Jungkook.

O outro o fitou e se virou.

— Ai, Jimin! Você é tão bobo! — Jungkook revirou os olhos. — Você realmente acredita que ficaremos aqui?! Só dá uns minutos e pegamos uns dos carros do meu namorado. Não te deixarei longe dos seus namorados.

— S-sério?

— Óbvio, e se eles precisarem da gente, hm?

Jimin se tornou sorrisos. Ele se mexeu, pronto para abraçar Jungkook, mas seu braço doeu, então aceitou o beijo que o amigo lhe deu na bochecha. Parecia muito certo no final das contas.

Esperem por mim, amores, pensou Jimin. Estou chegando.


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