Now Or Never - Camren

By cameelajaureg4y

160K 14.5K 7.2K

Michelle Morgado teve uma noite totalmente apagada de suas memórias. Conforme tenta deixar para trás as lembr... More

Capítulo 1 - Weird Night
Capítulo 2 - Party
Capítulo 3 - Inspirations
Capítulo 4 - Moving On
Capítulo 5 - Date Night
Capítulo 6 - Ghosted
Capítulo 7 - Karla
Capítulo 9 - Girlfriend
Capítulo 10 - Birthday Party
Capítulo 11 - Blond Hair
Capítulo 12 - Mistrust
Capítulo 13 - Answers
Capítulo 14 - Parachutes
Capítulo 15 - Threat
Capítulo 16 - Broken
Capítulo 17 - Lost
Capítulo 18 - Kidnapper
Capítulo 19 - Flashbacks
Capítulo 20 - Trapped
Capítulo 21 - Visitor
Capítulo 22 - Handcuffs
Capítulo 23 - Revelations
Capítulo 24 - Lifesaver
Capítulo 25 - Explanations
Capítulo 26 - Flashbacks II
Capítulo 27 - I Hate You
Capítulo 28 - On Fire
Capítulo 29 - Survivor
Capítulo 30 - Afraid
Capítulo 31 - Deal
Capítulo 32 - To Begin Again
Capítulo 33 - The Winner

Capítulo 8 - Dinner

5.7K 477 409
By cameelajaureg4y

- Michelle, que surpresa! - Camila sorriu, simpática, e fez sinal para que eu me aproximasse.

Assim o fiz, embora hesitante, e a loira desconhecida me olhou de cima a baixo antes de um sorriso surgir no canto de seus lábios.

- Eu não quero interromper nada, estava passando por aqui, e escutei sua voz. - Falei.

- Sem problemas, é muito bom vê-la. Essa é a minha chefe, Allyson Brooke.

A mulher estendeu uma das mãos em minha direção, e eu a apertei, sem saber bem como reagir.

- É um prazer conhecê-la, Camila falou bastante sobre você.

Então agora ela é Camila. Interessante.

- Eu já vou indo, não quero atrapalhar a reunião de vocês. - Fiz menção de deixar o local, mas seu chamado atraiu minha atenção.

- Espere, eu vou com você. Allyson e eu já terminamos essa conversa.

Sua chefe tentou contestá-la, mas Camila a ignorou e seguiu ao meu lado, conforme eu caminhava sem olhar para trás. Era no mínimo hipocrisia de sua parte dizer que estava feliz em me ver, quando ela mesma não fez questão de me procurar durante as últimas semanas.

- Podemos conversar? - Continuei andando, sem dizer nada. - Está chateada comigo?

- Um pouco, sim. - Fui sincera.

- Tem algo que eu possa fazer?

Interrompi meu trajeto, e encarei seus olhos pela primeira vez naquele dia.

- Sabe, eu não entendo. Desde que nos conhecemos, você se mostrou uma mulher cheia de atitude, que não tem medo de ir atrás do que quer, e de repente parece que não faz mais questão de estar comigo.

- Eu sinto muito, você tem razão. Tenho estado muito ocupada com o trabalho.

- É realmente só isso? - O olhar de Camila vacilou.

Era difícil acreditar que durante semanas alguém teria estado ocupada demais para digitar uma simples mensagem. Mas ela não me devia explicações, de qualquer forma.

- Nosso último encontro foi incrível, posso ter ficado receosa com a conexão entre nós duas. 

- Se não se sentir confortável, não serei eu a obrigá-la a prosseguir com o que quer que isso seja. - Ao final da minha frase, ela segurou uma das minhas mãos, e avançou um passo em minha direção.

- Não é nada disso, Elle. Olhe bem para mim, pareço desconfortável para você?

Fitei seus olhos, os traços delicados de seu rosto, e os lábios rosados, os quais eu sabia bem o sabor que tinham. Voltei a me focar em seus olhos, no perfume de rosas que sempre me fazia lembrar dela, e fui incapaz de disfarçar o sorriso que surgiu em minhas feições, conforme negava com a cabeça.

Maldito efeito que aquela mulher exercia sobre mim.

- Ao menos deixe-me levá-la para jantar. Conversamos com calma, e esclarecemos toda essa situação. O que me diz?

Ela só poderia estar louca se realmente pensava que poderia me ignorar durante semanas, e consertar tudo com um simples jantar. Eu havia sido trouxa por muito tempo, não o faria novamente. Definitivamente não.

💎

O sol já começava a se por, e eu estava pronta para o jantar com Camila.

Ela havia me prometido um restaurante agradável e respostas para todas as minhas perguntas. Eu queria dizer não, era o que minha razão dizia, mas por outro lado, pensava que ficaria mais tranquila esclarecendo as tantas dúvidas que me cercavam. Ou, talvez, esse fosse apenas um pretexto para me permitir estar ao lado dela por mais algumas horas.

Camila estava deslumbrante. Um vestido de tecido fino um pouco acima dos joelhos, maquiagem leve que destacava seus olhos, os lábios coloridos de vermelho, colar e pulseiras douradas reluziam sobre sua pele. Ela sorria para mim, e eu sentia minhas pernas fraquejarem. 

Olhando-a daquela forma, eu pensava que não seria tão ruim deixar que aquela mulher partisse meu coração, se assim ela desejasse.

Meu vestido tinha tons mais escuros, o pingente de uma bailarina era sustentado pelo cordão que envolvia meu pescoço. Apenas mais um dos mistérios que me acompanhavam. Ainda assim, eu insistia em usá-lo, esperando que me trouxesse respostas sobre aquela noite.

- Carro novo? - Questionei, conforme ela segurava a porta para que eu pudesse entrar.

O veículo era cinza, diferente do preto que ela dirigia em nosso primeiro encontro, embora tão moderno quanto.

- Gostou? - Assenti, vendo-a se sentar ao meu lado, e começar a dirigir.

Era um alívio deixar o apartamento antes que Dinah chegasse do trabalho. Ela certamente não ficaria nada feliz em me ver ao lado da mulher que havia me ignorado durante semanas, e eu não tinha uma explicação coerente. Daria a Camila o benefício da dúvida, e uma segunda chance de provar que merecia estar ao meu lado.

Quando ela havia me prometido um bom jantar e um ambiente agradável, eu jamais teria imaginado que nosso destino seria um dos restaurantes mais luxuosos de Seattle. Um funcionário nos acompanhou até uma das mesas mais afastadas, que nos permitia uma vista privilegiada da cidade, e preencheu nossas taças com espumante rosé, conforme instruía um dos garçons a trazer as entradas.

- Eu não sei se essa foi uma boa escolha... - Murmurei, olhando em volta de maneira discreta.

Camila apenas sorriu, e levou a taça aos lábios com um ar despreocupado.

- Vai mudar de ideia quando trouxerem o prato principal.

- Não, não é isso. Sabe, meu trabalho me permite uma vida confortável, mas esse lugar... - Minha fala arrancou risadas dela.

- Hoje é por minha conta. Convenhamos, eu estou te devendo essa.

Só então me permiti relaxar, e apreciar o sabor da bebida, junto à música serena que se espalhava pelo ambiente. Ela não estava errada, de qualquer forma, e uma única noite de luxos não faria mal a ninguém. Se aquela era sua forma de se redimir, eu aceitaria de bom grado.

- Espero não ter interrompido nada mais cedo, eu só decidi intervir pois sua chefe parecia um tanto quanto exaltada.

- Ally pode ser um pouco enérgica em alguns momentos, mas é uma boa pessoa. - O garçom veio trazer nossas entradas, e se afastou da mesa após um breve aceno.

- Vocês duas são próximas?

- Relativamente, sim. Ela me acolheu em um momento muito difícil da minha vida. - Camila respirou fundo, piscou algumas vezes, e voltou a sorrir. - Mas vamos falar sobre coisas melhores do que o trabalho. Como você está? Além de estonteante, como de costume.

- Um pouco confusa com tudo isso, e preocupada com alguns assuntos, mas estou bem.

- Algo em que eu possa ajudar? - Neguei com a cabeça.

- São assuntos familiares. - Ao me ouvir falar, seus ombros caíram, e seus olhos fugiram dos meus.

- Entendo.

Talvez família fosse um tópico delicado para ela. Não poderia culpá-la por isso, quando eu mesma evitava esse assunto sempre que podia.

Contudo, algo em Camila me fazia sentir confortável, e querer confidenciar a ela cada um dos meus pensamentos. Talvez o castanho intenso de seus olhos, ou o sorriso doce, que podia tornar-se perverso em uma questão de segundos. Ela me tinha nas mãos, e eu não podia negar.

- Meus pais querem que eu os visite nesse final de semana. Será a festa de aniversário do meu pai, e eu simplesmente não tive como dizer não.

- Não se dá bem com eles?

- Ainda não tive coragem de contar a eles sobre o fim do meu namoro com Lucy. - Um rapaz veio trazer nossos pratos, e só então me dei conta de que Camila havia feito o pedido por nós duas.

Por sorte ou bom gosto, risoto de camarão era um dos meus pratos preferidos, então ela havia acertado em cheio.

- Se eles soubessem o quanto ela fez mal a você, certamente entenderiam.

- Não é tão simples. - Pontuei, desanimada, e só então notei algo estranho. - Como sabe que ela me fez tão mal?

- Foi um chute certeiro. - A mulher deu de ombros, conforme mexia na comida com o garfo. - Vocês duas parecem ter tido um relacionamento conturbado, se me permite dizer.

- Nós tínhamos, mas meus pais não sabem disso. Para eles, ela sempre foi a namorada perfeita. Em parte, isso é minha culpa, eu sempre me esforcei para construir essa imagem.

- Não se condene tanto, é normal que façamos de tudo para preservar aqueles que amamos.

- É, acho que sim. De certa forma, eu também estava tentando me proteger. A verdade é que os dois foram bastante resistentes quando me assumi lésbica. Lucy esteve ao meu lado nesse processo, e é muito querida por eles.

Camila assentiu, em silêncio. Me agradava a forma como ela simplesmente escutava, sem tecer julgamentos ou críticas. Seu olhar compreensivo me transmitia segurança, como se eu pudesse dizer qualquer coisa, sabendo que ela estaria bem ali, ao meu lado.

- Não sei como vou aparecer por lá sem ela. Até pensei em arranjar uma desculpa e simplesmente não ir, mas meu pai certamente ficaria chateado. Não nos vemos há muito tempo, e eu não posso esconder a verdade deles para sempre.

- E se outra pessoa pudesse acompanhá-la?

- Eu já pensei nessa possibilidade, mas Dinah estará trabalhando, e não há mais ninguém que... - A frase morreu em meus lábios, conforme notei os olhares de Camila, que sorria para mim como se a resposta fosse óbvia. - Está mesmo pensando em ir comigo?

- Elle, eu sei que o que temos é algo recente, mas não me subestime, eu sou muito boa com pais!

- Você não precisa fazer isso. - Balancei a cabeça negativamente, com um sorriso tenso nos lábios.

- Eu farei, desde que concorde, e se sinta confortável em ter minha presença.

Aquilo não fazia o menor sentido, eu conhecia Camila há algumas semanas, e não parecia justo envolvê-la em minhas confusões familiares.

Por outro lado, meu tempo estava se esgotando, e eu não estava cheia de opções. Tê-la comigo durante todo um fim de semana não seria nada desagradável, eu certamente me sentiria mais segura em sua companhia.

- Tem certeza? Eu amo meus pais mais do que tudo, mas eles nem sempre são pessoas fáceis de se lidar.

Camila sorriu, e acariciou minha mão com a ponta dos dedos.

- Vai ser divertido, eu estou mesmo precisando passar um tempo longe de tudo.

Foi inevitável retribuir seu sorriso. Aquela mulher era completamente louca, e eu não poderia estar mais grata por isso.

💎

Nós caminhávamos lado a lado através da noite, sentindo a brisa fresca levar nossos cabelos, em total silêncio. Camila fazia questão de manter nossos dedos entrelaçados, e segurar todas as portas pelas quais passávamos para mim, e eu não seria hipócrita em dizer que não estava encantada com tudo aquilo.

Ela estava realmente se esforçando para tornar aquela noite perfeita, como uma forma de se redimir por seu sumiço, embora esse ainda permanecesse sem muitas explicações plausíveis.

- Eu normalmente gosto do seu silêncio, mas dessa vez, algo me diz que não é um bom sinal.

Seu comentário me arrancou um sorriso, como em grande parte das vezes em que ela abria a boca. Sua companhia me fazia sentir muito bem, e eu não fazia questão de esconder.

- Só estou me acostumando novamente a tê-la por perto.

- Certo, eu mereci essa. Acho que precisarei de mais alguns encontros para consertar isso. Tudo bem por mim, qualquer pretexto para estar com você é muito válido.

- Não me entenda mal, eu não estou brava com você nem nada, mas fiquei bastante confusa.

- Então sentiu minha falta. - Camila interrompeu sua caminhada, e eu ergui uma sobrancelha.

- Eu não disse isso.

- Admita que sentiu minha falta. Ou simplesmente me deixou para lá com tamanha facilidade?

Ao final daquela frase, a morena apoiou uma das mãos sobre meu ombro, e acariciou minha pele desnuda até ter seu toque sobre minha nuca, me causando arrepios que eu jamais confessaria ter sentido.

- Duvida tanto assim da minha capacidade de encontrar outra pessoa? - Provoquei.

- De forma alguma. Você pode ter quem desejar, eu sei bem disso, não sou cega. - Ela pressionou os lábios contra a minha bochecha, e em seguida os aproximou do meu ouvido. - Duvido da capacidade deles de serem tão bons quanto eu.

Dito isso, ela me olhou de maneira firme, como se pedisse permissão para ir além. Eu não me opus, e em poucos segundos, tinha seus lábios nos meus outra vez. Ao mesmo tempo em que não tinha forças para afastá-la, eu tentava, em vão, resistir a seus encantos. Aos poucos, a maciez de seus lábios e sua língua me enfraqueciam, até que eu estivesse totalmente rendida a ela.

- Eu não posso acreditar no quão convencida você é. - Murmurei, ao encerrar nosso beijo.

Camila sorriu contra meus lábios, e os selou nos dela.

- Você adora.

Eu não podia negar.

Minha melhor resposta a aquilo, foi agarrá-la pela cintura, e colar nossos corpos antes de voltar a beijá-la. Ela pareceu surpresa, mas não demorou a aprofundar nosso beijo, conforme arranhava meu pescoço de leve. Seus dedos adentravam as mechas de meus cabelos, e minhas mãos percorriam seu corpo, como se explorassem uma verdadeira obra de arte.

Um suspiro pesado deixou seus lábios conforme minhas mãos pressionavam o volume de sua bunda contra mim, sem que eu pudesse me conter. Ela não era a única a estar sem fôlego, quando eu mesma mal podia disfarçar a forma como meu corpo reagia.

Em um último segundo de sanidade, afastei minha boca da dela, que tentava iniciar outro daqueles beijos que me tiravam a razão. Estávamos no meio de uma calçada em Seattle, embora nenhuma de nós parecesse se lembrar desse fato. Aquele era um lugar público e inadequado para ir além, mas não precisávamos permanecer ali.

- Vamos para a sua casa... - Proferi, em um fio de voz.

Camila pareceu retomar seus sentidos, e hesitar por um instante.

- Não. Eu estou reformando meu banheiro, está tudo uma bagunça. É melhor irmos para o seu apartamento.

- Sem chance. Dinah vai estar lá, e acredite, você não vai querer fazer nada com ela por perto.

Minha amiga já estaria descontente o bastante ao descobrir que eu havia aceitado sair com Camila outra vez após três semanas sem notícias dela. Levá-la para o nosso apartamento naquela noite seria abusar até demais de sua boa vontade.

A morena refletiu por algum tempo, e, por fim, recuou um passo antes de ajeitar suas roupas com as mãos.

- Teremos muitas outras oportunidades. Venha, eu vou levá-la para casa.

A acompanhei até o veículo, ligeiramente frustrada, mas ainda assim, com um sorriso no rosto. Encerrávamos aquela noite sem muitas respostas, mas absolutamente nenhum arrependimento.

💎

Brasil perdeu o hexa, e nossas meninas perderam essa oportunidade, mas não se preocupem, ainda há esperança 😔✊

Votem e comentem! Logo estarei de volta 💕

Continue Reading

You'll Also Like

1.6M 136K 95
Os irmãos Lambertt estão a procura de uma mulher que possa suprir o fetiche em comum entre eles. Anna esta no lugar errado na hora errada, e assim qu...
1.3M 138K 172
Paola. Personalidade forte, instinto feroz e um olhar devastador. Dona de um belo sorriso e uma boa lábia. Forte, intocável e verdadeiramente sensata...
3.3K 244 3
Camila odeia motos e odeia velocidade, mas é arrastada para uma corrida de motos na cidade fantasma, Calico, no deserto de Los Angeles. "Você não pod...
997K 53.3K 53
Giulie Cameron e uma jovem mulher cheia de traumas. Ela sempre lidou com seus problemas sozinha,sem a ajuda de ninguém. Até que um dia ela não aguent...