Abbye:
Ainda estava imaginando o que ela pensava, quando reparei em uma pequena caixinha em suas mãos, então, comecei a pensar no que seria aquilo.
Quando reparou que eu havia acordado, mamãe sorriu e me disse:
Carol: - É para você. Um presente para sempre se lembrar de mim e de suas irmãs.
Como assim me lembrar?! Achei que ainda ficaria um bom tempo em casa. Será que ela já havia encontrado um novo colégio e estava me mandando para lá?
Essas perguntas rondavam minha mente enquanto abria o pequeno embrulho.
Quando finalmente terminei, encontrei um lindo pingente. Tinha a forma de um sol e um "A" gravado no meio.
Abbye:- Obrigada mãe, é lindo.
Ela sorriu, mas por apenas um instante e, então, assumiu uma expressão melancólica.
Carol: - Querida, sabe que eu te amo e que tudo que faço é para seu próprio bem, não é? Você não pode ficar em casa, infelizmente. Liguei para uma pessoa da confiança de seu pai e você vai ter de partir. Hoje.
Lágrimas encheram meus olhos, mas me obriguei a secá-las. Não iria chorar, mesmo com muita raiva.
Então era assim? Ela amava tanto a meu pai a ponto de mandar a única coisa que havia restado dele, eu, pra longe por causa de um marido caprichoso?
Por que ela se casou com esse idiota?! Ele definitivamente destruiu minha vida e a de minha mãe.
Abbye: - Sim mãe, acho melhor arrumar minhas coisas para irmos logo, então. Pode por favor me dar licença?- disse friamente. Tentar discutir sobre o assunto seria inútil. Eu teria de ir, de qualquer maneira.
Mamãe abriu a boca, como se fosse mudar de ideia e me deixar ficar, ou, ao menos, dizer algo para me confortar. Mas, logo, a fechou e saiu para que eu me aprontasse.
Meia hora depois já estava tudo arrumado. Na verdade só fiz mais uma mochila com alguns livros e meu iPod. Os fones e roupas estavam nas malas que eu trouxe do internato. Por insistência da minha mãe deixei o celular.
Carol: - Pra onde você vai ele não será necessário.
Com a raiva que estava, ia deixar o pingente, mas, pelo que mamãe disse, em partes, era presente das gêmeas, então, por elas, iria usá-lo sempre.
Abbye: - Mãe, podemos ir.
Até aí tudo foi fácil. Mas, então, as meninas vieram e, quando souberam o que estava acontecendo, começaram todos os questionamentos.
Lívia: - Biby, pra onde você vai? Você acabou de chegar...eu quero ir junto!!!!
Lilian: - Mãe por que a Biby não pode ficar?
Levou cerca de 15 minutos para explicar o que estava havendo. As duas, obviamente, abriram um berreiro quando souberam que eu estava partindo de novo.
Elas praticamente imploraram para mamãe deixar elas irem junto a só Deus sabe onde, me levar e se despedirem de mim. Mamãe deixou e entramos as quatro no carro.
Antes de saírmos, Angus se aproximou do meu vidro aberto e disse, sarcasticamente:
Angus: - Vê se não é expulsa.
Abbye: - Pode deixar, Angus. Vê se cuida da SUA vida, que da minha eu sei cuidar.
E saímos.