A Chantagem (Adaptação)...

Da DamianaSilvaa

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Camila Cabello é uma advogada competente e ambiciosa, uma mulher independente que não guarda espaço na sua vi... Altro

Introdução
2 - Caixas e Pacotes
3 - Remorso
5 - Fotos e lembranças
6 - Faz de Conta
7 - Brigas e Telhados
8 - Pequenas Confições
9 - Outras Intenções
10 - Surpresa Desagradável
11 - Fale a Verdade
12 - Na Cama
13 - Tempo e Decisões
14 - Duas Visitas
15 - Dor e Carinho
16 - A Festa
17 - Discussões
18 - Feriado
19 - O que ninguém viu
20 - Desencontros
21 - Planos
22 - Morangos
23 - Ela já foi
24 - Eu Também Te Amo
25 - Epílogo
Nota.

1 - Negócio Fechado

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Da DamianaSilvaa

- Um dia vão te achar enterrada sob uma pilha de papéis, Camila.

Levantei os olhos para a porta do meu escritório, ao meu redor, a típica montanha de processos descansava: um eterno lembrete de que eu sempre tinha trabalho a fazer.

Ela estava parado na porta, com alguma coisa escondida atrás do corpo. Seu paletó era bem cortado delineando seu corpo atlético. Seus cabelos negros eram longos e arrepiados de modo que ela sempre tinha que usar uma quantidade exagerada de gel para mantê-los comportados. Ela me encarou com seus olhos verdes inquisitivos.

Tinha vindo até aqui me provocar uma última vez. Isso era óbvio.

- Eu sempre mantenho meus prazos em Lauren. Não sou preguiçosa como
você. - sorri baixando os olhos de volta para os meus documentos - Os papéis nunca se acumulariam o suficiente para me enterrar.

Senti que ela tinha dado alguns passos para dentro do meu escritório, estava prestes a informá-la de que eu estava, obviamente, ocupada demais para o que quer que fosse e mandá-la dar o fora.

- Ouvi que você não vai poder ir hoje a noite.

- Para onde? - perguntei, sem levantar os olhos.

- Minha despedida. Hoje é o meu último dia, lembra?

Eu lembrava.

- Aleluia! - murmurei sorrindo - Não, não me lembrava, Lauren. Sua agenda não é o tipo de coisa que ocupa qualquer espaço em minha memória.

- Por que não vem, Camila? Não seria uma despedida apropriada sem você. - eu podia sentir o seu sorriso e o seu sarcasmo - Não acho que consigo ir embora sem ouvir um último comentário azedo e invejoso seu, sobre como eu não sou uma escolha adequada para o meu novo emprego.

- Eles são uns idiotas sem colhões que fingem ter princípios para ganhar dinheiro - a encarei - Você vai se encaixar perfeitamente bem.

Ela riu alto, estourando o champagne e servindo as duas taças.

- O que está fazendo? - quis saber - Você queria um último comentário azedo. Já o teve. Sai.

- Se você não vem até mim, hoje a noite, eu venho até você.

Irritante do jeito errado. Ela não ia perder a última oportunidade de regurgitar toda a sua recém-encontrada alegria na minha cara antes de ir embora.

- Não vou hoje a noite porque tenho trabalho a fazer. A audiência do caso Monroe é amanhã.

- Amanhã? Achei que essa audiência só seria daqui a dois meses... depois que você voltasse de férias.

Engoli em seco. A palavra férias me incomodava de um jeito estranho e inesperado.

- E desde quando você sabe o agendamento das audiências do meu cliente?

- Desde que ele era meu cliente. Antes de você roubá-lo, lembra?

- Somos uma equipe, Lo. - sorri - Não há isso de meu cliente ou seu cliente.

- Éramos uma equipe, Camz. - corrigiu - A partir de amanhã eu vou embora para bem longe de você e seu veneno. - ela me ofereceu uma taça.

- Aqui. - anunciei com um falso tom de diplomacia, levantando minha taça - Um brinde a você.

- Não esperava isso de você. - sorriu, me acompanhando no brinde - Vai ser clichê como os outros e dizer que não se importa que eu vá para longe desde que seja feliz?

- Vou dizer que não me importo se você será feliz desde que vá para longe. - confessei e bati meu copo contra o dela.

- Isso não está envenenado, está? - brinquei.

- Infelizmente, não. - respondeu, bebendo.

- Tem um gosto horrível de champagne barato. - avisei com uma careta.

- Você acha que eu ia gastar dinheiro com você? - riu - É mais do que você merece. - Bebeu mais um pouco antes de cair em um profundo silêncio.

- Não quero sair daqui com inimizades, Camz. - disse finalmente - Não acho que
você seja tão ruim quanto demonstrou ser... a vida inteira. - riu.

- Os que me conhecem há mais tempo que você dizem que eu sou ainda pior.

- Meu avô dizia que as pessoas amargas geralmente tem motivos para serem assim. Então, seja lá qual for o seu motivo...

- Qual o seu problema? - interrompi.

- Só quero dizer que, no que depende de mim, não há mais qualquer sangue ruim entre nós. Está desculpada.

- Por que "eu tenho motivos para ter sido amarga"? Tenho sim, Lauren: a sua
incompetência e irritância. Esses eram meus motivos.

- Não quis te ofender, Camila.

- Mas conseguiu ainda assim. Meus parabéns. Ou você acha que o quê? Eu fui assediada quando criança ou tive um casamento que não deu certo e por isso sou como sou hoje? Não e não, Jauregui. Fique avisada.

- Não precisa fazer um alarde tão grande. Só vim até aqui fazer as pazes.

- Pois vá embora e leve suas pazes com você. Quando um homem é ambicioso ele é uma grande personalidade que conquistou seus mais majestoso sonhos. Quando uma mulher é ambiciosa ela deve ser uma vadia amarga que merece ser desculpada pelo seu comportamento?

- Não foi isso que eu disse e você sabe.

- Começamos a trabalhar aqui quase ao mesmo tempo, Jauregui e qual de nós foi mais longe?

- Você não está seriamente sugerindo que minhas promoções não foram merecidas, está?

- Ah, por favor. Eu tapo seus buracos desde o seu primeiro ano aqui.

- Isso é absurdo e injusto. Mas hey... pelo menos consegui seu comentário invejoso, também.

- Ah, cai morta, Jauregui.

- Sabe? Eu realmente, realmente, pensei que você não era uma pessoa horrível. Mal tive contato com você em meu primeiro ano aqui e todo mundo já falava que você era "A Megera Indomada", se me permite a frase, mas eu nunca acreditei. Não de verdade. Aí você entra na justiça contra mim.

- As raízes da sua árvore maldita estavam quebrando o muro da minha propriedade! E eu não sabia que você era a minha vizinha do cachorro maníaco que não parece conseguir parar de latir. Como eu devia ter adivinhado?

- Adivinhado? Sua maluca arrogante e egocêntrica. Qual o problema de levantar os olhos da sua vidinha medíocre para desejar bom dia a um vizinho. Moro naquela vizinhança a menos tempo que você e te garanto que conheço mais pessoas.

- Ah, parabéns. O que você quer? Uma estrela dourada?

- Você só precisava ter falado comigo e poderíamos ter resolvido toda a situação da árvore sem um juiz. Será que você consegue entender isso, Camila? Que é possível resolver problemas conversando com as pessoas fora de uma sala de audiência?

- E por que eu faria isso? Se na sala de audiência eu consigo um documento
assinado por um juiz dizendo que eu estou certa e que posso chamar a polícia para fazer valer o meu direito?

- Você é impossível. - eu ia dar mais um gole no champagne mas Lauren se adiantou e tomou a taça das minhas mãos. - E eu não acredito que eu cheguei a pensar que poderia sair daqui em bons termos com você.

- O que você quer ouvir? Que eu sinto muito? Porque eu não sinto.

- Trabalhamos juntas por anos. Você foi uma péssima colega de trabalho. Arrogante e insensível. Sou, provavelmente, a única pessoa desse escritório inteiro que não te acha um caso perdido. Você poderia ter sido boazinha uma única vez na sua vida. - ela se levantou, levando o champagne barato consigo.

- Me processe. -sorri, quando ela alcançou a porta.

- Vai pro inferno, Camila.


************************************

Saí do banho enrolada em meu robe azul claro. Meu corpo ainda estava úmido e a seda grudava nas minhas curvas de uma forma quase carinhosa. Soltei o nó folgado que predia meu cabelo e o atei ,firmemente, mais uma vez. O vento sacudiu algumas árvores do lado de fora e eu me peguei observando a casa vizinha através da janela do meu quarto.

Lauren parecia uma mulher limpa e organizada. Ou pelo menos, essa era a ideia que eu tinha da sua garagem e do pedaço do seu quintal que eu conseguia ver pela minha janela. Em algumas ocasiões cheguei a vê-la na cozinha da sua casa, ou no andar de cima, mas não conseguia ver quaisquer detalhes sobre sua vida, não importa o quanto minha curiosidade e visão aguçada tentassem.

A parte dos fundos do meu quintal dava para a lateral da casa dela. Ainda bem que eu não era assídua usuária da minha piscina ou teria sérios problemas de voyerismo da parte dela. Quase qualquer janela dos fundos da sua casa dava para minha área externa. Meus olhos se prolongaram na buraco que antes abrigava a maldita árvore que tinha sido origem de tantos problemas.

Um sorriso se grudou no meu rosto e uma ideia proibido começou a se espalhar na minha mente.

Aproximei o rosto do vidro da janela e olhei com cuidado ao redor. Sua casa estava completamente apagada.

Ela iria embora no dia seguinte, não é? E a essa hora, ainda devia estar enfiado na festa de despedida do escritório. Todo mundo amava Lauren Jauregui. Ela era a garota maravilha. Gentil e agradável e sensível e nhé, nhé, nhé. Deviam ter feito uma festa memorável.

Espremi os lábios e corri pro banheiro. Voltei pro quarto com meu vibrador rosa de 14 cm nas mãos. Sim, eu tenho mais de um vibrador. Desci as escadas ainda decidindo se ia ou não fazer aquilo.

Abri as portas de vidro que davam para a pátio de trás e senti a brisa da noite balançar a seda ao meu redor. O clima estava fresco e agradável. Olhei ao redor: a casa de Lauren estava envolta na mais absoluta escuridão, andei até o muro baixo que dividia nossas propriedades e fiquei em silêncio tentando ouvir alguma coisa. Qualquer coisa.

Nenhum som. Nenhum.

Tudo estava no mais absoluto silêncio.

Estiquei o pescoço e observei sua casa mais uma vez. Sua garagem entreaberta estava entupida de caixas. As coisas da mudança, provavelmente. Deviam estar ali para facilitar o trabalho do caminhão que certamente chegaria pela manhã.

Parte de mim quis purar o muro e roubar suas coisas. A ideia me divertiu e eu fiquei sorrindo como uma criança contra o muro. Esfreguei minha testa ainda sorrindo. Dei as costas para a casa de Lauren e voltei para as espreguiçadeiras na borda da minha piscina.

Massageei o pescoço e repassei o que eu sabia. A casa está vazia. Está tudo apagado. Nenhum som. Não tem ninguém. Ela está em uma festa. Não tem hora pra voltar. Deve voltar tarde. Eu serei rápida.

Enfiei um dedo no nó do robe e desatei o cordão. Eu estava nua por baixo e tinha plena consciência disso. O ar levemente frio fez meus mamilos enrijecerem quase que imediatamente.

Ah, merda, Lo... Vamos fazer isso de uma vez.

Joguei o robe no chão e senti meus pêlos se arrepiarem. Sentei na espreguiçadeira de frente para a casa de Lauren. Meu polegar encontrou a base do vibrador e o girou. O zumbido discreto me informou que ele estava devidamente ligado em uma velocidade baixa. Deitei e observei as estrelas.

Tinha algo na situação de estar nua do lado de fora que era embriagantemente sensual.

Deixei que minhas coxas se afastarem e desci o vibrador entre elas.

Fechei os olhos e conseguia vê-la na minha frente. Ela estava parado na porta do meu escritório. Ela diria que aquele champagne barato era tudo que eu merecia.

Aproximei o vibrador do meu clitóris. Eu a ofenderia até que Lauren não conseguisse mais suportar, seria incisiva e feroz com as palavras. Consegui ouvir sua voz, seria
apenas um sussurro contra o meu rosto:"vadia".

Desci o vibrador um pouco mais e ele deslizou gostoso. Eu já estava molhada. Levantaria a mão e daria um tapa em seu rosto. Estalaria alto. Aqueles olhos verdes iam me observar com ódio e ela rosnaria que eu não tenho solução, me mandaria pro inferno. Ah...

Aumentei a velocidade e encontrei meu ponto favorito: logo acima do clitóris. Segurei o vibrador com força contra aquele ponto específico. "Vai pro inferno, Camila".

Eu colocaria a mão contra a porta e diria que não disse que ela podia sair. Eu a conheço bem demais: seu sorriso viria com certeza e uma pergunta: "Como é que é?".

Para cima e para baixo. Só com a ponta do meu aparelho, sentindo as vibraços em poucos lugares de cada vez. Eu tiraria a roupa e ficaria semi-nua na sua frente.

"Você quer uma última chance de fazer as pazes? Pois então implore."

Não importa que ela seja gentil, agradável ou sensível. Eu veria seu pau endurecer através do seu paletó bem cortado. Se havia uma mulher no mundo que Lauren nunca imaginou que veria nua, essa mulher era eu.

E lá eu estaria: com uma roupa íntima rendada e tudo que ela precisava fazer era implorar.

Aumentei a velocidade na minha massagem íntima, nunca chegando perto de penetrar. Penetração com o vibrador nunca me fazia gozar. A ilusão era minha e na minha ilusão, Lauren Jauregui iria fazer exatamente o que eu queria.

Ela ia implorar. Ia despir minha roupa íntima e passar as mãos pelo meu corpo nu. Ia me jogar em cima da minha mesa e me foder com força. Ela ia me chamar de puta, eu tenho certeza. Ia me chamar de vadia arrogante e impossível.

E eu ia ouvir sua voz rouca de desejo contra o meu e ia empurrá-la antes que ela gozasse. Ia me cobrir e mandar que ela saísse. Ah, eu conseguia ver a incompreensão em seu semblante e o sorriso voltou ao meu rosto.

Apertei o vibrador com força e me ouvi gemer. Eu diria que se ela quisesse gozar dentro de mim teria que se desculpar pela árvore.

Pela árvore, pelo cachorro, pelo champagne barato, pelas ofensas... Se quisesse jogar seu líquido dentro de mim ia ter que merecer. Ia ter que implorar.

E ela imploraria. E eu deixaria que ela me possuísse mais uma vez.

Empurrei o vibrador com tanta força que teria doído se não estivesse sendo tão gostoso. Gemi alto e acho que disse seu nome. O alívio veio rápido e fez minhas pernas tremerem involuntariamente.

Desliguei o vibrador e o soltei em cima da espreguiçadeira. Eu estava encharcada.

Abri os olhos ainda passando a língua pelos lábios e estiquei a mão para pegar o meu robe.

Foi aí que algo me chamou a atenção. Aconteceu tão rápido e ao mesmo tempo tão devagar.

Uma minúscula luz vermelha nas sombras, do outro lado do muro.

Um sorriso abafado.

Um clique baixo da máquina fotográfica de um celular.

Eu perdi a noção do tempo.

Ela voltou para casa.

Enfiei o robe de volta no corpo e quando dei por mim, estava correndo como uma leoa para cima de Lauren.


***********************************

- Eu vou te matar, Lauren..

Entrei na casa dela sem pedir autorização.

Ela estava rindo satisfeita.

- Me devolve isso, agora! Sua tarada!

- Tarada? Eu? - ela ria como se nunca tivesse se encontrado em uma situação tão engraçada na vida - Que eu me lembre não era eu quem estava me masturbando em público.

- Estava me masturbando no quintal da minha casa e você estava tirando fotos. Pervertida!

- Tirando fotos? - riu alto. Me lancei contra seu tórax enquanto ela mantinha o celular fora do meu alcance com o braço esticado. - Certo... Calma, calma. - passou o braço pela minha cintura me mantendo presa contra ela.

Lauren estava tentando me manter quieta e longe do celular. Mas eu estava com os mamilos rígidos e a vagina molhada, coberta por uma fina camada de seda, logo depois de ter me masturbado pensando naquela maldita: a coisa toda tinha uma sensação errada e deliciosa e eu não estava conseguindo me concentrar.

A empurrei para longe em uma tentativa de recobrar a plenitude dos sentidos. Minha respiração descia ardendo.

- Certo. - comecei diplomática, precisava reassumir o controle - A brincadeira foi engraçada: ha-ha. Camila estava se masturbando e eu tirei algumas fotos. Tudo bem, eu sou uma vadia arrogante que merece que você se vingue. Já me deu um susto horrível. Vingança completa. Agora, me dê isso.

- Por que. Diabos. Eu. Faria. Isso? - sorriu, ainda com o celular nas alturas.

- Porque você é uma pessoa decente.

- E você é uma pessoa horrível.

- Certo. Tudo bem. - não era hora de brigar, era hora de negociar - E o que você pretende fazer com isso, então?

- Eu poderia te ensinar uma lição. Poderia te ensinar a ser mais humilde.

- Se você acha que vai me chantagear, você está louca.

- E se você acha que amarrou esse robe direito, é você quem está louca. - continuou rindo.

Olhei para baixo e vi um de meus seios expostos. Ah, merda de situação que fica cada vez pior. Puxei as laterais do robe e amarrei o cordão com tanta força que estava quase prendendo minha circulação.

Que se dane. Não preciso de pernas.
Preciso daquele celular.

A desgraçada estava se divertindo absurdamente. Eu também estaria me divertindo na lugar dela. Seria agradável. Ao invés da dose concentrada de horror que eu estava experimentando no momento.

- Se você fizer algo com essas fotos, vai ser uma pessoa tão horrível quanto eu, Laur. - tentei.

- Você fica repetindo "fotos". - levei três segundos inteiros para entender.

Puta merda.

Ela tinha me filmado.

- Sua pervertida, nojenta! Você me filmou? - enfio o punho contra o peito dela e vi, pela primeira vez, seu sorriso sumir. Ela chiou de dor e eu continuei a jogar minhas mãos fechadas contra ela.

- Estava filmando minha casa, Camila! - berrou e conseguiu segurar um dos meu pulsos - Estava filmando os arredores para ter uma lembrança caso me sentisse nostálgica durante a mudança. - explicou e logo tinha meus dois pulsos presos em uma de suas mãos fortes - Não imaginei que você queria me dar um souvenir de despedida. - brincou.

Eu me sacudi até que ela me soltasse.

- Mas você podia ter parado de filmar quando...

- Ah! Você pararia?

- Eu...

- Para de me tratar como um monstro. Estava filmando minha casa, ouvi um barulho, girei a câmera, você estava com um vibrador enfiado no meio das pernas e eu fiquei sem reação. - eu gelei diante das palavras descontraídas de Lauren-Nada que não seja perfeitamente compreensível. - concluiu, me encarando - Agora, a pergunta é: o quanto você merece uma lição.

Tude bem. Ela estava com o poder. Eu precisava conter aquela situação. Eu ia me odiar pelo resto da vida, mas precisava ser feito.

- Lauren, por favor. Se você colocar isso na internet, minha vida acabou. Eu perco minha credibilidade, meu emprego... perco tudo. Por favor. Você sabe como o mundo jurídico é conservador. Uma única foto dessas seria suficiente para... - eu já estava implorando, mas por Deus, eu não ia chorar. Respirei fundo - Tudo que eu trabalhei a vida inteira. Destruído. Com só uma foto. Imagine um vídeo. Por favor. - juntei as mãos.

Ela respirou fundo e pareceu considerar.

- Não quero mostrar isso para ninguém. - falou finalmente. Eu expirei aliviada. -Mas!

Prendi a respiração de novo.

- Você merece uma lição. E eu não posso perder essa oportunidade.

- Que lição, Lauren? - perguntei irritada.

- Você faz uma coisa e eu te devolvo o vídeo. - ela sorriu como se tivesse amado a própria ideia.

Expirei controlando a raiva. Em todos os cenários sexuais que eu já tinha imaginado, nunca era assim. Nunca era ela quem tinha o poder. Inferno. A filha da puta ia querer transar.

O lado bom é que transar com ela, para mim, não era uma ideia de todo má. Mas desse jeito... desse jeito não.

- Tudo bem, Lauren. Você quer me chantagear, então? Vai ser assim? Tudo bem. -arranquei o robe em fúria e ela levantou as mãos em uma assustada rendição - Pode ter o que você quer, mas saiba que essa decisão vai te assombrar pelo resto da sua vida. - dei dois passos em sua direção e ela deu dois passos para trás.

Estava rindo e eu estava vagamente consciente que ela estava observando mais de perto o que tinha visto de longe mais cedo

- Toda vez, na sua existência miúda e patética, que você se considerar uma pessoa decente, você vai se lembrar do dia de hoje e do monstro que você, verdadeiramente, é.

Ela soltou os braços ao lado do corpo.

- Camila, será que você pode parar de ficar nua? Está ficando difícil de manter a concentração.

- Parar de... Mas o que diabos você quer, Lauren?

- Não quero fazer sexo com você em troca da gravação. Garanto. - explicou pausadamente e, de repente, eu estava sentindo uma vergonha impossível de medir.

Ela apanhou meu robe e eu me enfiei de volta lá dentro em uma fração de segundo.

- O que você quer?

- Bem, eu poderia só ficar com esse vídeo pra mim. - riu - É produto de qualidade. - levantou o polegar e eu dei um tapa em seu braço com toda a minha força.

- Diga de uma vez.

- Primeiro! - reclamou - Pare de me bater. - apontou o indicador para o meu nariz.

- Diga. - rosnei.

- Eu odeio mudança. - deu de ombros - Sou muito desorganizada. Levo uma eternidade para arrumar tudo.

- Não estou acompanhando, Lauren.

- Você entra de férias, amanhã.

- E o que tem isso?

- Você viaja para me encontrar depois de amanhã e passa metade do seu tempo de férias comigo. Arruma minha casa nova. Organiza meus documentos. Desempacota minhas coisas. -sorriu - Quando isso estiver feito, te devolvo o vídeo.

Mordi o lábio com raiva.

- Você quer que eu seja sua assistente pessoal de luxo por duas semanas?

- Precisamente. - sorriu.

- E como isso me ensina algum tipo de lição?

- Isso te ensina um pouco de humildade, Camila. Algo que você precisa com urgência.

- E quem é você pra me ensinar alguma lição de vida, Lauren? Meu pai? Minha
mãe? Deus?

- Melhor! - riu - Eu sou a pessoa que tem um vídeo de você se masturbando.

- Você é um ser humano horrível, também, sabia? Pessoa baixa.

- Vou deixar passar dessa vez. - brincou - Nunca fui baixa na minha vida, acho que se for fraca só dessa vez, não vou morrer por isso.

Ela não ia ceder.

- Duas semanas?

- Duas semanas.

- Eu desempacoto umas caixas, compro uns lençóis novos e pronto?

- Você é uma assistente pessoal de luxo, como você bem descreveu. Vai precisar fazer o que eu pedir. Pense nisso como um emprego. Eu sou a patroa. - apontou
para si mesmo com um sorriso irritante no rosto - Você trabalha pra mim. Se fizer um bom trabalho, ao fim das duas semanas recebe um vídeo como pagamento.

- E como eu vou saber que você não fez cópias?

- Eu tenho uma pasta de compartilhamento integrada no celular. Todas as fotos ou
filmagens que eu faço vão direto para essa pasta na internet que eu posso acessar de qualquer computador.

- Ótimo. - senti meu sangue descer - Então a gravação já está na internet?

- Não. Está em uma pasta minha, com senha, que fica na internet. Mas que ninguém pode acessar.

- Só você.

- Exatamente.

- E de que me serve isso? - reclamei ferozmente. Estava perdendo a paciência e ela estava se deliciando com isso.

- A gente vai até o meu computador, agora, e muda a senha da pasta. Eu escrevo a primeira metade e você a segunda. Assim nenhuma das duas sabe a senha inteira. Nenhuma de nós pode acessar sem a outra. Daqui a duas semanas, nós acessamos a pasta juntos e apagamos o único arquivo.

- E como eu tenho certeza que é a única cópia?

- Camila. Você acabou de correr atrás de mim como um animal. Eu tive tempo para fazer alguma cópia?

- Não que eu tenha visto, mas você é um demônio ardiloso. - lembrei.

- Então, você vai ter que confiar em mim. Não é como se você tivesse uma escolha.

- Mas se você não tiver a senha completa, o arquivo vai estar protegido. O que te garante que eu vou aceitar sua proposta? Eu posso simplesmente deixar o vídeo lá pelo resto da eternidade.

- Pode. - deu de ombros - Mas bem guardado não é o mesmo que inexistente. Se você não aceitar a proposta, o vídeo vai ficar lá até você morrer ou alguém conseguir acessá-lo. Se você aceitar a proposta, daqui a duas semanas ele deixa de existir. Você escolhe.

Ela sorriu. Odiava que ela estivesse se divertindo tanto as minhas custas.

- Negócio fechado? - estirou a mão para que eu apertasse.

- Eu quero o celular. O arquivo também fica gravado no aparelho independente.

- Te dou o celular assim que mudarmos a senha. Ou você poderia acessar a pasta direto pelo telefone e apagar o vídeo.

- Fechado. - apertei a mão que ela oferecia com nojo.

- Você quer ir se trocar?

- Não saio de perto de você até a senha dessa pasta ter sido modificada. - expliquei.

- Com quiser. - riu - Viu que é possível resolver as coisas com um diálogo
agradável? -sarcástica.

- Pense o que quiser. Eu só estou satisfeita que você não quis sexo. Acho que nunca mais ia me sentir limpa na vida se você me tocasse. - reclamei.

- Você fala com muito poder para quem estava nua em pêlo e se masturbando bem embaixo da janela do meu quarto.

- Será que podemos mudar de assunto e não falar sobre isso nunca mais?

Ela me observou com uma cara de exagerada incompreensão.

- Camz, meu bem... Eu nunca vou parar de falar disso com você. - riu - E olha, talvez eu ainda mude de ideia e aceite o que você estava oferecendo mais cedo. Então, é melhor manter a mente aberta. - gargalhou. E eu não soube se ela estava brincando ou falando sério.

Algo entre minhas coxas tremeu deliciosamente e eu desejei que ela estivesse falando sério.


____________________________________

Ainda não sei quando serão os dias de atualização. Sou multi tarefas, trabalho em tempo indeterminado, e também faço alguns vídeos de traduçoes de músicas no Kwai.

Então não vou prometer nada a vocês, talvez demore igual foi com "Seduzida Pelo Lobo", ou seja rápido como foi em "SummerSun"

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