Pétalas de Akayama [BL]

By bethahell

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Um espírito maligno coloca um vilarejo em risco e agora dois rivais terão que se unir para salvar quem amam. ... More

Pétalas de Akayama vai voltar!
[𝗩𝗢𝗟𝗨𝗠𝗘 𝟭]
Capa
Personagens
Epígrafe
Prólogo - Duas vidas
Capítulo 1 - Estou de volta
Capítulo 2 - Yōkais não existem
Capítulo 3 - Kitsunes não protegem humanos
Capítulo 4 - Deixemos que ele morra sozinho
Capítulo 5 - Vocês são todos iguais
Capítulo 6 - Magia de raposa
Capítulo 7 - Você já sabe meu nome (parte 1)
Capítulo 7 - Você já sabe meu nome (parte 2)
Capítulo 8 - Peguem seus sinos (parte 1)
Capítulo 8 - Peguem seus sinos (parte 2)
Capítulo 9 - Banquete para os fortes
Capítulo 10 - Salvando vocês
Capítulo 11 - Espere com paciência, ataque com rapidez
Capítulo 12 - Entre logo, vamos nos divertir (parte 1)
Capítulo 12 - Entre logo, vamos nos divertir (parte 2)
Capítulo 13 - O príncipe de Sakuiya não aceita deslizes
Capítulo 14 - Não me relaciono com humanos
Capítulo 15 - Eu não vou embora
Capítulo 16 - Guardiões do templo
Capítulo 17 - O amor trouxe vocês até aqui
Capítulo 18 - Na primavera haverá flores novamente
Pétalas de Akayama vai ser publicado por uma editora!
[𝗩𝗢𝗟𝗨𝗠𝗘 𝟮]
Capa
Capítulo 20 - Arcadas excepcionais (parte 1)
Capítulo 20 - Arcadas excepcionais (parte 2)
Capítulo 21 - Elixir do Nascer do Sol
Capítulo 22 - Serviço de mulher
Capítulo 23 - Diga sim para mim
Capítulo 24 - Um feiticeiro humano
Capítulo 25 - Não solte a corda
Capítulo 26 - O último fio de esperança (parte 1)
Capítulo 26 - O último fio de esperança (parte 2)
Capítulo 27 - Insolente
Capítulo 28 - Segredos sujos
Capítulo 29 - Transformar seus três castelos em cinzas
Capítulo 30 - O mais breve toque mata (parte 1)

Capítulo 19 - Vou servir a vocês

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By bethahell

Olá, venerável!

Como foi a sua semana até aqui? Esperou muito (ou temeu muito) por esse dia? Porque eu quase roí todas as minhas garras e precisei contar ratinhos até dormir de tanta ansiedade. Afinal, não é todo dia que a gente tem a honra de apresentar o epílogo de uma novel, não é mesmo?

Embora seja realizador (e um tanto melancólico), é só o começo da jornada de Yusuke, Tetsurō e Zen, e de tantos outros personagens que moram nessa história. Ainda há tanto para contar que este gatinho vai ficar com vocês por muito tempo. Tudo começou em março de 2022 e sabe lá quantos anos vamos andar juntos pela sombra.

Para quem não lembra de como foi o nosso último capítulo...

Zen, Yusuke e Tetsurō têm uma conversa com a Deusa Inari e pedem por sua ajuda para voltarem para casa. Ela dá aos humanos a missão de encontrar o Cravo Solar e a Papoula-do-Dragão para poder desfrutar de um vinho em homenagem ao seu último amor, e só então tirá-los de Makai. Na dimensão de suas mentes e corações, ela alerta Tetsurō a não ser tão ingênuo, e dá conselhos para Yusuke a superar o trauma causado pelo abandono. Enquanto isso, Zen parece finalmente ganhar seu castigo: preso e sem seus humanos.

Se tiver gostado da novel, por favor considere indicar para amigos e postar nas redes, miau~

Preparades? 🐱

Yusuke e Tetsurō cruzaram olhares pela última vez com Zen quando saíram do templo. Os dois, conduzidos por raposas até a saída; Zen, sendo arrastado contra sua vontade para receber a sentença. A última visão que tiveram dele antes da porta de correr se fechar foi sua pose altiva enquanto Inari se aproximava para julgá-lo de perto e, podiam apostar, conversar em particular também.

O céu em um tom entre o rosa e o laranja anunciava o fim da tarde. Ambos saíram de mãos atadas, mas foram informados haver armas e uma gazebo na baixada por onde chegaram — depois de Yusuke reclamar por ferramentas para sobreviver naquele mundo, já que suas katana e a wakizashi eram irrecuperáveis. A trilha sinuosa, tal qual o sorriso torto daquele que talvez jamais veriam outra vez, contornava rochas pontudas de basalto. O caminho todo de escadarias foi percorrido pelo vento gélido, que repetia ao pé do ouvido de ambos os conselhos inquietantes da Deusa.

Como não havia nada a dizer, olhavam de soslaio um para o outro várias vezes durante a descida. O samurai mantinha o rosto virado para o lado, para cima, para baixo... para todos os cantos, menos para Tetsurō.

Deve ser uma tortura para ele ser obrigado a passar tanto tempo comigo, concluiu o Seki, mordendo os o interior da bochecha.

— Você acha que vamos reencontrá-lo? — perguntou, após limpar a garganta.

— Se os Deuses forem justos, não.

— Quando Inari-sama conversou comigo, no fim... disse que os três precisavam voltar para casa... com você também foi assim?

Yusuke levantou os ombros, como quem diz não se lembrar — apesar de ter sido exatamente o que ocorreu no seu caso também.

— Ontem, um yōkai disse que Zen-sama foi banido. Talvez ela esteja o mandando de volta para lá nesse exato momento, enquanto nós... teremos vários desafios pela frente — Tetsurō despejava as palavras, ainda amortecido pela conversa com a Deusa. Seus olhos estavam desfocados, apreensivos. — Pelo menos, nosso vilarejo está a salvo. Apesar disso, eu... eu me sinto culpado em dizer isso, mas não foi como eu pensei... Eu acho que estou um pouco...

— Um pouco o quê? — Yusuke se virou para ele.

Era possível ver a chama de determinação brilhar lá no fundo dos olhos negros como um poço. Isso fez Tetsurō repensar o que diria, desconfortável com sua fragilidade. Não podia ser um inútil e ainda preocupar Yuu. Onde estava sua resiliência?

— Não, não é nada.

Afinal de contas, o máximo de adversidade que o curandeiro enfrentou foi preparar uma inovadora combinação de ervas para um ferimento grotesco, antes que o paciente padecesse. Sempre a vida dos outros em risco; não a sua própria. Se fosse por si, talvez ele já tivesse acatado o destino e terminado por ali, rezando por Mirai e cada pessoa de Ise, até suas irmãs. Porém, Yusuke não poderia perder a vida naquele lugar. De jeito nenhum.

A pulseira pesou em seu pulso, repleta de flores novas e cálidas. Tetsurō sentia a magia nos fios entrelaçados, tão antigos, mas que agora pareciam vivos como se a estação das flores tivesse se alojado nos corações. Ele segurava o braço e não tirava os olhos dali, com receio da primeira pétala cair por uma atitude desajeitada, uma esbarrada em algum lugar, um sopro mais forte, um tropeçar repentino.

Um frio capaz de congelar uma a uma.

O frio de Sazanka.

— Tsc — Yusuke reclamou, surpreendendo ao decifrar a expressão do ex-amigo. — Vou te ensinar uma coisa, Seki: se há uma montanha diante de si, você pode simplesmente contorná-la.

— Mas não temos a mínima ideia da localização exata da Papoula-do-Dragão...

— Mas temos a do Cravo Solar. Vamos atrás dela primeiro em Sazanka — Yusuke parou de andar, fazendo Tetsurō estacar também. Um suspiro deixou seus lábios. — Eu não vou errar de novo. Em Ise, você estava... certo — ele forçou a palavra —, mas eu não acreditei. Você e sua teimosia nos levaram até aqui, mas...

Ele suspirou, fechando os olhos por um segundo.

— Se não fosse por você, todos iriam morrer de qualquer forma. Então vamos completar isso de uma vez e voltar para casa. — Quando percebeu o Seki o encarando um pouco chocado, ele tossiu e se armou, erguendo a voz: — E pare de ficar com essa cara de morto! Me irrita. Merda. Onde diabos está esse nosso guia? Ele vai ter que nos ajudar a ir nesse inferno de lugar!

Ele prosseguiu pela trilha com xingamentos e reclamações que se camuflavam entre o barulho da mata sendo pisada. Ambos desceram lado a lado as escadarias e, num ponto específico, avistaram uma montanha de gelo coberta de nuvens. A água por onde seus barcos haviam navegado até ali simplesmente evaporou, fazendo o cheiro de grama molhada prevalecer sob o cair da noite. Seguiram reto pelo reservatório ritualístico, encontrando o gazebo mencionado pelas raposas de Inari. Estava empoeirado e sujo, com algumas madeiras soltando da coluna única que sustentava as telhas do teto. Graças a isso, eles logo identificaram que a abertura era um pequeno compartimento para armas. Poucas armas. E ainda sem corte, que pareciam ter centenas — não, milhares de anos.

Depois de um suspiro irritado e mais xingamentos, Yusuke escolheu duas delas.

— Você vai... usar arco-e-flecha, Yuu-chan?

— É para você.

Tetsurō apanhou a arma jogada para si sem jeito nem para segurá-la. A imagem do curandeiro com o arco parecia errada, como se tivesse sido pego no flagra já atirando em alguém. Ele ficou aterrorizado, gaguejando.

— E-eu... eu não sei- não sei como usar isso. Como se segura? É para... matar?

— Au!

Um latido de verdade veio de cima — quando olharam, se surpreenderam com um cachorro preto de pequeno porte sentado na borda de uma encosta. O pequenino pulou, aterrizando perto do gazebo. Os olhos castanhos semi cobertos por pálpebras caídas olhavam diretamente os dois. Nunca pensaram que veriam um animal com uma expressão tão entediada...

— O que um cachorro está fazendo aqui? — Yusuke apoiou as mãos na cintura, desconfiado. Tudo o que havia visto até então eram raposas brancas e monstros das mais diversas formas. E se aquele cachorro aparentemente inofensivo quisesse atacá-los? Mas, pensando outra vez, uma faceta de compreensão o atingiu. — Espera. Esse não pode ser o nosso...

— Mais importante...! O que é aquilo atrás dele?

Tetsurō apontou para uma bolsa nas costas do animal.

— A minha bolsa! — exclamou ele, reconhecendo o pacote de tecido. Todas as ervas que havia deixado para trás no Palácio Impuro foram recuperadas! Observou o cachorro admirado, a expressão cintilando. — Pequeno, como você...

O animal suspirou pesado, dando as costas para os humanos, pegando a bolsa com a boca e arrastando-a pelo chão, largando aos pés de Tetsurō.

Nossa, os animais em Makai são inteligentes mesmo!, Tetsurō abriu um sorriso largo, agachando-se para agradecer ao seu novo amigo.

— Você é um bom garoto, obrigado por achá-la para mim. — O curandeiro acariciou o topo da cabeça felpuda, contornando as orelhas e esfregando o pescoço.

Ele balançou o rabo.

De repente, nuvens grossas cobriram o sol e uma névoa avermelhada se espalhou, nublando a visão dos dois humanos. O cheiro de queimado era tão forte quanto a ardência que a fumaça trazia aos olhos. Tetsurō instintivamente se afastou do cachorro. Yusuke o jogou para trás de si.

Sabia que não deveria confiar em nenhum bicho desse mundo asqueroso!

— O que... de onde veio... — Tetsurō tossiu, sem conseguir terminar a frase.

— Não force a voz... Idiota — avisou Yusuke, também forçando a voz. — Proteja sua visão.

Tetsurō iria obedecer, mas o que apareceu à frente o fez arregalar os olhos.

Não era o cachorro que produziu a fumaça.

Uma sombra gigante de raposa se erguia num movimento lento. Um calafrio fez as pernas de ambos os humanos amolecer quando notaram o tamanho real conforme aquilo se estendia além do céu noturno. Ao reconhecê-la, o coração de Tetsurō bateu violentamente no ouvido. Ele perdeu o ar. Era uma das estátuas de jade branco de kitsune que estavam no fundo do lago feito de chuva. A maior de todas. Ganhando vida. Se movendo! Respirando!

Como diabos isso está vivo?

Mas que caralho, nem aqui temos paz?!

Yusuke tirou a katana velha da bainha e a posicionou contra o corpo.

Tetsurō não conseguiu nem se mexer.

Com dentes e garras afiadas, caudas duras e pelos esculpidos na pedra fria, sua imagem exalava hostilidade. Uma das patas pisou no solo, fazendo tudo tremer. A voz bradou como um trovão, grossa e amedrontadora, ecoando por todos os lados:

— Eu escutei alguém pedir por um guia?

A sombra da estátua gigante gargalhou. A fumaça se tornou mais intensa conforme se movimentava. O tamanho gigante a fazia se virar lentamente, demorando segundos para reparar as duas figuras nanicas no chão.

— Fui enviado pela Deusa Inari Ōkami para ajudar dois humanos perdidos a completar suas missões. Então são vocês! Mas eu estou com fome há séculos... e vocês dois parecem apetitosos.

Yusuke trincou os dentes, seus dedos apertando o cabo da katana enquanto Tetsurō fazia o mesmo com as roupas do samurai.

— ... Ajoelhem-se, meros mortais, e pensarei em poupá-los da danação eterna!

Sem pensar duas vezes, Tetsurō soltou o peso do corpo; Yusuke o seguiu lentamente, letárgico. Sabia reconhecer quando não tinha chance alguma.

— Agora gritem!

Tetsurō sobressaltou Yusuke ao realmente berrar, tapando as orelhas:

— Por favor, gigante raposa, não nos coma!

A raposa de pedra gigante abriu a boca e rugiu, fazendo o bafo bater em seus corpos minúsculos e sacudir seus cabelos.

— Implorem! Você também, humano medroso com esse palitinho velho!

Yusuke crispou o nariz. Quem ele estava chamando de medroso?

— Por favor, não nos coma! — Tetsurō continuou implorando, ignorando a raiva que crescia em seu amigo.

— Tremam diante da imponência desse ancestral que vos fala! E por último, admitam serem meus.

Espera aí...

Yusuke afinou os olhos, reconhecendo a frase e algo por detrás dela.

— N-nós...

— DIGAM!

— Nós somos seus!

Nós somos seus. Nós somos seus. Nós somos seus. A frase se repetia infinitamente no ar, pelas encostas, escadas e pelo templo lá em cima, como se estivessem dentro de uma gruta. A raposa gigante começou a rir com sua voz abissal, vinda do fundo da garganta — mas a risada se estendeu para uma gargalhada, ficando mais fina e menos... monstruosa. Os pelos de Yusuke se arrepiaram ao reconhecer exatamente o tom arrastado, o som acariciando como veludo e alfinetando como agulha.

O samurai não podia acreditar nos próprios olhos. O sopro de calor alcançou seu rosto à medida que a grande estátua de pedra derretia, como se feita de grãos de areia, e mostrava uma figura esbelta sentada na grama, pernas cruzadas e queixo apoiado nos dedos entrelaçados.

Zen terminava de rir, difícil de ouvir àquela distância.

— Eu vou ter o prazer de lembrá-los desse momento pelo resto de suas vidas.

Ao lado dele, flutuava uma concha em formato de trombeta. Com um movimento de mão do kitsune, a concha voltou emitir o que havia gravado.

Nós somos seus. Nós somos seus.

Não nos coma.

O sorriso ladino perturbou o autocontrole de Yusuke. Acabou com ele, até a última gota. Ele trincou os punhos, forçando a unha na carne. Ninguém percebeu e nem pôde impedir quando ele marchou na direção de Zen até estarem próximos. Com uma mão, Yusuke levantou Zen pelo tecido do kimono; com a outra, o atingiu com um soco.

Ou tentou, porque Zen parou o punho a centímetros de marcar seu rosto.

Tetsurō levou a mão à boca, abafando um ofego. Seu coração tinha parado completamente. Ele ia se mover para alcançar Yusuke e trazê-lo de volta à sanidade, mas seu corpo estacou. A boca não conseguiu formar palavras quando um vento gélido paralisou os músculos. Nem um pio da voz saiu. O mesmo acontecia com Yusuke. Ele só se moveu para tentar soltar seu punho das mãos do yōkai, mas Zen não afrouxou o aperto e nem se deixou vencer pela força que Yusuke fazia para se libertar.

O sorriso cruel de Zen apareceu nas linhas tortas de seus lábios, e seus olhos brilharam, mais verdes do que antes. Mais predadores do que nunca.

Não tinha como escapar daquela vez.

A outra mão de Zen deslizou sutilmente pela bochecha de Yusuke, as unhas resvalando na pele, até alcançar a goela. Onde se fechou sobre as principais artérias do corpo. Quando os dedos se apertaram só um pouco, foi o suficiente.

Zen o soltou bruscamente, cambaleando para trás com a mão na própria garganta, tocando sobre um material gelado e preto que contornava seu pescoço. Até então, Tetsurō e Yusuke não tinham reparado no novo acessório, cujo centro, cravado no meio do pomo-de-adão, exibia uma linha brilhante como metal.

Ele riu baixo e contido, sussurrando:

— Então isso realmente funciona, interessante.

— O. Que. Diabos. Isso. Significa? — As palavras deixaram os lábios de Yusuke uma a uma, embutidas de toda a raiva, confusão e frustração que sentia. — O que você está fazendo aqui, e não preso na merda de uma cela?

— Eu estou em uma. Bem apertada e desconfortável, por sinal. — Ele apontou para a gargantilha preta, que reluziu com a luz da lua. — Isso está suprimindo meus poderes e me impedindo de matar ou até machucar vocês até a missão terminar. Eu não menti antes. Meu castigo é ser o guia de vocês.

Yusuke havia reunido ar para gritar algum palavrão, mas foi impedido por uma mão, pousando suave em seu ombro.

— O que isso significa exatamente, Zen? — O curandeiro perguntou.

— Significa que eu — Zen sorriu forçado — vou servir a vocês agora.

Palmas curtas e sem força soaram atrás deles, desviando a atenção até aquele ponto. Eles tinham se esquecido da existência do cachorro, tanto é que o animal não estava mais lá. No seu lugar, uma pessoa de estatura mediana e cabelos cheios e negros como obsidiana. Os dois piscaram várias vezes, comparando a imagem da expressão tediosa do cachorro com a que ela fazia.

— Hikaru! Você era o cachorrinho! — Tetsurō concluiu, mais empolgado do que deveria. — Mas não entendo, por que está aqui?

A única diferença visível desta Hikaru com a que conheceram no Palácio Impuro era uma marca proeminente no centro da testa, em vermelho-sangue. Parecia uma espécie de selo, enfraquecendo lentamente até sumir, deixando a tez lisa e imaculada. Foi no momento em que a lua cheia se mostrou completa e no alto, sem nuvens para a obscurecer.

— Eu vim trazer as bagagens que deixaram no Palácio Impuro, como ordenado pelo meu pai.

Izagaki-sama, os dois pensaram juntos.

Zen olhou para os lados, suspirou alto e enfiou a mão entre seus cabelos ruivos.

— Tetsu-chan, mostre a Hikaru o que Inari te deu — Zen cortou o diálogo.

Tetsurō o encarou por um momento, processando o que o kitsune queria dizer. Seu rosto se iluminou quando entendeu, tirando de suas vestes o amuleto de Sazanka dado por Inari. Sem perder mais tempo, Zen o tirou das suas mãos e o colocou nas de Hikaru.

— Leve-os até Sazanka.

Hikaru franziu a testa.

— Mas como? Você sabe que eu não consigo passar. — Seu tom tremeu uma nota. — Mesmo que eu queira.

— Dificilmente será barrada usando o amuleto dado por uma Deusa. — Zen revirou os olhos. — Eu preciso ir.

O kitsune se virou, indo na direção oposta de onde estavam.

— Zen? — chamou Hikaru, dando um passo em sua direção. — Onde você...

— Você não disse que ia ser nosso guia? — Tetsurō não conseguiu esconder a preocupação.

Zen o ignorou, seus olhos fixos na filha de Izagaki.

— Tome cuidado ao atravessar a fronteira de Sazanka. Não tire os olhos deles em nenhum momento. — O kitsune virou o rosto, possibilitando que ouvissem a sua voz. — Yusuke e Tetsurō, não saiam de perto de Hikaru-chan.

— Onde você vai? — Hikaru foi mais enfática, estreitando os olhos. — Você não pode simplesmente abandonar esses dois... assim... Zen! Está me escutando?

— Tem algo que eu preciso fazer antes — resmungou mais consigo mesmo do que para responder Hikaru. Ele apontou o indicador em riste para a montanha no horizonte, coberta por névoa e gelo de tão alta. — Eu encontro vocês depois. No lago congelado de Sazanka.

Zen sumiu em uma fumaça negra, deixando para trás apenas seu cheiro doce de flor de cerejeira.

Continua...

Em 2024...

As portas do teatro se fecham.

Aqui na escuridão, vai ser solitário sem você, mas estou orgulhoso do trabalho até aqui, você não? Se a Deusa se alimenta de orações e chama de velas, com certeza o alento de escritores são seus leitores.

Nossa jornada começou no início do ano e durou sete meses. Nesse tempo, conquistamos mais de 150 mil leituras no Wattpad até esse momento, e agradecemos cada um que parou por um momento e pode ser tocado por essas palavras e personagens. Falo sério quando digo que vocês são a força motriz que vai fazer Pétalas de Akayama ganhar o mundo.

Obrigado por lerem esse livro.

Obrigado por cada comentário.

Cada surto. Indicação. Mensagem de carinho. E apoio.

Nos encontramos nas sombras!

Apague as luzes quando sair,

Mork


A série está em publicação pela editora NewPOP. A versão do Wattpad é uma versão do manuscrito sem acabamento profissional. Ela continuará disponível na plataforma por acessibilidade, mas recomendo a todos a adquirirem o livro físico, que contém:

✦ Versão editada e revisada

✦ Ilustrações internas

✦ Glossário completo

✦ Capítulo extra exclusivo: "O que o mar leva embora"

✦ Marcador exclusivo e limitado a primeira tiragem

Além de apoiar o trabalho de nós duas como autoras brasileiras, você vai adquirir uma obra completa e linda na sua estante!

Você pode adquirir o livro físico pela Amazon, pelo site da editora NewPOP ou nas principais livrarias do país!

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