• Capítulo Vinte e Dois - Uma vida por outra vida •
Ezzara estava muito preocupada com Lys, apesar da leve melhora ela parecia definhar de tristeza a cada vez que perguntava por Daemon. Acreditava que a amiga sentia-se abandonada por ele novamente.
Ela não poderia dizer isso a Lys, mas tinha avisado para a amiga não se apaixonar, era essa a primeira regra vida de qualquer mulher que trabalhasse no local que elas trabalhavam, prostitutas ou não.
Ezzara sabia que Daemon voltaria, que salvaria Lys de qualquer que fosse o mal do qual ela sofria, mas temia que a amiga não suportasse tanto tempo.
— Lys, trouxe comida para você. Por favor, se esforce um pouquinho...
— Eu não quero. – Sussurrou Lys virando-se de costas para Ezzara.
Sua aparência em nada tinha melhorado, sua recusa em se alimentar e a falta de exercícios minguavam seu corpo já esguio.
— E o que você quer Lysbeth? Morrer? – Irritou-se a loura com a voz embargada – Me deixar aqui fadada a uma vida sem você? Por favor, só um pouco, por mim...
Lys não respondeu. Sentia-se extremamente infeliz. Desde que fora levada a Derivamarca que seu sorriso já não aparecia como antes. Tinha perdido seu bebê, pois nem para isso tinha servido e agora Daemon provavelmente a odiava por isso.
Estava sempre exausta, não conseguia sequer se sentar para beber água. A presença de Ezzara sempre tentando animá-la era cansativa e passava grande parte do seu tempo apenas dormindo.
Sentia seu corpo se devorando numa tentativa inútil de se manter forte, mas não queria e nem podia fazer nada. Esperava que Ezzara a deixasse sozinha em breve pra que pudesse chorar até pegar no sono.
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Daemon estava em uma grande sala onde não havia móveis. As paredes eram construídos de pedras exatamente iguais e embora por fora pudesse ver o fim da construção por dentro seu teto parecia infinito.
No meio do salão havia uma enorme fogueira de chamas vermelhas que ardia tão grande que ultrapassava a altura do próprio príncipe. Ele não teve medo, poucas coisas assustavam Daemon Targaryen e fogo não era uma delas.
— Aproxime-me príncipe e diga o que vê nas chamas. – Disse a mulher que o havia recepcionado.
— Não vejo nada além de fogo. – Disse ele irritado. – Não vim aqui pra isso!
— É exatamente pra isso que você está aqui Daemon. As chamas tem suas respostas.
Daemon sentia que iria estourar a qualquer momento. Lys estava dependendo do tal remédio que somente aqueles sacerdotes podiam lhe dar e no entanto estava ali feito de bobo da corte.
— Olhe novamente, concentre-se.
Daemon já tinha a resposta na ponta da língua quando seu olhar encontrou o fogo. Dentro dele o príncipe conseguiu ver Lys, ela estava sozinha e sorrindo como sempre fazia, ao seu redor haviam pessoas a quem ela abraçava com carinho.
Dessa vez ele temeu. Tinham feito algo a ele, alguma tipo de feitiçaria, não era possível que ele estivesse de fato vendo algo no fogo.
— Suas respostas meu príncipe... – Sussurrou a mulher se aproximando.
Seus passos lânguidos a levaram para perto demais das chamas, Daemon estava petrificado no lugar, os olhos arregalados e o coração acelerado demais.
— Lysbeth... – Disse a mulher com os olhos revirando nas órbitas.
— Pelos sete infernos, que merda é essa? – Falou Daemon dando dois passos para trás.
Ele se obrigou a olhar mais uma vez para o fogo e dessa vez observou que a pessoa a quem Lys abraçava era ele mesmo. Ela estava muito bonita, seus cabelos curtos adornados com uma fina coroa de ouro que fazia par com a dele. Estavam felizes.
— Essa é a cura. – Disse a mulher voltando a si.
— Do que está falando?
— Não é físico meu príncipe, existe algo maior e mais forte. Lysbeth e você, você e Lysbeth...
— Diga de uma vez.
— Ela ficará bem, se você quiser. Basta pedir e será seu.
A mulher esticou as mãos e tocou o fogo sem se queimar.
— Diga e será seu, peça e o Senhor da Luz concederá, mas é claro que há um preço a ser pago. – A mulher o encarava ainda com a mão sobre o fogo.
Daemon já havia feito mais acordo pela vida de Lys do que pela sua própria, mas sabia que não tinha escolha, pois por ela tudo ainda pouco. Se Lys sofria era sua culpa, portanto seu dever remediar.
— Eu quero que ela fique bem, quero-a saudável e feliz.
A sacerdotisa vermelha sorriu.
— Uma vida por outra vida.
A mulher levantou as mãos para o alto e o fogo cresceu ainda mais. Daemon estava assombrado e aturdido com o que acontecia ali. Os olhos da mulher reviraram nas órbitas e ela sussurrava palavras desconexas. Daemon teria ido embora, mas aguardou.
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Ezzara tinha desistido de tentar alimentar ou conversar com Lys. Secou o rosto molhado pelo choro, ergueu-se e saiu do quarto deixando a comida abandonada sobre a mesa de cabeceira.
Lys também chorava baixinho. Queria esquecer tudo que vinha sofrendo, queria esquecer onde estava, desejava de todo coração que nunca tivesse conhecido Daemon Targaryen. Então um fogo queimou em sua barriga, uma sensação de que seu corpo estava em chamas foi se apossando de Lys que a obrigou-a a afastar as cobertas. Estava fraca demais para se sentar, mas a dor a fez se retorcer e gritar
Em seus ouvidos um zumbido a incomodou. Ouvia palavras estranhas em uma voz feminina que a deixou assustada e lhe arrepiou os pêlos. Nesse momento uma das amas correu a lhe amparar, mas não conseguia segurar Lys sozinha.
Aos gritos Lys entregou-se de vez ao ardor que a consumia até perder os sentidos.
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Daemon observou em silêncio até que a sacerdotisa de R'hllor voltou a si. O fogo que ardia tão alto se apagou como se tivesse sido soprado e a sala tornou-se completamente escura. Daemon não sabia como sair, mas então tudo clareou e ele percebeu que ao seu redor haviam várias pessoas, todas vestidas de vermelho.
A mulher de longos cabelos negros estava parada próximo de onde queimava a fogueira e estendeu a mão para Daemon convidando-o a se aproximar, ele obedeceu sem saber porque.
— O Senhor da Luz é misericordioso. Uma vida por outra vida. – Repetiu ela.
Ela tomou uma das mãos do príncipe e a segurou com tanta força que ele não conseguia se desprender.
— Tire uma vida Daemon, agora! – Sibilou ela.
Daemon se viu surpreso, não podia tomar essa decisão se forma deliberada. Não era assim que as coisas funcionavam numa guerra, ele era atacado e se defendia. Não podia escolher alguém pra morrer dessa forma covarde. Muitas pessoas passaram em sua cabeça rapidamente, mas ele não era capaz de escolher.
— Agora! – Gritaram todos os sacerdotes vermelhos ao mesmo tempo.
A sacerdotisa sacou um punhal e cortou a mão do príncipe levemente de um lado a outro fazendo que o sangue vivo surgisse.
— Uma vida por outra vida, pense antes que o sangue goteje.
Daemon fechou os olhos e antes de a primeira gota tocar as brasas ardentes ele imaginou o rosto de Rhea Royce.
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Vocês nao estavam esperando por isso estavam? 😂
Talvez tenha mais uma ainda hoje, mas não garanto.
Obrigada por estarem aqui e pelos 12K ❤️
Beijos, May.
Olá, espero que estejam curtindo e gostando de
O Príncipe Rebelde.
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O Rugido do Leão
uma fanfic de Game Of Thrones
SINOPSE
Adara é uma jovem de verão. Nascida N'As Ilhas e criada em Jardim de Cima. Ela é "vendida" sem cerimônia por seu tio e oferecida em casamento a Jaime Lannister.
Quando Walder Frey lhe toma tudo num piscar de olhos, Adara se vê perdida em terras nortenhas e com a ajuda de amigos e aliados a garota se tornará não somente rainha do norte, mas um fio de esperança na guerra entre o dia e a noite que se aproxima.
Obs: A história é somente baseada em eventos de Game Of Thrones, não segue a mesma linha do tempo e alguns acontecimentos foram reajustados para melhor acomodar o roteiro de O Rugido do Leão.
🥇1º Lugar em #JaimeLannister 12/08/21
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