Me apaixonei pelo filho do do...

By wroteforyou

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Agora as coisas tinham mudado de figura. Não era mais um amor proibido pela classe social, pela diferença de... More

Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capítulo 15
Capitulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30

Capítulo 29

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By wroteforyou

Subi aquele moro tão rápido que eu ignorei todo os faróis e cruzamentos. 

Passei em frente de casa e vi que meu pai não estava lá e acelerei pro morro, larguei meu carro no meio da rua, com as portas abertas, não estava nem ligando e entrei no quartinho que ele costumava ficar e lá estava ele, minha mãe e o Lorenzo

— Oi pirralha, ta suave?

—  SUAVE É UMA PORRA. VOCÊ NÃO CANSA DE CONTROLAR A MINHA VIDA. 

— PARA DE GRITAR SUA MALUCA, QUE PORRA VOCÊ PENSA QUE TA FAZENDO? EU SOU SEU PAI.

— É MEU PAI MAS NÃO É O MEU DONO, QUAL DIREITO VOCÊ TEM DE INTIMIDAR AS PESSOAS PARA ME TIRAR UMA VAGA?  UMA VAGA QUE EU QUERIA MUITO! VOCÊ FOI NAQUELA MERDA DO HOSPITAL INTIMIDAR AS PESSOAS PARA NEGAREM NÉ? VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRA? VOCÊ ACHOU REALMENTE QUE EU NÃO IA DESCOBRIR? ALÉM DE IDIOTA VOCÊ ACHA QUE EU SOU BURRA TAMBÉM, É ISSO?

—  EU FIZ ISSO PRO SEU BEM, PORRA - Disse ele esbravejando

— Calma gente, calma Cecilia, respeito com seu pai.

— AH, AGORA A GENTE VAI FALAR DE RESPEITO? QUE RESPEITO? O RESPEITO QUE ELE NÃO TEVE COM VOCÊ A VIDA TODA? O RESPEITO QUE ELE NÃO TEVE COM O RICARDINHO? OU O RESPEITO QUE ELE NÃO TEM COMIGO? 

Eu só parei de falar quando senti um forte tapa no meu rosto que me fez cair

—  CALA A PORRA DA SUA BOCA OU..

- OU O QUE PAI? OU VOCÊ VAI ME MATAR? - dou um risinho irônico - PENSANDO BEM, É MELHOR VOCÊ FAZER ISSO DE UMA VEZ, PORQUE VOCÊ ME MATA TODO DIA QUANDO ME CALA, ME PROIBE, EU NÃO SOU A MINHA MÃE QUE VAI ABAIXAR A CABEÇA DEPOIS DE APANHAR, EU NÃO SOU ASSIM...SÓ QUE QUER SABER? EU CANSEI DESSA PORRA, EU CANSEI. ESQUECE QUE EU EXISTO, ESQUECE QUE EU SOU SUA FILHA. 

Eu levantei e fui saindo do quartinho antes dele falar qualquer coisa, eu parei na porta e olhei pro Lorenzo.

—  Você também está metido nisso, Lorenzo?

 — Amor, eu só fiz o que é melhor pra você. Tenta entender a gente. - Disse ele com lágrimas nos olhos

— Quer saber? Me esquece também, eu tô cansada de ser controlada por vocês. 

Eu saio do quartinho e vou para minha casa, ou melhor, pra casa dos meus pais e subo pro meu quarto como se fosse um foguete, pego duas mochilas e vou pegando as roupas e as coisas que são mais importantes pra mim, notebook, tudo.

Quando saio do meu quarto, vejo que meu pai está no pé da escada.

— Cecília, se você sair por essa porta, você ta ligada que você morreu pra mim né?

— Ótimo, o bom é que nem precisa gastar dinheiro com caixão. - disse irônica

— Minha filha, espera, toma esse copo de água pra você se acalmar - disse minha mãe

— Eu não sou você, se você apanha e abaixa a cabeça, se você é corna e aceita, eu não tenho nada a ver com isso. 

Minha mãe se irrita e joga a água que tinha no copo bem na minha cara e arremessa o copo de vidro na parede. 

Eu pego meu carro e saio da favela, eu não vou voltar aqui tão cedo, eu simplesmente cansei. 

Paro o meu carro no estacionamento de um shopping e fico pensando o que eu vou fazer dali pra frente. 

Sei que não preciso me preocupar com dinheiro, eu tenho na minha conta o suficiente pra me virar durante um tempo. 

Abro minha carteira e quebro todos meus cartões de credito, eu não quero meu pai me rastreando, acabou essa história. 

Pego meu celular e procuro um hotel que não seja o olho da cara e que eu possa ficar essa noite. 

Vou dirigindo pro hotel, sem nenhuma perspectiva, estava realmente magoada, acabada, eu cansei das pessoas mandando na minha vida desde que eu nasci e se pra eu ter uma vida normal, eu tinha que esquecer que tinha uma família, era isso que eu ia fazer.

Fiz meu check-in no hotel e fui pro quarto, tomei um banho quente e deitei.

Peguei meu celular para procurar um airbnb e tinham várias mensagens no meu WhatsApp

Conversa WhatsApp:

Lô 💞: Meu amor, me perdoa, eu só fiz o que era melhor pra você

Lô 💞: Volta pra casa, vamos conversar

Lô 💞: Você não precisa voltar pro morro, a gente acha um lugar pra gente ficar

Lô 💞: Demorou tanto meu amor, eu não quero mais te perder.

Ignorei as mensagens dele

Tinham milhões de mensagens no grupo da família que eram eu, meu pai, minha mãe, o Lorenzo, a tia Gabi e o tia Matheus. 

Saí do grupo e apaguei todas as mensagens sem ler, bloqueei minha mãe e meu pai. 

A tia Gabi me chamou no privado e eu também ignorei, tava de saco cheio. 

Achei um airbnb no recreio, ficava longe do morro e mais perto da faculdade, marquei de ir visitar amanhã no fim da tarde, depois da aula. 

Resolvi tentar dormir, abri minha mochila e tomei meu remedinho de dormir que vem me ajudando muito nas ultimas semanas, eu ando tão cansada mas ao mesmo tempo tão ansiosa, eu não consigo mais dormir sem precisar dele.

Acabo dormindo e sonhando com o Ricardinho, pra variar. 

Acordei assustada, senti que ele estava me chamando, mas não passou de um sonho, essa hora ele deveria estar na Califórnia, viajando o mundo.. Pelo menos é algo que eu faria. 

Resolvi mandar mensagem pra minha vó antes de levantar realmente

Conversa de WhatsApp:

Grandma 🥰: Hi grandma, você esta bem? Estou sentindo tanto sua falta. Você já deve saber que eu briguei com meus pais e saí de casa. Só queria te explicar com calma, quando puder, me liga. Mas você nunca me ensinou a abaixar a cabeça quando eu vejo uma injustiça, isso não poderia ser diferente. Independente de qualquer coisa, i love you.

Travei meu celular, levantei e fui tomar banho. Sai do banho e me arrumei para a aula, desci já atrasada mas dei check out no hotel e deixei todas as coisas (duas malas) no meu carro. 

Estacionei na faculdade e tive minhas aulas, o final do período era muito cansativo, a época de provas estava chegando e eu não ia deixar essa confusão atrapalhar minhas notas na faculdade. 

Estava prestando atenção na aula, quando o processor passou do lado da minha mesa e disse que ao fim da aula, eu precisaria ir na secretaria resolver uma pendencia. 

Eu agradeci pelo recado e continuei estudando, me distraí quando um pedaço de papel atingiu minha cabeça e eu olhei para a cadeira de trás

— Oi, meu nome é Guilherme, tudo bem? Bom, eu e meu amigo Renan ali do lado - eu olhei e esse tal de Renan acenou - estamos com muito dificuldade em Farmacologia e Genética, e já deu para perceber que você é basicamente um gênio, será que você poderia nos ajudar?

Pensei muito enquanto ele falava, todo  homem que entrou na minha vida, inclusive meu pai, só estragou ela mas eu estava sendo muito emocionada em pensar que algum deles queria algo comigo. 

— Ah, oi, eu sou a Cecilia. Tudo bem, eu posso.

— Que tal na minha casa, depois da aula? - disse o Renan, que se aproximou para ouvir a conversa.

— Prefiro aqui na biblioteca, pode ser? Amanhã?

— Pra mim , está perfeito, hoje temos treino de futebol. - disse o Guilherme

—  Ah, vocês são da atlética?

— Sim! - respondeu o Renan 

— Ok, então até amanhã.

Virei pra frente e voltei a prestar atenção na aula. 

Sai apressada pois o professor não parava de falar, eu estava atrasada para a visita no apartamento e ainda tinha que passar na secretária. 

Cheguei na secretária e lá estava a Dona Dulce, minha secretária favorita.

— Oi Dulcinha, como você está? - disse fingindo estar animada

— Com toda certeza, melhor que você, você ta acabada, minha filha. - disse ela em tom de brincadeira

—  Problemas familiares Dulce. 

— Os problemas que todos temos em comum né? - disse rindo

Eu não acho que o meu problema familiar seja comum com as outras pessoas, a não ser que elas tenham um irmão bastardo que fugiu e que você é apaixonada, um primo que é seu ex namorado e traiu sua confiança, uma mãe submissa e que virou contadora de dinheiro do tráfico do Rio de Janeiro e um pai dono do morro e controlador que quer te matar todas as vezes que você não concorda com o que ele faz, ou seja, quer me matar todos os dias provavelmente. 

— Mas eu tenho uma coisa que pode te animar - disse fazendo festa e me entrega um envelope

— O que é isso?

—  Abre, eu não consegui ver todo, tentei ver pela fresta o que tava escrito porque não poderia abrir né, mas parece ser coisa boa.

— Dulce! Se não pode abrir, também não pode ler - falei a repreendendo

—  Ué, mas eu sou curiosa - disse ela rindo e logo se engasgou porque fuma mais que uma chaminé.

Abri a carta e quase rasguei. Era a carta do hospital em Acari, pertinho de Botafogo e a carta estava falando que eu tinha passado no processo seletivo.  

Fiquei tão feliz e ao mesmo tempo aquele ódio tomou conta de mim e eu comecei a tremer. 

Meu pai finalmente fez a coisa certa, mas novamente ele tava mandando na minha vida, eu não sou um boneco pra me fazerem de marionete. Eu tô cansada disso. 

— Não gostou minha filha? - perguntou a Dulce, curiosa

—  Gostei Dulce, eles resolveram, misteriosamente, me aprovar pro processo que eles tinham negado. 

— Os fins não justificam os meios, minha querida - disse ela sorrindo. 

Eu acho que no fundo, todo mundo deveria saber o que meu pai fazia mas eu gostava de fingir que não. 

—  Acho que não vale pra tudo esse ditado, Dulcinha, mas agora eu tenho que ir visitar um apartamento, resolvi sair de casa e ficar mais perto da faculdade.

—  Boa sorte, minha filha, que Deus te proteja - disse ela sorrindo e tomando um cafezinho

—  Obrigada, boa noite. 

Sai do campus mandando mensagem para o  proprietário do apartamento e sai correndo para o recreio para ver o imóvel, minha sorte é que é bem perto da faculdade, mas o perto do rio de Janeiro é um tempo considerável

Cheguei esbaforida e me identifiquei na portaria, subi pro 9° andar e o dono estava me esperando com a sua esposa.

Eles me apresentaram o apartamento todo e me mostraram tudo. Eu basicamente amei o apartamento, estava todo mobiliado e até lava louças tinha, achei demais. 

Expliquei pra eles que eu queria fechar um contrato grande com eles, porque não sabia muito bem quando iria atrás de outra casa e eles me sugeriram fechar o mês no airbnb e se tudo corresse bem, eles iriam fazer um contrato de locação pra mim. 

— Perfeito, e eu posso entrar quando? É que eu tô muito sem pra onde ir, ai dependendo eu pego um hotel pra hoje e amanhã.

—  Por mim, pode ficar desde agora - disse rindo com a esposa. 

Eu agradeci muito eles e eles foram embora, pareciam ser ótimas pessoas. 

Desci até a garagem e peguei as minhas coisas, comecei a arrumar as minhas roupas no cabide e pensar na vida.

Eu estava feliz em finalmente dar um rumo na minha vida, o rumo que eu queria, mas algo dentro de mim estava despedaçado. 

Meu celular começou a vibrar e eu vi uma mensagem da tia Gabi no meu WhatsApp:

Conversa do WhatsApp

Tia Gabizinha: Oi Cecí, tudo bem? Onde você está? Me dá notícias, não somos inimigos, nós te amamos.
Olha, volta pra casa, por favor. Seus pais estão arrasados. Pensa que eles perderam o Ricardinho e agora perderam você. (21h28)

Você: Se eles fossem bons pais e trabalhassem com verdade e respeito, eles não tinham perdido nenhum dos dois, né? (21h29)

Você: Eu estou bem tia, não vou falar onde eu estou, se bem que se vocês continuarem cuidando da minha vida, vão rastrear meu celular, mas espero que tanto o papai, quando o tio Matheus e o Lorenzo percebam que eu quero distancia de todos eles. (21h30)

Ela visualizou e não respondeu mais.

Eu sei que ela não merece eu ser rude, mas se qualquer um estivesse no meu lugar, faria a mesma coisa. 

Minha vó visualizou a mensagem de hoje e também não me respondeu. Me magoa saber que talvez ela esteja chateada comigo, mas a minha mente e meu coração não iriam me trair, mesmo eu estando arrasada, eu estou certa no que eu estou fazendo. 

Peguei meu celular de novo e procurei algo para comer no iFood, amanhã teria que ir no mercado urgente.

Pedi um lanche, depois de tudo o que aconteceu, eu merecia isso. Vi que iria demorar 40 minutos para chegar e resolvi tomar banho.

Entrei no chuveiro e chorei, chorei, chorei. Lavei meu cabelo e quando eu estava me enrolando na toalha, a minha campainha começou a tocar insistentemente.

Caraca, será que o meu lanche já chegou? Será que eu fiquei tanto tempo chorando no banheiro que eu simplesmente esqueci? 

— JÁ VAI, CALMA

E a campainha não parava de tocar, coloquei a primeira roupa que eu vi correndo e sai reclamando, ia dar zero estrela pra esse entregador do caraio que não sabe esperar. 

Abri a porta com tanto ódio mas quando eu vi quem era, meu queixo quase caiu no chão.

 

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