Sangue Leal

AmyDuartte tarafından

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Agnes Williams é uma garota comum, que vive uma vida comum como qualquer outra adolescente da sua idade. Isso... Daha Fazla

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 9

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AmyDuartte tarafından

Senti um leve empurrão no braço e meus livros caíram de encontro ao chão do corredor da escola.

Abaixei-me para pegá-los, e Thomas surgiu em meu campo de visão, acompanhando-me.

— Foi mal. — Ele disse. — Não vi você aí.

Levantei-me, e ele me entregou os livros que havia recolhido.

Iniciei uma caminhada em direção ao meu armário, e Thomas me seguiu.

— E aí? Como vão as coisas? Muitos boatos sobre você e Mark? — Ele me perguntou.

— Não tanto quanto antes, mas ainda um pouco mais do que eu gostaria.

As pessoas realmente haviam me incomodado menos nos últimos dias. Elas estavam se esquecendo da minha existência e eu voltava aos poucos para a posição que eu tinha antes disso tudo com Mark acontecer. 

Chegamos ao meu armário. Havia outra carta depositada. Peguei‐a em mãos, depois de guardar meus livros, e mostrei para ele.

— Seu amigo vai continuar me deixando uma dessas toda semana? — Ergui uma sobrancelha.

Ele deu de ombros.

— Ele quer conquistá-la com o que julga ser o seu talento natural.

— Ele considera isso um talento? — Thomas confirmou com um sorriso engraçado. — Quão ruim ele deve ser naquilo que julga não ser bom?

— Nem queira saber. Me arrepio até hoje ao me lembrar de quando ele cantou One day more de Os miseráveis no musical da escola. — Thomas balançou a cabeça.

Guardei a carta de Max no bolso e olhei para Thomas.

— Sinceramente, não que eu queira, mas ele nem ao menos teve coragem de falar comigo até agora.

— Acho que ele sabe que não têm chances contra seu rival. Mark tem bem mais atributos.

Thomas pôs as mãos no bolso, levantou o capuz e analisou o perímetro. Algo, que não consegui identificar, brilhou em seus olhos.

— Mark e eu não temos nada, então ele não pode ser considerado um rival. — Respondi.

— Ah, qual é? Está óbvio que vocês se gostam. — Thomas virou-se para mim com os olhos estreitos. — Não precisa tentar esconder isso de mim. — Ele suspirou enquanto se escorava no armário ao lado. — Mark, eu sei que já é acostumado com toda essa atenção, mas você gosta de se esconder. Se tornar a namorada do cara mais desejado da escola deve ser realmente difícil para alguém tão reservada. — Ele me deu um sorriso compreensivo.

— Nós realmente não somos namorados. Como eu disse, não temos nada um com o outro. — Reiterei.

Thomas me analisou durante meio segundo, antes de se convencer.

— Se o que diz é verdade, você não se incomodaria se eu escondesse essa informação de Max, não é?

— Não mesmo. Na verdade, eu até agradeceria.

No refeitório, estava mastigando um pedaço de bife torrado, que estava mais duro do que o prato onde estava minha refeição, quando Rebeca apareceu.

— Você se atrasou para comer. Isso é realmente um milagre. — Eu disse.

Rebeca apenas sorriu.

Olhei para trás e Mark almoçava em sua mesa, como estava, costumeiramente, fazendo ao longo dos últimos dias. Ele ouvia, concentrado, algo que Jonas lhe contava. Mark se virou e o seu olhar se encontrou com o meu. Ele sorriu para mim. Eu me virei instintivamente.

Peguei a carta de Max no bolso e abri.

"Para Agnes.
De seu maior admirador.

Você é linda como uma flor de hibisco
Seu cheiro é viciante como droga
E se alastra como um incêndio pela escola"

Eu sorri. Max se superava a cada poema. Pensei que não tivesse como piorar, mas estava completamente enganada.

Olhei para trás novamente, mas dessa vez em direção a mesa dos B.A.C's. Assim que avistei Max, vi que ele já me encarava. Max ergueu o canto da boca e uma sobrancelha com um olhar nojento. Fala sério!

— Outra carta? — Rebeca me perguntou.

Virei-me para ela.

— Sim. E tão ruim quanto a anterior.

— Eu valorizo seu esforço. É complicado competir com Mark.

— Não há competição nenhuma acontecendo aqui. — Respondi. Será que ninguém consegue entender isso?

Passei o resto do dia com um frio na barriga. Mais tarde faria outro teste na organização e estava nervosa. Era engraçado como eu tinha medo de ter alguma habilidade tanto quanto tinha medo de não ter. Isso porque as duas opções eram assustadoras demais para mim. Em uma, eu descobriria fazer parte de um mundo tão surreal quanto histórias em quadrinhos, e na outra, eu estaria sendo perseguida por "mutantes" por engano.

Eu queria tanto que isso tudo fosse apenas um sonho ruim, como os sonhos que geralmente eu tinha na infância. Eu queria acordar e sentir o alívio de saber que era só um pesadelo. Somente isso e nada mais.

Na organização, Richard me olhava de soslaio enquanto aplicava novamente o soro em mim.

— Você está se alimentando bem? Está muito pálida. — Ele franziu a testa ao me analisar de cima à baixo.

— Acho que sim.

Ele suspirou.

Andei em direção a sala de teste. Assim que a porta foi fechada atrás de mim o silêncio dominou o ambiente. Tinha me esquecido o quão angustiante era estar ali. Saber que todos me ouviam mas eu não os ouvia também não contribuía. Ao menos, Clair dessa vez não estava presente, ela havia tido um imprevisto.

Ouvi um zunido e a voz de Mark ressoou:

— Agnes, tem uma caixa com areia ali ao lado, eu quero que feche os olhos e se imagine controlando toda aquela terra.

Fiz como ele havia dito e iniciei. Comecei a imaginar a areia se movendo e subindo como fizera com a água na vez anterior. Levantei as mãos e movi os dedos, como se isso tornasse mais fácil de movê-la.

Minha mente se esforçava para tentar fazer a terra daquela caixa se mexer, mas tudo isso fazia eu me sentir como uma criança que assiste a um desenho animado e começa a imaginar que pode voar.

Estava sentindo os efeitos do soro novamente e não estava gostando. Minha boca tinha um gosto amargo e um leve zunido me incomodava.

Abri os olhos e olhei para o vidro na parede que separava as outras pessoas de mim. Todos estavam concentrados me assistindo, esperando para ver se algo acontecia. Com altas expectativas para descobrir a verdade sobre a incógnita que eu era. Todos, menos eu.

Algo vibrou no meu criado-mudo. Eu estava deitada na cama, mas minhas pernas se erguiam encostadas na parede. Peguei o celular. Havia uma mensagem de Rebeca.

"Preciso conversar com você."

Estremeci. Rebeca só me pedia isso quando era algo realmente sério.

"Está tudo bem?"

"Não. Você pode vir aqui em casa?"

Na verdade, eu não podia nem pensar em sair de casa. Havia três homens armados lá fora protegendo e rondando a minha casa. Eu não tinha permissão para dar um passo afora.

"Não sei se consigo ir hoje. A gente não pode conversar amanhã?"

"Por favor!"

"Ok. chego ."

Eu não tinha ideia de como sairia dali, mas tinha que pensar em algo. 

Minha casa ficava a oito minutos de carro da casa de Rebeca. Basicamente, era uma reta o caminho que me levava até lá, e poderia demorar ainda menos se eu passasse dos cinquenta quilômetros por hora, o que quase nunca acontecia. Como, obviamente, eu não iria de carro, visto que Urso Polar ainda estava na oficina, levaria um pouco mais de vinte minutos a pé.

Pus a minha bota verde musgo preferida, que era bastante confortável e que tinha um mini salto que me deixava um pouco mais alta, o que eu adorava, peguei meu moletom preto e iniciei a minha fuga.

Eu realmente acreditava que era loucura o que eu estava para fazer. Tinham pessoas tentando me matar no momento, e eu já havia entendido, ao longo das últimas semanas desde que Mark aparecera, que eles não estavam apenas brincando comigo. Entretanto, o fato de Rebeca precisar de mim no momento não era a única coisa que me movia à fazer isso. Eu daria uma breve parada no caminho. Rebeca podia esperar.

Era a hora de agir. Peguei meu celular e enviei uma mensagem para Tom. Em poucos segundos, bem mais rápido do que eu havia imaginado que seria, um estrondo ressoou pela minha casa, fazendo o piso do meu quarto tremer. Minhas mãos tremiam em harmonia e eu me perguntei se isso realmente havia sido uma boa ideia. Segurei minha perna com força, tentando imobiliza-la enquanto ela se agitava incontrolavelmente, fazendo um som oco e repetitivo ecoar ao entrar em contato com o piso de madeira do meu quarto. Mais alguns minutos a frente e a minha porta foi escancarada. Levantei-me bruscamente da cama em reação ao susto que levei.

Tom estava com uma arma erguida enquanto inspecionava meu quarto, ágil e cuidadoso, assim como ele havia sido treinado para ser. Ele investigava o local como se tivesse o poder de ver além dos objetos.

Nesse momento, eu já havia me arrependido da decisão que tomara, mas era tarde demais para voltar atrás.

Tom abaixou a arma e me olhou.

— Não há ninguém lá embaixo. Tem certeza do que ouviu? — Sua expressão era séria e sua voz era quase um sussurro.

— Si-Sim. — Respondi. — Quer dizer, não foi um barulho tão alto e não dava pra saber se havia alguém. Na realidade, podia até ser o vento entrando pela janela.

Tom suspirou e relaxou o corpo.

— Desculpa. — Eu disse. — É que estou com tanto medo, nunca haviam tentado me matar antes, sabe? É assustador, então não quero arriscar, mesmo que seja apenas o vento na janela.

— Tudo bem, eu entendo. Próxima vez que ouvir algo me chame novamente. Também não quero arriscar.

Tom fez um simples movimento de cabeça e saiu do quarto. Ouvi ele descer as escadas e dizer algo para os outros. O som da porta de entrada se fechando foi o que me fez descer correndo as escadas em direção a cozinha. Peguei, na velocidade da luz, a bolsa que havia deixado em cima da mesa e fui para a porta que dava acesso ao quintal.

Lá fora, corri em disparada em direção às árvores que se erguiam em meu campo de visão. O pequeno bosque, que se localizava por de trás da minha casa, sempre fora o motivo dos meus piores pesadelos na infância. Hoje, estava sendo um escape, uma rota de fuga para mim, da qual eu nunca imaginei que pudesse ter utilidade.

Na metade do bosque, eu pude respirar aliviada. Ninguém havia me seguido. Meu plano havia funcionado. O tempo que Tom gastaria para se restabelecer em sua posição, foi o suficiente para eu conseguir sair de casa sem ser descoberta.

Eu estava contente com meu desempenho, mas havia começado a reparar em algo que não tinha pensado com antecedência. O bosque era assustador, não é atoa que eu tive pesadelos com ele na infância. Ademais, havia um prêmio pela minha cabeça no momento. Isso tudo em conjunto não contribuía em nada para a minha saúde mental permanecer estável. Ao menos, o bosque era pequeno, o que significava que minha tortura não demoraria tanto a se passar.

Após sons de corujas e morcegos passando à metros de mim, cheguei a rua onde o teatro municipal principal se localizava e segui em linha reta. Mais duas avenidas a frente e a avenida 4th apareceu em meu campo de visão.

Carros e mais carros passavam por mim rumo ao centro. Parei ao lado de uma banca de jornal e me surpreendi com o que vi. Meu carro, com alguns amassados na lataria e marcas de tiro, estava estampado no alto da primeira página de um jornal. No título estava escrito: "Perseguição policial termina em acidente na Avenida Principal. Criminosos conseguem fugir". Lucian realmente havia cuidado de tudo.

Eu não podia estar mais nervosa ao ver a placa com um "H" pintado em azul marinho. Desci as escadas que me deram acesso à um corredor, dobrei à direita e parei ao ver a porta de entrada.

Escondi-me mais em meu capuz e entrei. Outro lance de escada dava acesso ao subsolo onde se encontrava o bar. Vários cartazes de "procurados" estavam colados na parede à minha direita. Um entre esses, tinha o meu nome estampado com sua recompensa gorda logo abaixo. Uma foto minha de dois anos atrás também era vista. Ao menos, eu não parecia muito com minha versão atual naquela foto. Os efeitos da puberdade chegaram tarde para mim, mas chegaram.

Suspirei e caminhei para o balcão. 

Um jovem, que aparentava ser um pouco mais velho que eu, passou por mim com uma bandeja na mão indo em direção à uma mesa onde um homem barbudo, que me lembrava o Papai Noel, estava sentado. As pessoas no bar eram diversificadas e eu não me senti muito deslocada. Tentei parecer o mais sombria possível, usando roupas pretas e uma jaqueta de couro, mas, mesmo que eu usasse as roupas que normalmente uso, não me sentiria muito deslocada. 

Ninguém havia reparado na minha presença durante os dez minutos que estive ali, até que o jovem da bandeja voltou para o balcão e resolveu me atender.

— Você quer alguma coisa? — Perguntou-me e eu me escondi ainda mais em meu capuz.

— Sim. O que você tem de mais forte? — Tentei parecer o mais intimidadora que pude.

Ele sorriu e saiu, depois de confirmar com um menear de cabeça.

Eu odiava bebidas e nem sequer tinha idade para beber. Mas não era a Agnes que estava ali naquele balcão, era outra pessoa.

O jovem loiro voltou com o que eu julguei ser a bebida mais forte do bar.

— Por conta da casa, já que é a primeira vez que você vem aqui. — Ele disse.

Minha boca estava seca, mas ainda assim eu não tinha vontade de beber o líquido posto perante mim. 

— Você é o Marcus? — Fui direto ao ponto.

— Sim. — Ele continuava a sorrir, como se algo ali o divertisse.

— Como faço para encontrar aquelas pessoas? — Apontei para a parede onde estavam os cartazes.

— Está interessada na recompensa? — Ele se surpreendeu. —Você me parece jovem demais para se preocupar com isso.

— Não tão mais jovem que você, eu acredito. — Dei de ombros.

Seu sorriso se alargou.

— Pergunta errada, princesa. — Marcus cruzou os braços. — Isso é muito fácil de descobrir para você desperdiçar uma pergunta assim. Pesquise os nomes na Internet, encontre seus perfis em alguma rede social, analise as fotos e os lugares que costumam frequentar e voilà.

Ele se aproximou, se inclinando por cima do balcão. Se acalma Agnes, só se acalma.

— Faça-me a pergunta que você realmente quer fazer.

Eu queria me afastar de Marcus, mas isso mostraria o quão intimidada eu estava, em vez de mostrar o quão intimidadora eu era. Pus as mãos trêmulas sobre o colo para as esconder de sua vista.

— O que aquelas pessoas fizeram para merecer morrer?

— Jarede e Adam, — Ele apontou. — Tentaram enganar Luck. Sarah roubou um dos objetos mágicos de Vicenti. Agnes é um mistério. — Marcus pôs uma mão no queixo e passou os dedos pela sua barba rala. — Dias depois que Vicenti morreu seu cartaz apareceu por aqui. A recompensa é muito gorda, então você já deve imaginar no que eu aposto que ela tenha feito.

Minha respiração ficou desregulada. Engoli em seco.

— Ela não faria isso. — Respondi e mordi a língua em seguida. — Quer dizer, ela aparenta ser jovem demais para ter cometido um crime como esse.

Marcus pôs as mãos por cima do balcão e se inclinou para mais perto.

— Uma dica: não duvide da capacidade das pessoas pela idade que elas têm.

Ele me olhava com divertimento. A sensação que isso me causava era como se eu fosse uma presa e ele o caçador.

Marcus se afastou.

— Está me devendo pelo que recebeu, mas não lhe cobrarei nada hoje.

— Você me disse que era por conta da casa. — Rebati.

— Não estou me referindo à bebida, princesa.

Marcus saiu, me deixando sozinha com minha bebida que eu não tinha tido, até então, coragem para provar. Aproximei o copo do rosto, o cheiro era de limão. Tomei um gole. O gosto familiar invadiu meu paladar. Era, inconfundivelmente, suco de limão.

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