— Feliz aniversário.
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— Shh! — Sarah coloca o indicador contra os próprios lábios, em um pedido de silêncio.
Eram quase uma hora da manhã quando Kiara e Sarah desciam cautelosamente as escadas da mansão Cameron, com as mãos ocupadas demais com as bebidas que haviam pegado as escondidas do frígobar de Ward. A Carrera, pela milésima vez, tropeça nos próprios pés e, por muito pouco, graças às mãos de Rafe, não vai ao chão. Por outro lado, os fardos que carregava não pôde ter outro destino. Com a pouca resistência do plástico, as latinhas se soltaram e caíram, rolando pelos degraus, causando um alto barulho.
— Droga, Kiara. — Sarah murmurou, apressando os próprios passos. — Meu pai vai acordar!
— Eu só não te mato porque é seu aniversário.
Rafe resmunga, pegando o fardo da mão da irmã e o levando até o exterior da casa. Enquanto isso, as duas amigas tentavam apressadamente pegar as latinhas espalhadas no chão. Kiara estava com quase todas nos braços quando conseguiu ver a sombra de alguém no topo da escada.
— Droga. — Sussurrou.
— Sarah? Rafe? Estão aí?
A Cameron de imediato puxou a amiga com uma das mãos, correndo até a porta e arrastando a garota com sí, que no percurso, acabara derrubando mais algumas latinhas. Quando as garotas finalmente deixam a mansão Cameron, correm até seus pés deixarem o gramado da entrada da casa para sentir a areia fofinha da ilha. Ambas já estavam ofegantes quando avistaram Rafe, juntamente de Cléo, Pope, Topper, John B e JJ.
— Ah, então as bonitas chegaram. — diz Maybank, de braços cruzados enquanto descansava as costas em sua moto.
— Nós estávamos esperando vocês pra ascender a fogueira. — Era Pope.
— Ward viu vocês? — Rafe perguntou.
O Cameron juntamente de John B ajudou as duas garotas com as bebidas, levando os fardos para onde estavam o restante. Kiara e Sarah são as primeiras a começarem a saborear a bebida, enquanto a loira estava sentada na areia com sua latinha, Kiara alternava entre tomar um gole e ajudar os garotos a ascender a fogueira.
Com a fogueira já pronta, Kiara sentou-se ao lado de Sarah, onde as duas ficaram em silêncio observando Rafe e Topper apostarem quem conseguia beber mais. John B e Pope estavam distantes do restante dos pogues, deitados na areia. Já Cléo, estava comendo os petiscos posicionados em cima de uma toalha, os quais Topper que ficou responsável de trazer. A Carrera, notando a ausência do melhor amigo, o procura com os olhos, soltando um suspiro frustrado quando não foi capaz de o avistar.
— Procurando alguém? — Com um sorriso cínico nos lábios, JJ se senta ao lado de Sarah, tomando a latinha de seus dedos e direcionando a própria boca. Seus olhos permaneciam em kiara, esperando uma resposta, ainda que esta fosse óbvia e ele quisesse ouvir só por diversão.
Os olhos de JJ teriam permanecido em Kiara se Sarah não tivesse empurrado a própria palma contra a cabeça do loiro, deixado um tapa tão forte na nuca de Maybank que seu boné vermelho foi arremessado para o outro lado da ilha. — E nem era exagero. — Como se o tapa já não fosse suficiente, JJ estava com a camisa encharcada já que o conteúdo da embalagem caiu com o tapa nada delicado da Cameron.
Kiara e Sarah se desfazem em gargalhadas altas, com direito a dor de barriga de tanto rir. Já JJ, não parecia tão feliz assim. Sua cabeça latejava como nunca antes, e olha que não foi a primeira pancada que ele levou na cabeça.
Kiara percebendo o silêncio do amigo, ergueu os olhos para jj apenas para ver como ele se encontrava. Os olhos dele pareciam ocupados demais tentando pensar no que fazer com sua camiseta branca preferida agora manchada e molhada para perceber o olhar de Kiara. A Carrera levanta, se senta ao lado do melhor amigo e balança seus cabelos umidos em um carinho.
Não tinha visto Maybank entrar na água desde que chegou, o que a fez considerar que o loiro tivesse tomado banho antes de sair de casa. O cheiro cítrico extremamente agradável invadiu suas narinas.
— Tá tudo bem?
— Qual é, kie! Eu nem bati tão forte nele. — Sarah exclamou, indignada.
— Para de gritar no meu ouvido!— Maybank eleva o tom de voz, apesar da sua expressão continuar neutra. — Abaixa essa sua bola que se eu morrer vai ser seu pai que vai ter que bancar meu enterro.
Sarah o encara de cima a baixo, forjando um falso deboche, antes de voltar seu olhar pra fogueira, cruzar os braços e dizer:
— Odeio pobres.
Dessa vez quem rí é Maybank e Carrera.
JJ envolve a cintura de Kiara com os braços, fazendo a garota se desequilibrar e cair ao lado do loiro, ainda entre risos.
— Quase me esmagou. — Brincou.
— Cala a boca, foi você que me puxou!
Kiara depositou um leve soco no peitoral de JJ, e quando foi dar o próximo, Maybank segurou sua mão antes que chegasse até o local desejado.
— Shh! Quietinha. — O loiro faz sinal de silêncio com a mão desocupada.
Carrera revira os olhos e, desistindo, deixa com que seu corpo relaxe na areia. Involuntariamente, manter seus olhos abertos parecia esforço demais. Não sabia se era efeito do álcool, ou se era apenas o sono.
Maybank se deita ao lado de Kiara, e então, de repente o silêncio e a calmaria envolveu os dois. O que era estranho, já que todos ali se encontravam bêbados formando um verdadeiro caos.
— Kie. — JJ murmurou, e automaticamente a atenção de kiara estava sob sí.
— Sim, J?
— Minha cabeça tá doendo.
Um riso escapa dos lábios de Kiara
— Desculpa. — Pigarreou, afim de conter o riso. — Mas vai passar, é assim que as dores são.
— Passaria mais rápido se você estivesse com as mãos no meu cabelo de novo.
— E estariam aí, se você não estivesse encharcado.
Maybank revira os olhos, e Kiara volta a fechar eles. Sarah já estava na sua sétima latinha, totalmente imersa ao que acontecia ao seu redor.
— Kie. — Mais uma vez.
— Sim, J? — E com a mesma calma, atenção e paciência de antes, Kiara o olha.
— Feliz aniversário.
Um sorriso genuinamente feliz se forma nos lábios de Carrera, que virou o corpo em direção ao do melhor amigo.
— Obrigado.
Kiara avança sob o corpo de Maybank, o abraçando. Embora tenha demorado para assimilar que os braços de kiara estavam em volta de sí, JJ retribuiu o abraço, apertando a garota contra seu corpo.
— Ué, eu não estava encharcado? — Perguntou, o tom de voz sarcástico denunciava o sorriso cinico que provavelmente moldava seus lábios.
— Cala boca.