Any Gabrielly
Estamos saindo pra comemorar a peça de Sabina, ela mandou bem, a personagem que interpretou tinha carisma e personalidade.
Sina pelo que vejo está bem, talvez um pouco elétrica pela raiva mas está bem. Não sei o que fizeram com Madson, saimos antes que Sina voltasse e terminasse o trabalho.
Não vou dizer isso em voz alta mas gostei do que Sina fez. Aquela garota merece uns murros para ver se aprendi. Não acredito que ela sabotou meus testes pra ficar com aquele papel ridículo.
Gregory soube colocar ela em um papel que se encaixe bem, de prostituta.
— Sabe Sina, me lembre de nunca crusar seu caminho. – Josh diz assim que nos sentamos em uma das enormes mesas do lanchonete.
— O que foi aquilo? – Lamar questiona completamente surpreso pelo ato de Sina.
— O quê a metade, se não a maioria daquela universidade tem vontade de fazer. – Shivani responde.
— O quê aquela vadia tem na cabeça? – Sina questiona, incredula.
— O quê ela tem eu não sei, mas o que falta...
— O senso do ridículo. – Heyoon completa. — Mandou bem loira! – Heyoon estende sua mão e Sina bate na mesma como um cumprimento.
— Sina e Noah preciso falar com vocês. – Digo e ambos os dois me olham.
Faço sinal para me seguirem e os mesmo fazem, suas expressões estão confusas quando paramos do lado de fora do estabelecimento.
— Aconteceu algo Any? – Sina questiona.
— Na verdade eu precisava falar com Noah mas ia dar muito na cara. Aí chamei você para disfarçar.
— Então diga. – Urrea pedi, levando as mãos aos bolsos.
— Preiciso de ajuda com o presente de Josh. Quero que você me ajude a escolher.
— É só envolver um laço em volta da sua cintura, o melhor presente que Beauchamp já teve está pronto! – Diz como se tivesse resolvido o problema.
— Eu sabia que você não ia me ajudar, não sei porque ainda tento...
— Eu tô brincando... nem tanto. – Reviro os olhos pela ideia maluca. — Beauchamp adoraria esse presente mas se não é isso que você quer, pode dar a ele um moletom.
— Mas ele já tem tantos...
— Ele quer um em especifico, eu mando a foto pra você. Ele está indeciso sobre ele há semanas.
— Eu gostei. Se é o que ele quer, eu comprarei. Ótimo, agora vamos voltar e você Urrea, mantenha a língua dentro da boca, em questão de segredo, você tem a língua mais solta do que Sabina.
— Isso é verdade. – Sina concorda.
— Ok, não vou contar nada. Pode ficar tranquila.
— Ótimo.
— E Any...
— Fale Noah.
— Ele gosta de você, gosta de verdade, cuide dele. Eu vejo que ele tenta ser alguém melhor... pra você.
— Por quê diz isso?
— Com o tempo você vai saber.
— Urrea, por favor me conta.
— Não devo fazer isso, mais você vai entender, só cuida dele.
— Eu vou.
— Obrigada.
Voltamos para dentro e me sento ao lado de Josh, que enlaça nossas mãos e beija minha bochecha. O que Urrea me disse ficou rondando minha mente durante o jantar inteiro, eu queria prestar a atenção na conversa entre meus amigos mas infelizmente não conseguia. Urrea sabe de algo.
No final do jantar nos despedimos e seguimos para casa mas no caminho Josh desviou o caminho, seguindo até a praia. Não quis questionar o mesmo, só achei... inesperado.
Assim que o mesmo estaciona no meio da areia e sai do carro meu senho se franse. Faço o mesmo, o seguindo, Josh para em frente ao veículo levando as mãos ao bolso, observando o mar um tanto revolto pelas marés.
— O quê viemos fazer aqui?
— Achei que gostasse de vir a praia.
— Por quê a noite?
— Sei que gosta de observar a lua.
— Acertou, eu gosto.
— Eu também, ainda mais quando o céu está tão limpo, como agora.
— Tem razão. O que houve com você? Anda meio calado.
— Nada demais...
— Sabe que pode contar comigo não sabe?
Josh se move, ficando em minha frente, segurando meu rosto com ambas as mãos, nos deixando próximos.
— Eu sei que posso. – O mesmo deposita um beijo na ponta do meu nariz. — Não é nada demais, eu prometo.
— Quando se sentir a vontade para me dizer... estarei aqui.
— Não sabe como isso me deixa feliz.
— Tudo no seu tempo capitão.
Josh sorri, selando nossos lábios, sua língua invade minha boca em um beijo intenso, colando nossos corpos de imediato. Levo uma das mãos a sua nuca e solto um gemido involuntário quando Josh aperta minha bunda.
Logo nos separamos ofegantes.
— Desculpa por isso, foi involuntário.– Diz ao se desculpar pelo ato.
— Não se preocupe, eu gostei.
— Onde quer ir? – Questiona ao colocar uma mecha do meu cabelo para atrás da orelha, que voou com o vento.
— Pra sua casa.
— Bem específica.‐Nós dois rimos‐
— Quero a sua cama.
— E o quê mais?
— Dormir de conchinha.
— Acho que posso providenciar isso.
— Ótimo.
Josh sorri, logo selando nossos lábios em um beijo rápido, antes de voltarmos ao seu carro.
Assim que chegamos a sua casa corri para seu guarda-roupa, peguei uma das suas blusas largas e uma cueca sua, vamos dizer que eu meio que viciei em dormir assim, de uns dias para cá.
— Prontinho! – Digo satisfeita ao fechar seu guarda-roupas.
— Acho que algo é desnecessário nesse seu look.
— O quê?
— Isso.
Josh desce sua cueca, me deixando sem nada por baixo da suacblusa.
— Josh... – O repreendo, quando o mesmo volta a posição normal, com sua cueca em mãos.
— Eu prefiro você sem ela, sabe que gosto de... contato.
— Não pense besteiras, vamos dormir.
— Nem uma rapidinha?
— Não, eu quero ficar abraçada com você.
— Outro dia você estava rebolando em cima de mim, me deixando duro.
— Eu prometo recompensar.
— Se você diz...
Josh me ajuda a desfazer a cama e assim nos deitamos, o mesmo apaga a luz e se arruma sobre o colchão, me aconchego em seu peito, abraçando seu corpo.
Ouço o mesmo suspirar, deslizando seus dedos pelas minhas costas e noto que isso já se tornou algo nosso. Como se Josh fizesse um carinho para que adormeça e assim acontece sempre, eu durmo mais facilmente quando ele faz esse gesto em mim.
Me viro de costas, deslizando meus dedos pelo seu braço, pensativa.
Ele gosta de você, gosta de verdade, cuide dele. Eu vejo que ele tenta ser alguém melhor... pra você.
Essa frase não me sai da cabeça desde que foi dita por Noah.
Estou tão cismada com ela que perdi o sono pensando na mesma.
Não pode ser o que eu tô pensando, essa ideia é maluca. Mas ao mesmo tempo tem um pouco de sentido, meio que algumas peças se encaixam mas não completam o quebra-cabeça.
Eu deveria deixar isso pra lá. Noah só quer o bem do amigo, só isso.
Me viro novamente, encarando Josh adormecido, seus cabelos caíos sobre a testa, a expressão serena com a cabeça levemente caida sobre o travesseiro.
Eu sei que Josh gosta de mim, eu vejo isso, só tenho medo de tudo isso andar rápido demais. Apesar de ser algo "recente" nós já nos conhecemos, crescemos juntos, mas ver Josh vulnerável, contando seus problemas nos tornou mais próximos.
Como se abriu para mim quando quase foi expulso do regional pois foi drogado. Vi em seus olhos a vulnerabilidade do mesmo e isso de certa forma me abateu, eu só não percebi.
Fecho meus olhos, forçando a dormir, já que temos aula no outro dia, tentando esquecer o que Noah me disse.