i choose you.

By comethrzu

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Harry Styles tem uma vida perfeita. Dono de um charme inato para conquistar mulheres, ainda não conheceu uma... More

um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
quatorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.

vinte e quatro.

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By comethrzu

LOUIS.

     TERMINEI DE ESCREVER em meu caderno, coloquei-o de volta na gaveta e apaguei o abajur.

    Não tinha escrito muita coisa, só algumas impressões, mas não queria jamais esquecer o quanto fora bom. E, se acordasse no dia seguinte e nada daquilo fosse verdade, pelo menos
teria um registro do que sonhei. Olhei de relance para a porta, que eu deixara entreaberta em uma espécie de convite indireto.

    Porque, embora fosse adorar dormir ao lado dele – na verdade, o que gostaria mesmo era que ficássemos acordados conversando e nos beijando e tocando um ao outro a noite toda, algo que eu jamais fizera nem quisera –, voltar para a cama dele pareceria muita presunção minha.

    Se ele me quisesse lá, viria me buscar, mas, se não viesse, também não tinha problema. Eu entendia que havia alguns limites que ele não queria cruzar. Não ainda, pelo menos.

     Depois de alguns minutos de silêncio, soube que ele fora para a cama e me ajeitei sob as cobertas. No escuro, nem precisava fechar os olhos para relembrar os meus momentos favoritos daquela noite. O olhar dele enquanto tinha meu pau na boca. A forma como se movera dentro de mim, devagar no início, depois com toda a paixão avassaladora de uma tempestade de verão.

   Sua voz, rouca e macia. Eu estaria mentindo se dissesse que poderia abrir mão do que temos. Com certeza, tinha sido o boquete mais gostoso que eu já recebera, o melhor sexo que já tivera e jamais esqueceria a expressão do Harry ao perder o controle dentro de mim. Ele havia se entregado completamente, de forma tão apaixonada.

    Mas era de suas palavras que eu mais gostava. Ou talvez de sua sinceridade. Sua vontade de tentar ficar comigo. Ele havia percorrido um longo caminho em poucos dias.

   Nenhum de nós sabia onde aquilo ia dar, mas ali era a Califórnia. Tudo era possível, certo?

   Sorrindo, virei de barriga para baixo e me estiquei. Eu não procurara nada daquilo. Mas estava muito feliz de ter encontrado.

(...)

 
    NA MANHÃ SEGUINTE, tomei banho, me vesti e desci a escada, e então tive uma surpresa – Harry estava à mesa, tomando café e usando seu laptop. Seu cabelo estava um pouco úmido, e ele vestia jeans e camisa casual. Estava descalço. Pode ter sido minha imaginação, mas ele me parecia muito mais relaxado do que nos últimos três dias. Nada de testa franzida, lábios comprimidos, tensão no pescoço.

    – Bom dia – eu disse, incapaz de tirar o sorriso do rosto. – Achei que estivesse no escritório.

   Ele pousou sua xícara de café.

   – Eu não tinha nada de importante programado, então reorganizei minha agenda para poder tirar o dia de folga. Nem lembro mais a última vez que fiz isso.

   – O que fará em seu dia de folga?

   – Tenho algumas coisas a fazer, mas pensei se você não gostaria de fazer compras. Na verdade, comprei umas roupas para você no sábado, mas não sei se elas vão servir nem se você as quer. – Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. – Eu pretendia deixá-las no seu quarto ontem, mas foi um dia agitado e acabei esquecendo.

   – Você comprou roupas para mim no sábado? – Não sei por que fiquei tão surpreso. Era bem a cara do Harry fazer algo tão gentil. – Não precisava ter feito isso.

   Ele fez um gesto no ar, como quem diz que não foi nada.

   – Talvez nem sirvam. E são só uma calça e duas camisas. Você vai precisar de mais do que isso.

   Concordei com a cabeça.

   – Fazer compras hoje seria ótimo. Mas tenho que estar de volta às três e meia, porque Gemma vem me buscar.

   – Posso deixá-lo no trabalho quando terminarmos. O café ainda está quente, se quiser.

   – Obrigado. – Peguei uma xícara no armário e enchi de café. Para ver se estava mesmo acordado, me belisquei. Duas vezes. – Já comeu?

   – Ainda não. Posso preparar alguma coisa, ou podemos comer na rua. Tive uma ideia.

   – Na verdade, deixe comigo.

   Ele ergueu as sobrancelhas.

   – Deixar o quê?

   – O café da manhã – eu disse empolgado. – Tem uma coisa que eu adoraria preparar para você, se tiver os ingredientes certos em casa. Se chama Ormelon, e é a coisa mais maravilhosa do mundo. Minha mãe sempre fazia para mim.

   – E como é isso? – Ele parecia desconfiado.

   – Não confia em mim? – provoquei. – Prometo que será delicioso e limparei a cozinha depois. Posso ver na geladeira se tem os ingredientes necessários?

   – Diga o que precisa. E eu digo se tenho em casa ou não.

   Pensei um instante.

   – Ovos. Queijo. Limão. Manteiga.

   – Sim, tenho tudo.

   – Farinha e açúcar?

   – Sim.

   – E uvas-passas?

   Ele inclinou a cabeça e apertou os olhos.

   – Acho que temos. Talvez na despensa.

   – Creme azedo e mel?

   – Sim.

   – Ótimo! Isso é tudo.

   Ele começou a se levantar.

   – De que tipo de panela você precisa?

   – Só uma frigideira. Mas fique sentado – eu o repreendi. – Aproveite
sua manhã de folga. Eu quero fazer tudo.

   Ele pareceu achar engraçado, mas se sentou de novo.

   – Tudo bem. Fique à vontade.

   Peguei todos os ingredientes, mas descobri que não lembrava as quantidades exatas das coisas. Depois de procurar na internet uma receita que fosse parecida com a da minha mãe e não encontrar nada decidi ligar para ela. Era de madrugada na Inglaterra, mas ela era notívaga, e eu achava que estaria acordada. Daisy atendeu ao telefone e deu um gritinho ao ouvir minha voz.

   – Louis!

   – Oi, cenourinha – eu disse, carinhoso. A voz dela me fez lembrar de casa, e senti saudade das pessoas que eu amava. – Por que ainda está acordada? – De sua cadeira perto da mesa, Harry me observava com uma expressão de curiosidade. – Minha irmã – sussurrei – liguei para minha mãe para perguntar algo sobre a receita. – Ele concordou com um movimento de cabeça, compreensivo.

   – Estou muito mal – Daisy disse furiosa. – Não consigo dormir.

   – Por que não?

   – Tive aquele pesadelo de novo.

  – Com o monstro?

   – Sim.

   – O que ele fez desta vez?

   – Ele disse que não verei você nunca mais.

   Meu coração ficou apertado.

   – Isso não é verdade. Eu prometo.

   – Mas, então, por que foi para tão longe?

   – Eu queria viver uma aventura, lembra? Queria ver coisas novas. Conhecer estrelas do cinema.

   – Já conheceu alguma?

   – Ainda não. Mas sabe o que estou vendo neste instante? – Caminhei até a porta de vidro e olhei para o jardim.

   – O quê?

   – O sol e palmeiras e flores tropicais. Tudo é brilhante e ensolarado e colorido. E, quando respiro, o ar tem cheiro de laranja.

   – Posso visitar você?

   – Pode. Assim que eu conseguir organizar tudo. Mas vai demorar um pouco até eu me arranjar por aqui, OK?

   – OK.

   – Pode chamar a mamãe, por favor?

   – Sim, mas não desligue. Quero falar de novo.

   Sorri, encontrando o olhar do Harry.

   – Ela sente minha falta – disse a ele.

   – É claro que sente.

   O comentário me deixou emocionado.

   – Louis! – Minha mãe parecia preocupada. – Está tudo bem?

   – Tudo bem. E você?

   – Bem. – Então sua voz ficou abafada. – Daisy, pare! Já lhe dou o telefone. Desculpe – ela disse de forma audível novamente. – Daisy sente sua falta.

    – Também sinto a falta dela. De vocês duas. Mas pensei em vocês porque quero fazer Ormelon e esqueci partes da receita. Pode me dizer quanto de cada ingrediente você usa?

   – Não sei tudo de cabeça, mas acho que anotei em algum lugar.
Espere um pouco.

   Enquanto ela procurava, perguntei ao Harry onde tinha papel e caneta para anotar a receita. Ele deu a volta na bancada, abriu uma gaveta e pegou um lápis e um bloco de post-its amarelos. Então encheu de novo sua xícara de café enquanto minha mãe ditava sua antiga receita e eu anotava.

   – Perfeito, mãe. Muito obrigado. – Me virei e dei de cara com Harry encostado na bancada bem à minha frente, levando a xícara aos lábios. – Não quero errar, porque estou preparando a receita para uma pessoa especial, e ele é muito exigente.

   Ele revirou os olhos, mas sorriu.

   – Depois conte se deu certo – minha mãe disse. – Daisy quer falar de novo.

   – OK. E depois vou desligar.

   – OK. Tchau, querido. Eu te amo.

   – Eu também te amo.

   Minha irmã voltou ao telefone.

   – Louis, cante aquela música.

   Me retraí. “Aquela música” era o tema de the dreamstone, um programa infantil britânico que estava no ar havia décadas. Era boba e infantil e eu não queria cantá-la na frente do Harry. Nem tinha uma voz boa.

   – Não, cenourinha. Não posso cantar agora.

   – Por favor, Louis! Não consigo dormir se não ouvir aquela música. É a única coisa que ajuda. Uma punhalada no coração.

   – Mamãe não pode cantar a música para você?

   – Não. Ela não se lembra.

   Gemi, e Harry me olhou perplexo.

   – Por favor, Louis. Sinto tanto a sua falta.

   Respirei fundo, derrotado.

   – Tudo bem. – Então fechei os olhos, como se aquilo pudesse me poupar da humilhação, e comecei a cantar, num ritmo muito mais rápido do que o normal.

   Daisy me repreendeu.

   – Devagar, Louis! Está indo rápido demais!

   Obediente, diminuí o ritmo e cantei direito, com a voz desafinando sempre nas mesmas partes, o que a fazia rir. Quando cantei o último verso, olhei discretamente para Harry, cuja expressão divertida me fez querer cobrir a cabeça com a camisa.

   – Tudo bem agora? Acha que consegue dormir? – perguntei a Daisy.

   – Sim. Boa noite.

   – Boa noite, cenourinha. Eu te amo.

   – Eu também te amo. Tchau.

   Desliguei, coloquei meu celular sobre a bancada e encarei Harry. Tentei manter a cabeça erguida. Ele bebia café, os olhos sorridentes dançando acima da borda da xícara.

   – O que foi? – eu disse, sentindo meu rosto quente. – Ela não conseguia dormir. É uma canção infantil de um antigo programa britânico  de TV e eu às vezes canto para acalmá-la.

    – Nada. É adorável. Eu não sabia que você cantava canções de ninar.

   – Não canto. É só aquela.

   – Quem sabe você não cante para mim uma hora dessas. – Ele tentou não sorrir, mas não conseguiu.

   Meu Deus, adoro fazê-lo sorrir.

   – Haha. Vá em frente, ria de mim. Vai se arrepender quando eu não quiser dividir meu Ormelon com você. – Virei de costas para ele e abri o
pacote de farinha. Pouco depois, ele estava atrás de mim, encostando o corpo contra o meu. Passou os braços em volta da minha cintura e beijou meu pescoço.

   – Só estou brincando. Na verdade, achei muito atraente vê-lo cantando para ajudar sua irmãzinha dormir.

   – Achou? – Olhei para ele por cima do ombro.

   – Sim. – Ele colou os lábios nos meus, e foi doce e delicado e tranquilo, muito diferente dos beijos ardentes que havíamos trocado na noite anterior. Não estávamos desesperados para tirar as roupas ou para tocar um ao outro ou para fazer qualquer outra coisa sexy. Estávamos satisfeitos com um beijo. Estávamos vivendo o momento, e a sensação era ótima.

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